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06/11/2016 - 17:00
Sob muita chuva, num jogo em que os nervos falaram mais alto que tática e técnica, o Verdão venceu o Inter no Allianz Parque pela contagem mínima e se aproximou muito da conquista do nono título brasileiro, abrindo seis pontos de vantagem para o Santos, que terá vantagem em caso de um eventual empate em pontos ganhos. Por isso, para a conquista, basta ao Palmeiras fazer sete pontos nos quatro jogos restantes, mesmo que nossos três perseguidores vençam todos os seus jogos.
Além disso, ao fazer nossa obrigação, mandamos o Inter de volta para a zona do rebaixamento. Sem dúvida, um belíssimo bônus.
PRIMEIRO TEMPO
Cuca apostou as fichas em Cleiton Xavier para coordenar as jogadas ofensivas; restabeleceu a titularidade de Roger Guedes e sacou Allione; fixou mais uma vez Gabriel Jesus no comando do ataque e Dudu fez o lado esquerdo. O Inter, por sua vez, veio com muita disposição para lutar pelo meio-campo, e Celso Roth escalou Alex para tentar as metidas de bola para Aylon. Mas os dois veteranos meias estavam em tardes pouco inspiradas; o campo molhado mantinha a bola muito viva e as marcações fortes dos dois lados faziam o jogo muito pegado no meio, com poucas escapadas de perigo. Assim, sobrou aos times as batidas de fora e as bolas paradas – algo cada vez mais comum neste campeonato.
Aos 5, a primeira chance: depois de uma bola alta em nossa área, Anderson pegou o rebote e tentou o arremate, mas sem direção. Aos 16, Tchê Tchê procurou Mina aberto na lateral da área; Paulão se apoiou no ombro de nosso zagueiro na disputa; a bola bateu na cabeça de Mina e no braço do zagueiro do Inter e saiu pela linha de fundo. Dudu bateu, a bola foi afastada da área mas Thiago Santos pegou a sobra e a jogou de volta na área; Cleiton Xavier, como um centroavante, aproveitou a bola viva e tocou na saída de Danilo, que nada pôde fazer. Explodiu o Allianz Parque.
O Inter, que fez cera em todas as chances que teve nos 15 primeiros minutos, passou a ter pressa, e naturalmente abriu um pouco mais o meio-campo; o Verdão passou então a bloquear o setor com mais vigor ainda para tentar conectar os ataques com velocidade. Mas Gabriel Jesus e principalmente Dudu estavam em tardes muito ruins, cabendo a Roger Guedes articular nossas jogadas mais interessantes.
Aos 30, o Inter teve uma falta do lado esquerdo; na jogada ensaiada, a bola foi puxada mais para a esquerda e Alex tentou bater por fora da barreira – a bola triscou a bochecha da rede, com muito perigo. Roger Guedes acabou sentindo, pouco depois, uma pancada no quadril, mas mesmo assim arrumou um escanteio perto do fim do primeiro tempo. Dudu bateu e Vitor Hugo, no oitavo andar, testou firme, na gaveta, mas Danilo Fernandes fez uma defesa de placa e evitou o segundo gol.
SEGUNDO TEMPO
Não deu mesmo para Roger Guedes, que deu lugar a Alecsandro – Gabriel Jesus caiu pelo lado direito. Ceará, do Inter, também sentiu lesão e Eduardo Sasha entrou sem eu lugar – William, que estava deslocado pela meia, voltou a sua posição de origem. Mas mesmo com as mudanças, o jogo seguiu igual ao primeiro tempo, muito congestionado no meio e bastante picotado.
Aos 8, Dudu perdeu a bola de forma tola e deu o contra-ataque para Anderson, que arrancou com muita velocidade com campo aberto; perseguido por três palmeirenses, ele entrou em nossa área mas Jean conseguiu um toque que colocou a bola em seu pé direito, que não é o bom – a conclusão acabou saindo por cima.
Cleiton Xavier sentiu lesão no ombro e pediu para sair – Fabiano entrou para fazer o lado direito, e Jean subiu para reforçar a marcação no meio-campo; Tchê Tchê, o mais inspirado do Palmeiras juntamente com Vitor Hugo, passou a coordenar os ataques.
A bola seguia queimando no pé dos jogadores dos dois times. Sem uma sequência de 3 ou 4 passes, a posse mudava de lado muito rápido – melhor para o Palmeiras, que seguia na frente no placar. Aos 24, depois de ótima troca de passes que passou por quase todo o setor ofensivo, Fabiano bateu de chapa, com a perna esquerda, buscando o ângulo direito de Danilo, mas a bola saiu por muito pouco.
O Inter respondeu aos 35 em lance muito parecido: em bola rebatida, Diego, que havia entrado no lugar de Aylon, bateu de curva, buscando o ângulo esquerdo de Jailson, que só torceu. O Palmeiras então passou a cozinhar o jogo, mesmo com apenas um gol de frente, colocando a vitória em risco. Mas o Inter mostrou por que está na zona do rebaixamento e não ameaçou nosso gol, apelando apenas para os chuveirinhos desordenados.
O Palmeiras foi quem mais esteve perto de ir às redes mais uma vez, aos 41: Tchê Tchê brigou, soltou para Jean que deu uma linda enfiada para Gabriel Jesus; dentro da área, de frente, ele tocou no canto, mas Danilo Fernandes fez mais uma defesa espetacular, dando um tapinha na bola que bateu na trave; Tchê Tchê ainda tentou aproveitar o rebote mas Danilo fechou o ângulo e tocou a escanteio. E assim terminou o jogo.
FIM DE JOGO
Impressionante a demonstração de foco do grupo após o apito final. Todos se reuniram em nossa área e se fecharam mais ainda para não deixar que o bom resultado dê a falsa ilusão de conquista. Ainda faltam sete pontos e todos parecem ter total consciência de que se todos os passos não forem dados, não se chega a lugar algum.
Cuca terá onze dias para preparar o time para a sequência final. O Atlético tropeçou de novo e está a dez pontos do Palmeiras, com 12 pontos em jogo – o título já parece fora de alcance. Mesmo a vaga no G3 para pular a primeira fase da Libertadores, ficou mais complicada após a rodada. É bastante provável que Marcelo Oliveira não arrisque lesionar seus titulares no jogo do dia 17. Mesmo a torcida do Atlético deve guardar seus cobres para a final da Copa do Brasil, que deve vir com um preço salgado. O jogo deve ser bem menos hostil do que a tabela sugere – mas devemos nos preparar como se fosse o jogo da vida deles. Falta pouco. VAMOS PALMEIRAS!