Gustavo Scarpa e Deyverson também foram assuntos na coletiva de Abel Ferreira
O Palmeiras iniciou, na noite de ontem, sua busca pelo quinto título da Copa do Brasil. Atuando em Alagoas, diante do CRB, a equipe venceu o time adversário por 1 a 0, gol marcado por Willian.
Depois do duelo, o técnico Abel Ferreira fez uma avaliação da partida e comentou os erros e os méritos da equipe.
“Jogo difícil. Neste tipo de jogos, eu já fui atleta e sei disso, os jogadores adversários olham sempre como uma oportunidade para a vida, a motivação está no máximo. Mas não começamos muito bem o jogo, nos primeiros 20 minutos falhamos muitos passes fáceis, que nos obrigou a correr para trás, muitos metros, e isso causou um desgaste físico sobretudo na segunda parte. Porque esse tipo de perda de bola obriga a equipe reagir e ter que correr muitos metros para recuperar. Portanto os primeiros 20 minutos foram duros para nós”, pontuou.
“Contudo, após isso, estou convencido que poderíamos ter ido ao intervalo com um resultado diferente. Fizemos um gol, tivemos outro mal anulado e uma bola na trave. E quando não mata o jogo, os adversários acreditam sempre que é possível empatar e foi isso que aconteceu. Um adversário que não se rendeu e lutou até o fim”, acrescentou Abel.
Com o jogo complicado no começo, Abel Ferreira fez uma alteração tática na equipe: puxou Felipe Melo para a zaga, avançou os laterais e trouxe Gustavo Scarpa e Lucas Lima para jogar mais por dentro. Depois das mudanças, a equipe criou mais e conseguiu chegar ao gol.
“A gente teve uma pausa e eu aproveitei para falar com o Felipe Melo para ele recuar e jogar na linha de três, algo que treinamos esta semana. Não era nada novo. Baixamos o Patrick para atuar de volante, porque ele tem essa capacidade. Apesar de ele ser um box-to-box, um camisa 8, ele liga muito bem o jogo. Acredito que foi uma boa alteração, a equipe ficou com a linha de passe mais próxima, segura”, disse.
Abel explicou também as mudanças realizadas na segunda etapa e apontou o clima abafado e o campo pesado como um dos principais fatores da queda de intensidade do time.
“Quando o jogador entra no segundo tempo, ainda nestas condições [clima abafado e gramado pesado], ele demora de 5 a 10 minutos para entrar no jogo e se adaptar. Foi exatamente isso que aconteceu”, falou o treinador.
“Muitos dos meus jogadores hoje perderam mais de cinco quilos, só para vocês terem uma ideia da dificuldade que foi hoje. O nosso Núcleo de Saúde e Performance me avisou assim que acabou o jogo que os atletas teriam que se hidratar bastante devido ao desgaste. Mas era normal que no segundo tempo nós perdêssemos a intensidade”, acrescentou.
Abel falou sobre Scarpa e volta de Deyverson
O meia Gustavo Scarpa foi substituído aos 13 minutos da etapa final. Em seu lugar entrou Zé Rafael. Na saída do gramado, o camisa 14 demonstrou uma certa irritação pela substituição. Contudo, na coletiva de imprensa, Abel minimizou a situação e elogiou a atuação do atleta.
“Scarpa tem sido um jogador, juntamente com o Veiga, com um rendimento muito bom. Contribuindo diretamente para o desempenho da equipe. A minha ideia foi refrescar, pois senti que estávamos perdendo um pouco de energia no meio de campo. Entendo perfeitamente que os jogadores querem jogar até o fim, faz parte. Na cabeça deles, eles acham sempre que podem dar mais. Mas nós aqui sabemos respeitar as opções, entender o que o treinador quer. O Scarpa está sendo muito mais utilizado comigo do que anteriormente. Portanto acho que ele deve estar agradecido ao seu treinador e sua equipe, porque está atravessando uma fase muito boa, e desde que esta comissão técnica chegou, só deve agradecer por tudo que estamos fazendo”, ponderou o técnico.
Por fim, o comandante falou sobre a volta do atacante Deyverson, que estava emprestado ao Alavés, da Espanha, nos últimos 12 meses.
“Eu sempre fui verdadeiro com vocês e com a direção. Tenho uma relação fantástica com o presidente Galiotte e o Anderson Barros. Somos sempre verdadeiros uns com o outro. Sabemos que vivemos em um contexto de pandemia e todos sabem que neste momento temos que fazer contenção. Sobrepor a parte financeira acima da parte esportiva, para não prejudicar o futuro do clube”, iniciou.
“O Deyverson vem dentro dessa linha. É um jogador que já foi feliz aqui, tenho certeza que está nos assistindo. Já tive a oportunidade de falar com os capitães para saber o caráter do homem e a relação dele com o grupo, e seguramente ele será bem recebido. Uma boa parte daqui o conhece. O treinador dá recurso ao jogador, mas são eles que fazem acontecer”, completou Abel.
O jogo da volta ocorre na próxima quarta-feira, às 19h30, no Allianz Parque. Antes, o Palmeiras tem um compromisso pelo Campeonato Brasileiro: enfrenta a Chapecoense, domingo, às 18h15, também em seu estádio.