Felipão sustenta marca histórica e pode até bater a Academia de 72

Em 24 de novembro de 1971, Oswaldo Brandão assumiu o comando do Palmeiras pela quarta vez. Após uma campanha medíocre na primeira fase do Brasileirão daquele ano e de um empate em casa contra o Coritiba, pela primeira rodada da segunda fase, Mario Travaglini foi demitido e o Velho Mestre foi mais uma vez chamado.

O time de Brandão não conseguiu avançar ao triangular final, e o Brasileirão daquele ano acabou nas mãos do Atlético, mas o Brasil veria, meses depois, nascer um dos times mais espetaculares da História do Futebol.

O ano de 1972 foi mágico para o Verdão. A Segunda Academia encantou o país e a escalação básica, até quem não é palmeirense, sabe decorado: Leão, Eurico, Luís Pereira, Alfredo e Zeca; Dudu e Ademir; Edu, Leivinha, César e Nei. Fedato, Madurga, Pio e Ronaldo, menos lembrados, também foram presenças constantes em campo.

Sob o comando de Oswaldo Brandão, aquele time magnífico só foi conhecer sua quinta derrota em 2 de novembro de 1972, 344 dias após o início dos trabalhos. É um recorde absoluto e praticamente inalcançável.

De volta ao presente

Cesar Greco/Ag.Palmeiras

Considerando que a partida contra o Bahia, no dia 2 de agosto, sob o comando do auxiliar Paulo Turra, marcou o início do trabalho da atual comissão técnica, já são 236 dias decorridos e o Palmeiras só perdeu quatro partidas desde então.

Sem cometer a heresia de comparar o talento dos jogadores das duas épocas, enxergando apenas os números: para bater o recorde da Academia de Oswaldo Brandão, o grupo atual precisaria se manter invicto até o dia 13 de julho. Na prática, teria que chegar até a Copa América sem perder, e ainda resistir à primeira partida das quartas-de-finais da Copa do Brasil, a ser disputada no dia 10 de julho, no primeiro jogo após a pausa.

Traduzindo em jogos, será necessário então resistir a mais 21 partidas (cinco pelo Paulista, nove pelo Brasileiro, três pela copa do Brasil e quatro pela fase de grupos da Libertadores) para alcançar a fantástica marca.

A tarefa é quase impossível. Mas o que este time sob o comando de Felipão conseguiu até agora já é a segunda maior sequência de um trabalho de um treinador antes de perder o quinto jogo. Nunca na História do Palmeiras outro trabalho demorou tanto para perder pela quinta vez – a não ser a incrível Academia de Oswaldo Brandão.

A temporada tem doze meses

Felipão

É comum notar na imprensa, dia após dia, críticas ao futebol do Palmeiras. Exigem que o time, em março esteja jogando “em todo seu potencial”. Esquecem, convenientemente, que a temporada tem doze meses e que o funil começa mesmo a partir da segunda metade de agosto, quando teremos as quartas-de-finais da Copa do Brasil e da Libertadores.

Temos que crescer na hora certa. De nada adianta estar voando nos estaduais. Quem mostra tudo o que pode agora está fatalmente condenado a sucumbir no fim da temporada, seja porque os jogadores viram o fio fisicamente, seja porque o time fica manjado taticamente e acaba sendo neutralizado nas fases decisivas.

Infelizmente nossa torcida segue entrando na ladainha de que o time “poderia estar jogando mais”. De fato, poderia – mas não é motivo para cairmos feito patinhos nos truques da imprensa, cujo único objetivo é aumentar a temperatura do caldeirão palmeirense.

Ricardo Goulart
Cesar Greco/Ag.Palmeiras

As lesões de Goulart e Scarpa, em momentos distintos, atrasaram um pouco o desenvolvimento tático, mas mesmo assim o time segue evoluindo, tendo mostrado partidas muito consistentes. Com os dois jogando juntos, tendo ainda o suporte de Dudu, e temos um “potencial” de evolução muito grande pela frente.

E mesmo assim o time segue extremamente competitivo, tomando pouquíssimos gols e sustentando uma sequência histórica de muito respeito.

As oscilações são normais. Com exceção do paulista, que pouco vale, não há taças em jogo agora e nossa preocupação é avançar nas Copas e manter a pontuação suficiente para um lugar no G4 no Brasileiro. Na hora certa, com o físico bem administrado, é que devemos esperar este time mostrando “todo o potencial que tem” e deslanchando rumo às conquistas.

Não caia nas arapucas. Mantenha o olho em quem tenta desestabilizar nosso ambiente.  São inimigos do Palmeiras. Despreze-os. Valorize somente os bons profissionais e a mídia palestrina, que tratam nosso time com o respeito que ele merece.


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