O Palmeiras vai a Recife com nada menos que onze desfalques, entre lesionados, suspensos e jogadores que fazem recuperação física. Cuca será obrigado a modificar bastante o time que empatou contra o Flamengo e, mais do que nunca, recorrer a seu “vasto e qualificado” elenco para jogar de forma competitiva contra o Sport, na Arena Pernambuco. O time de Luxa está em ótima fase, vem de uma goleada sobre o lanterna e será um dos jogos mais difíceis do campeonato.
Logo na sequência, o time vai a Belo Horizonte decidir a vaga nas semifinais da Copa do Brasil. Diante de imposições do regulamento, o Palmeiras voltará a perder vários jogadores, poderá contar com a volta de outros tantos, e mais uma vez terá que modificar bastante a escalação.
Pelo Brasileirão
Fabiano, Thiago Martins, Michel Bastos, Felipe Melo, Moisés, Tchê Tchê, Arouca, Guerra, Willian Bigode, Borja e Dudu estão fora do jogo contra o Sport. Jean tende a voltar ao time – não se sabe se na lateral ou no meio. Como Mayke vem subindo de produção, o camisa 2 pode jogar no meio. Zé Roberto, que seria outra opção para jogar como volante, pode também continuar na armação ou voltar para a lateral, onde jogou o segundo tempo na última partida. Raphael Veiga e Egídio estão de prontidão. No ataque, tudo indica que o trio será comporto por Roger Guedes, Deyverson e Keno – até porque, a única alternativa entre os que sobraram é Erik.
O rascunho do time que deve entrar em campo contra o Sport: Jailson; Mayke (Jean), Mina, Edu Dracena e Egídio (Zé Roberto ou Juninho); Jean (Bruno Henrique) e Thiago Santos; Roger Guedes, Zé Roberto (Raphael Veiga) e Keno; Deyverson (Erik).
Pela Copa do Brasil
Para a partida em Belo Horizonte, Cuca ganhará seis reforços, mas perderá outros cinco atletas. Felipe Melo e Guerra, que ficaram na capital paulista fazendo trabalhos físicos, juntam-se à delegação. Suspensos no Brasileirão, Michel Bastos, Tchê Tchê, Dudu e Borja voltam a ficar à disposição.
Os cinco jogadores que não podem jogar a competição, seja por já terem atuado em outros times, seja por terem chegado após o término das inscrições, são Mayke, Luan, Juninho, Bruno Henrique e Deyverson.
Assim, o rascunho do time que precisa vencer o Cruzeiro é Jailson; Jean, Mina, Edu Dracena e Michel Bastos (Egídio); Felipe Melo (Thiago Santos) e Tchê Tchê; Roger Guedes, Guerra e Dudu; Borja.
O preço do sabático
Como se pode ver, são times muito diferentes entre si, em três partidas consecutivas. Cuca, sob pressão constante, tem que extrair o melhor do elenco a cada jogo, tendo (re)assumido o comando do time há menos de três meses e com jogadores com pouco ou nenhum tempo em campo, o que dificulta demais a tarefa de dar identidade e padrão ao time – quanto mais de desenvolver variações táticas consistentes.
Todas essa situações são consequência do período sabático que Cuca tirou nos primeiros meses do ano – condição já prevista antes mesmo de sua primeira chegada. Cuca não comandou a renovação de parte do elenco no começo do ano e nosso elenco foi reforçado com peças a pedido de Eduardo Baptista, e nem todas se encaixam exatamente no modelo que Cuca, que também não deixava claro quando voltaria ao mercado de treinadores.
Diante da evolução lenta do trabalho de Eduardo Baptista e o fim das férias de Cuca, Alexandre Mattos teve que agir rápido, para não ter o risco de vê-lo assumir compromisso com um de nossos concorrentes – e tanto Flamengo, quanto Santos, Grêmio e Atlético-MG estavam vivendo períodos de instabilidade e seus técnicos balançavam.
Com a volta de Cuca, novos jogadores tiveram que ser contratados – inelegíveis para a Copa do Brasil. Todos ainda buscam a adaptação ao elenco, em pleno mês de julho, com o time já dentro dos funis das copas. Cuca declarou esta semana ter “90% do time ideal definido”, mas o que vemos em campo parece ainda bem longe disto. O Verdão ainda busca sua identidade técnica em 2017, enquanto nossos principais concorrentes já fazem ajustes finos.
O Palmeiras deveria estar vivendo um ano de plenitude, exercendo a superioridade técnica do elenco, que por sua vez traduz a excelência administrativo-financeira que o clube atingiu. Mas a interrupção do trabalho, que durou quatro meses, comprometeu todo o ano – o time segue disputando os campeonatos, mas com muito mais dificuldades do que se imaginava. Tem dois placares para reverter e em ambos a situação não é simples. No Brasileiro, até estaria no bolo, apenas um pouco abaixo do aceitável, não fosse a campanha fora da curva de nosso rival – justo eles.
O Palmeiras tem totais condições de ter sucesso ainda este ano, mesmo com todos esses problemas. Mas o ano de 2017, seja qual for o resultado em dezembro, será uma ilustração perfeita de que no futebol, nem com um clube rico e organizado, nem com todo o cuidado no planejamento, é possível se ter a certeza de conquistas ou de um ano tranquilo.
Que o raciocínio sirva para 2018: mais uma vez entraremos organizados, saudáveis financeiramente e desta vez com o mesmo técnico. Em tese, muito mais favoritos e com muito mais chances que este ano. Mas mesmo sem outro período sabático em vista, vai saber que imprevistos o destino nos reserva.