O ano de 2002 na História do Palmeiras

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Luxemburgo 2002Após mais um fim de ano decepcionante, a diretoria do Palmeiras, pressionada, trouxe de volta um nome de peso para dirigir o time: Vanderlei Luxemburgo, depois de duas passagens vitoriosas, retornou ao clube numa realidade diferente, com orçamento apertado e poucos craques à disposição.

O elenco ainda tinha alguns remanescentes da vitoriosa década de 90, como Marcos, Arce e Alex, reforçado por jogadores talentosos, como Magrão e Lopes. Como principais contratações, vieram o zagueiro César e os atacantes Christian e Itamar – este último, trazido de forma bastante polêmica do Iraty, do Paraná – Luxemburgo, durante as crises que enfrentou, foi acusado de manter uma relação profissionalmente promíscua com dirigentes do clube paranaense.

O calendário era estranho: os primeiros meses eram dedicados às fases preliminares da Copa do Brasil e aos regionais. O Torneio Rio-São Paulo foi inchado com 16 clubes e trouxe um regulamento estapafúrdio.

E assim, entre jogos contra o Bangu e o Americano de Campos, o Palmeiras jogou a primeira fase da Copa do Brasil contra o ASA de Arapiraca e, depois de perder em Alagoas por 1 a 0,  conseguiu ser eliminado no Palestra Italia, mesmo vencendo por 2 a 1 – o critério do gol qualificado foi decisivo. Uma mancha considerada terrível na História do Campeão do Século XX. Mal sabíamos o que viria pela frente.

AlexApesar disso, o time terminou a fase de classificação do Rio-SP em segundo lugar e jogou as semifinais contra o SPFC, de quem já havia ganho na fase de classificação com o famoso golaço de Alex, que chapelou o time inteiro do adversário antes de tocar para as redes.

O regulamento previa que, em caso de igualdade na soma dos placares, o critério de desempate seria pelo número de cartões vermelhos e em seguida, amarelos. Após empate no primeiro jogo, as duas equipes voltaram a se enfrentar. O placar apontava 2 a 2 e o fim do jogo se aproximava, e a cada cartão amarelo exibido as torcidas comemoravam como gols. O Palmeiras acabou eliminado por esse critério esdrúxulo, no final de abril, na última partida de Alex pelo Verdão.

Com a valorização do Rio-SP, o campeonato paulista foi disputado apenas pelos clubes do interior – o Ituano foi o campeão. A FPF, então, promoveu um monstrengo que chamou de “Supercampeonato Paulista”, um quadrangular com os três melhores colocados no Rio-SP, mais o campeão paulista. O Palmeiras, que estava havia três semanas sem jogar, entrou em mais um mata-mata contra o SPFC, e foi novamente derrotado em duas partidas que foram disputadas às moscas no Canindé e no Anacleto Campanella, no final de maio. Um fracasso em todos os sentidos.

E o futebol parou de novo no Brasil, para a disputa da Copa do Mundo.

Na volta, mais uma Copa dos Campeões. O Palmeiras disputou a primeira fase em Teresina e avançou à semifinal, contra o Paysandu, disputada em Belém. O time da casa venceu o Palmeiras por 3 a 1, de virada, e acabou se sagrando campeão numa disputa contra o Cruzeiro, conquistando uma vaga para a Libertadores.

A derrota aumentou a pressão sobre Luxemburgo, mas ninguém esperava que o treinador pedisse as contas. Sem grande orçamento, sem vaga para a Libertadores e seduzido por um projeto do Cruzeiro, o treinador deixou o Palmeiras após a primeira rodada do Brasileirão, o que foi considerado por muitos um ato de traição.

MurtosaPerdida, sem técnico, sem projeto, a diretoria teve a brilhante ideia de trazer Flávio Teixeira, o Murtosa, para dirigir o time. O Brasileirão, com 26 clubes, teria uma fase de classificação com 25 jogos em turno único e os quatro piores classificados seriam rebaixados. Como reforços, o time trouxe de volta o ídolo Zinho, o atacante Dodô, o coringa Fabiano Eller, além de jovens destaques como Leonardo Moura e Nenê.

Nas mãos de Flávio Teixeira, o time sofreu goleadas vexatórias: 0 a 4 para o Atlético, no Palestra, e 5 a 0 para o Paraná Clube. Rapidamente todos perceberam que Murtosa não conseguiria emular Felipão, e Levir Culpi foi chamado no desespero.

As rodadas se sucediam e o Palmeiras não reagia. Foram quatro derrotas e um empate nos primeiros cinco jogos sob o comando do novo treinador. O rebaixamento, inimaginável, passou a ser visto como uma ameaça real. Após 12 rodadas, o Palmeiras era o lanterna do campeonato com apenas 7 pontos.

Antes da partida contra o Paysandu, a torcida se mobilizou. Uma imensa imagem de Nossa Senhora Aparecida foi estendida na ferradura do Palestra. E o Palmeiras venceu por 1 a 0, com um gol de Itamar aos 24 do segundo tempo.

Parecia que o time finalmente reagiria, mas o buraco era grande. Dali em diante, a campanha foi regular, insuficiente. Uma vitória por 3 a 0 sobre o Fluminense, no Maracanã, deixou o time com condições de sobreviver com suas próprias forças nas rodadas finais. O empate contra o Flamengo na penúltima rodada, combinado com outros resultados, ainda dava ao Palmeiras a chance de sobreviver com uma vitória no Barradão, contra o Vitória.

Vitória 4x3 PalmeirasFoi um dos jogos mais amargos de nossa História. Saímos perdendo logo com 3 minutos, mas Flávio deixou tudo igual aos 5. De pênalti, o Vitória fez 2 a 1 aos 27 minutos. Nenê empatou aos 3 do segundo tempo, e a esperança ainda persistia.

O time, entretanto, não tinha forças e acabou sofrendo um gol de Zé Roberto, aos 31 minutos. Desesperado, precisando de dois gols em poucos minutos, foi todo à frente. Um empate ainda poderia salvar o Verdão caso os outros resultados ajudassem. Mas o gol de André Balada aos 40 minutos foi a pá de cal. Nem o gol de Arce, de pênalti, aos 43, serviu para alguma coisa. A catástrofe, inimaginável, estava concretizada: o Palmeiras estava rebaixado para a Segunda Divisão.


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