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24/10/2018 - 21:45
Felipão exagerou na dose. A postura cautelosa se justificava, mas ao verificar a absoluta inoperância dos jogadores do Boca, nosso time poderia ter dado um passo à frente para tentar decidir o jogo. Ao insistir em se manter fechado e encaixar contra-ataques, o Palmeiras deu chances aos donos da casa, que souberam aproveitar quando o talento entrou em campo.
A entrada de Benedetto aos 35 do segundo tempo foi um duro golpe para o Verdão. Felipe Melo, que vinha sendo o melhor em todos os sentidos – tanto nos desarmes, como na técnica e nos duelos verbais, acabou se irritando com Pablo Pérez, descontou em Villa e fez a falta desnecessária que desencadeou o desastre – e ainda perdeu a disputa aérea do primeiro gol.
Felipão tem grande dose de responsabilidade na derrota, é fato; mas se (sempre o “se”…) o panorama do jogo tivesse se mantido nos dez minutos finais, estaríamos comemorando o resultado e elogiando a frieza e a confiança do treinador em seu esquema e na execução dos jogadores.
Ao jogarmos com o regulamento debaixo do braço, demos brechas, e desta vez havia um centroavante muito talentoso que as aproveitou. Agora o Palmeiras tem que saber sair desse buraco. É difícil, mas não há nada perdido. Mata-mata é diferente de jogo normal; o time do Palmeiras é muito superior ao do Boca e com o Allianz Parque cheio e passando confiança aos jogadores, os gols podem sair. Um de cada vez, com calma; não adianta querer marcar três gols no mesmo ataque.
Em 1999, também na semi, o Palmeiras perdeu do River no Monumental – dizem que o estádio recebeu esse nome por causa da atuação de Marcos naquela noite. Na volta, já vencia por 2 a 0 com 18 minutos no Palestra – e o River era um timaço. O Verdão só precisa de um gol logo no começo para desmontar o emocional dos argentinos e chegar à quinta final de Libertadores de sua História. Lógico que dá. VAMOS PALMEIRAS!
Ficha Técnica
Escalação
Boca Juniors
Primeiro tempo
Borja recolheu a bola junto à linha lateral, mirou donde estava Rossi e tentou um arremate pelo alto – a bola bateu na rede, por cima, mas assustou o goleiro argentino.
Depois de erro de passe no meio de campo, Pablo Pérez recolheu, aproveitou o espaço e bateu por cima – Gómez estava o acompanhando na jogada e manteve a distância para não levar o corte seco.
O Palmeiras respondeu rápido com Dudu, que também aproveitou o espaço na frente da área para arriscar o arremate – por cima do gol de Rossi.
Após batida de escanteio, Izquierdoz aproveitou o erro no tempo de bola de Weverton e cabeceou visando o canto direito, mas errou por pouco – se vai no gol, Borja, que guardava a linha, não alcançaria.
Olaza tentou mais um chute de fora e Weverton pegou fácil.
A defesa do Palmeiras mostrava a mesma solidez dos últimos jogos; o Boca não tinha a menor criatividade e faltava ao Verdão deixar a cautela um pouco de lado para ganhar de vez o meio-campo e controlar o jogo. Com Moisés e Bruno Henrique muito mais preocupados em bloquear as descidas dos argentinos do que se aproximar do trio ofensivo, o Palmeiras se tornou um time excessivamente reativo.
Após tiro de meta, Willian ganhou de Magallán mas bateu mal. Foi o último lance do primeiro tempo.
Segundo tempo
Os dois times voltaram sem alterações e o Boca voltou a imprimir um ritmo mais forte nos primeiros minutos – a diferença é que o Palmeiras havia se soltado um pouco mais e passou a aproveitar os espaços cedidos pelos argentinos.
Após falta pelo lado direito, Magallán conseguiu o cabeceio mas Weverton, bem colocado, defendeu sem maiores problemas.
O Verdão respondeu rápido: após ataque rápido, Borja ajeitou de cabeça e Willian conseguiu o arremate, mas errou o alvo.
O Palmeiras recuperou a bola rápido após a reposição e Borja mais uma vez participou do lance, servindo a Bruno Henrique, que chutou para boa defesa de Rossi.
O panorama do primeiro tempo se repetiu, com o Boca pouco inspirado parando no forte sistema defensivo do Verdão, que seguia confiando no empate sem gols para resolver a parada em casa com uma vitória simples. E nada indicava que o placar seria alterado – por vezes o time da casa dava até a impressão que também estava satisfeito com o 0 a 0, acreditando num empate com gols em nossa casa.
No melhor lance do Palmeiras no jogo, Dudu fez bela jogada por dentro e soltou um canudo, buscando a gaveta esquerda de Rossi, que saltou mas não alcançou – a bola saiu muito perto da forquilha.
Felipão trocou Borja por Deyverson.
Felipe Melo, até então o melhor em campo, fez falta boba em Villa, frontal. Nosso volante ergueu demais o pé, nitidamente tentando tirar uma casquinha do colombiano. Olaza bateu e Weverton fez uma defesa monstruosa, na gaveta, mandando a escanteio. Na aterrissagem, bateu com as costas na trave.
Gol do Boca – Na cobrança de escanteio, Benedetto, que havia acabado de entrar, subiu mais que Felipe Melo e testou firme, vencendo Weverton e abrindo o placar.
Felipão tentou sabe-se lá o que tirando Bruno Henrique para a entrada de Thiago Santos.
Gol do Boca – Benedetto recebeu pelo miolo, deu um drible de futsal em Luan e soltou uma patada no canto direito baixo de Weverton, inapelável.
No desespero, Willian tentou um arremate de fora, mas Rossi defendeu com facilidade.
Lucas Lima entrou aos 48 para resolver o jogo, no lugar de Moisés.
E Lucas Lima até que conseguiu um arremate, aproveitando um rebote na entrada da área após chuveirinho, mas pegou mal na bola e mandou por cima do gol.
O juiz chileno Roberto Tobar, que apitou certinho, encerrou o jogo aos 49 minutos.