O ano de 2022 na História do Palmeiras

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Ainda sob o efeito da inesquecível conquista do tri da Libertadores no final de novembro, o Palmeiras entrou em 2022 sob a expectativa da disputa do Mundial de Clubes no início de fevereiro, em Abu Dhabi. O elenco foi reforçado de forma pontual, visando cobrir as saídas de Jailson, Luiz Adriano, Willian Bigode, Felipe Melo, Danilo Barbosa e Alan Empereur. Foram incorporados ao elenco após as férias o atacante Rafael Navarro, o zagueiro Murilo, os volantes Atuesta e Jailson e o goleiro Marcelo Lomba.

Crias da Academia Gabriel Menino e Patrick de Paula em voo para Abu Dhabi, onde o Palmeiras disputará o Mundial de Clubes
Fabio Menotti

Depois de um período de preparação que teve quatro jogos pelo estadual, a delegação embarcou para os Emirados Árabes e Abel Ferreira teve que tomar algumas decisões, diante do limite de inscrições imposto pela Fifa. Patrick de Paula e Gabriel Menino acabaram cortados da competição e foram comunicados já em solo árabe, mas permaneceram treinando junto do elenco.

O Verdão fez um Mundial bastante digno, passando com tranquilidade pelo Al Ahly na semifinal e levando a final contra o Chelsea para a prorrogação, quando acabou derrotado por um gol de pênalti a cinco minutos do fim. Dudu e Raphael Veiga lideraram a campanha e se reafirmaram como as referências técnicas do elenco, ao lado de Weverton e Gustavo Gómez e Gustavo Scarpa.

Gustavo Scarpa durante partida entre Palmeiras e Chelsea, válida pela final do Mundial de Clubes da FIFA 2021, no Mohammed Bin Zayed Stadium, em Abu Dhabi-EAU.
Fabio Menotti

De volta à realidade brasileira, o calendário impôs todas as dificuldades exigindo a disputa da Recopa Sul-Americana em meio à insuportável primeira fase do estadual. Com muita propriedade, o Palmeiras superou a derrota para os ingleses conquistando a Recopa sobre o Athletico, com alguma facilidade, e classificou-se em primeiro no Paulista com folga após vencer os três clássicos em sequência.

Jogadores do Palmeiras comemoram a conquista da Recopa Sul-Americana, após segundo jogo contra o Athletico-PR, válido pelas finais no Allianz Parque.
Cesar Greco

No final de março e início de abril, o Verdão ratificou a superioridade sobre os demais clubes do estado ao chegar à final sem sobressaltos. O adversário foi o SPFC, que encaixou um ótimo jogo na ida, no Morumbi, e chegou a abrir 3 a 0. Raphael Veiga diminuiu de falta perto do fim e, com 1 a 3 no placar, o Verdão deixou a decisão aberta para a partida de volta, que seria jogada uma semana depois, no Allianz Parque.

A finalíssima foi disputada sob muito calor e sem público no Gol Norte, devido à instalação de um palco para um show que seria realizado dias depois. Mas os mais de 30 mil presentes viram um show do Palmeiras que, liderado por Raphael Veiga, destruiu o inimigo com sonoros 4 a 0, revertendo a vantagem com sobras e chegando à conquista do 24° título paulista.

Raphael Veiga comemora seu gol pelo Palmeiras contra o SPFC, durante segunda partida válida pela final do Paulistão 2022, no Allianz Parque.
Cesar Greco

Ainda em abril, após o fim do estadual, tiveram início as disputas do Brasileiro, da Libertadores e da Copa do Brasil. Até o fim de maio, nesse intervalo, o Verdão fez a maior campanha da História da Fase de Grupos da Libertadores, com 100% dos pontos e 22 gols de saldo; sustentou a liderança do Brasileirão com 15 pontos em 8 jogos e de quebra passou pela Juazeirense na Copa do Brasil. Apesar do grupo “fácil”, as goleadas impostas na Libertadores chamavam a atenção. O time montado por Abel Ferreira, com Dudu, Veiga, Scarpa e Rony como quarteto ofensivo, tendo o apoio de Danilo e Zé Rafael por dentro e de Marcos Rocha e Piquerez pelos corredores, e com Gómez e Murilo muito sólidos à frente de Weverton, era de fato um esquadrão destinado a fazer História.

Em junho o Verdão seguiu sua trajetória vencedora, acumulando pontos no Brasileirão e sustentando a liderança com partidas extraordinárias, como a que marcou 4 gols em 7 minutos contra o Atlético-GO, ou a virada no finzinho no Morumbi contra o SPFC. Na Copa, diante do mesmo rival, foi derrotado no jogo da ida, mas mantinha a confiança numa reviravolta no Allianz Parque. Antes disso, aplicou 3 a 0 no Cerro Porteño, no Paraguai, para dar tranquilidade nas oitavas da Libertadores – a classificação foi ratificada com acachapantes 5 a 0 no Allianz, com gol de bicicleta de Rony.

No dia 14 de julho, na partida de volta contra o SPFC, na Copa do Brasil, o Palmeiras foi assaltado por Leandro Vuaden, numa arbitragem que lembrou os grandes roubos de Ulisses Tavares, Carlos Simon, Ubaldo Aquino e quetais. É verdade que o Palmeiras, sem Rony, lesionado, abriu 2 a 0 e teve um pênalti desperdiçado. Mas a jogada seguinte, em que houve ao menos três irregularidades, o juiz inventou um pênalti para o SPFC, que diminuiu para 2 a 1 e acabou levando o jogo para os pênaltis. Com o estado emocional demolido, nossos jogadores foram derrotados e o Verdão foi criminosamente eliminado.

Com os reforços de Merentiel, Flaco López e Bruno Tabata, incorporados ao elenco, o mês de julho do Palmeiras foi arrematado com mais quatro vitórias pelo Brasileiro, o que dava ao time, após 20 rodadas, uma liderança com 4 pontos de vantagem sobre o SCCP e 7 sobre o Fluminense. O próximo desafio seria o Atlético-MG, nas quartas da Libertadores.

O jogo de ida foi dificílimo, com o Atlético abrindo 2 a 0 com gols no último minuto do primeiro tempo e logo a um minuto do segundo tempo. Mas o Palmeiras seguiu com seu plano e Murilo diminuiu em jogada de bola parada – mesma arma usada para chegar ao empate aos 46 do segundo tempo, desta vez com Danilo. A despeito das arbitragens, o Palmeiras aumentava cada vez mais sua fama de time resiliente e fatal.

E isso ficou mais evidente ainda no jogo da volta, a 10 de agosto. O Palmeiras teve dois jogadores expulsos em pleno Allianz Parque mas mesmo assim conseguiu segurar o forte time mineiro, levando a decisão para os pênaltis. Weverton defendeu a batida de Rubens; “Murijo” converteu a sexta cobrança e o Verdão estava nas semis.

Weverton defende pênalti pelo Palmeiras em cobrança alternada no jogo contra o Atlético-MG, durante segunda partida válida pelas quartas de final da Libertadores 2022, no Allianz Parque.
Cesar Greco

Depois de vencer mais um Derby em Itaquera, o Verdão passou a administrar a vantagem no Brasileirão para poder focar no confronto contra o Athletico, pela Libertadores. E no jogo da ida os paranaenses levaram a melhor por 1 a 0, em partida marcada pela lesão de Raphael Veiga, em entrada criminosa de Hugo Moura.

Uma semana depois, mais um duro golpe. O Palmeiras foi eliminado em casa da Libertadores, após ter feito 2 a 0, em mais uma arbitragem criminosa. Esteban Ostojich expulsou Murilo de forma duvidosa, sonegou a expulsão de Alex Santana e deixou de marcar um pênalti sobre Rony em lances claros que o VAR ignorou. O placar apontava 2 a 1 a cinco minutos do fim quando um chute de fora de Terans desviou no meio do caminho e deu o empate que o Athletico precisava para avançar à final. Já haviam tentado contra o Atlético-MG, e enfim conseguiram remover o Palmeiras da Libertadores. Três anos seguidos seria demais.

Palmeiras 4x0 Fortaleza

Assim, em meados de setembro, ao Palmeiras restavam mais 13 jogos do Brasileirão pela frente e o time tinha sete pontos de vantagem sobre o Flamengo para administrar. Mostrando muita força mental, o elenco mais uma vez se recuperou do golpe da eliminação na Libertadores para conseguir uma sequência de 8 vitórias e 2 empates para conquistar, com 3 rodadas de antecipação, o 11° título brasileiro.

O destaque desta fase final da temporada foi a estreia de Endrick, aos 16 anos, entre os profissionais. O garoto mostrou todo seu talento e força logo em seu quarto jogo no time de cima, marcando dois gols justo sobre o Athletico, em Curitiba, deixando o Verdão a apenas uma vitória do título. Na rodada seguinte, a goleada por 4 a 0 contra o Fortaleza foi jogada com o time já campeão devido à combinação de resultados prévios na rodada, mas foi o jogo que marcou a conquista.


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