O ano de 1967 na História do Palmeiras

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Mesmo após a conquista do Paulista em dezembro, a diretoria do Palmeiras houve por bem retornar Mario Travaglini à condição de auxiliar, e trouxe uma bandeira do clube para ser o novo técnico: Aymoré Moreira, goleiro palestrino na década de 30, campeão paulista em 1934 e já com duas passagens pelo Palmeiras como treinador.

Como reforços, três destaques do estadual: o ponta Jair Bala, do Comercial; Baldochi, zagueiro do Botafogo; e Geraldo Scalera, lateral da Ferroviária; ainda vieram o atacante Leocádio, do Londrina, e um atacante rebelde do Flamengo, que se recusava a treinar com os juvenis depois de ter jogado pelos profissionais: um certo César, que, diziam, era meio maluco.

Além disso, Minuca, que já vinha ganhando espaço do veteraníssimo Valdemar Carabina em 66, foi efetivado como titular.

Depois de alguns amistosos no início do ano, teve início em março o Torneio Roberto Gomes Pedrosa – na verdade, o Rio-São Paulo com novos convidados, de outras partes do país. Os destaques de Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul passaram a integrar o torneio, que ganhou caráter verdadeiramente nacional.

O Palmeiras ponteou seu grupo na fase de classificação e chegou ao quadrangular final administrando a vantagem.

No meio da campanha, perdeu Djalma Dias, por falta de acerto financeiro – o craque acabou se transferindo para o Atlético-MG. Em abril, chegou o goleiro Pérez, do Deportivo Galícia da Venezuela, para ser o reserva de Valdir.

A contratação foi providencial. Valdir se machucou no último jogo da primeira fase, contra o Bangu. Pérez assumiu o posto nas partidas do quadrangular final, contra o SCCP, Inter e Grêmio.

Com resultados arrancados nos minutos finais das partidas, o Palmeiras ganhou a liderança da fase e arrebatou o título nas duas rodadas finais, vencendo o SCCP e o Grêmio com gols de César, aquele meio maluco, ganhando seu segundo Campeonato Brasileiro.

Um mês mais tarde, depois de uma rápida excursão ao Japão, o time iniciou a disputa do Campeonato Paulista. O time foi reforçado nas extremas: Dorval, um dos destaques do Santos e da Seleção Brasileira, e Lula, do Fluminense, envolvido numa troca por Suíngue e Rinaldo.

Depois de um primeiro turno irregular, as pressões sobre Aymoré aumentaram. Dorval não deu encaixe, Gallardo não chegou a acordo para renovar o contrato, e muitas vezes o time jogava com três centroavantes, César, Servílio e Tupãzinho. Mario Travaglini assumiu novamente o time; Cardosinho ganhou o espaço de Dorval, que acabaria liberado no fim da temporada.

O título paulista, que era disputado por pontos corridos, já era um sonho quase impossível quando veio a disputa da Taça Brasil, que definia as duas vagas brasileiras para a Libertadores de 68. O Palmeiras, campeão paulista, pelo regulamento foi posicionado direto na semifinal, contra o Grêmio.

Os duelos foram muito difíceis. Depois de perder em Porto Alegre, o Palmeiras conseguiu devolver a derrota no Pacaembu e forçou o terceiro jogo, que também conseguiu vencer com dois gols de César.

As finais foram contra o Náutico, que naquele ano montou o melhor time de sua história, com jogadores lendários no futebol nordestino como Gena, Ladeira, Nino e Lala, além do ex-palmeirense Ivan Brondi comandando o meio-campo. O Palmeiras venceu o jogo de ida na Ilha do Retiro por 3 a 1, mas surpreendentemente perdeu o jogo que seria o da festa, no Pacaembu, já depois das festividades do Natal. Foi realizado então um jogo-desempate no Maracanã no dia 29 de dezembro, e o Verdão venceu por 2 a 0, com gols de César e Ademir, e sagrou-se novamente campeão brasileiro.

Taça Brasil 1967


Jogadores no ano de 1967


Jogos no ano de 1967