O ano de 2016 na História do Palmeiras
O técnico Marcelo Oliveira, campeão da Copa do Brasil, teve a chance de participar dos ajustes do elenco visando à temporada de 2016, cujos desafios seriam o Campeonato Paulista, a Copa do Brasil, a Copa Libertadores e o Brasileirão. Os principais reforços trazidos para o início da temporada foram o zagueiro Edu Dracena, o volante Jean, o meia Moisés e o atacante Erik. Mas o destaque do elenco era mesmo Gabriel Jesus, que havia brilhado no ano anterior e de quem se esperava um desempenho melhor ainda em 2016, já mais amadurecido.
O time, no entanto, não respondeu bem ao projeto técnico no início da temporada. Um mau começo no estadual e uma derrota em casa na terceira rodada da fase de grupos da Libertadores, para o Nacional do Uruguai, determinaram a queda do treinador mineiro em meados de março. Para seu lugar, foi contratado Cuca, palmeirense de infância e com passado no Verdão como jogador.
Foram quatro derrotas logo de cara – incluindo mais uma pela Libertadores, e um vexame diante do Água Santa (1 a 4). Mas o time aos poucos foi encaixando a filosofia do novo treinador. A eliminação na Libertadores foi inevitável; no estadual, o time avançou e chegou ao mata-mata, sendo eliminado pelo Santos nos pênaltis, nas semifinais.
Após três semanas sem jogos, concentrados apenas nos treinos, o Verdão iniciou a disputa do Campeonato Brasileiro com uma convincente vitória por 4 a 0 sobre o Atlético-PR. Reforçado pelo volante Tchê Tchê e pelo atacante Roger Guedes, e mais tarde pelo zagueiro colombiano Yerry Mina, o time foi ficando cada vez mais encorpado. A campanha ainda era irregular e alternava partidas muito boas, como os 4 a 3 sobre o Grêmio no Pacaembu e a vitória no Derby por 1 a 0, com tropeços bobos como as derrotas seguidas para Atlético-MG e Botafogo. Ao final do primeiro turno, o Palmeiras liderava a tabela com 36 pontos, embolado com mais cinco times – o sexto colocado estava a apenas 4 pontos de distância.
Naquele momento, o Palmeiras descobriu um novo goleiro. Fernando Prass havia se lesionado na rodada 15 e o substituto imediato, Vagner, foi um desastre. O terceiro goleiro, no clube desde 2014 e cercado de desconfianças, Jailson, foi acionado – o que viria a ser um tiro na mosca.
Junto com o segundo turno veio a disputa da Copa do Brasil. Nas oitavas, o Palmeiras passou sem dificuldades pelo Botafogo-PB, e no Brasileirão o time embalou de vez, mantendo a distância para um pelotão que cada vez mais ia perdendo fôlego – apenas o Santos, o Atlético-MG e o Flamengo seguiam no comboio.
Nas quartas-de-finais da Copa do Brasil, o Palmeiras segurava uma vitória por 1 a 0 sobre o Grêmio no Allianz Parque, mas um gol de Everton, após erro grosseiro de Allione, que acabou expulso, decretou o empate e a eliminação do torneio – o Brasileirão sobrou como última cartada para conquistar um título na temporada. Na rodada 32, a diferença chegou a seis pontos para o Flamengo e a perspectiva se tornou bastante real.
A reta final foi bastante emocionante; o Palmeiras conquistava os pontos com vitórias calculadas, seguras, e chegou à conquista na penúltima rodada com uma vitória sobre a Chapecoense, em casa – foi o último jogo do time catarinense antes do trágico acidente aéreo em que se veria envolvido dois dias depois.
Depois de 22 anos, o Palmeiras levantou novamente um título brasileiro, tendo como grandes destaques o goleiro Jailson, os zagueiros Mina e Vitor Hugo, o lateral Zé Roberto, os meio-campistas Tchê Tchê e Moisés, o ponta Dudu e o genial Gabriel Jesus, que deixaria o clube rumo à Inglaterra após um discurso emocionado no Allianz Parque.