Palmeiras reage e, quem diria, agora só há espaço para otimismo

Palmeiras 1x0 Ponte Preta
Cesar Greco

Os quatro jogos preocupantes da reta final do Paulista passaram relativamente alheios às críticas, pelo caráter decisivo que tinham. O time venceu o estadual e a alegria mascarou os problemas.

Seguiram-se mais três jogos muito ruins na largada do Brasileiro e não teve mais como tapar o sol com a peneira. Afinal, não eram apenas três jogos, e sim toda uma sequência, desde a volta da paralisação, em que o time tinha feito apenas um jogo realmente bom – justamente o que perdeu, no Itaquerão.

Nem a vitória arrancada no último lance contra o Athletico-PR aliviou a preocupação com o futebol pobre de recursos, de inspiração e de proposta.

Na coletiva pós-jogo, em Curitiba, Luxemburgo piorou a situação ao revelar que de fato proibiu que Marcos Rocha descesse ao ataque, configurando uma covardia inaceitável que explica em muito a falta de pegada no ataque.

Tudo mudou, e rápido

Palmeiras 2x1 Santos
Cesar Greco/Ag.Palmeiras

No clássico contra o Santos, tudo mudou. O time, mesmo enfrentando um adversário com atacantes velozes como Marinho e Soteldo, não se furtou a usar os laterais para atacar. A cobertura funcionou e o time permaneceu equilibrado.

A atitude dos jogadores, que passaram a dividir o foco entre ataque e defesa, e não só em não levar gols, também mudou. E com isso veio a inspiração para produzir. Bruno Henrique e Lucas Lima fizeram suas melhores partidas no ano e responderam às justas críticas que vinham recebendo.

Dois dos quatro pontos perdidos nos empates contra Fluminense e Goiás foram recuperados na inesperada vitória em Curitiba. O Palmeiras está em quarto lugar na classificação geral, com um jogo a menos; está em terceiro em pontos perdidos, com os líderes a uma rodada de alcance.

O time que há dez dias não ganhava de ninguém da Série A e que tinha que se preocupar com o rebaixamento porque não estava dando o menor sinal de reação é hoje um real aspirante ao título.

O que melhorou

Copertino e Luxemburgo
Cesar Greco/Ag.Palmeiras

A mudança na proposta de jogo de Luxa e da comissão técnica foi fundamental para a melhora na atitude de jogadores que vinham jogando amuados.

O estupendo rendimento técnico de Patrick de Paula é um diferencial à parte. O moleque está voando e certamente é um dos melhores, se não o melhor, jogador do campeonato.

Vamos torcer para que ele também saiba tirar a badalação de letra, como o fez com o peso da camisa e com a pressão de jogar clássicos e decisões.

A força do elenco começa a ser notada. Perdemos Marcos Rocha no primeiro tempo e entrou Mayke, que mesmo sem ritmo conseguiu segurar a barra. Do outro lado, Marinho precisou sair e o poder ofensivo do Santos minguou.

O que não teve nada a ver

A pressão estúpida feita em aeroporto e nas redes sociais certamente não influenciou em nada na mudança de atitude.

Jogador gosta de contato, real ou virtual, e aceita a cobrança quando ela é feita com respeito. Essa, feita com as mesmas palavras que seriam usadas num encontro casual, funciona.

Xingamentos e ameaças funcionam exatamente ao contrário e só desmotivam a performance. Dá para dizer que o Palmeiras reagiu APESAR dessas cobranças, jamais POR CAUSA delas.

Com a comissão técnica reajustando a proposta, com os jogadores renovando a motivação, tudo melhora. Se a torcida ajustar o tom da cobrança, que pode e deve ser dura, mas sem perder o respeito, teremos uma harmonia difícil de ser batida.

O que ainda pode melhorar

Athletico-PR 0x1 Palmeiras
Cesar Greco/Ag.Palmeiras

Este primeiro passo na reação nos anima a pensar nos próximos.

Nosso time ainda precisa de uma série de ajustes. A bola parada defensiva tem sido um problema. A ofensiva também não tem sido lá grande coisa.

Se as roubadas de bola no campo ofensivo têm rendido ótimos lances, a puxada de contra-ataques ainda parece muito descoordenada. Não conseguimos aproveitar as roubadas de bola no campo de defesa, com espaço no campo adversário.

Com o resultado na mão, é preciso saber segurar a vantagem. A bola ficou demais no pé do Santos nos 15 minutos finais. O mesmo aconteceu na final do estadual. O Palmeiras precisa reaprender a segurar a bola, colocar o adversário na roda, cavar faltas e fazer o relógio andar.

Preocupa também a sucessão de lesões musculares recentes. Nos últimos 30 dias, foram quatro (Luan Silva, Gabriel Veron, Felipe Melo e Marcos Rocha). No ano de 2019 inteiro, foram dez.

A comissão técnica pode pensar mais para a frente em tentar desenvolver – se o calendário permitir – um sistema mais desenvolvido e menos previsível de jogo. Mas antes precisa resolver o que é simples e seguir ganhando pontos.

Estamos numa posição interessante na tabela, com um dos elencos mais profícuos do campeonato e em evolução. A comissão técnica voltou a ficar firme no cargo. Vemos os principais adversários acumularem problemas. Hoje, só há espaço para otimismo, algo inimaginável há poucos dias.

No futebol, como sempre, as coisas mudam muito rápido.


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Zé Rafael e o trakinas

O meia Zé Rafael foi mais um alvo da cobrança dos torcedores nas redes sociais, ontem à tarde.

Como todos os atletas do elenco, o camisa 8 foi abordado de maneira boçal por um torcedor, mas decidiu não deixar barato:

As opiniões se dividiram. Alguns acharam justa a resposta irritada do atleta, invocando a regra universal do “bateu, levou”. Outros aproveitaram o contato estabelecido para reforçar as cobranças, a maioria no mesmo tom boçal do primeiro torcedor, ou pior.

Errou!

Zé Rafael
César Greco/Ag.Palmeiras

Zé Rafael, por mais que tenha apenas reagido à provocação, errou feio ao responder o torcedor.

Ao acusar o golpe, ele concedeu a notoriedade que o torcedor queria. Quando resolveu xingar, o rapaz comprou um bilhete de loteria, cuja chance de estar premiado era ínfima. Mas foi.

O xingamento de volta foi um troféu, usado para se vangloriar perante os amigos. Ele conseguiu ser ouvido pelo jogador. Fez a pressão. Ele é o máximo.

Além disso, Zé Rafael deu pauta negativa para a imprensa, que explorou o episódio. Abutre vive de carniça.

Colocando na balança

Zé Rafael
Cesar Greco/Ag.Palmeiras

O que Zé Rafael ganhou com isso? Colocando na balança, de um lado veio a rápida sensação de não deixar barato, de se defender; do outro, vem a frustração de saber que o ofensor adorou ser respondido, mais a carniça para a imprensa, e pior que tudo: entrou na alça de mira dos haters de redes sociais.

Zé Rafael perdeu o direito a erro. E mesmo que não erre, se o time for coletivamente mal, ele será um dos mais perseguidos, porque ousou bater boca com um torcedor.

Um coitadinho que só estava se manifestando, e que se exaltou apenas porque estava num momento de emoção. Afinal, torcedor tem o direito inalienável de ser idiota em redes sociais.

A resposta deflagrou o confronto do rico contra o pobre, do famoso contra o anônimo, do arrogante contra o humilde. Não é inteligente para nenhum atleta entrar nesse tipo de embate público.

Diretrizes

O atleta palmeirense, quando assina o contrato, recebe uma série de leituras, desde material institucional até seus direitos e obrigações, entre recomendações diversas, como qualquer novo funcionário numa grande empresa.

Espera-se que entre essas recomendações esteja a de não se expor de forma inadequada em redes sociais. Sem conhecer o material, é de se imaginar essa recomendação precise ser um pouco mais esmiuçada. Talvez seja interessante até promover palestras periódicas com especialistas para os atletas.

As redes sociais são um instrumento fascinante proporcionado pela popularização da internet, mas talvez a população em geral não esteja preparada para usá-las em sua plenitude. Não cabe aqui alongar sobre esse tema, mas sim sobre o que nossos jogadores podem e não podem fazer diante desse despreparo geral.

Afinal, são profissionais, representam uma instituição e precisam agir com tal, para evitar danos colaterais que podem virar apenas uma perseguição virtual, mas que também podem ter consequências piores, até em esfera cível e criminal, dependendo do caso.


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O Palmeiras não joga e não deixa jogar: o time mais chato do mundo

Zé Rafael
César Greco/Ag.Palmeiras

O Palmeiras ganhou do Athletico em Curitiba, resultado que poucos serão capazes de repetir neste campeonato, e “recuperou” dois dos quatro pontos perdidos nas rodadas iniciais. O placar favorável diminui a pressão sobre Luxemburgo, que terá uma raríssima semana livre para treinos após o clássico contra o Santos no Morumbi.

O resultado, no entanto, não consegue mascarar o futebol de baixíssimo nível apresentado pelo time.

O Palmeiras tem uma defesa bastante sólida; os gols tomados nos últimos jogos foram de bola parada ou lances fortuitos. Mas o ataque é de riso – para os adversários, porque a nossa torcida padece miseravelmente ao ver a absoluta inoperância de um grupo notadamente qualificado tecnicamente, mas que não consegue produzir nada coletivamente.

O Palmeiras não joga e não deixa jogar. Sabe aquele timinho chato que termina o campeonato em nono lugar? Hoje, somos nós.

O que dizem os números

Palmeiras 2x1 Água Santa

Desde a volta da paralisação, o Palmeiras marcou nove gols em nove jogos. Só balançou as redes mais de uma vez contra Água Santa e Santo André.

Jogo do Palmeiras hoje é assim: tem força para achar no máximo um gol, quase todo jogo, quando não para no goleiro adversário ou nos erros de finalização. E assim como nos gols sofridos, normalmente esse nosso gol sai de uma bola parada ou de uma falha defensiva.

Isso nos permite projetar uma campanha mais ou menos assim: 22 empates, sendo 13 por 1 a 1 e 9 por 0 a 0; 10 vitórias (8 por 1 a 0 e 2 por 2 a 1) e 6 derrotas, todas por 1 a 0. 52 pontos, 25 gols marcados e 21 sofridos.

Se fôssemos um time do chamado bloco médio do futebol brasileiro, essa performance estaria excelente. Meião de tabela, sem susto quanto a rebaixamento. Tapinha nas costas do técnico: “Parabéns, quase deu Libertadores, hein?”

Passes: ou de lado, ou para trás

Athletico-PR 0x1 Palmeiras
Cesar Greco/Ag.Palmeiras

Somos o Palmeiras, o Campeão do Século XX, o maior levantador de troféus do futebol brasileiro. Não podemos nos contentar com uma projeção medíocre como essa.

Já são nove jogos e a paralisação de quatro meses cada vez menos serve como justificativa. Não há nenhum time jogando o fino da bola, longe disso, mas o sistema ofensivo dos outros, com os mesmos problemas físicos e de calendário, evolui.

A criação do Palmeiras é um solo arenoso de onde só brotam cactos. Os jogadores estão viciados em dar passes para o lado ou para trás, isso quando não apelam sem dó para os chutões da defesa.

Ontem, Rony (após chutão) arrancava livre em direção ao gol quando subitamente deu um corrupio para tocar para trás – Lucas Lima fez o gol que acabou anulado.

Esperança

Gabriel Veron
Cesar Greco/Ag.Palmeiras

Ainda temos esperanças deste panorama mudar um pouco. Gabriel Veron está em fase final de transição física e pode voltar ao time no clássico. Se ele não for contaminado por essa tendência horrenda de jogo horizontal – como já aconteceu com Patrick de Paula e Gabriel Menino – algo diferente pode acontecer do meio para a frente.

A liderança de Felipe Melo também faz falta. A despeito de Luan estar fazendo uma sequência impecável, o veterano camisa 30 se escala pela personalidade e pela capacidade de contagiar o time.

A combinação da vitalidade de Veron com a liderança de Felipe Melo pode ser a chave de uma reação. Na verdade, é a última esperança.

Porque se a dupla Luxemburgo/Copertino, a esta altura, desenvolver algo diferente na criação do time, será uma grande e agradável surpresa.


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Pagar aluguel para o SPFC é uma escolha incompreensível

Arena Sessions

O Palmeiras abriu mão de um mando no Campeonato Brasileiro ao solicitar à CBF que alterasse o local do clássico contra o Santos, no dia 23 de agosto, para o estádio do Morumbi.

A alegação é de que haverá um evento da série Arena Sessions – drive-in no gramado, com shows e filmes. A agenda do evento não contempla nada para o dia 23 em seu site oficial, mas haverá um show da dupla sertaneja Marcos & Belutti na véspera.

Uma das premissas para a troca do gramado natural para artificial era a rapidez com que eventos da véspera poderiam ser desmontados, aprontando o gramado para sua verdadeira razão de existir.

A não ser que o site esteja desatualizado, não há nada que aparentemente justifique abrir mão de um mando num clássico por causa de um show no dia anterior.

Nosso time tem uma casa. Nossos jogadores estão habituados com nosso gramado, com o vestiário, com as referências espaciais do estádio. Mesmo sem torcida real, o Allianz Parque continua sendo um diferencial para a conquista de vitórias e títulos.

Na ponta do lápis, a conta não parece alta para um orçamento como o do Palmeiras, de mais de R$ 500 milhões/ano. Os ingressos para o show variam de R$ 380 a R$ 650, o que pode projetar uma arrecadação bruta, contando eventuais receitas adicionais de consumo, de cerca de R$ 180 mil.

Descontando-se os cachês dos artistas, menos as despesas operacionais, menos o custo do aluguel do Morumbi, podemos chegar a um valor que permite questionar se não valeria a pena o Palmeiras negociar com a WTorre.

Além disso, a escolha do Morumbi como alternativa é altamente questionável. Desde 2007 o Palmeiras não manda jogos no estádio do SPFC, bem antes do Allianz Parque existir, por uma correta decisão estratégica de asfixiamento econômico do rival.

Ao decidir pagar aluguel para o SPFC para mandar um clássico, o Palmeiras faz uma escolha incompreensível.

Está claro que a operação do Allianz Parque sofreu um grande abalo devido à pandemia e que soluções criativas como a série Arena Sessions são alternativas inteligentes para manter a roda girando.

Mas a prioridade deve ser sempre o Palmeiras, ainda mais em clássicos. Ainda mais porque aparentemente não há show no dia do jogo e porque a conta é pequena. E ainda mais porque parte da grana vai para o SPFC.

  • Clique aqui para ver o retrospecto do Palmeiras no estádio do Morumbi.

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A missão de Luxa neste calendário atípico é ser rápido e certeiro

Campeonato Paulista 2020

O Palmeiras conquistou o Campeonato Paulista em cima do SCCP no último sábado e fez a alegria de toda a torcida.

Não importa se jogou bem ou mal, não importa se mereceu ou não, o que importava era ganhar. E ganhamos. Deles.

Por isso, era necessário fechar uma espécie de pacto na torcida para apoiar incondicionalmente o grupo, mesmo com as claras demonstrações de baixo desempenho desde o primeiro jogo contra o rival no Itaquerão.

Com a conquista, no entanto, esse cenário agora muda um pouco. Agora é hora de cobrança por evolução. Para que isso seja feito de forma justa, é preciso tentar enxergar com clareza todo o cenário.

O cenário corriqueiro

Dudu

Luxa recebeu um elenco em dezembro, ganhou seus reforços, fez suas dispensas e promoveu alguns ótimos meninos para o time de cima. Perdeu a maior referência técnica do time, Dudu, e ganhou em troca Rony, que parecia jogar muito mais do que vem mostrando com nossa camisa.

Gabriel Veron, em quem (justamente) se deposita muita esperança, se recupera de lesão. Bruno Henrique, Willian, Lucas Lima, Raphael Veiga e Gustavo Scarpa estão jogando, juntos, menos que 10% do que o Hyoran sozinho no Atlético.

E nada indica que se o Hyoran ainda estivesse aqui estaria muito melhor que os que ficaram. Ao contrário: imaginamos que qualquer um dos mencionados acima, em outros times, estariam voando.

Tudo isso faz parte das variáveis comuns do futebol: transferências, perda de ritmo, oscilações; dificuldades que qualquer treinador precisa superar.

Novo contexto

Palmeiras 3x1 Guaraní-PAR
Cesar Greco/Ag.Palmeiras

Existe, no entanto, um contexto com muitas nuances que não pode ser deixado de lado: a paralisação do futebol pela pandemia.

Um conceito de trabalho começou a ser desenvolvido em janeiro. Após 14 jogos, o time começava a mostrar sinais de que estava engrenando, sobretudo pelas duas vitórias na Libertadores, com atuações realmente convincentes. A memória curta da torcida, comumente com viés negativo, tende a sublimar as lembranças.

É verdade que entre essas partidas houve jogos muito fracos, como os empates com a Ferroviária e Inter de Limeira. Mas pareciam oscilações normais de início de trabalho.

De repente tudo parou e os jogadores ficam inacreditáveis quatro meses correndo por suas amplas salas e varandas para tentar manter o preparo físico. Reclamamos da forma que os jogadores voltam nas usuais férias de dezembro, que somam 30 dias. Imaginem quatro meses. Tudo o que foi feito taticamente entre janeiro e março foi perdido.

E isso está sendo visto em todo o futebol brasileiro. Não tem nenhum time jogando o fino. O favoritão está na lanterna. Tudo ainda é uma grande bagunça e a parte final dos estaduais foi apenas uma espécie de nova pré-temporada para todos.

O calendário é o mais cruel da história do esporte e não há tempo para que os treinadores façam treinos mais elaborados. São dois jogos por semana direto, sem aquela folguinha que deixa uma janela aberta para focar em soluções táticas. Todas as experiências são feitas durante os jogos.

Isto posto, é preciso deixar claro que, após sete partidas, o Palmeiras está muito longe de apresentar um bom futebol, e que há razões para isso.

Então, está tudo bem?

Podemos até tentar entender os motivos para que o desempenho esteja tão ruim. Mas isso não nos livra da apreensão de ver o time jogar um futebol tão desnorteado, vivendo de lampejos de talento individual.

O ritmo de desenvolver um conjunto de planos táticos para esta temporada é diferente da que os técnicos estavam habituados no calendário estável, o que faz deste Brasileirão uma grande loteria. As diferenças de elencos são niveladas por baixo.

A maioria dos times está com a defesa acertada, porque armar a defesa é sempre a primeira coisa a ser feita e é mais fácil. Precisamos então de jogadas coordenadas para quebrar linhas defensivas. E rápido. Tudo isso, lidando com as inevitáveis perdas por lesões.

Quem sair antes do caos, vai colher os frutos lá na frente. Quem der a sorte – ou tiver a perspicácia – de encaixar rápido um plano de jogo vencedor, vai somar pontos nas rodadas iniciais e esse acúmulo pode ser decisivo.

Então, não está tudo bem. Precisamos dessa resposta rápida de nossa comissão técnica.

Luxemburgo já se mostrou ao longo de sua trajetória ser um treinador extremamente inteligente. Mas terá ele a capacidade de vencer também neste atípico cenário de urgência?

Porque é neste contexto que ele deverá, justamente, ser cobrado.


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