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Num jogo fraco em que as emoções ficaram para o finalzinho, o Palmeiras empatou com o Boca Juniors por 1 a 1 no Allianz Parque e segue na liderança do grupo, agora com 7 pontos. O Verdão claramente sentiu os efeitos do jogo do final de semana e o jogo não engrenou; mesmo assim, abriu o placar aos 44 do segundo tempo, mas tomou o empate aos 46 – os dois gols saíram de erros individuais grosseiros das defesas.

PRIMEIRO TEMPO

Isolado da imprensa desde o domingo, Roger Machado treinou o time com duas mudanças em relação ao time provável: Diogo Barbosa e Keno entraram do lado esquerdo,deixando Victor Luis e Willian Bigode no banco.

O jogo começou agitado, com as duas equipes partindo para cima e chegando às áreas com alguma facilidade. A primeira boa chance foi dos visitantes: aos seis, Ábila chegou um pouco atrasado após cruzamento de Pavón pela direita, e a bola saiu pela linha de fundo.

Rapidamente as marcações encaixaram e o jogo ficou restrito à zona entre as intermediárias. O Boca, num 4-1-4-1, deixava Barrios isolado entre as duas linhas, mas Lucas Lima não era acionado e o Palmeiras não aproveitava a situação, insistindo demais pelas extremas, que estavam bem marcadas. A partida ficou amarrada e chata.

Aos 30, Dudu finalmente caiu por dentro para ocupar o espaço oferecido e enfiou uma linda bola para Diogo Barbosa, que cruzou por baixo, mas com muita força e a bola atravessou a frente do gol, antes da chegada de Borja. Bem antes.

Aos 45, a única subida realmente boa do Verdão: no contra-ataque rápido, Dudu tocou linda bola para Lucas Lima, que chegou livre pela direita e tentou bater de primeira, dando um tapa na bola cheio de efeito, mas a bola não fez a curva suficiente para entrar no cantinho direito de Rossi. Fim de um primeiro tempo muito aguerrido, mas pouco vistoso dos dois times. O Palmeiras parecia sentir bastante ainda o lado emocional, vários jogadores com a “perna presa”, como se estivessem ainda em pré-temporada.

SEGUNDO TEMPO

O Verdão voltou mais aceso no segundo tempo e as jogadas pareciam que iam começar a sair. Aos 4, depois de jogada entre Dudu e Diogo Barbosa, nosso capitão bateu colocado, por baixo, buscando o canto direito de Rossi, mas errou o alvo. Um minuto depois, Keno partiu para cima do marcador pela direita, puxou para o meio e disparou de esquerda, buscando a gaveta, mas a bola saiu. Em cinco minutos, o Palmeiras produziu mais que em todo o primeiro tempo.

Aos 10, Cardona  chutou de longe, a bola era fácil mas Jailson – até ele – foi em câmera lenta para a bola e quase se complicou, precisando fazer a defesa em dois tempos e ainda tendo que dividir com Ábila.

Aos 12, Willian Bigode entrou no lugar de Borja, que mal foi visto em campo. Com dois minutos em campo Willian já construiu a primeira jogada, tabelando com Keno e chegando à área; a defesa rachou e Bruno Henrique chegou batendo, mas a bola saiu. Um minuto depois, Bruno Henrique tentou de novo, da intermediária, mas novamente mandou para fora. Pelo menos o Palmeiras chutava a gol.

Aos 21, Moisés foi a campo, no lugar de Lucas Lima. Aos 22, Bruno Henrique subiu ao apoio e abriu para Keno, que tentou devolver; Fabra cortou mas rebateu nos pés de Bruno Henrique, que bateu de primeira, com amplas condições de abrir o placar, mas a bola passou por cima do travessão, com muito perigo. Pouco depois, Schelotto trocou Cardona por Tévez.

Sentindo falta de criatividade, Roger sacou Bruno Henrique, recuou Moisés e mandou Guerra a campo, aos 34. Aos 37, Keno driblou quatro argentinos e foi ao fundo, dentro da área; a bola ficou um pouco atrasada para Willian, que tinha Moisés livre, de frente para o gol, mas preferiu girar e bateu prensado – depois ficou pedindo desculpas para o nosso camisa 10 por mais ou menos dez minutos.

Aos 44, aproveitando um erro clamoroso de Jara, Guerra avançou pela esquerda e deu um lindo passe de trivela para Keno, que fechava como um centroavante e tocou para o fundo das redes, para explosão do Allianz Parque. O jogo parecia decidido, mas dois minutos depois Antônio Carlos errou o bote numa disputa com Pavón, que foi ao fundo e cruzou para Tévez, que escorou do jeito que dava; a bola bateu no travessão e pingou dentro do gol.

FIM DE JOGO

Fica o gosto amargo de ter tido a vitória nas mãos e deixá-la escapar. Mas a partida não merecia mesmo ter nenhum vencedor. Ao Palmeiras, fica o consolo de permanecer na liderança, mas o time agora tem a obrigação de não perder na Argentina para manter a posição.

Olhando o copo meio cheio: diante da constatação de que o time, compreensivelmente, ainda não assimilou o final do campeonato paulista, não ter saído com a derrota acaba sendo um razoável primeiro passo em direção à volta à normalidade. Podia ter sido muito pior. O time agora tem cinco dias para seguir se reerguendo e pensar na estréia do Brasileirão, contra o Botafogo. VAMOS PALMEIRAS!

Ficha Técnica

37.192

R$ 4.426.402,50

Andrés Cunha

Escalação

Boca Juniors

Rossi
Jara
Goltz
Vergini
Magallán
Fabra
Barrios
Pavón
Reynoso
Buffarini
Pablo Pérez
Cardona
Tévez
Ábila
Guillermo Schelotto
TÉCNICO





Notas


Jogador
Descrição
Nota
Jailson
Não teve muito trabalho - quase complicou uma bola fácil, chutada de longe.
6
Marcos Rocha
Disperso, chegou atrasado em várias jogadas. O Boca cresceu quando Pavón inverteu o lado para jogar em cima dele.
5
Antônio Carlos
Fazia uma partida muito boa; seguro, mostrando-se recuperado da falha de domingo. Aí estragou tudo no último lance.
5
Thiago Martins
Firme, não deu mole pra nenhum argentino se criar, e ainda manteve a calma e não caiu na catimba doa argentinos.
7.5
Diogo Barbosa
O lateral que ataca bem e defende mais ou menos atacou mais ou menos e defendeu bem.
6.5
Felipe Melo
Deu equilíbrio ao meio-campo, não permitindo que os argentinos tomassem conta do terreno. Partidão.
8
Bruno Henrique
Subiu de produção no segundo tempo, chegando bem ao ataque e finalizando três vezes - quando tinha finalmente encaixado no jogo foi substituído.
6.5
Guerra
Para sorte do professor, a mexida deu certo - Guerra deu um lindo passe e foi responsável por meio gol.
7.5
Dudu
Vontade não faltou, mas errou tudo o que tentou.
4
Lucas Lima
Um dos que parecia estar com a perna mais pesada, disperso, sem pensar o jogo como de costume.
4
Moisés
Normalmente gosta de jogo grande, mas também não encaixou.
5.5
Keno
Parece que com ele não tem tempo ruim. Arrepiou como ponta e quase decidiu o jogo como centroavante.
8
Borja
Nas poucas vezes que pegou na bola, judiou dela.
3.5
Willian
Parecia ter entrado bem e sabendo o que fazer, mas logo foi engolido pelo marasmo do time.
5.5
Roger Machado
Roger Machado
Fica difícil armar taticamente um time que está com o emocional ainda baleado. Mas podia ter tentado um pouco mais, ficando à beira do campo e corrigindo os posicionamentos. Quietinho no banco, parecia que também estava abalado.
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