Raio-X do grupo F da Libertadores 2019

Taça LibertadoresA Conmebol realizou na noite de ontem mais um daqueles chatíssimos sorteios que formatam suas competições.

Depois de quase duas horas de enrolação, foram definidas as chaves da Libertadores 2019.

Cabeça-de-chave, o Verdão terá em seu grupo o San Lorenzo-ARG, o Junior-COL e um adversário que sairá da chave que tem Delfín-ECU, Nacional-PAR, Caracas-VEN, Melgar-PER e Universidad de Chile-CHI.

A tabela com os confrontos ainda não foi divulgada pela organização.

San Lorenzo

San LorenzoO San Lorenzo será certamente o adversário mais forte desta primeira fase. O tradicional clube portenho, que conta com a torcida do papa Francisco, foi adversário do Verdão nas semifinais da Copa Mercosul de 1999 – o Verdão levou a melhor: depois de perder por 1 a 0 no Nuevo Gasómetro, reverteu o placar com uma vitória por 3 a 0 no Palestra.

Já venceu o campeonato nacional 15 vezes, além de uma Libertadores, uma Mercosul e uma Sul-Americana. No atual campeonato argentino, faz campanha ridícula: está em 23° lugar.

Buenos Aires– fica a 2h40 de voo, ao nível do mar

Junior

Júnior de BarranquillaO Junior foi adversário do Verdão na fase de grupos no ano passado e o Verdão atropelou, com duas vitórias. O estádio Roberto Meléndez foi palco de um lance crucial de 2018: a desgambatização de Bruno Henrique.

Após a desclassificação na última Libertadores, o time seguiu campanha na Sul-Americana, onde ficou com o vice-campeonato. Já venceu o campeonato colombiano oito vezes – a última, no domingo passado, contra o Independiente Medellín.

Barranquilla não tem voo direto e a viagem dura cerca de 8h. Fica ao nível do mar.

O quarto elemento

MelgarMelgar: clube tradicional do sul do Peru, já venceu três campeonatos locais. Joga no estádio Mariano Melgar, com capacidade para 15 mil espectadores – para jogos grandes, usa o estádio Nacional San Agustín, com capacidade para 60 mil pessoas. Tem seis participações na Libertadores e foi campeão do último torneio Clausura.

Arequipa não tem voo direto e a viagem dura cerca de 10h. Fica a 2300m de altitude.


Club NacionalNacional: o time paraguaio chegou à final da Libertadores em 2014, quando perdeu justamente para o San Lorenzo – os dois times podem reeditar o confronto no Grupo F deste ano. Já venceu o campeonato local 9 vezes – no último, terminou em sexto lugar, fazendo uma campanha medíocre. Manda seus jogos no tradicional estádio Defensores del Chaco, que tem capacidade para 42 mil pessoas.

Assunção fica a 2h de voo, a 45 metros de altitude.


DelfínDelfín: clube jovem, fundado em 1989, nunca venceu a primeira divisão de seu país. Ficou em quinto lugar no último torneio. Manda seus jogos no estádio Jocay, com capacidade para 17 mil pessoas.

Manta não tem voo direto e a viagem pode durar até 15h. Fica ao nível do mar.


Caracas FCCaracas: time de tradição recente no campeonato local, tendo conquistado onze títulos – todos de 1990 para cá. Ficou em oitavo lugar na última edição e se classificou aos playoffs, perdendo na semifinal para o Deportivo Lara. Manda as partidas no Estádio Olímpico da UCV, com capacidade para 24 mil pessoas.

Caracas fica a 11h de voo, a 900 metros de altitude


Universidad de ChileUniversidad de Chile: é o favorito à vaga. Já venceu o campeonato local 15 vezes e a Copa Sul-Americana uma vez, em 2011. Foi o terceiro colocado do Clausura 2018, a quatro pontos da Católica, que se sagrou campeã. Costuma mandar seus jogos no Estádio Nacional de Santiago, que comporta até 55 mil pessoas.

Santiago fica a 4h de voo, a 450m de altitude.

Retrospecto

O Palmeiras só tem confrontos prévios contra  San Lorenzo, Junior e La U. Clique nos escudos abaixo para ver o retrospecto. Como é praxe, o Verdão não leva desvantagem contra nenhum.

San Lorenzo  Júnior de Barranquilla Universidad de Chile


Verdazzo é um projeto de independência da mídia tradicional patrocinado pela torcida do Palmeiras.

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Episódio ‘BlackStar’ deve se encerrar nas próximas horas; veja como fica o saldo de cada envolvido

BlackStarA aproximação da BlackStar, conglomerado de empresas misterioso que fez uma proposta de patrocínio astronômica ao Palmeiras, agitou a política do clube na última semana. A postura das duas partes, contudo, conduziu a situação para um descarte definitivo nas próximas horas.

Ninguém fez muita questão de fazer o negócio andar. Sob a influência fortíssima da conselheira/patrocinadora Leila Pereira, o Palmeiras jogou com o tempo. Em vez de iniciar o processo de Due Dilligence de forma objetiva, o clube elaborou, depois de uma reunião presencial, uma sabatina para que o interlocutor, um certo Rubnei Quicoli, respondesse por e-mail.

O movimento irritou o representante da empresa, que abocanhou o anzol com todas as forças ao responder de forma grosseira a mensagem do Palmeiras, que, entre dezenove perguntas, continha de fato quatro ou cinco questões relevantes – todas poderiam perfeitamente ser elucidadas pelo processo formal devido. Tudo foi acompanhado de perto pela imprensa, que teve amplo acesso ao nada amistoso diálogo.

O tiroteio através dos veículos de comunicação prosseguiu durante o fim-de-semana, tornando o clima muito difícil de ser contornado. A tendência é que não haja avanço e que o Palmeiras renove o patrocínio com a Crefisa.

Proposta incomum

Não pelo momento em que a primeira informação chegou, mas pelo volume de dinheiro e por todo o mistério que envolve a holding, a proposta naturalmente suscitou desconfiança de conselheiros, associados e torcedores. A falta de informações nos documentos preliminares reforçou a nebulosidade do cenário.

Todas as dúvidas, entretanto, poderiam ser dissipadas, com um mínimo de boa vontade das partes. O Palmeiras colocou obstáculos. E o representante da holding teve o comportamento que lembra tudo, menos o de um homem que está decidindo o destino de R$ 1 bilhão.

O Palmeiras, se não estivesse sob influência política tão forte, poderia ter sido mais receptivo à proposta e facilitado o caminho para o esclarecimento. E o senhor Quicoli poderia ter lidado melhor com o joguete proposto pelo clube. Teriam sido atitudes que preservariam intacto o clima respeitoso e profissional que uma negociação que envolve tantos recursos e interesses envolve.

Da forma como tudo aconteceu, parece que ninguém estava muito a fim mesmo de que o negócio saísse.

Saldo do episódio

Maurício Galiotte e Genaro MarinoEm vez de elucidar, os contatos contribuíram apenas para que o episódio entre para o folclore palmeirense. É bastante possível que o nome da holding se transforme num vocábulo para descrever algo duvidoso. Aquele ponta-esquerda que virá a peso de ouro e não vingar será um “BlackStar”. Aquele agente de atletas com postura duvidosa também poderá ser classificado com o nome do conglomerado. Até árbitros podem passar a ser chamados de “BlackStar”. Isso só não acontecerá se Quicoli cumprir sua ameaça de procurar outro clube e ele realmente despejar num rival o caminhão de dinheiro que quis originalmente aportar aqui. O tempo dirá.

A diretoria do clube reforçou sua lealdade à patrocinadora. A Crefisa, por sua vez, manteve-se apenas observando, com declarações furtivas, e não se desgastou – ao contrário: mesmo sem fazer nada, saiu fortalecida, com a imagem mais sólida ainda após ser comparada com uma alternativa que não passou confiança.

A oposição, mesmo tendo feito sua obrigação, saiu com a imagem arranhada. Apesar dos cuidados para manter a oferta em pé mesmo se perdesse a eleição, caracterizando o trabalho em favor do clube e não de uma condição política, o grupo encabeçado por Genaro Marino será lembrado por algum tempo como os responsáveis pela BlackStar – algo que, como vimos, terá sempre uma conotação negativa.

O Palmeiras não perde nada, mas talvez deixe de ganhar. A condição de pagamento à vista por um patrocínio de dez anos vai sempre projetar uma sombra sobre a atual gestão. As incertezas sobre o negócio jamais deixarão de ser comparadas com uma oferta de transferência imediata de uma quantia que seria mais de 60% superior ao que atualmente oferece a Crefisa. Sempre alguém poderá lembrar que o clube não se esforçou para, ao menos, ter certeza que a BlackStar seria uma jogada equivocada.

Reajuste: nada mais correto

Leila PereiraNossa diretoria, apesar de toda lealdade à atual patrocinadora, poderá usar o episódio na hora de definir o novo valor a ser pago pela Crefisa nos próximos três anos. A própria Leila já deixou a possibilidade em aberto, ao dizer que avaliaria se teria condições de cobrir a eventual proposta da BlackStar.

Ora, se a Crefisa deixou claro que poderia subir a proposta para competir com a BlackStar, e se a parceira tem sido tão boa assim para a empresa, que teve um retorno absurdo em forma de faturamento e evidência na mídia, nada mais correto do que um bom reajuste nos termos do patrocínio.

Afinal, o Palmeiras já se mostrou atrativo a empresas dispostas a pagar bem mais, mesmo com dados que acabaram não sendo dissecados. Como vimos, isso aconteceu por atitudes que passam não apenas pela grosseria do interlocutor, mas também por pressão política da própria Crefisa.

Então é hora de subir a régua.

Atualização – 14h59

O presidente Maurício Galiotte divulgou na imprensa agora há pouco que consultou o banco HSBC a respeito da carta de garantia apresentada por Rubinei Quicoli, e o banco afirmou que o documento é falsificado.

A revelação é o fato concreto que era necessário para que o assunto fosse encerrado sem que a dúvida de rasgar R$ 1 bilhão pairasse sobre a diretoria. Dispensa até o processo de Due Dilligence. A diretoria, desta forma, agiu com o profissionalismo que uma cifra de dez dígitos exige.

***

O papel da mídia palestrina isenta é defender os interesses do clube acima de tudo. E a única coisa a defender neste caso era a apuração rigorosa dos fatos. Foi o que o Verdazzo defendeu do início ao fim do episódio.

Mas muita gente, involuntariamente, acabou se revelando. Não há credibilidade para quem tomou partido antes da prova concreta surgir. Só duas coisas explicam tal irresponsabilidade: ou é a fanfarronice típica dos botecos, ou é gente que defende demais os interesses de particulares – colocando-os acima até dos do clube. E pode haver uma série de razões para isso.


O Verdazzo é um projeto de independência da mídia tradicional patrocinado pela torcida do Palmeiras.

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Executivo da Vivo escancara o desespero dos torcedores rivais

Neste rápido Periscazzo drops, o Verdazzo opina: por que o vídeo de uma palestra interna da Vivo, divulgado ontem nas redes sociais, é muito mais motivo de orgulho do que de revolta para a torcida do Palmeiras.


O Verdazzo é um projeto de independência da mídia tradicional patrocinado pela torcida do Palmeiras.

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Papagaio e a velha discussão sobre segurar ou vender os talentos da base

Papagaio e DuduPouco mais de um ano depois de suas primeiras aparições para o grande público, o atacante da base Rafael Elias, o Papagaio, é o maior destaque do ótimo time sub-20 do Palmeiras. Capitão e referência técnica, está próximo de atingir a marca de 40 gols no ano.

Papagaio vem fazendo um ano de 2018 brilhante. Depois de surgir no final do ano passado no Campeonato Paulista e na Copa Ipiranga como reserva de Léo Passos, vindo do futsal, o garoto de 19 anos mostrou uma evolução impressionante e já pode ser considerado uma realidade vinda do nosso cada vez mais frutífero departamento de futebol de base.

Sua performance excepcional parece já despertar o interesse de clubes do exterior, conforme noticiado na grande mídia. Com contrato até o final de 2020, a multa rescisória é de € 30 milhões.

A possibilidade de se desfazer de mais um jovem talento, alguns meses após a venda de Fernando para o futebol ucraniano, reabre a discussão de como o Palmeiras deve aproveitar os frutos das categorias de base, as chamadas Crias da Academia.

Vários pesos para colocar na balança

Fernando e PapagaioO lugar comum entre torcida e imprensa é vaticinar: o clube não pode se desfazer tão cedo de suas maiores promessas; mesmo havendo a necessidade de fazer caixa, é importante que o garoto passe uma ou duas temporadas no time de cima antes de ser vendido para outros mercados. Mas a decisão de vender ou não um menino de 18, 19 ou 20 anos deve ser objeto de uma reflexão profunda, levando em conta mais variáveis.

A primeira delas é o conhecimento mais aprofundado do atleta, adquirido durante todo o período de formação. Essas vendas precoces são caracterizadas por jogadas de risco por parte de quem compra – com poucas aparições, o talento potencial é comprado rapidamente, antes que um concorrente o faça. E por vezes as qualidades vistas em poucos jogos, que seduzem eventuais interessados, escondem deficiências que só são detectadas nos treinos – podem ser técnicas ou disciplinares. Nesses casos, a opção pela venda se torna mais fácil.

Se o jogador for “de verdade”, um talento com uma carreira rica pela frente, e aparecer uma oferta tentadora, a pergunta a ser feita é: qual a chance desse garoto ser promovido, render esportivamente ao clube, e seguir recebendo ofertas iguais ou melhores que a atual?

No caso de uma oferta polpuda por Papagaio, mesmo que não sejam os € 30 milhões da multa, antes de decidir pela venda há que se pensar se não é o caso de mantê-lo no sub-20, onde ainda poderá jogar por mais uma temporada, ou de encaixá-lo no time principal imediatamente – em ambos os casos, ainda terá tempo de maturar e se valorizar mais ainda.

Arthur CabralCaso a opção seja por promovê-lo ao time de cima, a tendência é que faça poucos jogos, já que vai concorrer com Borja, Deyverson e Arthur Cabral. Isso pode escondê-lo e fazer com que as chances de um bom negócio se reduzam. Mesmo que Borja ou Deyverson acabem sendo negociados e fiquem sem reposição, a tendência é que Papagaio seja a terceira opção – a não ser que arrebente nos treinos e conquiste mais espaço. Quais as chances?

Por fim, existe a vontade do atleta, que costuma ser bastante influenciada por seu agente. Se o desejo for de partir para o exterior o quanto antes, a única forma de segurar é oferecendo um bom pacote que envolva aumento substancial de salário e perspectivas reais de jogar. Fernando mostrou muita vontade de sair e foi para o Shaktar. Ninguém pode afirmar com propriedade se teria sido melhor segurá-lo.

É fácil palpitar no microfone ou nas redes sociais, simplificando as coisas com frases de efeito, baseando-se em conceitos rasos e ignorando uma série de variáveis. Mas uma decisão de vender ou não um garoto da base diante de uma oferta generosa é bem mais complicado do que parece.

Se pagarem a multa, não há como recusar

DinheiroUma oferta de € 30 milhões (mais de R$ 132 milhões) por Papagaio, no atual estágio econômico do clube, não pode sequer suscitar dúvidas. Seria muito dinheiro por um menino que tem apenas 183 minutos em sete partidas como profissional, com um gol marcado.

Esse montante é quase 65% maior do que o valor pago pela Crefisa anualmente ao clube. Sozinha, esta negociação certamente supera, de longe, a receita projetada para o ano todo com venda de jogadores. É suficiente para quitar a dívida contraída com a patrocinadora pelas aquisições dos dois centroavantes do time principal, Borja e Deyverson, e mais Dudu, Bruno Henrique, Luan e Guerra.

No futuro, no entanto, esperamos que o Palmeiras possa exigir mais, muito mais, para liberar os talentos que, ao que parece, não vão parar de brotar tão cedo da Academia de Futebol II, em Guarulhos.

Em ação

Papagaio estará em campo novamente amanhã, a partir das 15h20, quando o Palmeiras enfrentará o Inter, pela semifinal da Copa Ipiranga Sub-20, com transmissão pelo SporTV. O Palmeiras chegou às semis com uma campanha irretocável: 5 vitórias em 5 jogos, com 20 gols marcados e 6 sofridos. A outra semi acontecerá em seguida: o SPFC enfrentará o Vasco.