Periscazzo (13/11/2018)

Verdão também administrou a tabela em 2016; e palmeirenses têm mais problemas com o Avanti.

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Enésima pane no Avanti põe amor do palmeirense à prova

AvantiEsta manhã o sistema do Avanti sofreu uma pane que prejudicou a compra dos ingressos de centenas de palmeirenses para o jogo contra o América, possível partida da conquista do título do Brasileirão.

Em comunicado oficial, o clube explicou que foi um erro no sistema da Futebol Card, que abriu as vendas uma hora antes – possivelmente uma falha por causa do horário de verão, erro grosseiro para uma empresa de TI. Na nota, o clube ainda informa que quem comprou o ingresso e atendia aos requisitos de prioridade terá a compra confirmada.

Mesmo que isso seja revertido, o stress que isso causa gera um dano irreparável ao clube. A cada problema no sistema de venda de ingressos, muitos palmeirenses acabam tendo a deixa que precisam para cancelar o serviço. E o Palmeiras assim perde receita recorrente por culpa de um serviço ruim de uma empresa terceira.

Esta não é uma falha isolada. Nossa torcida tem sofrido com os erros da Futebol Card seguidamente. No final das contas, o estádio acaba sempre cheio e o foco se volta para o jogo. Mas por trás da bela imagem das cadeiras preenchidas na televisão, há milhares de pessoas que acabaram sem ingresso de forma injusta, frustradas, com raiva, enquanto outros acabam conseguindo o ingresso beneficiados pelo erro no sistema.

Amor inesgotável

O bem mais precioso do Palmeiras é sua torcida. E a forma mais concreta do torcedor palmeirense demonstrar seu amor pelo clube é sendo sócio Avanti. É através desse programa que o clube aufere receitas extraordinárias e mantém as fontes balanceadas – o ganho direto das mensalidades, mais o ganho indireto das bilheterias dependem de um Avanti com produtos bem desenvolvidos e com a operação redonda.

Não vemos nem uma coisa, nem outra. O Avanti, hoje, é um mero programa de milhagem; os benefícios para quem não mora na capital paulista até existem, mas não atraem ninguém que esteja realmente em busca de vantagens.

Pessoalmente, pagaria o Avanti mesmo que não tivesse uma mísera contrapartida. O Avanti me parece mais uma forma de retribuir ao Palmeiras a alegria que ele me dá simplesmente por existir. Não é um serviço. É a materialização de um amor – e um amor diferente de tudo. Até o amor entre pessoas exige contrapartidas, porque a fila pode andar. Mas o amor por um clube, a não ser que você seja o Clóvis Rossi, esse não acaba nunca, não importa o que aconteça.

Compreendo, porém, que exista quem encare o Avanti como uma via de duas mãos e que exigem um serviço bem prestado, sob pena de cancelamento. Para punir uma empresa que presta um mau serviço, para punir uma diretoria que não zela pelo bom funcionamento do programa e que dá a sensação de completo descaso ao torcedor, punem o Palmeiras. O que é, literalmente, uma pena!

Outro caminho

Para não prejudicar o Palmeiras, para não dar o gosto aos torcedores rivais de verem o Verdão mais uma vez ruindo por suas próprias incompetências, para não satisfazer empresas que terão ganhos comerciais ou políticos com o enfraquecimento do programa, é que o torcedor palmeirense precisa resistir.

Queremos muito que o Avanti melhore, mas tentar fazer isso “mostrando pra eles” com o cancelamento é como matar a galinha dos ovos de ouro. É decidir com o fígado. O pequeno prazer de dar-lhes um pequeno golpe de volta não compensará o enfraquecimento do clube. Você mesmo sofrerá as consequências em sua vida, quando voltarmos frequentar o miolo da tabela, ou mesmo fazer contas para os 46 pontos.

Quem está ficando sem ingresso deve estar muito revoltado, com razão. Pois que essa energia seja redirecionada para algo outro caminho, concreto e positivo: melhorar o Avanti. Criem tags, façam movimentos nas ruas, cerquem o CT, qualquer coisa. Usem as redes sociais. Façam o diabo – dentro da lei, claro.

De nossa parte, segue um texto escrito pelo Bruno Lauria, padrinho do Verdazzo. Será encaminhado ao presidente do clube. Leitores, padrinhos ou não, sintam-se à vontade para subscrever a carta na área de comentários.


À

Sociedade Esportiva Palmeiras

A/C: de quem puder resolver os recorrentes problemas do Avanti

Prezados,

Há tempos estou adiando o envio desta mensagem. Não foram poucas as vezes em que nós, torcedores do Palmeiras (adimplentes com seus planos do Avanti e titulares orgulhosos de suas várias estrelas no sistema de rating), fomos negligenciados e desrespeitados pelo sistema de compra de ingressos.

O sistema já foi pior? Sim. É melhor do que enfrentar fila, cambista e seguranças do próprio clube para comprar na bilheteria? Também é. Mas a verdade é que ainda somos, reiterada e vergonhosamente, lesados pelo sistema de compra de ingressos do Avanti. As dificuldades e problemas são diversos e recorrentes. Basta um jogo importante para nos depararmos com uma verdadeira carnificina para conseguir reservar nossos lugares.

Assim, e já me antevendo a uma possível resposta “protocolar” por parte do clube (se é que virá), já queria deixar registrado desde logo que: (1) Não, hoje não foi uma situação atípica (mas talvez apenas a famigerada gota d’água) e (2) Sim, sabemos que o número de ingressos atualmente foi reduzido por conta da arbitragem com a WTorre.

Porém, o que hoje vivenciamos foi mais uma aberração (que, repito, já aconteceu em outros jogos). Não que vocês não saibam, mas vale a pena resumir: (1) muitas pessoas (que sequer 5 estrelas são) conseguiram comprar os ingressos antes mesmo das 10h da manhã (horário estabelecido para a abertura da pré-venda exclusiva aos 5 estrelas), e (2) o sistema falhou infinitas vezes, seja no processo de seleção de cadeiras, seja no processo de pagamento. Eu mesmo tentei efetuar o pagamento em diversas oportunidades, e diversas recusadas (com o mesmo cartão de crédito, ativo e sem restrições, que uso há bastante tempo). Liguei para a operadora do cartão e o problema não era lá, o que de fato ficou comprovado posteriormente.

No caso particular de boa parte dos que subscrevem esse documento, pagamos o plano Ouro (que nem esse nome tinha quando comecei a pagar), que custa R$ 120,00 por mês. No meu caso, ainda, tenho 2 dependentes, o que significa a quantia de R$ 240,00 por mês nos cofres do clube. Como contrapartida, e conforme regras estipuladas pelo próprio clube, tenho direito a adquirir (sem custos adicionais) minhas cadeiras de GOL NORTE ou de SUPERIOR NORTE (como sócio 5 estrelas que sou).

Acontece que hoje, ao entrar no sistema (pontual e religiosamente às 10h), não foi possível reservar nem gol norte, nem superior norte. Após 45 minutos de bastante nervoso e stress (e tendo falado com operadora do cartão, tentado ligar para o telefone disponibilizado no site do Avanti por dezenas de vezes, tentando logar no chat disponibilizado no site etc.), finalmente consegui adquirir meus ingressos para o GOL SUL.

Sim, depois de tudo, ainda sou obrigado a adquirir os ingressos, e num setor que não é do meu agrado, por conta da irresponsabilidade reiterada do Palmeiras e do seu sistema de venda aos torcedores. Mas, como disse, já deveríamos estar acostumados. Não é a primeira vez (e, confesso, acho que não será a última) que o torcedor do clube é desrespeitado, especialmente em jogos “grandes”. Logo esse torcedor que vem carregando esse clube nas costas, jogo após jogo, ano após ano (inclusive nos anos das trevas, dos quais nem é bom lembrar).

A vontade que dá é simplesmente cancelar o Avanti, comprar as malditas cadeiras da WTorre e, de quebra, processar o clube (é, inclusive, o que seria correto, não fosse o Palmeiras do outro lado e o amor incondicional que temos por ele). Eu sei, e vocês também, isso não vai acontecer. Somos, como já disse, apaixonados por esse clube, e amanhã mesmo estarei lá no Allianz, dessa vez de superior norte (já que, também misteriosamente, não consegui pegar meu gol norte mesmo estando logado no sistema às 10h em ponto).

Porém, Senhores, fica aqui registrado o desabafo. Com a esperança de que alguém se sensibilize e lembre-se que a torcida do Palmeiras é o que faz esse clube ser gigantesco do jeito que é. Somos fortes, resilientes, apaixonados e pacientes. Mas paciência tem limites. Até a nossa.

Atenciosamente,

Bruno Maschietto Lauria

Em 2016, Palmeiras também foi cauteloso na reta final

BrasileirãoO empate de ontem no Independência deixou o Palmeiras mais perto do título do que estava antes da rodada começar. A diferença para o Inter se manteve e o Flamengo ficou um ponto a mais para trás, com uma rodada a menos por disputar. Agora, são apenas cinco jogos para o fim do campeonato e temos uma confortável diferença de cinco pontos para o segundo e sete para o terceiro.

A situação, aliás, lembra muito a de 2016. Há dois anos, a pontuação do Palmeiras, na liderança, e a do vice-líder, o Flamengo, eram as mesmas dos dois primeiros deste ano, como vocês podem conferir na tabelinha ao lado. Nos jogos finais, o Palmeiras administrou a vantagem e minimizou os riscos. O que não quer dizer que esses riscos não tenham existido.

Ontem, o Verdão empatou o jogo a 15 minutos do fim, e poderia ter perdido. Mas também poderia ter aberto o placar no primeiro tempo em três ótimos lances de Willian, Guerra e Deyverson e tornado o jogo mais fácil – são variáveis que fazem parte da imprevisibilidade do jogo.

Correr riscos ainda é uma realidade para o Palmeiras no Brasileirão; nosso clube ainda não chegou ao mesmo patamar de dominação do Barcelona na Espanha, por exemplo, mas estamos tentando caminhar nessa direção. Quem sabe, chegaremos a essa excelência em alguns anos. O Barcelona, aliás, perdeu ontem para o Bétis em casa por 4 a 3.

A reta final de 2016

2016Em 2016, a partir da rodada 34, o Palmeiras de Cuca apenas administrou a vantagem, com jogos pragmáticos onde conquistou os pontos necessários para o título. E mesmo assim correu riscos. Na rodada 34, sob chuva, venceu o Inter por 1 a 0, com gol de Cleiton Xavier no primeiro tempo, mas quase sofreu o empate numa arrancada de Anderson que chegou frente a frente com Jailson, mas concluiu por cima.

Na rodada 35, vejam só: um empate por 1 a 1 com o Atlético no Independência: Gabriel Jesus abriu o placar no primeiro tempo, mas Pratto empatou aos 13 do segundo tempo e o Palmeiras sofreu uma enorme pressão até o fim do jogo – no final, comemorou o resultado e a vantagem de quatro pontos para o vice-líder.

Na rodada 36, com um gol de Dudu de cabeça, o Palmeiras venceu o Botafogo por 1 a 0 no Allianz Parque abarrotado, em partida que foi bem mais difícil do que o time carioca poderia sugerir – muito por causa da postura cautelosa de Cuca, que armou o time para não correr riscos de ser surpreendido em contra-ataques. O Verdão abriu seis pontos para o Santos e ficou a um empate do título, em dois jogos.

A conquista veio na rodada 37, em mais um jogo extremamente cauteloso do Palmeiras, que venceu os reservas da Chapecoense por 1 a 0, num gol chorado de Fabiano. O desinteresse do time catarinense, focado na disputa da Sul-Americana, facilitou a missão, mas mesmo assim a vitória veio de novo pelo placar mínimo.

Quem brilha é o troféu

Campeão Brasileiro 2016Mesmo correndo alguns riscos, algo que time nenhum do planeta jamais estará imune (afinal, é futebol), o Palmeiras vai chegando cada vez mais perto de mais uma conquista para se distanciar dos outros na lista dos maiores vencedores do Brasileirão.

Felipão, a seu modo, já construiu uma espetacular sequência de 18 jogos sem derrota, mesmo sem pré-temporada, mesmo sem poder montar o elenco com peças que se encaixem a seu modelo. Ontem, armou o time de forma a minimizar mais uma vez o risco de derrota e poupou os principais jogadores para a sequência final. O time está entregando os resultados. Nosso treinador merece crédito, mesmo nos deixando apreensivos durante os jogos.

A tabela que se oferece ao Verdão é bastante convidativa; serão três jogos em casa e mais um contra o Paraná em território amigável e o Palmeiras precisa de apenas mais onze pontos para não depender de tropeço nenhum dos concorrentes.

Muricy RamalhoEm 2009, a vantagem de cinco pontos era na rodada 29, e ela se esvaiu quando Muricy colocou o time pra frente, para abrir mais vantagem, quando poderia ter fechado a casinha e administrado os pontos.

Jogar de forma cautelosa, a exemplo do que fez o time de Cuca em 2016, parece ser a melhor forma de trabalhar essa vantagem. O Palmeiras não precisa dar show nesta reta final. Não precisamos de brilho. Quem cobra brilho deste Palmeiras é por puro despeito; não podemos cair nessa. Quem brilha mesmo, sob uma chuva de papel picado e fumaça, é o troféu.


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Periscazzo (09/11/2018)

Felipão luta com desfalques, de novo. Surgem novas imagens do Mundial de 1951. E a idolatria do palmeirense a Evair.

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