Abel Ferreira comenta falta de eficácia da equipe e crítica o calendário brasileiro

Treinador falou também sobre a falta de preparação da equipe para o jogo de hoje

Campeão da Libertadores no último sábado, o Palmeiras entrou em campo na tarde desta terça-feira para enfrentar o Botafogo pela 33ª rodada do Brasileirão. Em entrevista coletiva após o empate em 1 a 1, Abel Ferreira analisou o resultado e admitiu que o Verdão não se preparou bem para o confronto.

“Depois da nossa conquista tão importante para nós e aos nossos torcedores, a gente de fato quebrou a regra das 24h. A preparação para este jogo não foi a melhor, já sabíamos disso. Sabemos que as coisas no campeonato estão difíceis, fomos muito criticados por não poupar a equipe e buscar o título. Mas não é de agora que venho dizendo, nós temos uma equipe muito curta. E repito, não nos preparamos bem para o jogo de hoje. Quando chegamos a São Paulo [após o título], fomos dormir às 5h da manhã, a rapaziada que jogou estava extremamente cansada. Os jogadores de hoje fizeram de tudo”, relatou.

Mais uma vez, um jogador palmeirense perdeu uma chance clara de gol. Desta vez foi Willian, que aos 38’ do primeiro tempo saiu cara a cara com Diego Cavalieri, e mesmo podendo tocar de lado para Breno, resolveu chutar e perdeu o gol. Na coletiva, Abel voltou a falar sobre a falta de eficácia.

“Foi um jogo difícil, mas tivemos oportunidades suficientes para matar o jogo, principalmente na primeira parte. Fizemos o 1 a 0 e tivemos chances de fazer outro. Não podemos falhar a este nível, já falei que a eficácia é muito importante em um jogo de futebol”, ressaltou.

Enfrentando uma verdadeira maratona desde o ano passado, o comandante alviverde voltou a criticar o calendário brasileiro e confessou que quando uma partida termina e não há nenhum atleta machucado, considera uma vitória.

“O calendário feito aqui e a quantidade de jogos que nós temos, acho que quem comanda e decide tem que sentar e pensar muito bem o que quer fazer com tanto jogo. Inclusive, fomos criticados pela FIFA por causa da quantidade de jogos que temos. É preciso repensar. Porque temos que ter a Copa do Brasil com ida e volta, porque não faz só ida? Faz o sorteio e em um jogo decide. Como treinador, sempre olho como os melhores trabalham e tento adaptar a meu contexto. O futebol brasileiro deveria fazer isto. A final da Libertadores em uma partida é um exemplo: tiveram mais países transmitindo e maior lucro. E aqui tem que aprender com isso. Por que devemos ter esta sobrecarga de jogos? Após o Mundial teremos 5 jogos em 11 dias. É coisa de louco. Cada vez que jogamos, e vejo que no final não tem ninguém lesionado, para mim já é uma vitória”, finalizou.

Sobre o Mundial de Clubes, o português disse que “a montanha é ainda maior” do que foi a Libertadores.