O ano de 2006 na História do Palmeiras

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Edmundo e Paulo BaierA classificação heroica para a Libertadores, obtida na última rodada do Brasileirão do ano anterior, animou a torcida. Com poucos recursos, no entanto, a diretoria não reforçou o elenco como o esperado.

A volta de Edmundo foi muito comemorada, é claro. O ídolo, aos 33 anos, retornava ao Palmeiras dez anos depois de sua saída – que ele admitiria, anos depois, ter sido o maior erro de sua carreira.

Entre outros reforços menos ou nada cotados, o polêmico e folclórico diretor de futebol Salvador Hugo Palaia usou a imprensa para anunciar que a torcida receberia um grande presente de Natal.

Depois de dias de muito suspense, especulações e histeria nas redes sociais, especialmente no “Orkut”, o tal presente foi anunciado: o lateral direito Paulo Baier, de 31 anos, cujas passagens de maior destaque foram no Goiás e no Criciúma. Baier era um bom jogador, mas acabou virando piada diante do suspense criado por Palaia.

Palmeiras x Cerro PorteñoO time comandado por Emerson Leão iniciou a temporada com o pé embaixo, atropelando os primeiros rivais do estadual e passando bem pela fase preliminar da Libertadores, contra o Deportivo Táchira.

A fase de grupos da Libertadores, contra Atlético Nacional, Rosário Central e Cerro Porteño corria bem – o time precisava apenas de mais uma vitória nos últimos dois jogos para avançar. No estadual, nos pontos corridos em turno único, a briga era taco a taco contra Santos e SPFC. Mas o Palmeiras refugou no fim: empate no Derby, seguido de uma derrota vergonhosa para o Paulista, em Jundiaí (3 a 0), tiraram nossas chances matemáticas ainda com dois jogos por disputar.

O time ainda espantou a crise fechando a classificação na Libertadores ao bater o Atlético Nacional, em Medellín – mas o estadual já tinha ido para o vinagre. O Palmeiras fechou a fase de grupos cumprindo tabela contra o Cerro Porteño, numa noite em que o pau quebrou no gramado do velho Palestra. A derrota por 3 a 2 voltou a esquentar a chapa de Leão no comando do time.

O time se preparava para enfrentar novamente o SPFC, algoz do ano anterior, nas oitavas-de-final da Libertadores. Mas na segunda rodada do Brasileirão, uma humilhante goleada sofrida contra o Figueirense, no Orlando Scarpelli, selou a queda de Leão do comando do time, que enfrentaria o inimigo na Libertadores sob o comando do interino Marcelo Vilar.

Libertadores 2006Nossos jogadores foram bravos. Após empatar por 1 a 1 no Palestra, o time foi ao Morumbi e encarou o adversário, que tinha um time muito superior. Aloísio abriu o placar para o time da casa, mas Washington Dumbo deixou tudo igual. A partida estava indo para os pênaltis; o Palmeiras ficou com uma a mais após a expulsão de Leandro e passou a pressionar muito em busca do segundo gol.

O Verdão puxava mais um ataque quando o árbitro Wilson de Souza Mendonça inacreditavelmente cortou a jogada, ligando o contra-ataque para o SPFC – sim, o juiz cortou o lance e deu o passe. Júnior entrou na área e Cristian Mendigo fez o corte, colocando a escanteio – aí o juiz fechou o serviço inventando um pênalti que absolutamente não existiu. O SPFC, mais uma vez, avançou e o Palmeiras ficou no meio do caminho.

A fragilidade técnica do Palmeiras era mascarada pela valentia dos jogadores. A eliminação foi muito sentida e os maus resultados se sucediam. A diretoria trouxe então o técnico Tite.

A estreia foi contra o Santa Cruz e o time voltou a vencer. Parecia um bom prenúncio, mas o Palmeiras perdeu as quatro partidas seguintes, culminando com mais uma humilhante derrota para o SPFC por 4 a 1, e ficou muito para trás – na parada para a Copa do Mundo, após dez rodadas, o time estava na penúltima colocação com ridículos 4 pontos.

Edmundo e TiteTite motivou bem o time, que iniciou a reação em julho. Foram 11 partidas sem derrota e o técnico encantador de serpentes fazia mais um de seus trabalhos típicos, cheio de frases de efeito mas com pouco conteúdo – mesmo com a reação, o time estava na 12ª colocação. Uma goleada sofrida para o Santos na Vila (5 a 1) fez o castelo de cartas desmoronar. Uma derrota para o Santa Cruz no Recife precipitou a demissão do técnico, no aeroporto – Palaia disse na imprensa que Tite tinha que “calar a boca” e sua permanência ficou insustentável.

Marcelo Vilar reassumiu e o time até ameaçou reagir, com vitórias contra o SPFC e Flamengo, mas dois reveses contra Paraná e Goiás obrigaram a diretoria a apelar para uma solução mística: trouxeram Jair Picerni de volta para comandar o time nas últimas seis rodadas. O time estava em 15° lugar, a três pontos da zona do rebaixamento.

As vitórias contra Fortaleza e Botafogo deram fôlego, mas o time foi goleado mais uma vez de forma humilhante, desta vez em casa, pelo Internacional (1 a 4), que promovia o garoto Alexandre Pato, com 17 anos, ao time titular. Felizmente a Ponte Preta conseguiu ser pior que o Palmeiras nessa reta final. O Verdão terminou o campeonato na 16ª colocação, a salvo. Mas era nítido, cristalino, que estava tudo errado.


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