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Sem forçar, o Verdão venceu o Alianza Lima por 2 a 0 no Allianz Parque e abriu vantagem no Grupo 8 da Libertadores. Diante de um adversário com sérias limitações, o Verdão deu-se ao luxo de buscar a maioria das finalizações de dentro da pequena área – e assim construiu o placar.

Com a missão cumprida na competição sul-americana, o time pode finalmente focar na final do Paulistão, marcada para domingo. Ninguém vê a hora!

PRIMEIRO TEMPO

Com Mayke,Diogo Barbosa, Moisés e Keno como novidades, o Palmeiras começou  tocando a bola com tranqüilidade, tentando entender o sistema de marcação do time peruano – e era um sistema simples: dez atrás da linha da bola. Diante do congestionamento, o Verdão tocava a bola de um lado para o outro, pacientemente, tentando achar os espaços.

A recompensa veio rápido: aos 10, Dudu bateu falta da esquerda, com curva, procurando Antônio Carlos no primeiro pau; ele desviou de leve e a bola beijou a trave tirando o goleiro e toda a defesa da jogada; a bola voltou bem onde estava  Thiago Martins na pequena área, e aí ficou fácil para empurrá-la para o fundo das redes.

Aos 12, Keno conseguiu a jogada pela esquerda e cruzou na linha da pequena área; Borja chegou atrasado e por pouco não fez o segundo. Aos 15, Dudu tabelou com Borja e saiu na cara do gol; a finalização saiu rasteira e Araujo travou, mandando a escanteio. Na cobrança ensaiada, por baixo, Lucas Lima recebeu dentro da área e rolou para a chegada de Keno, que isolou – o gol estava à disposição.

Com o gol sofrido, o Alianza deu espaços e o Verdão deitou: aos 17, Felipe Melo deu um passe longo sensacional de primeira para Dudu; ele aparou perto da linha de fundo e cruzou por baixo; Borja chegou escorando e a bola tirou uma casquinha da trave. No minuto seguinte, Borja escapou livre pela direita, entrou na área e perdeu ângulo; tentou bater pra dentro para a chegada de Moisés, mas errou. Aos 21, Dudu aproveitou escanteio batido rápido, pedalou na frente de Godoy e bateu forte, por cima. Foram onze minutos de um massacre impressionante.

O Verdão baixou um pouco a rotação, mas continuou atacando: aos 28, Dudu arrancou pela direita, ganhou de Duclós e cruzou por baixo; Borja passou um pouquinho da bola, ainda tentou a letra, mas a bola passou direto. Estava tão fácil que nossos dois volantes estavam subindo ao mesmo tempo, deixando um espaço perigoso para o contra-ataque dos peruanos – nossa sorte é que eles eram muito ruins.

Aos 34, numa saída de bola errada do Palmeiras, Ascues tabelou com Ramirez e saiu na cara de Jailson; o chute veio forte, cruzado, mas nosso goleiro fez uma excepcional defesa – que não valeu, porque Ascues estava impedido. O Verdão respondeu em seguida, com Keno, que invadiu a área pela esquerda, chegou a ficar só com o goleiro pela frente mas, com pouco ângulo, preferiu cruzar e foi interceptado.

Com Dudu na esquerda, invertido com Keno, o Palmeiras seguiu atacando e levando perigo à defesa do Alianza, sem, no entanto, conseguir uma finalização. O primeiro tempo acabou 1 a 0, mas poderiam ter sido 3 ou 4 tranquilamente.

SEGUNDO TEMPO

Nem deu tempo de respirar: aos 37 segundos, depois de uma sensacional jogada de Keno pela esquerda; Borja aproveitou a falha do goleiro Prieto e tocou para o gol, fazendo o segundo e dando tranquilidade ao Verdão para administrar o jogo e o físico, já pensando em domingo.

Tranquilidade? Antes dos dois minutos Dudu chegou forte pela direita, invadiu a área e soltou a bomba; desta vez Prieto defendeu bem e a bola foi para o lado da área; o próprio Dudu aproveitou o rebote e cruzou forte, para Borja, que estava livre na risca da pequena área mas não teve impulsão suficiente para testar em cheio, e a bola espirrou.

Aos 8, linda tabela de Dudu com Lucas Lima, o capitão chegou dentro da pequena área mas em vez de enfiar um canudo pelo alto tentou achar Borja, e errou. Aos 9, Prieto saiu esquisito numa bola pelo alto, soltou na frente de Felipe Melo, mas ao bater no chão a bola encobriu nosso camisa 30. Aos 10, Dudu lançou Borja em velocidade, pela direita; a seu estilo, o colombiano engatou a quarta marcha e soltou um canudaço, que foi na rede por fora.

Aos 14, o Alianza deu seu primeiro chute a gol no segundo tempo, numa falta frontal mal marcada pela arbitragem: Hohberg bateu e a bola saiu por cima, assustando Jailson. Dois minutos depois, Mayke cochilou na marcação e Hohberg recebeu livre de Quevedo dentro da área, girou o corpo e bateu firme, encobrindo mais uma vez nosso gol.

O Palmeiras diminuiu o ritmo, naturalmente, e passou a ir ao ataque com menos gente – Moisés e Felipe Melo já não desciam tanto. Mesmo assim, o Palmeiras seguiu recorrendo às tabelas e tentando fazer gols de dentro da pequena área, já que Dudu, Keno, Lucas Lima e Borja estavam inspirados.

Aos 29, Roger Machado mandou a campo Deyverson e Guerra, nos lugares de Borja e Lucas Lima. Todo mundo aplaudiu todo mundo. Aos 32, o primeiro chute de fora: Diogo Barbosa arriscou e mandou longe. Quatro minutos depois, o camisa 6 saiu sentindo muitas dores e Tchê Tchê entrou em seu lugar.

Com as mexidas, o ritmo do time caiu demais. Aos 38, Cruzado sofreu falta frontal de Felipe Melo;ele mesmo bateu e a bola lambeu a rede por fora, dando a impressão de gol. O Palmeiras se desligou tanto do jogo que o Alianza, pela primeira vez, passou a ocupar nosso campo de defesa e pressionou nossa saída de bola.

Aos 42, Deyverson e Keno tabelaram pela esquerda; Keno bateu de pé trocado e obrigou Prieto a espalmar a bola para a esquerda. Aos 44, outro lance muito parecido, desta vez com Guerra e Tchê Tchê. Já nos descontos, todo o ataque participou da jogada, que rodou por todo o campo ofensivo até chegar em Moisés; de frente, ele emendou um chute forte que saiu pelo alto. Foi a última chance de gol do jogo.

FIM DE JOGO

Nem precisa desvirar a chavinha: ela nem saiu do lugar; mesmo com um jogo de Libertadores pela frente a cabeça de todos os palmeirenses jamais saiu do Derby de domingo. A sorte é que o adversário desta noite era muito, muito limitado e não exigiu grandes esforços do Palmeiras – nem técnico, nem tático, nem físico.

Agora vamos ao que interessa: em busca da primeira taça do ano. São cinco dias entre descanso e ajustes finais – e serão dias intensos, de muita ansiedade. A vitória por um placar não muito dilatado, no fundo, foi ótima para que ninguém nem pense em subir no salto e continuem todos muito focados na decisão. A hora não passa! VAMOS PALMEIRAS!

Ficha Técnica

30.456

R$ 2.903.370,96

José Argote

Escalação

Alianza Lima

Prieto
Cotrina
Godoy
Araujo
Duclós
Costa
Velarde
Quevedo
Cruzado
Cachito Ramírez
Ascues
Leyes
Hohberg
Pablo Bengoechea
TÉCNICO





Notas


Jogador
Descrição
Nota
Jailson
Só trabalhou numa bola que o bandeira tinha marcado impedimento.
6
Mayke
Sem nenhum ritmo de jogo, foi o mais discreto do time.
6
Antônio Carlos
Firme, vibrante, conseguiu se destacar mesmo com a baixa produtividade ofensiva dos peruanos.
7.5
Thiago Martins
Como meteu gol logo de cara, ficou bem à vontade para jogar bola - e convenhamos, não foi muito exigido.
7.5
Diogo Barbosa
Não dá para julgar o desempenho defensivo; no apoio, mostrou desenvoltura e algum entrosamento com Keno.
7
Tchê Tchê
Entrou pra preencher buraco, perto do fim do jogo.
s/n
Felipe Melo
Teve liberdade para ir ao ataque sem problemas, com ótimas viradas de jogo e muita visão.
7.5
Moisés
Marcou, desarmou, fez a saída, armou, driblou, finalizou. Pena não ter entrado aquela última bola.
8
Dudu
Estava encapetado, muito ligado no jogo. Tomara que tenha guardado um pouco pra domingo.
8.5
Lucas Lima
Outro que estava muito ligado, participativo, vibrante - compensando um pouco a partida apagada em Itaquera.
8
Guerra
Apagado, não manteve o nível do titular.
6
Keno
Jogou a bola de sempre, mas encontrou pela frente uma defesa muito fraquinha - aí deitou.
8
Borja
Tentou de tudo o que é jeito, até colocar pra dentro. Isso é um NOVE-NOVE.
8.5
Deyverson
Começou estabanado, depois acertou um lançamento aqui; uma tabela ali.
6
Roger Machado
Roger Machado
Não precisou de nada especial para chegar ao resultado; usou o jogo como um treino de luxo, um ajuste final para a final, sem colocar o resultado em risco.
7.5




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