Desempenho do elenco e posições na tabela convidam a uma reflexão sobre as escolhas de Felipão

Deyverson
Cesar Greco/Ag.Palmeiras

O Palmeiras completou 104 anos ontem e esteve em Porto Alegre para disputar mais uma partida pelo Brasileirão. O adversário não poderia ser mais difícil: o Inter é um dos poucos clubes que conseguem ter vantagem contra o Verdão no confronto direto, sobretudo em seu estádio. Os gaúchos ainda vinham de uma sequência de cinco vitórias, sem levar nenhum gol.

Felipão não se abalou. Numa demonstração de extrema confiança no elenco, mandou a campo um time com nove “reservas” – e aqui as aspas cabem perfeitamente, dado que todos os jogadores vêm atuando com alguma frequência aos finais de semana. E nosso time fez um belíssimo papel, dominando o jogo completamente, sendo ameaçado uma ou duas vezes durante os noventa minutos; a vitória não veio apenas por detalhes.

Tal desempenho nos leva a pensar a respeito da escolha de nosso treinador. Afinal, se com o time que não é exatamente o preferido do treinador, encaramos de cima para baixo o time mais perigoso neste momento da tabela, quem poderia oferecer problemas para o time de cima?

Que este questionamento não seja confundido com soberba. Futebol não é algo binário e obviamente o Inter poderia ter vencido o time considerado principal. Mas podemos imaginar que esta seria uma tarefa bastante difícil no momento atual dos times. E se seria difícil para o time que vem batendo todos os adversários um a um, torna-se lógico projetar uma dificuldade ainda maior para os outros concorrentes.

Será?

Jean
Cesar Greco/Ag.Palmeiras

Se o Palmeiras vive um momento de superioridade em relação aos demais, será que não seria melhor escalar a máxima força possível também no Brasileirão, galgar a tabela de forma mais rápida e administrar as possíveis lesões usando, aí sim, os suplentes?

Claro que a estratégia de Felipão tem suas vantagens. Ao usar com frequência como titulares pelo menos 20 jogadores, mantém quase todo o elenco extremamente motivado. O risco de lesões diminui sensivelmente e podemos chegar fortes nas três frentes na hora do funil.

Por outro lado, ao arriscar mais os pontos no Brasileirão, provavelmente já deixamos pelo caminho quatro pontos fundamentais num campeonato que, injustamente, tem recebido menos importância do que merece diante dos apelos da imponência da Libertadores e da premiação da Copa do Brasil.

O sentimento nos empates contra o América e contra o Inter ao sair do campo não foi exatamente de satisfação. Conquistar pontos fora é sempre bom, mas ficou a sensação de poder ter feito mais, ainda mais com a vitória do SPFC pela manhã, que mesmo com um elenco inferior lidera a competição e incomoda.

Dilema

Felipão
Cesar Greco/Ag.Palmeiras

A tabela de classificação sugere que o empenho do Palmeiras, mesmo querendo administrar o elenco, deva ser um tanto maior no Brasileirão. Em caso de lesão nos titulares, aí sim, recorreria-se aos reservas, que estão se mostrando em alto nível, fruto da tão propagada “qualidade do elenco”.

Não basta ganhar os campeonatos; é preciso não deixar que os rivais estaduais o façam.

Ou será que os reservas não renderiam tanto assim se fossem acionados somente em caso de necessidade? Ou será que não é exatamente por causa do ritmo de um jogo por semana que todos estão rendendo tão bem? É difícil saber.

Felipão parece já decidido sobre a estratégia. Mas será que ela não merece uma pequena reflexão, diante do cenário atual, em que nosso elenco parece muito forte e onde um inimigo histórico parece se aproximar de um campeonato que o tirará de uma fila de dez anos?


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