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21/01/2017 - 16:30

O Verdão voltou à atividade num jogo histórico. A temporada de 2017 começou marcando o reinício da caminhada da Chapecoense, depois da terrível tragédia na Colômbia, e ninguém melhor que o campeão brasileiro para ser o coadjuvante do evento.

O empate em 2 a 2 foi o melhor resultado possível. Não poderia haver derrotados neste jogo, e os quatro gols não apenas fizeram a torcida local sorrir, mas também foram importantes para acelerar o resgate da competitividade dos atletas, do estádio e da cidade. Para o Palmeiras, é uma honra ajudar a escrever estas páginas da História.

PRIMEIRO TEMPO

Eduardo Baptista montou seu 4-1-4-1, que ficou bem claro desde os primeiros momentos. A linha defensiva pareceu bem montada, embora o ataque da Chapecoense, de forma compreensível, não mostrasse muita coordenação e não exigisse muito.

O maior empecilho para todos, sem dúvida, foi a condição física. O jogo esteve longe de ser um bom espetáculo exatamente porque os jogadores não conseguiam que seus corpos respondessem com os movimentos necessários. Assim, ficamos apenas com a movimentação e com a carga emocional do evento.

O primeiro gol foi do Palmeiras, aos 11: Egídio fez uma jogada despretensiosa pela esquerda e cruzou mal, por baixo; a defesa vacilou e deixou a bola chegar até Raphael Veiga, que na corrida escorou de pé esquerdo, mesmo tendo passado um pouco da linha da bola, que morreu no canto direito de Artur. Se não tivesse sido gol, teria sido pênalti, pois Veiga havia sido deslocado no lance por Amaral. Aplausos da torcida local para o nosso gol. Aplausos dos nossos jogadores para Chapecó. Bonito de ver.

Três minutos depois, a Chape empatou: Niltinho cobrou falta da esquerda, no segundo pau; Prass ficou vendido, a bola foi escorada para o meio e Douglas Grolli empurrou para dentro sem dificuldades. E tome emoção na Arena Condá.

O Verdão se mostrava mais solto em campo, algo quase natural. Mas a Chapecoense mostrava uma surpreendente aplicação defensiva, para compensar as dificuldades na criação. O Palmeiras tinha sérias dificuldades para armar as jogadas. Os destaques eram Roger Guedes e Raphael Veiga.

Aos 36, a Chape chegou ao segundo gol, mas de forma irregular: Niltinho finalizou; a bola era fácil para Fernando Prass defender mas ele bateu roupa; Wellington Paulista pegou o rebote e tocou para as redes, mas estava adiantado na hora do primeiro chute.

O jogo era tão diferente que até na hora de xingar e falar palavrões os jogadores se seguravam. Wellington Paulista protagonizou a cena mais pitoresca do jogo, ao urrar um sonoro FILHA DA PPPPPP… e travar no “P”. Não era jogo pra isso mesmo…

SEGUNDO TEMPO

Com muitas alterações, os dois times voltaram para o segundo tempo com mais vontade que no primeiro – talvez porque o clima emocional já tivesse se diluído um pouco e os jogadores conseguissem focar mais na disputa em si. Com menos de um minuto, a Chape teve escanteio pela esquerda e Amaral surgiu livre, no meio da área, e tocou meio com o ombro, meio com o braço, para o canto direito de Jailson, que foi o autor da batatada que deu origem ao escanteio ao jogar errado com os pés. Enferrujados, nossos goleirões.

Com as alterações do segundo tempo, o Palmeiras mudou completamente do meio para a frente. Erik ficou encarregado do comando do ataque e foi um dos que mais sentiu a falta de ritmo. Por outro lado, Vitinho assumiu a armação e comeu a bola, cheio de vontade de mostrar serviço para Eduardo Baptista.

O Verdão, atrás no placar, passou a forçar mais o jogo e perdeu duas chances muito boas com Arouca e Hyoran. Mas chance boa mesmo quem perdeu foi Erik, aos 21: ele saiu na cara de Elias, cara a cara, mas perdeu o tempo do drible e facilitou as coisas para o goleiro da Chape, que recuperou a bola em seus pés.

Depois de mais uma tocante homenagem, no minuto 71, o Verdão foi com tudo para o ataque para buscar o empate, e ele veio num golaço de Vitinho: ele recebeu a bola pela esquerda, com dois adversários pela frente; com uma bonita finta cortou para o meio, ganhou ângulo e soltou a patada; a bola foi na gaveta de Elias, que saltou mas não alcançou. Uma pintura.

O empate aos 33 do segundo tempo foi o ato final da partida. A partir daí, os times cumpriram o protocolo enquanto todos prestavam suas últimas homenagens às vítimas, aos familiares e à cidade. Missão mais que cumprida.

FIM DE JOGO

Foi um jogo diferente, mas belo. Escudo da Chape na camisa do Palmeiras. Escudo do Palmeiras na camisa da Chape. Nasce uma irmandade bacana entre os clubes de verde. #JUNTOS

Em campo, pouco a analisar; o que importou mesmo foram as primeiras movimentações. Alguns destaques, para bem e para mal – Raphael Veiga e Vitinho foram os que mais chamaram atenção. Aumentaram as dores de cabeça de Eduardo Baptista para definir os 28 da lista do Paulistão.

O time entra na reta final da preparação a partir da segunda-feira. O próximo amistoso, contra a Ponte Preta, deve ter muito mais cara de jogo do que de amistoso. Sem a carga emocional e bem mais entrosados, nossos jogadores tendem a mostrar evolução antes da estreia no Paulistão, daqui a duas semanas.

Valeu Chape!

VAMOS PALMEIRAS!

Ficha Técnica

14.898

R$ 852.415,00

Héber Roberto Lopes

Escalação

Chapecoense

Artur Moraes
Elias
João Pedro
Zeballos
Douglas Grolli
Nathan
Fabricio Bruno
Luiz Otávio
Reinaldo
Diego Renan
Andrei Girotto
Luiz Antônio
Amaral
Moisés
Nenén
Dodô
Martinuccio
Rossi
Arthur
Wellington Paulista
Túlio de Melo
Niltinho
Osman
Nadson
Vagner Mancini
TÉCNICO









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