FPF exagera na maquiagem e esquece da qualidade enquanto tem lucros exorbitantes

Patch Quartas FPFO Verdão se classificou ontem para as semifinais do Paulistão depois de vencer novamente o Novorizontino, desta vez por 3 a 0, no Pacaembu. Apesar do excelente desempenho do time em campo, tivemos alguns destaques negativos protagonizados pela Federação Paulista de Futebol no Municipal.

Encantados com as transmissões da Champions League europeia, os cartolas da FPF encomendaram a seus marketeiros de estimação algumas ações similares para valorizar seu maior produto. Entre elas, a introdução de um Hino.

Sabe aquele coral que fala “The Chaaaampions” em vários idiomas, que causou grande sensação quando era uma novidade? Então… a FPF me apareceu com uma versão que diz “esse é meu time, essa é minha vida, esse é meu jogo, futeboooool”. E toca a todo o volume na entrada “triunfal” dos times em campo (outra imitação), e também na vinheta do SporTV, emissora que detém os direitos da transmissão.

Em vez da grandiosidade do hino da Champions, a versão da Barra Funda, que parece ter sido composta pelo cara que faz os jingles da RGT (Hoje a festa é sua, hoje a festa é nossa…) só mostra o quanto o Campeonato Paulista é provinciano e mambembe. Quase varzeano.

Para piorar, inventaram agora de colar um patch de participação na camisa dos times que disputam a fase decisiva. O adereço é inadequadamente dourado, como os patchs dos campeões, e não fosco, com uma cor neutra, como fazem os grandões que eles querem imitar.

Na camisa do Novorizontino, o adesivo disputou espaço com um mar de patrocinadores do naipe do Guaraná Poty e do Armazém da Tia Zefa, com todo o respeito ao Novorizontino e a seus apoiadores. Na camisa do SPFC foi pior: teve que ser encaixado sobre o fígado dos jogadores para não ficar por cima da marca de arroz.

Dinheiro não falta

Essa disposição de fazer o Paulistão parecer maior do que é coaduna com a quantidade de dinheiro arrecadado pela FPF. A entidade abocanha 5% da renda bruta de todos os jogos, o que faz com que já tenha lucrado com bilheteria mais de R$ 1,5 milhão, limpos – mais do que 75% dos times da Série A do Brasileirão. Deste montante, mais de R$ 500 mil vieram das rendas dos jogos do Palmeiras, que é o time que mais arrecada.

Notem que essa taxa pode fazer até com que a renda líquida seja negativa em determinados jogos, prejudicando seus afiliados. A FPF não zela pela saúde financeira de seus clubes e não apresenta arbitragens em níveis ao menos aceitáveis. A atuação de Flávio Rodrigues de Souza, ontem, foi abaixo da crítica, mais uma vez, algo que vem sendo uma constante no campeonato. Essas falhas contrastam demais com a campanha de comunicação, o que só torna seu produto ainda mais patético.

Calada!

O Paulistão, enquanto tiver o time principal do Palmeiras, enquanto tiver os outros grandes paulistas e os clubes tradicionais do interior, sempre será Paulistão, no aumentativo; ganhá-lo continua sendo algo desejável – ao contrário do que já acontece no estadual do Paraná, onde Coritiba e Atlético já mandam a base a campo para poupar seus titulares para o restante da temporada.

Mas a FPF, antes de tentar valorizar seu produto com ações artificiais que mais lembram uma moça feia sem noção que carrega na maquiagem, deveria ao menos justificar esse enorme volume de dinheiro que arrecada investindo na qualidade do jogo. Antes que o fenômeno paranaense chegue por aqui.

Se depois disso sobrar algum dinheiro, não há mal nenhum em fazer campanhas de comunicação, de preferência adequadas ao tamanho do campeonato. Sabemos que gosto não se discute. Mas neste caso, vamos e venhamos, se lamenta, e muito.

14 comentários em “FPF exagera na maquiagem e esquece da qualidade enquanto tem lucros exorbitantes

  1. Isso porque o Campeonato Paulista é ainda “mais organizado” que os demais. Basta ver o que é o campeonato carioca e toda a sua bagunça. Os estaduais tem que ser reformulados, tornando-se atrativos para os clubes e torcida. E não mais esse torneio que se arrasta por meio ano.

  2. A coisa na verdade devia ser como era antes: os times não precisavam entrar juntos em campo; corriam do túnel do vestiário para o meio do campo; saudavam a torcida, tiravam a foto oficial e batiam bola. Davam entrevista enquanto o capitão sorteava o famoso “campo ou bola”. Simples e muito legal. Se acompanhando de bandeiras na torcida ficariam excelente!!!

  3. a grande pergunta é qual a base legal pra esse imposto de 5% da renda bruta? e porque processo, tal imposto poderia ser revogado?

  4. Concordo que há vários exageros. Mas, tentar tornar o campeonato melhor vai muito além de roupagem/maquiagem como vc mesmo diz!

    O Paulista ainda paga mais pela participação do que a Libertadores. Ou seja, o Palmeiras tem mais receita parcipando do Paulista do que da Liberta. É por isso que o fenômeno aqui do PR não chegou ainda aí em SP.

    Algumas sugestões para a FPF: deixar os times entrarem em momentos separados(incentivar festa da torcida e vaia ao adversário), lutar pela volta de bandeiras, adereços, bateria para as arquibancadas, padronizar tamanho de campo e qualidade de gramado, auxiliar os times menores a aumentar suas médias de público, acabar com a palhaçada de Torcida Única. Se fizer 60% das sugestões acima o Paulistão continuará sendo disparado o melhor Estadual do Brasil e ainda dará alguns exemplos para o Brasil

  5. Acho que dos estaduais, o Paulistão é o único que pode mostrar uma qualidade a mais independente dos “grandes da capital”. Talvez se investissem em infraestrutura para o menores, deixaria o campeonato mais acirrado.
    Infelizmente a ganancia faz o amadorismo prevalecer.

  6. FPF ou CBF são todas sangue-sugas que drenam os clubes, nao importando seu tamanho, claro que quanto maior mais lucros, que nao são investidos em clube algum ocasionando cada ano um queda da qualidade do Paulista. (parece o dinheiro de nossas multas que nao entram em melhorias de ruas.) onde vai esse dinheiro? (será que estou falando de política??)
    E com cada dia piores estruturas, nosso grandíssimo STJD eh um exemplo. Passou da hora de nesse pais todos acordarmos e tomar conta das festividades esportivas, juntar TODOS e fazer um campeonato organizado, como datas FIFA respeitadas, intervalo descente para descanso entre jogos.

  7. O Verdazzo é tão útil que deveria ser leitura obrigatória para outros torcedores senão os palmeirenses.

    Na jugular de novo!

  8. O paulistão tem uns jogos de chorar, mas ainda acho que é uma pré temporada de luxo, o que é bom. Além do mais, contém em pequeno espaço de tempo os clássicos, o que é otimo. Talvez a solução, para tornar o torneio menos chato e cansativo, diminuir o número de jogos dos grandes: só os pequenos jogariam uma primeira fase, os melhores se juntariam a 4 grupos com os grandes como cabeças de chave, fazendo jogos de ida e volta (6 partidas), e os dois primeiros de cada grupo avançando para o mata mata (mata mata sempre com ida e volta). Seriam, portanto, 12 jogos para ser campeão, diferente do formato atual, onde 12 jogos são só a primeira fase! Dessa forma, seria menos maçante, mas pra FPF não interessa, pois ela precisa que os grandes sustentem com bilheteria os pequenos, para garantir votos que mantém sempre os mesmos no poder…

  9. Eu gosto muito de ver o campeonato Paulista. Tirando esses “detalhes” citados por vocês, acho que devia voltar a ter quartas de finais e semi finais de jogo único, além do jogo “valer mais”, o pequeno tem uma chance real de passar de fase (ou alguém achou que Novorizontino ia conseguir algo em 2 jogos?).
    Outro campeonato muito legal é a Copa do Brasil, o que quebra é esse negocio de alguns entrarem depois. Acho que se quer participar da Copa do Brasil, tem que jogar contra os nanicos lá no Amapá, lá no Acre… Como não cabe no calendário de quem está na libertadores, então quem jogar libertadores não deveria jogar copa do Brasil (até pros menores voltarem a ter chance).
    Mas campeonato chato é só o Brasileirão, não gosto, talvez seja algo pessoal, mas não gosto do brasileirão

    1. Brasileirão é o campeonato que se ganha por mérito e regularidade. É chato pra palmeirense porque desde que o modelo foi adotado em 2003(estávamos na série B), só disputamos de verdade dois anos: 2009 sabemos como terminou em 2016 também sabemos.

      É o modelo mais justo pro que o campeonato representa.

  10. A FPF e’ pior que a mulher do Nazareno. Mas os clubes nao se unem entao TODAS as federacoes continuam mamamdo nas tetas do futebol, uma pena.

  11. Conrado, os grandes paulistas só disputam o “Paulistão” com força máxima por causa do $$$ que recebem da RGT!!!! Se não fosse pelo montante, acredito que já teriam colocado mais jogadores do Sub-20 em jogos sem nenhum atrativo!!!! Quanto à maquiagem da FPF nada a acrescentar, faço minhas as suas palavras!!!!

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