O ano de 1971 na História do Palmeiras
A grande contratação do Palmeiras para o ano de 1971 foi o meia-atacante Leivinha, da Portuguesa, que veio para disputar uma vaga com Fedato e principalmente Hector Silva. Copeu e Jaime foram descartados logo no início do ano.
O primeiro grande desafio foi a Libertadores. Como vice-campeão brasileiro, o Palmeiras disputou a fase de grupos junto com o Fluminense e os venezuelanos do Deportivo Galícia e do Deportivo Italia. Apenas um clube avançaria, e o Palmeiras precisou buscar a vaga no confronto final, no Maracanã, e venceu com inapeláveis 3 a 1.
Em meados de março o Campeonato Paulista já havia começado e o time havia conseguido, entre jogos das duas competições, uma ótima sequência que chegou a nove vitórias seguidas.
O estadual foi disputado em 22 rodadas, turno e returno, pontos corridos. As partidas da Libertadores desviaram um pouco o foco do time, que apesar de ter um ataque poderoso, mostrava algumas inconsistências na defesa.
Na Libertadores o novo desafio era passar por um triangular com Universitário-PER e Nacional-URU. Depois de perder para os uruguaios no Pacaembu, a vaga na final dependia de uma vitória no Centenário de Montevideo. E apesar de um bom começo, com César abrindo o placar no primeiro tempo, o Nacional virou o jogo e o Verdão acabou eliminado.
Mas a disputa do estadual continuava e ainda havia nove jogos pela frente. A diretoria do Palmeiras passou a interferir no trabalho de Rubens Minelli, que, incomodado, pediu demissão a seis jogos do fim do campeonato.
Com Mario Travaglini de volta ao comando, o time seguiu conquistando pontos e encaixou grandes vitórias, como os 4 a 0 na Ponte Preta e os 7 a 0 no São Bento.
Mas o SPFC também fazia grande campanha, raramente perdia pontos e seguia ponteando a tabela. Os dois adversários chegaram à rodada final separados por apenas um ponto e a tabela marcava exatamente um confronto direto entre os times.
Bastava um empate ao SPFC, que começou jogando melhor e abriu o placar com Toninho Guerreiro aos 5 minutos, aproveitando bola mal rebatida por Minuca. O Palmeiras estava nervoso e não encaixava eu melhor jogo; o placar de 1 a 0 seguiu até o fim do primeiro tempo.
O Verdão voltou do vestiário com outra atitude; Dudu acertou a trave e o empate estava maduro. Aos 22, Leivinha chegou ao gol de empate, numa cabeçada poderosa da risca da pequena área, mas o juiz Armando Marques, criminosamente, anulou o lance alegando toque de mão do camisa 8 do Verdão.
Depois de grande paralisação, o jogo recomeçou e obviamente o ânimo de nossos jogadores foi seriamente afetado e o ritmo do Palmeiras caiu. O SPFC tocou a bola até o fim da partida e conseguiu o resultado que precisava.
Foi um golpe duro em nosso elenco, mas não havia muito tempo para lamentos, porque o Brasileirão estava por começar. E a campanha na Primeira Fase não foi boa: apenas 22 pontos em 38 possíveis; o quinto lugar na chave, no entanto, serviu para avançar à Segunda Fase.
O Verdão disputaria uma vaga no triangular final num grupo que ainda tinha Coritiba, Grêmio e Botafogo. Na primeira partida, um empate em casa com o Coxa causou a demissão de Mario Travaglini. Para seu lugar, o Palmeiras foi buscar ninguém menos que Oswaldo Brandão, que havia encerrado sua passagem pelo SPFC.
Em seus dois primeiros jogos, Brandão conquistou um empate no Rio e uma vitória contra o Grêmio, em casa. O grupo estava embolado, mas o Palmeiras, com 4 pontos, estava na ponta. No returno, entretanto, o time emperrou e não marcou mais nenhum gol: perdeu no Pacaembu por 1 a 0 para o Botafogo e empatou sem gols contra Coritiba e Grêmio, e acabou eliminado, terminando o ano sem títulos, apesar da boa campanha no geral: 38 vitórias, 17 empates e 13 derrotas.
Ao final do ano, jogadores de vasto histórico no Palmeiras deixaram o clube: Minuca, Nélson, Dé e Hector Silva. Oswaldo Brandão já estava maquinando os ajustes para o ano seguinte…