Frágil, elenco do Palmeiras reage como um bando de adolescentes assustados

Felipe Melo
Cesar Greco/Ag.Palmeiras

A derrota do Palmeiras ontem à noite na Vila Belmiro, para o Santos, pode ter sido um sinal de que algo está errado, muito errado no ambiente na Academia de Futebol.

No primeiro tempo o time ainda tentou jogar. Mesmo após levar dois gols em 15 minutos, o time tentou articular jogadas – ou, ao menos, os jogadores tentaram resolver na base das jogadas individuais. O Palmeiras parecia um boxeador nocauteado em pé, na esperança de encaixar um diretaço improvável e voltar para a luta.

Talvez o papo no intervalo não tenha sido positivo, não se sabe. Mas o fato é que no segundo tempo, os atletas não tentaram resolver nem em jogadas pessoais. Ao contrário: o Santos perdia a bola e nossos jogadores sequer corriam para se espalhar em campo, para tentar envolver o adversário na jogada seguinte.

Jailson chegou a receber um passe na fogueira e teve que dar um estourão. Em outra saída de bola, cedemos escanteio, de forma bizarra. É claro, nítido, transparente, cristalino que há algo errado.

Mano, negando o óbvio

Mano Menezes
Reprodução

O mais preocupante é que Mano Menezes, na entrevista pós-jogo, disse que não houve nenhum problema “anímico” e que a deficiência foi totalmente estratégica, que os jogadores não executaram o que foi determinado para a tática específica da partida. Negou algo que foi escancaradamente visível durante a partida.

A diferença de postura foi grande entre o primeiro e o segundo tempo. Os jogadores estavam amedrontados. A expressão de Gustavo Scarpa no banco, após ser substituído, era de um adolescente assustado.

Ao negar qualquer tipo de problema, Mano nos deixou apenas duas hipóteses: ou ele está completamente perdido e não está enxergando nada, ou, bem mais provável, compreendeu que existe um problema sério e está tentando blindar o grupo, algo que obviamente ainda não tem estofo para fazer, pelo pouco tempo de clube.

É curioso como técnicos como Roger Machado e Eduardo Baptista não tiveram força alguma nas crises que enfrentaram. Até mesmo Cuca, em sua segunda passagem, foi engolido. O único que colocou ordem na casa foi Felipão. General Scolari é uma fortaleza e conhece o clube. Sem alguém que conheça futebol e tenha autoridade para manter o ambiente sob controle, somos pobres meninos ricos.

Contra reviravoltas improváveis, só a aritmética

Alexandre Mattos

Quando se perde lutando, quando se cai em pé, a tristeza do torcedor por uma derrota passa logo. Mas quando o time não representa o espírito de luta do palmeirense, aí a ferida demora para fechar – e enquanto isso, a política ferve mais ainda.

É sabido que existe um processo fortíssimo de fritura sobre Alexandre Mattos. Seu cargo, que decide anualmente o destino de centenas de milhões de reais, é muito cobiçado. Há interesses grandes num fracasso do time este ano.

Talvez o atual treinador até seja fritado antes, mas a trajetória de Mattos, que a despeito de erros grosseiros segue sendo o melhor profissional do mercado, parece com os dias contados. Enquanto ele não for demitido, essas forças ocultas – ou nem tão ocultas assim – que trabalham contra sua permanência, não vão sossegar.

Para conquistarmos alguma coisa ainda este ano, precisamos que duas situações sejam revertidas. Uma não está a nosso alcance: o Flamengo precisa virar o fio. Outra, em tese, só depende de nós: temos que nos reorganizar, rápido, e retomar as vitórias.

Como manter a fé numa possibilidade que exige duas reviravoltas, sendo que em uma não temos nenhum controle, e em outra estamos reféns de forças que atuam nas estruturas eternamente carcomidas de nossa política interna?

Esperamos estar apenas criando fantasmas e que o time mostre nas próximas rodadas que não existe nada disso. Entregar os pontos, só quando a aritmética proibir sonhar.


O Verdazzo é um projeto de independência da mídia tradicional patrocinado pela torcida do Palmeiras.

Conheça mais clicando aqui: https://www.catarse.me/verdazzo.

Discussão sobre o gol anulado apenas encobre uma questão muito maior

Reprodução

O jornalista Paulo Vinicius Coelho, o PVC, postou em seu blog que a comissão de arbitragem da CBF, chefiada por Leonardo Gaciba, vai enviar o vídeo do gol anulado de Bruno Henrique contra o Internacional, no último final de semana, para ser analisado pela FIFA.

Obviamente, Gaciba segura a barra de Bráulio da Silva Machado e diz que a anulação foi correta, com a ressalva de que deveria ter sido anotada falta a favor do Palmeiras. Mas a atitude de consultar a FIFA contradiz seu discurso.

Os ex-árbitros que comentam nos canais de televisão se dividiram. Teve até um que viu, falou uma coisa, para depois olhar de novo e mudar de ideia. Diante de uma nova determinação da FIFA, ninguém sabe ao certo o que marcar num lance como aquele, embora o bom senso grite: gol legal.

Diante de tamanha confusão, a discussão sobre a legalidade ou não do lance, que nem deveria ter começado, precisa dar lugar a uma questão muito maior: por que os lances duvidosos são sempre decididos contra o Palmeiras? E por que o Flamengo e o SCCP são sempre favorecidos? O Internacional esteve, em menos de quatro dias, nas duas faces desta moeda e pode atestar essa regra não escrita.

Aquela fração de segundo

Nem cabe aqui fazer coro à compreensível teoria conspiratória de que o campeonato está comprado pelo Flamengo ou que a CBF, ou a RGT, ou o papa estão em conluio para dar o título aos cariocas. Não existe o batom na cueca.

Mas existe o medo.

Os árbitros em geral se borram de medo de prejudicar Flamengo e SCCP. Eles jamais admitirão em público, mas caso você tenha a chance de conversar sobre o tema com qualquer um deles, todos dirão o mesmo: não se pode errar contra os dois eleitos.

Há pouco mais de dois anos o árbitro Thiago Duarte Peixoto saiu chorando do Itaquerão, depois de errar a nosso favor num Derby. E tinha razão: pegou uma geladeira monstruosa.

O ex-presidente Paulo Nobre declarou há algumas semanas que vem notando que os árbitros se sentem muito à vontade errar contra o Palmeiras. Se o campeonato está polarizado entre Palmeiras e Flamengo, na dúvida, naquela fração de segundo, os lances serão decididos contra o time de verde. Foi isso que aconteceu no último domingo.

E o inverso é verdadeiro, como foi verificado na última quarta-feira, quando o mesmo Internacional foi assaltado no Maracanã. Cadê a coragem de decidir contra o Flamengo?

O Palmeiras precisa reverter essa tendência. Os juízes precisam ter medo de errar contra nós. Não existe geladeira para quem nos rouba pontos – mas precisa existir!

Seguimos reféns dos sopradores de apito. Enquanto isso, os torcedores dos dois clubes eleitos pela mídia zombam.

O que nossa diretoria fará a respeito nos bastidores para mudar esse panorama e, enfim, nos proteger?

FlaPress em polvorosa

A campanha frenética da imprensa flamenguista, a “FlaPress”, para justificar o ato de Bráulio da Silva Machado e para ridicularizar nossos protestos denota toda a preocupação com a reação do Palmeiras dentro de campo.

Os torcedores travestidos de profissionais se apegam a filigranas do texto – que, como vimos, nem os árbitros conseguem interpretar – para atestar que o Palmeiras clama por algo que não merece. Se ao menos assumissem a parcialidade, como faz a mídia palestrina, seria honesto.

O Verdazzo segue em sua trajetória de crescimento com princípios sólidos. Estamos há doze anos nesta atividade, e há três anos iniciamos a fase de crowdfunding, visando bater de frente com os grandes canais de mídia.

Ainda não temos a estrutura dos grandões, mas, com auxílio da tecnologia cada vez mais acessível, caminhamos na direção de poder competir de igual para igual com qualquer um deles – com a honestidade palmeirense que poucos podem ostentar.

Para chegarmos nesse patamar, precisamos do seu apoio. Torne-se um padrinho do Verdazzo e seja mais um a lutar pela informação independente, declaradamente apaixonada. Aqui, você sempre saberá o que está consumindo.