O ano de 1987 na História do Palmeiras
O ano de 1987 começou ainda com o Brasileirão de 86 em andamento, e na reta final. O Palmeiras, sob o comando de Carbone, finalizou a participação na segunda fase em partidas contra o Treze e Botafogo, que serviram quase como pré-temporada, já que já estava classificado desde dezembro. Ao finalizar a fase como líder de seu grupo, o Verdão emparelhou com o Bahia na chave final.
A primeira partida foi na Fonte Nova e o Palmeiras foi muito mal, perdendo por 2 a 0 – Claudio Adão fez um gol sem ângulo em Martorelli. No jogo da volta, no Pacaembu transbordando de gente, o Verdão fez 1 a 0 num gol chorado de Mirandinha, mandou duas na trave, mas não conseguiu fazer o gol que salvaria a classificação. No começo de fevereiro, veio a primeira eliminação do ano.
Começa então a reformulação do elenco para a disputa do Paulistão. Chegam ao clube o zagueiro Vavá (repondo a saída de Amarildo), o lateral Renato Martins (Denys), o meia Amauri (Mendonça), os meias Delei e Juninho (Jorginho), os atacantes Roberto Carlos, Guina e Mauro (Barbosa, Mirandinha e Éder). Como se pode ver, o elenco perdeu muita qualidade.
O Campeonato Paulista de 1987 foi disputado por 20 clubes, que disputaram dois turnos jogando todos contra todos. Os campeões de cada turno se classificavam para as semifinais, bem como os dois mais bem colocados por índice técnico somando-se a pontuação dos dois turnos.
Após demitir Carbone na sexta rodada, o Verdão embalou, sob o comando de Valdemar Carabina, que lançou Zetti no lugar de Martorelli. O time engatou uma sequência de incríveis doze jogos sem sofrer gols, sendo vazado apenas no empate por 1 a 1 na rodada 19, em Santo André – ironicamente, com um gol do grande Luís Pereira.
O time recebeu mais três reforços: a volta de Carlos Alberto Borges, mais os atacantes Bizu e Ditinho Souza. Sem qualquer obrigação no segundo turno, o Palmeiras caiu de rendimento. Contribuíram para isso, além da natural falta de desafios, também o afastamento de Delei, que teve uma lesão no olho, e a convocação de Edu Manga para a Seleção Brasileira. O time ficou morno por dois meses e meio, até chegar o momento da decisão: ao fim do segundo turno, ficou definido que o Palmeiras enfrentaria o SPFC, segundo melhor por índice técnico.
A partida de ida terminou sem gols no Morumbi. No segundo jogo, no mesmo estádio, Müller abriu o placar logo a um minuto, aproveitando falha de Toninho. Aos dez, o Palmeiras teria uma falta quase sobre a risca da área, mas Roberto Nunes Morgado enxergou a falta mais para a frente e assinalou pênalti, que Edu Manga converteu.
O jogo seguiu e Lê cavou um pênalti em jogada com Ditinho – Morgado compensou o erro no primeiro pênalti. Müller bateu para fora, mas se redimiu pouco depois, ao pegar um rebote na entrada da área e bater de canhota, colocado, vencendo Zetti que foi com mão de alface na bola e deixou que ela entrasse.
O Verdão voltou decidido a empatar no segundo tempo e ao menos levar o jogo para a prorrogação. O jogo ficou muito disputado e nervoso, mas aos 34 minutos foi decidido numa falha clamorosa de Zetti, que aceitou a bola entre suas pernas numa falta batida quase do meio do campo por Neto. Assim, da forma mais irônica possível, terminava o Paulistão de 1987 para o Palmeiras.
Visando a Copa União, a diretoria novamente reformulou parte do elenco e deixaram o clube Vagner Bacharel, Renato Martins, Borges e Guina. As novas esperanças de recolocar o Palmeiras no caminho das glórias eram o zagueiro Nenê, o volante Célio e os atacantes Tato, Rodinaldo e Adalberto.
Claro que nada de interessante poderia acontecer. O Palmeiras fez uma campanha irregular, ficando em terceiro lugar na primeira fase. Na segunda fase, já sob o comando de Rubens Minelli, chegou na última rodada precisando vencer o Atlético em Belo Horizonte e torcendo para o Flamengo não ganhar do Santa Cruz no Maracanã. O Verdão caiu por 1 a 0; o Flamengo, venceu. Portanto, mesmo que o Palmeiras tivesse feito sua parte, estaria eliminado. E assim terminou o triste ano de 1987 para o Verdão.