Podcast: Periscazzo (23/10/2017)

Ganhamos do Grêmio, lá – e secamos o SCCP ao vivo, e comemoramos os gols do Botafogo juntos. Periscazzo épico!

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A arrancada para o deca: faltam dois atos

CalculadoraNo dia 30 de agosto, após a rodada 22 e com 14 pontos de distância para o rival, o Verdazzo planificou uma arrancada em três etapas, na qual era prevista despretensiosamente uma virada na tabela considerando a brusca queda de rendimento do pessoal de Itaquera e uma estabilização dos resultados do Palmeiras no Brasileiro, já sem as disputas das copas para nos dividir a atenção.

A primeira das três etapas se encerra hoje, com a partida entre Botafogo e SCCP (o Periscazzo desta noite vai acompanhar a partida e secar os caras ao vivo, não perca!). O Palmeiras ficou a apenas dois pontos da previsão – certamente o resultado que ficou completamente fora de qualquer previsão foi o empate com o Bahia, que causou a demissão de Cuca.

Já o rival fez a previsão despretensiosa ficar um pouco mais séria ao despencar mais que o esperado. Mesmo uma pouco provável vitória esta noite no Rio de Janeiro os deixará a quatro pontos da previsão. A diferença entre os dois clubes, que deveria ser de 11 pontos a esta altura da planificação, pode ser de 6, 7 ou 9 pontos.

O segundo ato

Curtinho, contemplando apenas as próximas três rodadas, o segundo ato desta projeção deve chegar bem perto da virada, desde que o Palmeiras vença o Derby, na rodada 32. Sendo pessimistas, considerando que o SCCP vai conseguir uma vitória esta noite no Engenhão, a diferença de nove pontos cairá para apenas um, considerando que a Ponte Preta segura um empate no próximo domingo e que, depois de perder o Derby, o SCCP seguirá em parafuso para Curitiba e perderá do Atlético.

Em paralelo a isso, o Verdão precisa fazer valer o mando contra um Cruzeiro que já perdeu o interesse na temporada e que vem chamuscado pela derrota de virada, em casa, no clássico local; depois de vencer o Derby, precisa manter a bola cheia para chegar ao triunfo em Salvador, contra o Vitória – disparado o pior mandante do campeonato.

Arrancada: segundo ato

Se o Botafogo não perder esta noite, a rodada 33 pode significar até a virada na tabela. O diabo é ter que confiar na Ponte Preta, um time que, é sabido, não serve para nada.

O ato final

As cinco rodadas finais mostram Palmeiras e SCCP com tabelas muito semelhantes. Entrar na rodada 34 com vantagem na tabela pode ser decisivo. Até lá, muita coisa pode acontecer e não se pode levar muito em conta o que os times estão jogando hoje. Podemos precisar de uma força do Cheirinho, por isso é importante que eles ainda estejam lutando por vaga na Libertadores na rodada 36.

Arrancada: terceiro ato

O time de Fábio Carille sofre com o elenco limitado, com reservas que não seguram o nível dos titulares num final da temporada que está sendo bastante duro no aspecto físico pelos lados de Itaquera. Por aqui, o elenco tem segurado bem a pegada; Alberto Valentim, com um esquema simples, consegue fazer o time se impor diante dos adversários na base da qualidade técnica. Estas cinco rodadas apresentam uma leve tendência do Palmeiras abrir dois ou três pontos.

Esperança

Sabemos que no futebol as coisas mudam muito rápido. Há dez dias, estávamos em profunda depressão vendo nosso técnico ser demitido após um empate em casa contra o Bahia e não havia uma alma viva que apostasse um tostão no título do Palmeiras; os sites estatísticos definiam nossas chances em torno de 3%. Hoje, esse número oscila entre 13% e 15% – ainda pouco, mas já é considerável.

Tem o fator arbitragem. Tem o imponderável. Muita coisa pode acontecer. Mas o Brasileirão de pontos corridos de 2017, que muita gente dava como definido ao final do primeiro turno, ainda pode ter capítulos emocionantes – e, quem sabe, um espetacular plot twist pintado de verde e branco no final.

É permitido sonhar. E também é muito divertido.

Depois desta projeção, vamos jogo a jogo. Foco no Cruzeiro.

E secar o rival esta noite, pode, sim!

VAMOS PALMEIRAS!


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Podcast: Periscazzo (20/10/2017)

Mais um bom jogo, contra a Ponte Preta, e a volta da perspectiva real de disputar o campeonato foram a pauta de mais este Periscazzo.

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Os reforços para 2018 que já estão contratados faz tempo

Alexandre MattosEnquanto a torcida reativa as calculadoras – afinal, as chances de título voltaram a ser uma realidade – a diretoria do Palmeiras já vai pensando no elenco do ano que vem. Mesmo sem definir quem será o treinador em 2018, o departamento de futebol certamente começa a montar o quebra-cabeças básico, para depois, já com o comandante definido, ir ao mercado e trazer os reforços.

Uma das vantagens que o Palmeiras conquistou nas últimas temporadas é a primazia de comandar as negociações. Se o Palmeiras manifestar interesse, sempre será a primeira opção da maioria dos jogadores. Não precisamos forçar a barra para fechar com nenhum atleta antes que outro time brasileiro o faça, e sim o contrário.

Em 2006, ninguém dava muita bola para ele

ValdiviaUma das táticas de formação de elenco, à qual o futebol brasileiro está bem pouco afeito, consiste na maturação de jogadores. O atleta que demonstra potencial em clubes de menor expressão passa por um período na penumbra, adaptando-se ao ambiente de enorme pressão, além de completar o desenvolvimento físico e técnico. Conforme sua evolução, em um ano ou um ano e meio, começa a despontar.

O jovem Jorge Valdivia chegou do Colo-Colo em agosto de 2006 e brigava com Rosembrick para ser a primeira opção do banco para o meio-campo. No fim do ano, passou a ter chances como titular. Em 2007, sob o comando de Caio Junior, aprimorou seu futebol e dividiu com Caio Firula a função de fazer Edmundo brilhar. Finalmente, em 2008, tornou-se um dos maiores meias que o Palmeiras teve neste século, comandando o time que conquistou de forma espetacular o Paulistão daquele ano.

Para cada Valdivia, temos uma boa quantidade de projetos abortados. No elenco atual, Erik foi um atleta que chegou no início de 2016 cercado de expectativas, mas está em vias de completar seu segundo dos cinco anos de contrato sem empolgar – ao contrário, vê jogadores como Keno e Roger Guedes, que chegaram depois, ganhar espaço. Se permanecer no elenco em 2018, certamente será sua última chance de mostrar evolução.

Hyoran e Raphael Veiga

Hyoran e Raphael Veiga
Ag.Palmeiras/Divulgação

O elenco de 2017 tem dois coadjuvantes muito talentosos, com enorme potencial para despontar no próximo ano: Hyoran e Raphael Veiga. O primeiro escapou da tragédia que se abateu sobre a Chapecoense – à época já estava negociado com o Palmeiras. Com muito a evoluir na parte física, teve um ano de aprendizado e aproveitou a oportunidade de brilhar num clássico, na vitória por 4 a 2 sobre o SPFC. É relativamente veloz e tem a facilidade de jogar por dentro ou pelas beiradas.

Já Raphael Veiga parecia um pouco mais pronto, depois de comandar uma excelente reação do Coritiba no segundo turno do Brasileirão de 2016 – o time paranaense era sério candidato ao rebaixamento, mas reagiu nas rodadas finais depois que Veiga encaixou no meio-campo do time. Mais forte fisicamente que Hyoran, com um bom chute de média distância, teve mais chances com a lesão de Moisés, mas também mostrou que ainda precisava de maturação.

Disputa aberta

Aos 31 anos, Guerra chegou para dar um toque de experiência internacional num elenco obcecado pela Libertadores. O venezuelano, no entanto, não conseguiu se firmar de forma indiscutível nem quando Moisés estava lesionado; agora, com o camisa 10 a pleno, disputa uma vaga pelas beiradas com Dudu e Keno – missão inglória.

Guerra
César Greco/Ag.Palmeiras

A tarefa de Guerra deve ficar ainda mais difícil se Hyoran e Raphael Veiga de fato subirem um degrau na carreira e conquistarem mais espaço no elenco. Há quem diga pelas alamedas que o camisa 18, diante dessas perspectivas, sequer deve continuar no clube.

Claro que outras definições ainda precisam acontecer; a janela europeia que voltará a se abrir em janeiro pode nos tirar jogadores importantes; Dudu vem sendo constantemente sondado e, após três anos de clube, pode encerrar seu ciclo por aqui.

Todas essas variáveis são fundamentais para que Alexandre Mattos defina seus alvos no mercado para fechar o elenco que iniciará a temporada de 2018. O que se sabe, no entanto, é que o clube tem dois meninos com enorme potencial, que passaram por um grande aprendizado este ano e que, como o Valdivia de 2006, ninguém está dando muita bola, mas podem ser grandes valores para as conquistas que estão por vir.


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Sem transparência, reforma estatutária será votada no dia 31

Maurício Galiotte
César Greco / Ag.Palmeiras

O Conselho Deliberativo do Palmeiras vai votar, no próximo dia 31, propostas para mais uma reforma estatutária no clube. O edital de convocação foi publicado no último domingo e pegou de surpresa boa parte dos conselheiros progressistas do clube.

Os itens da nova proposta foram reescritos em meio a um histórico conturbado. Em 2013, Paulo Nobre formou uma comissão com 30 conselheiros, contemplando todas as alas políticas do clube.

Através de um processo cuidadoso, o novo estatuto seria refeito por completo e a meta inicial era que fosse enviado para votação até agosto de 2014, por ocasião do centenário do clube. O texto final demorou demais para sair, diante da complexidade do projeto, mas enfim passou pela consultoria de um renomado escritório de advocacia. Por “defeitos técnicos” o texto final foi misteriosamente rejeitado e a comissão, dissolvida. O trabalho foi totalmente descartado; tempo e dinheiro foram jogados no lixo. A demora no processo e a incapacidade em concluí-lo pode ser considerada o maior fracasso da gestão Paulo Nobre.

Vitalícios: uma praga eterna

Mustafá Contursi
Keiny Andrade/Folhapress

Uma segunda comissão foi formada em meados deste ano com apenas oito conselheiros, em sua maioria leais a Mustafá Contursi. O novo texto, entre várias mudanças, suprimiu um item fundamental da proposta anterior: a redução do número de conselheiros vitalícios, dos 148 atuais para “apenas” 100.

A figura do conselheiro vitalício é uma instituição que visa manter no Conselho personalidades importantes no clube, com conhecimento profundo da História e valores palmeirenses; pessoas que devem ser consultadas sempre que assuntos sensíveis venham à tona. Qualquer clube necessita ter essas referências. Mas em qualquer análise, 148 cadeiras vitalícias é claramente um exagero que torna o Conselho um órgão enviesado.

A proposta anterior, que reduzia o número de vitalícios para 100, ainda não chegava a um número razoável, mas é o que fazia com que a proposta fosse considerada politicamente viável. Só que a eleição de vitalícios, que substituem os que vêm a falecer, é um dos maiores instrumentos políticos de Mustafá Contursi, que melhor consegue manter sua enorme influência no Conselho e consolidar seu poder quanto maior for esse número.

Transparência zero

A proposta anterior, que foi inutilizada, na prática diminuía a influência de Mustafá no clube, limitando o poder do COF, onde ele reina soberano, e reesquematizando a estrutura organizacional, tornando-a muito mais enxuta com a redução do número de diretorias. O número de diretores é outra moeda de troca importante no jogo de poder de Mustafá, e enxugar a estrutura seria um golpe duro em seu modus operandi.

A nova proposta é considerada um golpe pela ala progressista do clube. O processo anterior foi lento e cauteloso para que as novas propostas fossem exaustivamente debatidas entre os conselheiros, que se reuniam com a comissão do estatuto em grupos de 50 para debater todos os pontos – as chamadas “reuniões setoriais”.

A nova proposta foi redigida a toque de caixa, sem que nenhuma setorial fosse feita, o que caracteriza o que popularmente se chama de “empurrar goela abaixo”. O processo, ao contrário do anterior, foi conduzido a portas fechadas, sem nenhuma transparência.

Emendas, para tentar reverter a situação

Um grupo de conselheiros, descontentes com a situação, deve apresentar uma proposta de emendas, na inglória tarefa de tentar reverter a manobra.

Para que aconteça uma alteração no estatuto, um novo texto deve ser aprovado ou reprovado por inteiro, os conselheiros votam “sim” ou “não”. A estratégia que resta é tentar mudar o texto que será votado, e para isso uma comissão paralela deve se reunir em regime de urgência para tentar reescrever a proposta.

As emendas então serão avaliadas; os itens que entram em conflito com a proposta atual serão votados sob o comando do presidente da casa, Seraphim Del Grande, o que deve fazer da sessão do dia 31 uma das mais tumultuadas dos últimos tempos. Del Grande, que em outros tempos foi um feroz opositor de Mustafá, hoje lhe é absolutamente leal e deve conduzir a sessão de forma a garantir os desejos de seu comandante.

Grande derrotado: Maurício Galiotte

Parte da base de apoio a Maurício Galiotte está nessa ala progressista que não concorda com a manobra de Mustafá e deve acontecer uma pressão para que o presidente se mantenha firme em favor das mudanças propostas originalmente, que devem voltar nas propostas de emendas. Se atender aos insatisfeitos, pode perder o apoio de Mustafá, pelo qual comprou tantas brigas em nome da governabilidade. Se pender para o lado de Mustafá, pode assistir parte de seus apoiadores migrarem de vez para uma  coalizão política que já desponta como nova oposição, e que tende a apoiar a volta de Paulo Nobre.

Além do Palmeiras, o grande derrotado desse novo episódio político do Palmeiras é Maurício Galiotte, que ficou vendido em mais uma manobra daquele que faz do Palmeiras seu grande playground político.