O ano de 2001 na História do Palmeiras

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Mustafá ContursiO Campeão do Século XX iniciou o novo século atravessando um choque de realidade. O time já havia perdido meio time após a Libertadores de 2000 e as frustrações do fim do ano anterior já começavam a antecipar o que nossos olhos não queriam ver: o Palmeiras estava perdendo força. Mustafá Contursi instituiu a chamada política do “bom e barato” a partir do encerramento da co-gestão com a Parmalat e com o fim dos passes dos atletas, que deixavam de ser ativos do clube e passavam a ser donos de seus direitos econômicos.

Apesar de decepcionantes, as perdas da Copa João Havelange e da Mercosul não derrubaram Marco Aurélio, que permaneceu no cargo. O “grande” reforço do início do ano foi a volta de Alex, que tinha sido emprestado por seis meses ao Flamengo. Como novidades, vieram o meio-campista Claudecir, tido como o ponto de equilíbrio do surpreendente São Caetano de Jair Picerni; o zagueiro Alexandre, o lateral Daniel Martins e o atacante Edmílson “He-Man”.

Sem novos reforços de peso, encarando perdas significativas, o elenco estava enfraquecido também moralmente. No Rio-São Paulo, o Palmeiras foi eliminado na fase de grupos. O início no estadual foi péssimo. Após 11 jogos nas duas competições, tendo vencido apenas duas partidas, Marco Aurélio foi demitido. Para seu lugar foi chamado um gaúcho, numa tentativa de reviver os tempos de Felipão: Celso Roth.

O Palmeiras, por ter vencido a Copa dos Campeões em 2000, conquistou a vaga na Libertadores e trouxe para a competição mais quatro reforços em março: o zagueiro Leonardo, o lateral/meia Felipe e os atacantes Muñoz e Fábio Júnior. E o time deu encaixe, começando a voar. No Paulista, o estrago tinha sido grande e a arrancada foi insuficiente para classificar o time às semifinais – terminamos a fase de classificação em quinto lugar. Mas na Libertadores, o Palmeiras fez uma campanha quase perfeita, alcançando o final da fase de grupos em segundo lugar, atrás apenas do Vasco, que gabaritou seu grupo.

Celso RothTendo apenas o mata-mata da Libertadores pela frente até o fim do semestre, focado na competição, o Palmeiras pegou uma chave difícil. O São Caetano venceu o jogo da ida, no ABC – nas entrevistas após o jogo, Roth começou a revelar sua pior característica, queimando o jovem Tupã, culpando-o pela derrota. Mesmo assim, na volta, o Palmeiras reverteu a situação, vencendo por 1 a 0 no Palestra, com um gol salvador de Muñoz, e avançou nos pênaltis.

O adversário seguinte foi o Cruzeiro e o empate por 3 a 3 na ida, no Palestra, não era um bom sinal. Lopes fez os três do Verdão, o último aos 45 do segundo tempo, empatando o jogo – o Tigrão estava endiabrado e era a esperança da torcida. Mas o Cruzeiro, comandado por Felipão, era um time muito forte e ficou duas vezes à frente no placar no Mineirão – Alexandre empatou de cabeça aos 40 do segundo tempo e provocou mais uma decisão nos pênaltis. Jackson teve a chance de definir para o Cruzeiro na quinta cobrança, mas foi intimidado por Marcos, que já havia defendido duas, e isolou. Nas alternadas, Marcos pegou mais uma e Muñoz garantiu a passagem às semifinais.

Arce e GaleanoO adversário era o Boca Juniors. A partida de ida, na Bombonera, será para sempre lembrada como o maior roubo do futebol mundial. O paraguaio Ubaldo Aquino assaltou o Palmeiras com uma arbitragem criminosa, anulando gol legítimo, ignorando pênalti claro a nosso favor, expulsando jogador palmeirense injustamente e inventando pênalti para os argentinos. Mesmo assim, o Palmeiras trouxe um bom 2 a 2 para o Palestra.

No jogo da volta, brilhou a estrela de Juan Riquelme. O craque argentino desfilou categoria no Palestra e com 17 minutos o jogo estava 2 a 0 para o Boca. Fábio Júnior diminuiu aos 36 e o Palmeiras já tinha o controle do jogo – a reação só foi interrompida porque, num gol (corretamente) anulado do Palmeiras, um torcedor invadiu o gramado e agrediu o bandeirinha, esfriando o jogo. O Verdão empatou no segundo tempo, mas não conseguiu a virada e mais uma vez a decisão foi para a marca da cal. Com a complacência da arbitragem, que permitiu que o goleiro Córdoba se adiantasse muito em todas as batidas, os argentinos levaram a melhor e foram à final, contra o Cruz Azul, do México.

Paulo Assunção contra o FluminenseAlguns jogadores deixaram o clube – entre eles, Felipe e Alex. Para seu lugar, duas apostas da visionária diretoria: Misso e Rovílson. Mas também vieram jogadores talentosos, como Pedrinho, do Vasco. E o time seguiu encaixado, fazendo excelente campanha no Brasileirão, que tinha 28 equipes.

O turno único previa 27 rodadas, classificando os oito primeiros para o mata-mata. Na rodada 13, o Palmeiras liderava com quatro pontos de frente para o segundo colocado. Mas o efeito Celso Roth finalmente veio à tona. Os jogadores caíram repentinamente de produção de forma assustadora. Roth foi demitido após a eliminação na fase de grupos da Mercosul e Márcio Araújo, que já havia comandado o time no desastre do Paulista de 1997, assumiu interinamente em seu lugar. Nos sete jogos sem treinador efetivo, foram seis derrotas, com direito a goleada por 6 a 2 para o Fluminense no Palestra. O Palmeiras ficou de fora até do mata-mata, terminando o Brasileirão em 12° lugar.


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