Galiotte se alinha completamente a Mustafá e define diretoria, com retaliações

Mauricio Galiotte
Fernando Dantas/Gazeta Press

O Presidente Mauricio Galiotte confirmou as expectativas e definiu ontem a diretoria que o acompanhará no resto da gestão. O cargo mais importante, o de diretor remunerado de futebol, exercido por Alexandre Mattos, foi mantido.

Os diretores administrativo e financeiro, Paulo Roberto Buosi e José Eduardo Caliari, também seguem no cargo. Caliari foi pivô da manobra que deu a Leila Pereira a condição estatutária para concorrer a uma cadeira no Conselho Deliberativo. Foi premiado.

O único diretor que foi a favor da impugnação da candidatura e mesmo assim foi mantido na posição foi Alexandre Zanotta, do departamento jurídico – neste caso, contou demais a competência profissional do conselheiro, mas não se pode descartar o peso do despiste – manteve-se um dos insurgentes exatamente para tentar descaracterizar a retaliação coletiva.

Estão fora da gestão Galiotte figuras importantíssimas e estratégicas na reconstrução do Palmeiras nos últimos anos: Luis Fronterotta e Ricardo Galassi, que estavam no planejamento; Marcio D’Andrea, da tesouraria; e Guilherme Pereira, também do jurídico. Em seus respectivos grupos políticos, todos foram lideranças no movimento que tentou manter o estatuto do Palmeiras ileso, contra a canetada que vendeu uma cadeira no Conselho à patrocinadora do time.

Os vice-presidentes Genaro Marino e José Carlos Tomaselli, que também votaram pela preservação do estatuto do clube, embora não possam ser destituídos, na prática estão completamente isolados, alheios a toda decisão estratégica da gestão. Ambos foram muito atuantes nos últimos quatro anos.

Por que isto aconteceu?

Mauricio Galiotte é refém de Mustafá Contursi. Qualquer um que se sentasse naquela cadeira, sem uma boa articulação política, seria.

A estratégia de Mustafá foi simples: Paulo Nobre tinha o desejo de ser o diretor estatutário do futebol, para trabalhar ao lado de Mattos. Galliotte preferiu deixar Mattos com mais autonomia e vetou a ideia, já criando a primeira fissura. Mustafá então aproveitou o equívoco de Nobre no timing de apresentar a impugnação da candidatura de Leila para criar um impasse. Galiotte, sob intensa pressão, acabou cedendo às emoções e rompeu com o amigo, que seria seu esteio político num possível embate. Ao manipular o afastamento de Paulo Nobre do clube, Mustafá ficou com a faca e o queijo na mão.

Para se ponderar: Galiotte ficou entre a cruz e a espada. O presidente não tinha uma, mas duas facas em seu pescoço. Para sua sorte, os dois estavam do mesmo lado. Se Galiotte se mantivesse leal a sua corrente política, imediatamente perderia a governabilidade, controlada por Mustafá, e o apoio financeiro da Crefisa. Manteria a independência e teria a seu lado um ex-presidente com bastante influência, mas sem ferramentas importantes nas mãos. Ainda assim, seria algo possível de contornar.

Uma coisa é certa: se decidisse peitar Mustafá e Leila, o time deste ano já não seria tão forte. Borja não seria nosso. Sua decisão é questionável, mas parece um exagero tachá-lo de B3 pela internet, como já se pode ver por alguns torcedores menos envolvidos.

E agora?

Mauricio Galiotte tem nas mãos, hoje, um clube totalmente saneado financeiramente e organizado. Os sistemas e métodos estão normatizados e no curto prazo nada se altera.

O futebol segue forte, pelo menos este ano. Mattos sobrevive à fogueira de vaidades mantida por Mustafá, mas factoides serão criados e transformados em bola de neve no primeiro fracasso do time. A frigideira já está acesa.

Para agradar a seus currais eleitorais, Mustafá deve privilegiar gastos com o clube social, que haviam sido asfixiados na gestão anterior. Galiotte, impotente, vai ceder. Com as receitas recorrentes comprometidas, o time de futebol ficará cada vez mais dependente de aportes pontuais da Crefisa.

A Crefisa, por sua vez, ainda não se deu conta de onde se meteu e curte intensamente o sonho da publicidade que nunca teve antes. Quando enjoar da brincadeira – e isso acontecerá cedo ou tarde, diante de uma operação que claramente envolve valores acima do mercado – tirará o time de campo, literalmente. Já passamos por essa situação há pouco mais de 15 anos e o resultado não foi nada bom.

O que podemos fazer?

Xingar muito no Twitter não resolve nada. O único jeito de tentar reverter a situação é ficando sócio do clube e se unindo aos grupos progressistas que se mantêm já há muitos anos ativos e que conseguiram, quando tiveram as portas abertas, implantar os avanços que são visíveis hoje.

Politicamente, entretanto, esses grupos, como o Fanfulla, seguem minoritários dentro da estrutura política arquitetada por Mustafá, que idealizou o estatuto, reescrito em sua gestão. Só um movimento popular intenso pode diminuir o desequilíbrio imposto por um conselho em que 148 das 300 cadeiras são compostas por vitalícios – e as regras para a eleição destes privilegiam apenas os amigos de quem já está no poder. É uma estrutura viciada que só pode ruir em caso de uma pouco provável traição, ou de um movimento popular intenso.

Caso o leitor sinta que chegou a hora de participar mais ativamente de todo esse processo, o caminho é se informar com os grupos políticos de torcedores sobre como ficar sócio, e engrosse as fileiras lá dentro. Se preferir, entre em contato com o Verdazzo. Mas prepare bem o estômago e preste bastante atenção em tudo o que estiver à sua volta. A política do Palmeiras não é para iniciantes.

O pensamento vivo de Mustafá

Mustafá Contursi
Keiny Andrade/Folhapress

Mustafá Contursi concedeu uma longa entrevista publicada ontem na Folha de S.Paulo. Nela, com a mesma habilidade com que manipulou o Conselho e reescreveu o estatuto do clube, o que lhe confere poder eterno no clube, nega tal influência. Crê piamente em seus conceitos claramente ultrapassados e atua fortemente para reimplantá-los no Palmeiras. O material completo pode ser lido aqui.

A entrevista começa com uma grande pérola. Perguntado sobre o que o clube precisa fazer nos próximos anos, crava: redução de 20% das despesas em todos os setores. Mustafá tem a percepção de que o clube está gastando muito sem ponderar que, pela primeira vez em décadas, o clube consegue ser superavitário ao mesmo tempo que consegue resultados expressivos. Em seu pensamento, não importa ter as contas equilibradas; o que não pode é gastar – mesmo que esse investimento seja o combustível para as receitas extraordinárias que o Palmeiras alcançou. Mustafá confunde austeridade com avareza.

A recomendação de cortar 20% em cada área é patética. Mustafá defende uma medida que não pode se aplicar nem em orçamento doméstico. Provavelmente deve achar que o investimento na implantação do SAP no clube foi dinheiro jogado fora. O papel de pão ainda deve lhe ser de grande valia.

Mustafá bombardeia o departamento de marketing e justifica, criticando uma suposta deficiência na força de vendas. Para isso, usa o fato da Crefisa ter batido na porta do Palmeiras para fechar o patrocínio, e não o contrário. Segundo Mustafá, os profissionais que desenvolveram dezenas de contratos de licenciamento e fizeram do Avanti um sucesso estrondoso usam o Palmeiras como cabide de emprego. Para ele, marketing é apenas sinônimo de “departamento comercial”.

Com todos esses conceitos, não é à toa que, quando o futebol do Palmeiras esteve de fato sob seu controle, tivemos um desempenho digno de uma Portuguesa. Não compreende que o futebol mudou, que novas metodologias foram desenvolvidas, que o mercado está muito mais dinâmico e que para se ter um elenco com 30 jogadores dignos de vestir nossa camisa, é necessário ter bem mais que isso sob contrato, pois jamais alguém acerta 100% das contratações. Hoje, jogador que não dá certo é realocado por empréstimo, e a fila anda. O que não pode é ter um monte de atleta disputando Bobinho Open em Guarulhos – ou colocá-los no Palmeiras B, uma de sua invenções que sangrou os cofres do clube por anos.

Alexandre Mattos é uma máquina de fechar contratos, seja para reforçar o Palmeiras, seja para aliviar nossa folha de pagamento com os jogadores que ficam fora dos planos. Para Mustafá, hoje no Palmeiras há muitos profissionais que trabalham apenas em interesse próprio. Incomoda demais ao velho cartola perceber que o setor mais importante do clube esteja nas mãos de um “forasteiro”.

Poder

Mustafá Contursi age nas sombras. Como um mestre da manipulação, construiu durante anos sua fortaleza de poder. Trilhou o caminho da presidência nos anos 70 e 80, para alcançá-la no início dos anos 90, no melhor momento possível: quando a Parmalat havia acabado de entrar no clube e exercia a co-gestão do futebol. Dinheiro não era problema, e os títulos mascaravam todo o resto.

Por resto, entenda-se uma enorme puxada de tapete: seguindo a sucessão de arranjos políticos da casta que comanda o clube há seis ou sete décadas, Seraphim Del Grande era o próximo da fila para assumir a presidência do clube após os dois mandatos de Mustafá. Mas aquela cadeira parece ter mel. Mustafá usou a influência que pode ter um presidente do Palmeiras para solidificar a lealdade eterna de dezenas de conselheiros. Deixou Seraphim na mão, passou por cima do estatuto e ficou na presidência o quanto quis – o tempo necessário para moldar o clube à sua imagem e semelhança. Todos os departamentos do clube social foram controlados por alguém indicado ou abençoado por ele. Os votos nas eleições eram direcionados nesses pequenos feudos aos candidatos de sua chapa.

Não havia democracia. O grupo que se insurgiu contra ele, o Muda Palmeiras, capitaneado por Seraphim Del Grande e Luiz Gonzaga Belluzzo, não podia nem usar camisetas de ordem pelo clube: quem ousasse protestar, tinha o adereço retirado e era expulso do quadro associativo. Uma lista negra foi construída por seus pequenos passarinhos, que espionavam os fóruns de internet e anotavam os nomes de torcedores que representavam um potencial perigo. Quando estes palmeirenses tentavam ficar sócios do clube, eram barrados. Marcos Kleine, guitarrista do Ultraje a Rigor, é o exemplo mais famoso – mas há dezenas de casos.

Na base do terror, Mustafá cravou suas garras no clube, e só perdeu o poder quando provou de seu próprio veneno, quando Affonso Della Monica o surpreendeu e se aliou à oposição para conseguir seu segundo mandato. As portas para o Muda Palmeiras se abriram, e o Palmeiras finalmente  conseguiu montar bons times entre 2008 e 2009. Mas passou rápido e foi infrutífero.

Apesar de palmeirenses legítimos com grande preocupação com o futebol, a Muda Palmeiras, que deu origem à chapa UVB, tem quadros também muito fracos; o máximo que conseguiram foi um Paulistão. Pior: no mandato seguinte, Belluzzo não conseguiu recuperar os investimentos pesadíssimos, não os converteu em mais títulos e teve um seriíssimo problema de saúde, deixando o clube com um enorme vácuo de poder. Como resultado de tudo isso, Mustafá voltou com tudo, recuperou facilmente o apoio dos conselheiros que o haviam traído e conseguiu colocar na cadeira o presidente mais incapaz possível: Arnaldo Tirone, também conhecido como Pituca, o Loiro.

“O MEU clube”

Mesmo com todo esse histórico, Mustafá teve a desfaçatez de declarar à Folha que não tem apego à política do clube. Diz que se deixou envolver e que agora tem responsabilidades, como se não tivesse escolha. Quem circulou por muitos anos pelas alamedas e mais de uma vez o ouviu se referir ao Palmeiras como “o MEU clube”, em discursos que transbordavam ostentação de poder, tem sérias dúvidas sobre essa declarada falta de apego.

A última demonstração de poder foi a mudança de data de associação de Leila Pereira, dona da Crefisa. Mustafá usou o gosto pela publicidade de Leila para acolhê-la em sua chapa – com o marido, José Roberto Lamacchia, na aba. Os dois emplacaram suas eleições e puxaram mais de dez conselheiros para a chapa de Mustafá, que assim ampliou consideravelmente sua base de poder, que diminuía eleição após eleição.

Mustafá só respeita o dinheiro. Foi assim que Paulo Nobre conseguiu habilmente impor o profissionalismo no clube – na hora da discussão, as operações financeiras propostas pela equipe de Nobre, e conseguidas com seu prestígio financeiro, eram irrefutáveis.

Maurício Galiotte não tem esse prestígio financeiro e parece não ter envergadura política para manter a roda girando. Mustafá, com sua meta de 20%, já está manipulando a troca da competente diretoria que nos levou ao topo do futebol brasileiro pela turma do papel de pão. Inclua nesse bolo, quem diria, a UVB, aquela que lhe jurou ódio eterno em nome do amor ao Palmeiras. Como vemos, o amor era mesmo ao poder.

Coragem

Os frutos que colhemos em campo hoje foram plantados na gestão passada. Os ótimos resultados, como nos anos 90, cegam os associados e a torcida para o que acontece nos bastidores.

Toda uma estrutura está prestes a ser desmontada e a tendência é voltarmos ao estágio de 15 anos atrás – com a diferença que as receitas continuarão a ser enormes, mas não serão direcionadas ao futebol. Afinal, Mustafá defende claramente o fortalecimento do “quadro associativo” – seu grande curral eleitoral. Para sustentar esse enorme elefante, nada melhor que o dinheiro que mantém a hoje magnífica estrutura do futebol. Mas para Mustafá, é simples: “é só mandar gente embora”.

Pelo bem do Palmeiras nos próximos anos, precisamos que Maurício Galiotte encontre um jeito de manter a máquina funcionando. Além de habilidade política para compensar a falta de estofo financeiro, vai precisar de bastante coragem. Terá?

WTorre tira o Palmeiras de casa nas decisões para lucrar mais e doura a pílula

Máquinas retiram o gramado do Allianz Parque (25/3/17)
Reprodução: Twitter @wbortolotti

Já classificado como líder geral, o Palmeiras encerrará o mês de março e a fase de classificação do Paulistão nesta quarta-feira, em Campinas, contra a Ponte Preta. Desde o fim de janeiro, o Verdão vem usando o estadual para fazer acertos no time, adaptando o elenco, modificado em relação ao que encerrou o ano passado como campeão brasileiro, ao estilo de jogo idealizado pelo novo treinador, Eduardo Baptista.

Depois de dois amistosos, 11 jogos pelo estadual (contando três clássicos bem movimentados) e mais dois jogos pela Libertadores, o time parece ter encorpado. Os resultados apareceram e o time encerrará esta fase do ano como líder nas duas competições que participa. O elenco mostra ter abraçado a proposta do técnico e os treinos e viagens acontecem em harmonia. Tudo o que é necessário para chegar forte nas fases decisivas e conseguir bons resultados. Ou quase tudo, como veremos mais à frente…

A partir do final de semana, o ano começa realmente a pegar no breu, com as partidas que definirão a classificação para a fase eliminatória da Libertadores e a abertura do mata-mata do campeonato estadual. Nosso adversário e o local de jogo já estão definidos: enfrentaremos o Novorizontino, fora de casa, no próximo final de semana, para recebê-los uma semana depois. Não no Allianz Parque, mas no Pacaembu .

Calendário

A WTorre marcou três shows bastante próximos para os próximos dias: Justin Bieber, dias 1 e 2 de abril, e Elton John, no dia 6. A construtora conseguirá aproveitar a montagem do palco para os três shows, o que diminuirá seus custos e aumentará substancialmente sua margem de lucro. Mas o que aconteceria com o gramado, coberto por cerca de dez dias e castigado por três eventos? Certamente se deterioraria, tornando impraticáveis as disputas das quartas e das semifinais do Paulista e do jogo da Libertadores contra o Peñarol.

A construtora então recorreu a um método alternativo, caro, mas que pode ser custeado pelo assombroso lucro que deve auferir com o show triplo: programou a retirada e a recolocação do gramado. E dourou a pílula, colocando um vídeo em sua página no Facebook mostrando um processo semelhante adotado na Arena Amsterdam, há alguns anos. E todos nós sabemos: para brasileiro trouxa comprar uma ideia, é só falar que na Europa é assim, que os olhinhos brilham de deslumbre. E nem acha ruim que precisaremos jogar a partida de volta contra o Novorizontino no Pacaembu.

Esse processo não é economicamente viável num show simples, como será o de Sting, no dia 6 de maio. O evento será realizado com a configuração anfiteatro, em que o palco fica virado para a ferradura e ocupa apenas uma parte da grande área do Gol Norte. Mesmo com essa estrutura reduzida, não há tempo hábil para a desmontagem; caso o Palmeiras avance à final do Paulistão com a vantagem do mando, como todos esperamos, a finalíssima precisará ser jogada também no Pacaembu – algo confirmado ontem à noite pelo presidente Maurício Galliote no programa Mesa Redonda, da TV Gazeta.

A excelente campanha do Palmeiras na fase de classificação, que deu ao time o direito de mandar os jogos decisivos em casa, não poderá ser desfrutada. A WTorre, que quer, precisa e tem direito de lucrar com a estrutura multiuso do estádio, usa sua prerrogativa tirando time e a torcida de nossa casa justo em momentos decisivos por algo que parece ser um misto de descaso e incompetência em conciliar as agendas de espetáculos com a do futebol.

Atuando no Allianz Parque, o Palmeiras consegue vantagens esportivas e financeiras extraordinárias. Desde a inauguração, em novembro de 2014, o Palmeiras já mandou 7 partidas no Pacaembu e venceu 4, empatou 1 e perdeu 2 – um aproveitamento de 61%, inferior aos 72% de nossa nova casa, onde já levantamos dois títulos. Os mais de 30 mil pagantes em média proporcionam, a cada partida, mais de R$ 2 milhões ao Palmeiras, ao passo que no Pacaembu o valor arrecadado cai dramaticamente.

Mansidão

O Palmeiras e a WTorre precisam desenvolver em conjunto uma unidade de inteligência que consiga trabalhar nos bastidores junto a promotoras de eventos e entidades organizadoras do futebol (FPF, CBF e Conmebol) um mecanismo para conciliar datas e preservar os interesses do clube e da torcida.

A WTorre, tratada como parceira, não age como tal. A atual diretoria do Palmeiras decidiu traçar uma política de bom relacionamento com o incômodo inquilino, mas na prática verificamos uma postura subserviente diante do absurdo de nos vermos alijados de usar nosso estádio em duas das três partidas decisivas, incluindo uma final de campeonato.

Entendemos que tudo isso é resultado de um contrato patético, que rende processos de arbitragem que ainda estão em andamento. Mas enquanto as regras não são todas estabelecidas, será que não podemos jogar um pouco mais duro? Será que uma mensagem de boa sorte no telão do estádio conseguiu essa mansidão toda de nosso presidente?

Palmeiras abre na tabela e se aproxima de vantagens no mata-mata do Paulistão

Taça Paulistão 2017Os resultados da décima rodada da fase de classificação do Paulistão tornaram o panorama bastante favorável para o Verdão alcançar o primeiro título da temporada. A vitória sobre o Mirassol e os tropeços dos rivais projetam o Palmeiras tendo a vantagem de decidir em casa não apenas as quartas-de-finais (já garantido), como também eventuais semifinais e finais.

O regulamento do Paulistão determina que as fases de mata-mata sejam definidas em confrontos de ida e volta, com o time com a melhor campanha mandando o jogo da volta. Entende-se por melhor campanha os pontos acumulados em todas as fases da competição. Não será usado o critério do gol qualificado; avança quem vencer o chamado “jogo de 180 minutos”; se houver dois empates ou uma vitória de cada lado pela mesma diferença de gols, avança quem vencer na disputa por pênaltis.

A duas rodadas do fim da rodada de classificação, o Palmeiras espera pelo segundo colocado de seu grupo – neste momento, o time que tem a maior chance de ser nosso adversário nas quartas-de-finais é o Novorizontino, que mandaria o primeiro jogo no Jorge Ismael de Biasi e depois viria ao Allianz Parque.

Classificação Paulista - Rodada 10

Caso o Palmeiras confirme o favoritismo e passe pelo Tigre (ou por outro time que venha a ser o segundo de nosso grupo, São Bento ou Santo André), chegará também às semifinais provavelmente com a vantagem do mando no segundo jogo. O regulamento determina que os cruzamentos sejam entre o primeiro e o quarto colocados da classificação geral (veja o quadro acima) numa semifinal, e segundo contra o terceiro na outra. Como faltam duas rodadas para o fim e a distância é de largos oito pontos à frente do quarto colocado, o Verdão só perderia a vantagem do mando se o adversário tirasse essa diferença em quatro rodadas – algo bem pouco provável.

Seguindo em frente, o único time que ameaça de forma razoável tirar o mando do Palmeiras numa eventual final é o SCCP, que tem seis jogos para tirar a diferença atual de quatro pontos, mais o saldo de gols. Não é impossível, mas também parece algo com poucas chances de acontecer.

Este post trata de probabilidades. É claro que a vantagem do mando não garante nada e o Palmeiras pode, numa tarde ruim, ser eliminado pelo São Bento, quebrando todo o raciocínio. Mas a vantagem do mando no jogo de volta num regulamento que não prevê o critério do gol qualificado é muito grande. A pressão no Allianz Parque para que o Palmeiras busque os gols para reverter uma eventual derrota no jogo de ida é bem difícil de suportar. Nossa torcida, especialmente em nosso estádio, tem sido uma arma poderosíssima – isso sem mencionar o nível de jogo apresentado por nosso time em relação a todos os outros adversários. Tudo isso nos leva a crer que o primeiro título do ano está bem encaminhado.

Zica?

Tá, já sei o que vários de vocês estão pensando: “Aaaaain, esses posts do Verdazzo dão uma zica danada!

Vão pro inferno, zica é o cazzo! Ano passado, o Verdazzo cravou os pontos do Brasileirão até a penúltima rodada.

Pras cabeças! VAMOS PALMEIRAS!