Periscazzo (28/11/2018)

Base termina mais um ano espetacular, mas e agora? – Reeleito, Galiotte tem novos desafios.

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Reeleito, Mauricio Galiotte tem novos desafios nos próximos três anos

Maurício Galiotte e Genaro MarinoNo último sábado, os associados do Palmeiras decidiram em Assembleia Geral que Mauricio Galiotte continuará sendo presidente do Palmeiras, pela primeira vez num triênio – de 2019 a 2021.

O atual presidente foi reeleito com 1843 votos, contra 1176 de Genaro Marino, candidato da oposição e vice-presidente na atual gestão. Presidente e vice romperam logo nos primeiros dias da gestão, após o fim do segundo mandato de Paulo Nobre.

Contexto da disputa

Lamacchia, Mustafá e Leila PereiraO racha na atual gestão deu-se logo na primeira semana de trabalho. A questionável manobra arquitetada por Mustafá Contursi para tornar Leila Pereira, dona da Crefisa e patrocinadora do clube, elegível ao Conselho Deliberativo, desagradou a Paulo Nobre, que rompeu definitivamente com o casal Lamacchia. Galiotte teve então que optar: ou mantinha em torno de si o grupo com quem trabalhou por quatro anos, ou se apoiava numa base política tradicional, comandada por Mustafá, somada ao apoio financeiro da Crefisa, que por sua vez condicionava o vultoso patrocínio ao afastamento das pessoas ligadas a Nobre.

Galiotte optou pela dupla Mustafá/Leila. Três vice-presidentes foram imediatamente isolados de todos os passos da gestão, inclusive fisicamente, realocados em salas distantes da presidência. Tais atitudes geraram um enorme desapontamento dos ex-companheiros de trabalho, que imediatamente se tornaram oposição ao presidente, que mesmo assim se sentia satisfeito com a base política e financeira que havia construído, a despeito das consequências de cunho político e pessoal.

Mustafá e Leila rompem

Leila Pereira em campanha
Sergio Barzaghi/Gazeta Press

Leila Pereira se tornou uma espécie de celebridade, bastante ativa nas redes sociais e aclamada no clube social e nos entornos dos estádios. As novas contratações do elenco eram sempre associadas ao aporte financeiro da Crefisa, transformando-a numa popstar palmeirense.

Enquanto isso, Mustafá Contursi seguia em sua rotina política, fazendo agrados à sua base, apoiado na distribuição de ingressos que conseguia de uma cota fornecida por Leila. Até que uma denúncia de desvio dessas cotas para cambistas foi a deixa para que Leila rompesse com Mustafá – algo que, aparentemente, sempre esteve em seus planos e ela só esperava o motivo.

Livre de Mustafá, Leila Pereira passou a ser a única influência sobre Mauricio Galiotte, o que foi muito importante quando a Receita Federal autuou a Crefisa por irregularidades na declaração no que dizia respeito ao repasse de verbas para a aquisição de jogadores. Foi necessário fazer um ajuste por questões fiscais e o Palmeiras acabou se tornando devedor de R$ 120 milhões da noite para o dia, com a anuência do presidente.

O COF, comandado por Mustafá, reprovou as contas da gestão – coberto de razões técnicas para tal. O que não significa, caso fossem aliados políticos, que fossem feitas vistas grossas. Foi o preço pago pela dupla Galiotte/Leila por romper com o velho cacique.

Caminho livre

Pizza!A escalada política de Leila Pereira prosseguiu com a alteração estatutária que ampliou o mandato do presidente para três anos. O tema era um justo anseio dos palmeirenses durante décadas, já que o mandato de apenas dois anos tornava o ambiente no clube excessivamente carregado de tensões políticas.

Ocorre que a mudança só foi colocada em pauta porque beneficiava exatamente a Leila Pereira, que por isso terá condições de concorrer à presidência ao final de 2021. Se o mandato permanecesse em dois anos, ela teria que esperar até 2022.

Para que a alteração, casuísta, fosse aprovada, Leila não mediu esforços. Rodízios e mais rodízios de pizza foram promovidos no clube social; presentinhos baratos como bolas de plástico para crianças e selfies e beijinhos distribuídos sem parcimônia, tudo para que os associados fossem favoráveis à mudança, usando a “modernidade” como retórica.

Leila PereiraEnquanto escalava rapidamente a política palmeirense, Leila via a importância da Crefisa nas contas do clube crescerem cada vez mais, com a queda ininterrupta do número de associados do Avanti, num processo de “unimedização” de um modelo de receita que antes era tremendamente equilibrado.

Foi sob o comando de Galiotte e Leila que o Palmeiras, apesar do elenco fortíssimo, patinou em sete campeonatos no biênio 2017/2018, conseguindo conquistar o brasileiro graças à mudança desesperada de comando técnico em julho, num golpe que acabou se mostrando certeiro.

Os desafios da próxima gestão

Mauricio GaliotteNo curto prazo, o futebol do Palmeiras seguirá forte. Seguiremos surfando na onda atual, já que temos um elenco fortíssimo que precisa apenas de ajustes pontuais para seguir protagonizando o futebol nacional. Alguns contratos importantes precisam ser renovados – sobretudo o de Dudu. Caso não obtenha sucesso, Galiotte terá recursos para uma reposição à altura – até porque, haverá a receita da saída do camisa 7.

O Avanti vive uma crise gravíssima. O programa que deveria ser a principal base de sustentação da economia palmeirense está deteriorando. Produtos pouco atraentes e falhas constantes no sistema de venda de ingressos impelem o palmeirense a desistir de fazer parte do quadro de associados, recorrendo cada vez mais às cadeiras da WTorre como alternativa para ter garantia de acesso aos jogos.

O enfraquecimento do Avanti traz na esteira a enorme deficiência do processo de precificação dos ingressos. Os constantes clarões vistos no estádio evidenciam o problema; as faixas de preço parecem definidas “no chute” e não obedecem a um modelo técnico.

Enquanto isso, o time desfruta da proteção restabelecida na Academia de Futebol após a chegada de Felipão – a blindagem fazia muita falta nos tempos de Eduardo Baptista, de Cuca em sua segunda passagem e de Roger Machado, que tinham que conviver com um entra-e-sai incessante de pessoas sem nenhuma relação com o dia-a-dia do futebol, fruto de concessões políticas a conselheiros e patrocinadores. Essa proteção deve permanecer com ou sem Felipão, a diretoria precisa respaldar a condição da Academia como “lugar sagrado”.

ArbitragemAo mesmo tempo em que protege o elenco de influências externas, a diretoria precisa, de uma vez por todas, estancar os danos causados pelas arbitragens. Este ano, o Palmeiras teve forças suficientes para vencer o Brasileirão, nos pontos corridos, apesar das sucessivas interferências dos árbitros. Mas por absoluta inoperância nos bastidores, acabamos alijados das disputas do Paulista e da Copa do Brasil, decididos em mata-matas – sem mencionar o próprio Brasileirão do ano passado.

Por fim, Galiotte precisa colocar o Palmeiras acima dos interesses políticos e/ou pessoais de qualquer personagem, inclusive os de Leila Pereira. Se houver a possibilidade de um contrato de patrocínio maior que o da Crefisa, ela deve ser tratada com a devida atenção, nem que isso signifique um realinhamento da relação com Leila. O Palmeiras deve vir sempre em primeiro lugar.

Boa sorte

Que o presidente reeleito Mauricio Galiotte tenha boa sorte neste triênio à frente do clube. Que o Palmeiras siga trilhando o caminho das conquistas, protagonizando o futebol brasileiro. Que nosso clube siga subindo o sarrafo e puxando a fila, sem regredir. Que o modelo de receita seja reequilibrado, que as arbitragens voltem a nos respeitar. E que a Política volte a ser praticada de forma altiva, com “P” maiúsculo, com “P” de Palmeiras.

Mesmo apoiando o grupo derrotado na eleição, o Verdazzo seguirá torcendo sempre pelo sucesso do Palmeiras, seja quem for o mandatário, mantendo a lealdade como padrão. Mas sempre atento e vigilante.


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Periscazzo (26/11/2018)

O Palmeiras é decacampeão brasileiro!!!

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Campeão após arrancada histórica, Palmeiras puxa a fila e sobe o sarrafo no futebol nacional

Festa com a torcidaO Palmeiras venceu o Vasco ontem em São Januário e se sagrou campeão brasileiro pela décima vez na História. Nenhum time tem tantas taças nacionais, tanto considerando apenas os campeonatos brasileiros, como se considerarmos na soma as Copas do Brasil.

Ao todo, o Palmeiras tem 13 taças nacionais, e se considerarmos também a Copa dos Campeões, o número sobe para 14. O título conquistado no Rio de Janeiro permitiu ao Verdão abrir três troféus de vantagem em relação ao segundo colocado.

Se vencer o já rebaixado Vitória na última rodada, no próximo domingo, quando o Allianz Parque deverá estar mais uma vez lotado para saudar nosso time e celebrar o recebimento do troféu do campeonato, o Palmeiras chegará a 80 pontos, igualando a segunda melhor campanha desde 2006, quando o campeonato de pontos corridos passou a contar com 20 clubes.

O Cruzeiro de 2014 e o próprio Palmeiras de 2016 também chegaram a essa marca – o recorde continua sendo o do SCCP de 2015, com 81.

Arrancada histórica

Felipão
Cesar Greco/Ag.Palmeiras

O Palmeiras chegou ao título após a mudança de comando técnico. A chegada de Felipão deu muito certo – mais certo do que qualquer palmeirense poderia apostar após a demissão de Roger Machado, na 15ª rodada, quando o time perdeu para o Fluminense no Maracanã e tinha oito pontos de desvantagem para o Flamengo, líder até então.

Em 22 jogos, o Palmeiras conseguiu a maior série invicta desta era do campeonato, com 16 vitórias e 6 empates – e contando. A maior marca era do SCCP de 2017, que passou todo o primeiro turno sem ser derrotado. Nesta sequência, o Palmeiras marcou 39 gols e sofreu apenas 9.

A conquista fica mais saborosa ainda quando lembramos que em vários jogos o Palmeiras foi prejudicado ostensivamente pela arbitragem, como nos jogos contra o SPFC no Morumbi e contra o Cruzeiro no Pacaembu, entre outros.

O que valoriza ainda mais o título é saber que o time ainda disputou simultaneamente a Copa do Brasil e a Libertadores de forma competitiva, ficando pelo caminho nas semifinais em ambas as competições. O Palmeiras não precisou “largar” nenhum campeonato para chegar ao décimo campeonato brasileiro com uma superioridade incontestável.

Projeção cumprida

Os 77 pontos que foram suficientes para a conquista eram a conta projetada antes do campeonato começar. O Verdazzo projetou os resultados visando essa cifra já imaginando que, embora nunca um vice-campeão tivesse superado a barreira dos 73 pontos, essa possibilidade existia e era necessária uma margem de segurança.

Parece até que sentimos o cheiro: o Flamengo tem atualmente 72 pontos e tem o Atlético-PR pela frente no Maracanã, na última rodada. A torcida rubro-negra poderá comemorar a marca de melhor vice da História chegando a 75 pontos. Parabéns!

Subindo o sarrafo

Academia de FutebolA conquista do Verdão aumenta a exigência interna do futebol brasileiro. O Palmeiras é o grande protagonista do futebol brasileiro e lidera um bloco de clubes que já enxergou que é preciso profissionalizar todas as áreas que envolvem a administração do futebol – neste momento, não por coincidência, o clube que está mais próximo do Verdão é o vice-campeão, o Flamengo. Os dois melhores colocados na tabela são os clubes que estão com as finanças mais organizadas e que conseguem sobreviver sem o adiantamento de receitas. Outros times tentam se reestruturar e dar esse passo adiante.

Mas futebol vai muito além da administração financeira, claro. Desenvolvimento e execução de processos, planejamento administrativo e esportivo, respaldo de profissionais com excelência em áreas de apoio aos atletas e o desenvolvimento e a manutenção de uma departamento de futebol de base forte também fazem parte do pacote.

O desafio do Palmeiras é se manter equilibrado em todas essas áreas, sem deslumbre, com seriedade. Construindo definitivamente um projeto de futebol de longo prazo que dê estabilidade ao treinador e que propicie o estabelecimento de uma identidade de jogo. Mantendo um modelo sólido de receitas sem colocar todos os ovos em apenas uma cesta, para continuar a subir o sarrafo e puxar a fila – quem conseguir, que nos acompanhe.

Se todos ficarem para trás, a tendência é uma dominação doméstica que pode durar longos anos, aumentando o círculo virtuoso que envolve conquistas esportivas, aumento da torcida, receitas crescentes e times fortes. E se outros times vierem na nossa esteira, quem ganha é o futebol brasileiro. VAMOS PALMEIRAS!


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Periscazzo (23/11/2018)

Felipão tem todo o elenco à disposição para o jogo contra o Vasco; proposta de patrocínio esquenta o clima da eleição.

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