Brasileirão 2019: planejamento de pontos

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Vai começar mais um Campeonato Brasileiro. O Verdão, atual campeão que não precisa aparecer em videozinho promocional, surge mais uma vez como um dos maiores favoritos à conquista, neste que deve ser um dos campeonatos mais difíceis dos últimos anos.

Como todos os anos, o Verdazzo faz a projeção de pontos rodada a rodada, para que o torcedor possa balizar a campanha do Palmeiras. Normalmente, a meta de pontos que é suficiente para se chegar ao título no Brasileirão com alguma folga é 77 pontos – o vice-campeão desde 2006, quando o campeonato chegou ao formato de 20 clubes em pontos corridos, jamais bateu a marca de 72 pontos.

Este ano, porém, alguns clubes chegam com propostas mais fortes. O sarrafo, aparentemente, subiu. O Flamengo montou um elenco – pelo menos do meio para a frente, bastante competitivo. O Inter mantém o bom trabalho de Odair Hellmann e tem um conjunto bem interessante. Grêmio e Cruzeiro entram no quarto ano de trabalho de seus técnicos, com elencos muito bons, e certamente vão incomodar – não só no Brasileiro, mas também nas copas.

Diante dessas ameaças, a nova meta precisa ser maior. Nada impede que dois ou até três times batam a marca dos 77 pontos. O objetivo neste Brasileirão precisa ser algo em torno de 82 pontos – e o Palmeiras tem todas as condições de atingir essa marca, mas vai precisar jogar muita bola, sobretudo porque as competições de mata-mata vão se entremear nos jogos do nacional.

Primeiro quartil – 23 pontos

Segundo a Lei de Guardiola, perde-se um campeonato nas primeiras oito partidas. Considerando que a Copa América paralisará o Brasileirão após a nona rodada, temos um bom ponto de corte, uma rodada depois.

A largada precisa ser forte – os jogos contra dois times vindos da Série B, Fortaleza e CSA, precisam ser convertidos em 3 pontos, bem como a partida contra o Inter em casa – um concorrente direto, mesmo que isso signifique arriscar os pontos da partida contra o San Lorenzo.

Com nove pontos, a primeira sequência de pontos desperdiçados pode acontecer, em partidas contra o Atlético-MG (F) e Santos (C). Neste ponto é importante destacar que teremos quatro quartas-feiras de Copa do Brasil, e jogaremos em duas delas, em datas ainda indefinidas. Seria interessante para o Verdão que esses jogos fossem nas duas primeiras datas disponíveis, para dar tranquilidade para buscar as vitórias nas rodadas seguintes, até a pausa.

A tabela segue com jogos contra o Botafogo (F), Chape (F), Athletico (C) e Avaí (C). Nesta sequência, o Verdão não pode nem pensar em deixar pontos pelo caminho e quatro vitórias são mandatórias para atingir os 23 pontos necessários neste ponto de corte.

Segundo quartil – 18 pontos

As dez partidas seguintes, logo após a Copa América, terão o terrível complicador das partidas de mata-mata. Serão dez extenuantes semanas com jogos “quarta-e-domingo”, sem folga – a não ser em caso de eliminação. A Copa do Brasil vai até o final, e a Libertadores avança até as quartas. O Verdão terá o excepcional reforço de Willlian Bigode para ajudar nessa caminhada. E se é difícil para o Palmeiras, que tem um elenco vasto, é mais difícil ainda para os outros times, que não dispõem de tanta qualidade para revezar os times.

Jogo no panetone é sempre complicado e podemos deixar dois pontos na primeira partida após a pausa. Ceará (F) e Vasco (C) são vitórias obrigatórias antes de mais uma operação em Itaquera, que virá antes da primeira semifinal da Copa do Brasil.

Bahia em casa precisa ser vitória em qualquer hipótese, antes de fazer o jogo da volta das semis da Copa e de viajar a Porto Alegre para pegar o Grêmio, que também pode estar ocupado em duas ou três frentes – qualquer ponto nesta partida é lucro.

Com a cabeça totalmente voltada para as quartas da Libertadores, o Verdão ainda precisa de forças para vencer o Fluminense em casa e arrancar um empate contra o Cheirinho no Maracanã, e conciliar tudo isso com as expectativas pelas finais da Copa do Brasil.

No final do turno, o time alternativo precisa vencer o Goiás num estádio maldito e pelo menos empatar com o Cruzeiro em casa, para chegar aos 41 pontos e se manter forte na briga.

Terceiro quartil – 20 pontos

O segundo turno do Brasileirão terá apenas três partidas de mata-mata para atrapalhar – justo as duas semis e a final da Libertadores; o time principal deve ser mais acionado do que nunca.

Fortaleza (F) e CSA (C), a exemplo do primeiro turno, abrem o quartil e são partidas mandatórias de 3 pontos.

Às vésperas da primeira semi da Libertadores, uma derrota no Beira-Rio pode estar no caminho. Nas quatro partidas seguintes, o Palmeiras precisa fazer 10 pontos: Atlético (C), Santos (F), Botafogo (C) e Chape (C). A lógica indica para três vitórias em casa e empate na Vila Belmiro (ou Pacaembu).

Pelo menos um empate na Arena da Baixada, nos dias que antecedem a volta da semifinal da Libertadores, é necessário. Com a chavinha virada só no Brasileirão, o time poderá focar em sete partidas seguidas, e a primeira é a que fecha o terceiro quartil: uma vitória em casa contra o Avaí, alçando o Verdão a 61 pontos.

Quarto quartil: 21 pontos

Seguindo o foco total no Brasileirão, mais dez pontos em quatro jogos são fundamentais para a arrancada final: SPFC e Ceará em casa, Vasco fora e Derby em casa. A sequência, puxada, vai servir para acumular gordura para os seis jogos finais, recheada de pedreiras.

Pode-se tolerar até um tropeço na Fonte Nova, desde que o Verdão vença o Grêmio no Allianz Parque dias antes da grande final da Libertadores, em Santiago. Se vier a vitória na Bahia, um tropeço contra os gaúchos pode ser absorvido – desde que eles não estejam em nossa cola.

Depois da final da Libertadores – e esperamos muito estar nela – o Verdão, com 75 pontos, poderá administrar os pontos finais, dependendo da situação na tabela. Sete pontos nas quatro partidas finais devem nos alçar aos 82 pontos, em partidas contra Fluminense (F), Flamengo (C), Goiás (C) e Cruzeiro (F).

Esperamos chegar nesta partida em Belo Horizonte já campeões, para não ter que conquistar a taça num dificílimo jogo no Mineirão, em fim de temporada, com todos exaustos. Afinal, temos que pensar também que pode haver ainda um torneio rápido para ser disputado em dezembro.

Referência

Sempre é importante lembrar, para os leitores que não estão habituados a este exercício, que teve início em 2016, que esta marcha de pontos é uma mera referência. O Palmeiras pode perder pontos em jogos onde se espera vitórias, desde que recupere esses pontos em partidas onde tropeços estão previstos.

O importante é fechar os quartis na meta e não ficar para trás. E mesmo assim, caso uma ou outra oscilação aconteça, nada está perdido. Em 2018, a previsão para o primeiro quartil era de 23 pontos, mas terminou com 19, quatro abaixo da meta.

A situação piorou no segundo quartil: o Palmeiras não só não recuperou os pontos que “devia”, como ainda deixou mais dois pelo caminho, num déficit de seis. Essa conta só foi arredondada porque a campanha no terceiro e quarto quartis foi espetacular: foram 47 pontos no segundo turno, o melhor da história. O Verdão descontou os seis e ainda teve 3 de sobra, diante de uma previsão inicial de 38 pontos.

Sabemos que não é toda vez que se consegue uma arrancada tão espetacular como no ano passado, por isso será importante manter a marcha de pontos bem próxima a esta projeção. E o início da maratona, como vimos, precisa ser forte, a começar do jogo contra o Fortaleza, no próximo domingo, no Allianz Parque.

Salve esta página nos seus favoritos e faça o balizamento ao longo do campeonato. Ao final de cada quartil, faremos uma nova análise para verificar o desempenho do Palmeiras nesta busca pelo décimo-primeiro campeonato. VAMOS PALMEIRAS!


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