Weverton relembra início no Palmeiras e diz que aprendeu sobre o clube quando era reserva

Atleta já figura entre os 10 goleiros que mais atuaram no Verdão

Weverton
Cesar Greco/Ag.Palmeiras

Líder dentro do vestiário e destaque do Palmeiras nas últimas três temporadas, Weverton vive o melhor momento da carreira. Contratado junto ao Athletico-PR no início de 2018, o arqueiro custou R$ 2 milhões aos cofres palmeirenses. Na época, havia a possibilidade do atleta chegar de graça ao Verdão, já que seu contrato com o time paranaense acabava em maio daquele ano. Contudo, os dirigentes palmeirenses preferiram pagar ao Athletico para trazer o jogador ao Palestra Italia o quanto antes.

Quando chegou ao Verdão, Weverton já era um goleiro consagrado, com convocações para a seleção brasileira. Entretanto, seu começo não foi dos mais fáceis. Concorrendo com dois atletas importantes na história recente do clube, Fernando Prass e Jaílson, o atual camisa 21 foi preterido por Roger Machado (técnico do Palmeiras à época) e figurou como terceiro goleiro do clube.

“Quando eu saí do Athletico e vim para o Palmeiras e o Roger fez a escolha dele de me colocar de terceiro goleiro, as pessoas me malharam: ‘como você sai do Athletico sendo ídolo, capitão. Saiu daqui para ser terceira opção no Palmeiras’. Mas, desde que cheguei aqui respeitei muito meus dois companheiros de trabalho, que eram o Prass e o Jaílson. Na minha primeira entrevista já disse que teria que conquistar meu espaço, pois os dois já tinham uma história no clube e eu não. Então eu tive que suportar, trabalhei muito e esperei meu momento. Seis meses depois, quando tive oportunidade de jogar, eu abracei ela e tô aqui até hoje”, comentou o jogador ao programa Bola da Vez, que foi ao ar nesta semana, na ESPN Brasil.

O atleta começou a ter sequência como titular do Palmeiras no final da passagem de Roger Machado pelo clube, em julho de 2018, no empate do Palmeiras contra o Santos por 1 a 1, no Pacaembu.

“Muitas vezes as pessoas querem viver um propósito que Deus tem para ela, mas não querem passar por todo esse processo de às vezes você retroceder um pouco para colher na frente. Cara, foram seis meses muito importante para minha trajetória [no Palmeiras]. Eu aprendi muito sobre o que é o Palmeiras”, completou.

E não foi só no Verdão que o processo para Weverton foi difícil. Nascido em Rio Branco, capital do Acre, o goleiro passou por vários clubes antes de fixar-se no cenário nacional do futebol. Contratado para a base do SCCP em 2006, o arqueiro passou também por Remo, Oeste, América-RN, Botafogo-SP e Portuguesa.

“Em todos os clubes eu aprendi, desde o grande até os menores. Em nenhum lugar que passei foi vazio pra mim. Mas eu percebi que as coisas dariam certo na minha vida da Portuguesa para frente, porque fui campeão da série B, jogando em altíssimo nível. Muitos jogadores daquele time se deram bem na vida futebolística e para mim não foi diferente”, relatou.

Aos 33 anos, o goleiro sabe que a carreira como jogador é curta e por isso está vivendo intensamente cada dia. Deixando de lado, algumas vezes, até sua família para focar 100% no futebol e alcançar seus objetivos.

“Eu sou uma cara que ama muito o que faz. E hoje eu sei que estou muito mais perto do fim [da carreira], do que do começo. E como sou muito dedicado, fiz um combinado com minha esposa: ‘vou dedicar minha vida nestes próximos anos, tudo que vou viver eu quero ser intenso. Talvez a gente não tenha tempo para passear ou viajar. E é possível que no meio das férias eu decida treinar para voltar bem, você compreende?’ Depois que parar eu faço todas essas coisas. Hoje estou 100% de corpo e alma [para conquistar títulos]. Quando vou para a seleção, já converso com o Cícero [Souza, gerente de futebol] para saber qual é a programação e se posso voltar rápido e jogar. Quero estar sempre à disposição”, afirmou.

Estabelecido, Weverton já figura entre os dez goleiros que mais vestiram a camisa do Palmeiras, com 153 jogos. Além disso, ostenta a terceira menor média de gols sofridos na História do clube (0,64 por jogo) e ocupa a terceira posição no ranking de mais partidas sem ser vazado neste século (78 jogos). Na atual temporada já atuou por 64 partidas, quebrando assim seu próprio recorde de jogos atuados em uma mesma temporada. Antes disso, o ano em que mais havia disputado jogos foi 2017, quando fez 59 aparições pelo Athletico-PR.