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27/03/2018 - 20:30

O Palmeiras jogou mal, foi derrotado por 2 a 1 pelo Santos no Pacaembu quase lotado de palmeirenses, mas garantiu a passagem às finais do Paulistão nas cobranças de pênaltis ao fechar a série em 5 a 3, com cinco excelentes cobranças e uma defesaça de Jailson. O Verdão agora espera o outro finalista, que sairá do confronto entre SCCP e SPFC.

PRIMEIRO TEMPO

Com Tchê Tchê na lateral, o Verdão entrou em campo para enfrentar um adversário que veio para o jogo, em teoria, com um 4-2-4, com Arthur Gomes como quarto homem de ataque e apenas dois volantes na meia-cancha: Alisson e Renato. Na prática, Jair Ventura puxou o menino Rodrygo um pouco para trás, para tentar ajudar na ligação.

O Palmeiras manteve o padrão de jogo mesmo com a vantagem de um gol: valorizou a posse de bola e fez o relógio andar trocando passes, tentando achar um buraco na defesa do Santos, que buscava encaixar um contra-ataque. O primeiro chute a gol veio aos 10 minutos, com Keno, depois de jogada individual pela esquerda: ele deu a clássica puxada para o meio e bateu de direita, por cima.

Mas aos 12, nosso lado esquerdo falhou feio: Keno e Victor Luis foram facilmente envolvidos por Arthur Gomes e Daniel Guedes, que cruzou com muita felicidade na cabeça de Eduardo Sasha, que testou forte, à queima-roupa, vencendo Jailson.

O Santos não teve tempo para aproveitar a vantagem: aos 16, Tchê Tchê bateu lateral para a área; Alisson rebateu para a frente e Bruno Henrique pegou um chute na veia, no canto esquerdo de Vanderlei, que ainda tocou na bola mas não conseguiu impedir o gol de empate do Verdão.

Com os dois gols, os times seguiram seus planos de jogo originais. O Palmeiras seguia dominando as ações e o Santos, sem nenhum poder no meio-campo, tentando sair rápido para surpreender nossa defesa. Aos 27, foi a vez de Felipe Melo chegar à frente para tentar o chute de fora, mas errou o alvo, numa jogada em que os dois volantes subiram.

Aos 31, Willian cabeceou bola cruzada por Keno da direita, mas errou o tempo da subida e testou mal. Aos 34, Felipe Melo tentou de novo de fora, e desta vez o pé estava mais calibrado e a bola passou zunindo por cima de Vanderlei, levando muito perigo.

O jogo estava muito tranqüilo, mas o Santos chegou ao segundo gol contando com uma dose enorme de sorte aos 38: num ataque pela esquerda, Rodrygo foi pra cima de Antônio Carlos na velocidade e tocou para o meio; a bola ricocheteou em Antônio Carlos e Bruno Henrique e sobrou na medida para Gabriel, que finalizou – a bola iria para fora, mas bateu em Eduardo Sasha e sobrou para Rodrygo, livre, que só teve o trabalho para tocar para o canto esquerdo de Jailson. Foi tudo muito aleatório.

Aos 42, Bruno Henrique bateu falta da esquerda, direto, surpreendendo Vanderlei, que foi buscar na gaveta e salvou o Santos. Aos 44, Keno partiu para cima de David Braz e sofreu falta, do lado direito. Victor Luis bateu com força, por baixo, e Vanderlei fez mais uma ótima defesa. Aos 47, após escanteio da esquerda, Antônio Carlos estava caído, mas mesmo assim tentou empurrar de bico para o gol – mandou por cima. Final de primeiro tempo, Santos 2 a 1.

SEGUNDO TEMPO

O Palmeiras voltou sem alterações, mas muito disposto a marcar logo de cara. O Santos, como era esperado, montou uma retranca gigantesca, e mais do que nunca esperava matar o jogo num contra-ataque. Willian finalizou pela primeira vez aos dois minutos, testando após cruzamento de Tchê Tchê. Aos 4, David Braz cortou uma bola dentro da área num ponto onde braço e ombro estão no limite e qualquer decisão seria correta – o árbitro não teve vontade de dar o pênalti.

Precisando do gol, o Palmeiras não tinha criatividade, mas também esbarrava no nervosismo, na afobação e na cera do Santos, que estava satisfeitíssimo com o placar que levava para os pênaltis.

Aos 19, Roger tentou mexer na dinâmica do time trocando Lucas Lima por Guerra. Jair Ventura trocou então Rodrygo por Jean Mota. Aos 24, Guerra tentou uma tabela com Willian, David Braz chegou cortando e quase fez contra. Na cobrança de escanteio, mais um pênalti que o juiz poderia ter dado: David Braz empurrou Deyverson, que trombou em Bruno Henrique, que foi ao chão, mas o jogo seguiu. Deyverson tinha acabado de substituir Willian e o Palmeiras ganhou novo fôlego para ir pra cima.

Aos 28, num escanteio da direita, David Braz cabeceou no primeiro pau e Gabriel mergulhava na pequena área para conferir, mas Tchê Tchê travou e salvou o Verdão. Seguiram-se dez minutos do Palmeiras, já com Moisés no Bruno Henrique, tentando se aproximar da área sem a menor inspiração. Aos 38, Daniel Guedes tentou aleijar Dudu, levou só amarelo e ficou de graça. Após a cobrança da falta, Keno recebeu pela direita, dentro da área, e bateu de canhota buscando o canto oposto, mas errou.

Aos 42, após um grande perde-e-ganha, Dudu achou Keno entrando por trás da zaga e enfiou; o camisa 11 faria o gol mas Dodô chegou em cima da hora e salvou em escanteio. E nos descontos quase Jean Mota acerta uma varada do canto do campo, mas abola saiu por cima. E quando o Palmeiras se preparava para colocar mais uma bola na área, com dez segundos por jogar, o juiz mandou a decisão por pênaltis.

PÊNALTIS

Dudu bateu rasteiro no canto direito, forte

Gabriel  deslocou Jailson e marcou no canto direito

Tchê Tchê também bateu no canto direito depois de duelar com Vanderlei, que demorou para definir

Jean Mota bateu forte no canto esquerdo e empatou – Jailson não saiu na foto

Victor Luis mandou uma sapatada no canto esquerdo de Vanderlei, que acertou o canto

Diogo Vitor ouviu a catimba de Jailson, tremeu e bateu do lado direito, para onde nosso goleiro saltou

Moisés bateu no canto direito, Vanderlei resvalou na bola, mas não o suficiente para evitar que a bola entrasse

Arthur Gomes bateu na bochecha da rede, no cantinho direito – Jailson estava no canto certo

Guerra  bateu forte no meio e fechou a série

FIM DE JOGO

Que as lições tenham sido tiradas. O Palmeiras jogava melhor, tomou o gol, empatou, seguiu dominando, mas tomou outro gol perto do fim do primeiro tempo, aí esbarrou em suas próprias emoções. Não adianta nada ser o melhor em todas as estatísticas num torneio de mata-mata se num único jogo os nervos forem para o espaço. O Palmeiras sentiu de perto a sensação da injusta eliminação e não há lição mais valiosa para as finais e para os próximos mata-matas que virão no ano.

Nossos cinco batedores e Jailson foram heróicos: executaram os pênaltis com muita frieza, depois de dominar os nervos na parada após o fim do jogo. Foram gigantes ao conseguir deixar para trás o enorme fracasso de perder para o Santos em casa, focar nas batidas e guardar todas – e Jailsão em defender uma depois de uma catimba básica.

Estamos todos de parabéns e que venha o adversário, seja quem for – primeiro jogo sábado na casa do inimigo, e segundo jogo no outro domingo, no Allianz Parque, que tem tudo para levantar sua terceira taça em 102 jogos. VAMOS PALMEIRAS!

Ficha Técnica

Escalação

Santos

Vanderlei
Daniel Guedes
Lucas Veríssimo
David Braz
Dodô
Alisson
Renato
Leandro Donizete
Rodrygo
Jean Mota
Eduardo Sasha
Diogo Vitor
Gabriel
Arthur Gomes
Jair Ventura
TÉCNICO





Notas


Jogador
Descrição
Nota
Jailson
Não tinha o que fazer nos gols; cavou a defesa do pênalti na catimba. Monstro.
10
Tchê Tchê
Partidinha sem vergonha pra levar 5,5 ou 6, mas a batida do penal sobe muito a média.
8
Antônio Carlos
Mesmo sem ser o culpado, estava nas jogadas dos dois gols - e isso pesa.
6
Thiago Martins
Pressionado, dominou os nervos e fez uma partida tranquila.
6.5
Victor Luis
Apesar do vacilo no primeiro gol, fez uma partida sólida e bateu o pênalti bem demais.
8.5
Felipe Melo
Nervoso demais, não só atrapalhou seu jogo como contaminou os demais.
5
Bruno Henrique
Fez um primeiro tempo brilhante e meteu um golaço, mas foi um dos que mais errou no segundo tempo e comprometeu demais a atuação.
7.5
Moisés
Até ele estava nervoso, errando passes fáceis. Mas compensou na quarta batida, batendo no limite.
7.5
Dudu
Outro que errou demais por afobação. Nem parece o mesmo cara que bateu um pênalti perfeito na abertura da série.
8
Lucas Lima
Sem vibração, apático, e com o passe descalibrado.
5.5
Guerra
Fez mais que Lucas Lima em metade do tempo, e ainda fechou a série que nos classificou.
8
Keno
Outro que se perdeu na pressa de resolver tudo rápido demais. Jogou futebol de várzea.
6
Willian
Não repetiu a boa atuação de sábado e foi neutralizado pela dupla de zaga do Santos.
6
Deyverson
Se com ritmo ele já mete a canela na bola, imagina sem.
5
Roger Machado
Roger Machado
Resistiu à tentação de trocar um volante por um meia, o que colocaria até os pênaltis em risco pelo jeito que o Santos estava armado. Mas errou em escolher Deyverson para dar a cartada decisiva. Depois que dá errado é fácil falar, mas mesmo na hora parecia jogo para o Fernando abrir a defesa deles.
6




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