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O Palmeiras venceu o Junior de Barranquilla por 3 a 0 no estádio Metropolitano Roberto Meléndez e largou na frente no grupo 8 da Libertadores. A vitória fora de casa não apenas deixa o Verdão em excelente condição para avançar na competição, como afasta o princípio de crise que já rondava a Academia de Futebol após a derrota no Derby.

PRIMEIRO TEMPO

Roger Machado confirmou as expectativas e promoveu o retorno de Victor Luis no lugar de Michel Bastos, e sacou Tchê Tchê, dando chance a Bruno Henrique. Moisés estava à disposição, mas não ficou nem no banco, ainda buscando o melhor condicionamento físico – na Libertadores, existe o limite de 7 jogadores para figurar entre os suplentes.

O time da casa começou o jogo marcando alto e encurralando o Palmeiras no campo de defesa. Nosso time não conseguia trocar três passes as chances do Junior começaram a aparecer: aos 6, Mier deu uma bela enfiada para Alvez, que parecia impedido; o bandeira mandou seguir e o atacante tocou na saída de Jailson, que fechou bem o ângulo e defendeu com a perna direita. Um minuto depois, Piedrahita cobrou lateral pela direita, no vacilo de Victor Luis, e achou Chará dentro da área; ele bateu com pouco ângulo e Jailson pegou firme.

O panorama do jogo se desenhava muito ruim para o Palmeiras; tomando pressão e sem conseguir articular sequer uma jogada no campo de ataque. Foi quando o lateral esquerdo Germán Gutierrez resolveu dar uma mãozinha: numa jogada sem maiores consequências, ergueu o pé e acertou o queixo e o peito de Bruno Henrique, e acabou expulso.

A expulsão esfriou o estádio e o time da casa sentiu o golpe. Dudu veio jogar na direita, nas costas de Mier, que acabou recuado para a lateral, já que o Junior não tinha nenhum lateral esquerdo no banco. O Palmeiras, devagar, começou a tomar conta do jogo e criou a primeira chance aos 16: depois do escanteio curto, Dudu cruzou fechado, com perigo, mas Willian Bigode não chegou a tempo de escorar.

Aos 18,o Palmeiras abriu o placar: Felipe Melo fez lançamento longo para Dudu na direita; Marcos Rocha puxou a marcação; Dudu enxergou a infiltração de Bruno Henrique dentro da área e passou com precisão; o camisa 19 aparou a bola e mandou uma bomba, cruzada, e encheu a rede de Viera.

Aos 21, contra-ataque rápido nas costas de Mier; Dudu disparou e tentou a tabela com Borja, que errou a devolução ao tentar o toque de calcanhar – se acerta, Dudu sai na cara do goleiro. O Palmeiras estava muito à vontade no jogo. Aos 30,em mais uma jogada rápida, Dudu serviu Borja dentro da área, mas em vez de concluir, o colombiano tentou tocar para Willian – tocou mal e o goleiro se antecipou.

Na parte final do primeiro tempo o Palmeiras se retraiu, de forma inexplicável, e passou a dar espaços para o Junior – e deixando o adversário, que estava morto em campo, recuperar forças. Aos 32, Piedrahita cruzou e Alvez aproveitou o vacilo da nossa defesa – entre nossa dupla de zaga, conseguiu um bom cabeceio e assustou Jailson, mas a bola saiu. Aos 42, Victor Luis vacilou e deu espaço para Téo Gutierrez, que entrou na área, ganhou de Thiago Martins e quando se preparava para fuzilar Victor Luis se recuperou no lance e travou o atacante do time da casa. E foi tomando sufoco que o primeiro tempo, que parecia tranqüilo, terminou.

SEGUNDO TEMPO

Sem alterações, os times voltaram para o segundo tempo e o Palmeiras rapidamente ampliou a vantagem: aos 6, Willian construiu a jogada pela esquerda e cruzou; a bola ficou viva na área e Lucas Lima dominou, puxou para dentro e bateu forte; a zaga travou e Borja emendou de primeira, inapelável, no canto esquerdo de Viera – um golaço.

O gol destruiu qualquer disposição do time da casa de tentar o empate. O Palmeiras então, calmamente, rodava a bola de um lado para o outro, e só não se ouvia o grito de olé porque estávamos na casa deles. Aos 12, Lucas Lima sofreu pênalti claro de Arias, mas Enrique Cáceres mandou o jogo seguir.

Diante de tanta fragilidade, o Palmeiras, talvez desconcentrado, voltou a dar espaços, repetindo o erro da parte final do primeiro tempo. Um gol que o Junior achasse poderia mudar o panorama do jogo, mas aos 22, Guerra entrou no lugar de Lucas Lima e o Palmeiras voltou a comandar o jogo – o venezuelano entrou muito bem e fez a diferença.

Aos 24, contragolpe mortal do Verdão: Dudu achou Guerra livre, mas o camisa 18 errou o domínio e perdeu a chance de matar o jogo. Um minuto depois, nova troca de passes do Palmeiras no ataque e Willian arredondou pra bater de curva – a bola tinha o endereço, mas parou na zaga.

Mas aos 26 o Verdão conseguiu definir o jogo: Guerra achou Bruno Henrique mais uma vez bem colocado na área; ele ajeitou o corpo e bateu colocado, no ângulo direito de Viera. Logo depois, Thiago Santos entrou no lugar do camisa 19, que cumpriu muito bem seu papel no jogo.

Aos 31 Perez recuou errado, Guerra tomou a bola e passou para Dudu, que deixou de calcanhar para Thiago Santos, sem marcação; o camisa 5 conseguiu perder o quarto gol com tudo aberto. Borja deixou o campo após uma pancada na panturrilha direita e Gustavo Scarpa entrou do lado esquerdo, com Willian indo para o comando do ataque.

Aos 39, o Palmeiras preparava um ataque e teve uma vantagem que não se concretizou – Cáceres não deu a falta e no contragolpe Alvez recebeu um belo passe por elevação para entrar na área, ele se enrolou com Marcos Rocha e o juiz deu o pênalti – ele decidiu marcar só porque estava 3 a 0. Alvez brigou para bater e mandou a bola na lua.

Aos 43, Ruiz achou um espaço mínimo e conseguiu enfiar a bola para Alvez, de frente com Jailson – mas nosso goleiro brilhou mais uma vez e garantiu o zero do lado deles do placar.

FIM DE JOGO

Não importa que houve expulsão logo no começo do jogo – o Palmeiras soube aproveitar e mostrou a quem duvidava que o time não é medroso nem pipoqueiro. A reação veio na medida certa para recuperar a confiança de todos e seguir o ótimo trabalho que vem sendo feito na montagem do time desta temporada sem maiores pressões.

O time agora volta as atenções à sequência do Paulistão – o próximo jogo pela Libertadores será só no dia 3 de abril, entre os dois jogos das finais do estadual. Até lá, o time já deve ter encorpado mais ainda; com confiança, vai brigar muito forte para conseguir o primeiro caneco do ano e seguir em frente na Libertadores. VAMOS PALMEIRAS!

Ficha Técnica

Escalação

Junior de Barranquilla

Viera
Piedrahita
Pérez
Rodriguez
Germán Gutierrez
Pico Carvajal
Cantillo
Mier
Arias
Chará
Díaz
Alvez
Teo Gutierrez
Ruiz
Alexis Mendoza
TÉCNICO





Notas


Jogador
Descrição
Nota
Jailson
Salvou dois gols cara a cara de Alvez, e ainda o intimidou para bater o pênalti.
8.5
Marcos Rocha
Não chegou a apoiar como de costume, mas foi muito firme e se posicionou muito bem na defesa
7.5
Antônio Carlos
Uma única falha de posicionamento que permitiu uma cabeçada perigosa de Alvez no primeiro tempo.
8
Thiago Martins
Continua rebatendo bolas que dá para dominar e sair jogando. Precisa aumentar a confiança.
6
Victor Luis
Partida sofrível, com falhas de posicionamento e execução. Por vezes, esteve disperso, algo imperdoável em Libertadores.
5.5
Felipe Melo
Além do lançamento para Dudu no primeiro gol, seu maior mérito foi não cair na provocação constante dos colombianos. Foi nitidamente alvo da catimba do time da casa.
6.5
Bruno Henrique
Calou os críticos com uma partida quase impecável - além dos dois belos gols, ainda foi o pivô da expulsão de Germán Gutierrez que mudou completamente o panorama do jogo.
9.5
Thiago Santos
Errou passes e perdeu um gol feito. Já fez partidas bem melhores.
5.5
Willian
Brigou bastante contra a pesada e violenta defesa do Junior. Apanhou bastante.
6.5
Lucas Lima
Bastante participativo, coordenou o meio-campo, mas estava numa noite infeliz na execução.
6
Guerra
Deu nova dinâmica ao jogo, participando de forma decisiva do terceiro gol.
7.5
Dudu
Deu o passe do primeiro gol e aproveitou muito bem o flanco esquerdo da defesa do Junior no primeiro tempo.
7
Borja
Errou tudo o que tentou até o gol. Depois do gol, errou tudo também. Mas o gol foi o que matou o adversário, foi importante demais e foi um golaço.
7
Gustavo Scarpa
Pouco tempo para engrenar, numa fase em que o jogo já tinha esfriado.
s/n
Roger Machado
Roger Machado
Alterou bem o time em relação ao jogo passado e não se contentou com o placar, exigindo aplicação total durante o tempo todo à beira do campo.
8.5




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