Elogiar o atual sistema defensivo do Palmeiras, hoje, é fácil. Difícil foi chegar a este ponto, equilibrando uma defesa que ninguém passa com um ataque que resolve os jogos.
Todos os méritos desse nível de jogo são dos jogadores e da comissão técnica, que resistiram às pressões da imprensa e da própria torcida para implementar no Verdão uma identidade de jogo que o torna o time mais “chato” de se enfrentar no futebol brasileiro.
Com a vitória de ontem sobre o Sampaio Corrêa, o time de Felipão igualou um recorde histórico: é a maior sequência de vitórias sem tomar gols em todos os 104 anos de História do Palmeiras.
Em 1992, Otacílio Gonçalves conseguiu a mesma marca, ao comandar um time que venceu consecutivamente Noroeste, Bragantino, SPFC, Atlético-PR, SCCP, Guarani e Mogi Mirim, marcando 11 gols. A atual sequência do Palmeiras, que ainda pode aumentar, tem 12 gols marcados.
Números
Outros técnicos conseguiram boas sequências sem tomar gols. O recorde é de Waldemar Carabina, que ficou 12 jogos (8V 4E) sem levar gols no Paulistão de 1987 – a sequência foi quebrada num empate por 1 a 1 contra o Santo André – e o gol do Ramalhão foi justamente de Luiz Pereira.
O Palmeiras ficou 9 jogos
“clean sheet” por 3 vezes na História:
– em 1969 com Filpo Nuñez (5V 4E) – quatro desses jogos foram no Torneio
Início, comandado por Julinho Botelho;
– em 1973 com Oswaldo Brandão (6V 3E);
– em 2018, logo após a saída de Roger Machado, com Wesley Carvalho, Paulo Turra
e Felipão (6V 3E).
Em 1965, Filpo Nuñez conseguiu manter a defesa invicta por 8 jogos (5V 3E).
Por cinco vezes, o Verdão ficou 7 jogos sem tomar gol:
– 1971 – Oswaldo Brandão (4V 3E)
– 1978 – Jorge Vieira (4V 3E)
– 1989 – Leão (4V 3E)
– 1992 – Otacílio Chapinha (7V)
– 2019 – Luiz Felipe Scolari (7V)
Fazendo História
Até hoje, quem viveu o Palmeiras no ano de 1987 se lembra da sequência impressionante do limitado time de Waldemar Carabina – os méritos recaem muito sobre o goleiro Zetti, que vivia uma fase espetacular. Os números daquele time entraram para o imaginário eterno da torcida, mesmo fracassando na busca por títulos.
O que esta equipe de Felipão está fazendo pode superar tudo: além de se manter no caminho para bater o recorde de 1987, pode conquistar troféus até o fim do ano, o que coroaria a trajetória extremamente promissora do time atual e escreveria o nome destes atletas no livro eterno da memória palmeirense.
Os próximos jogos do Palmeiras são contra a Chapecoense (F), Athletico-PR (C) e Avaí (C). Felipão sinalizou em coletiva que “um ou dois” amistosos poderão ser marcados na intertemporada, o que totalizariam os 12 jogos. Dá pra alcançar a marca.
Para bater o recorde e chegar a 13, seria necessário manter a defesa zerada no primeiro jogo das quartas-de-final da Copa do Brasil, já após a parada.
Mas isso pode mudar se o STJD resolver remarcar o jogo contra o Botafogo, diante da suposta irregularidade cometida pelo árbitro para consultar o VAR no jogo disputado em Brasília. Até isso o choro do pequeno clube carioca pode estragar.
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