Quem é que apequenou mesmo?

ApequenouEm abril de 2014, depois de uma manobra infeliz do então presidente Paulo Nobre no processo de renovação do contrato de Alan Kardec, o SPFC atravessou a negociação e contratou o atacante, que à época era um dos principais jogadores de nosso elenco. Em coletiva, o presidente do clube Carlos Miguel Aidar, confrontado publicamente por Nobre, disse que aquilo tudo acontecera porque o Palmeiras estava se apequenando.

Passados três anos, o episódio já pode perfeitamente entrar para a lista das maiores patacoadas da História do Futebol. Na verdade, Aidar fez a declaração tentando desviar o foco da imprensa para o Palmeiras, que atravessava um momento difícil, se recuperando de administrações calamitosas e de um rebaixamento, quando na verdade o próprio SPFC dava sinais inequívocos de que estava numa crise muito maior que a nossa.

Desde que o time chegou ao tricampeonato brasileiro em 2008, quando se autointitulou “soberano”, o time da Vila Sônia passou muita vergonha dentro e fora de campo. A eliminação da Copa Sul-Americana ontem pelo modestíssimo Defensa Y Justicia, da Argentina, pode até parecer o fundo do poço, mas pelo jeito ainda vamos nos divertir muito nos próximos anos.

Histórico

A derrocada bambi que Aidar tentava esconder traz uma série de vexames. Tinham acabado de se salvar do rebaixamento no Brasileiro de 2013, já no bico do corvo. Eliminações para o Avaí (Copa do Brasil 2011), Coritiba (Copa do Brasil 2012), Bragantino (Copa do Brasil 2013), Ponte Preta (Sul-Americana 2013), Penapolense (Paulista 2014) e Audax (Paulista 2016) foram entremeadas com goleadas acachapantes, como a que sofreram na última rodada do Brasileirão de 2015 por 6 a 1, dos reservas do SCCP.

Fora de campo, o time se afunda política e financeiramente. Carlos Miguel Aidar foi chutado do clube, num vergonhoso processo de impeachment que ele mesmo tratou de interromper para tentar diminuir o constrangimento – o caso envolveu desvio de dinheiro através de sua namorada. No ano passado, em mais um surto de arrogância, o clube gastou cerca de $25 milhões numa operação obscura por um zagueiro mediano na ilusão de vencer uma Libertadores. Seus cardeais resolvem as coisas no braço, CEOs são contratados e demitidos conforme o clima e o clube mais moderno do país, o modelo a ser seguido, o soberano, ao que parece era só maquiagem mesmo.

Nenhuma luz no fim do túnel

Forrada de patrocínios de produtos de segunda linha, a camisa do time parece um balcão de armazém de bairro. O técnico é Rogério Ceni, que deu a entrevista mais arrogante da História ontem após a eliminação, peitando a imprensa e dizendo que está tudo sob controle, que as três eliminações sofridas pelo clube em 22 dias estão dentro da normalidade. A culpa é do calendário, da falta de sorte, e seus 59% de aproveitamento são muito bons. OK!

Perdido, sem comando, o clube tenta se apoiar sobre o suposto moral de um ex-atleta que se mostra uma verdadeira piada como técnico. A soberba do profissional se confunde com a do clube, que o mantém não em nome da confiança e da continuidade do trabalho, mas apenas porque precisam dele como pára-raio.

O elenco é patético, o desempenho em campo é risível, os gols por cobertura abundam. Neste Brasileirão, são seriíssimos candidatos ao rebaixamento e completarão ao final do ano a décima temporada com apenas um título – a insossa conquista da Sul-Americana de 2012, em que não houve disputa do segundo tempo da final porque o adversário foi ameaçado até com arma de fogo no vestiário. E não há nada que indique que uma virada está por vir.

Quem mesmo?

Nossos inimigos, o clube que tentou roubar nosso estádio e que se aproveitou de um conflito mundial para marginalizar e levar vantagem sobre uma comunidade de descendentes de imigrantes – a mesma que os ajudou a se salvarem da falência anos antes – está acertando as contas com a história. Enquanto isso, o Palmeiras, com muita competência, mas sem soberba, volta a enfileirar troféus e hoje é o protagonista do futebol brasileiro. Quem é que apequenou mesmo?

104 comentários em “Quem é que apequenou mesmo?

  1. Só falta o rebaixamento para fechar com chave de ouro! Vamos aguardar cenas dos próximos episódios.

    O Palmeiras tem que aproveitar essa fase
    Futebol brasileiro de hoje, infelizmente não tem um clube que fica décadas por cima
    Temos que ganhar tudo que conseguirmos nessa época de vacas gordas.

  2. Schadenfreude.
    Satisfação ou prazer sentido pela desgraça de outro.
    Como é delicioso sentir a derrocada de nosso inimigo, o SPFW.

    Parabéns pelo texto, Conrado, lavou nossa alma.

  3. Nessas horas que eu fico feliz que o Marcão não tenha virado técnico. O Bambi Ceni logo será escorraçado de lá.

    1. Só não caiu ainda, por causa da moral com a torcida.
      Acho que a diretoria não terá peito para manda-lo embora.
      Acredito que o próprio Ceni vai pedir para sair depois de uma pressão de bastidores. Vai mandar aquele discurso que é “melhor para ele e para o clube”

      1. Pode ser, mas já vi muito bambi pedindo a cabeça dele. Acho que nem a torcida vai salvar.

  4. Já faz tanto tempo que eles vem sendo piada, que nem consigo sentir essa raiva toda deles. A ultima vex que torci de forma delirante para eles se ferrarem foi nesse tri brasileiro, odiava eles mais do que os gambas. Mas de la para ca, a puxaçao de saco da imprensa com os gambas, sem cobtar todos beneficios que eles “ganharam” para chegar ate a ganhar um mundial, me deixam muito mais puto. Preferia mil vezes que tivesse sido os bambis a enfiar 6 x 1 nos gambas com os reservas, ou que fossem os gambas a terem sido eliminados pela La U em vez dos bambis pro Defensia y Justicia

  5. Conrado, parabéns pelo olhar aguçado e “caneta” precisa. Você matou a pau quando disse que a diretoria não mantém o Ceni pela continuidade do trabalho, mas sim porque precisam de um pára-rios.
    É exatamente isso e desprezam os efeitos que isso terá no decorrer do tempo. Enquanto usam-no como escudo, destroçam o clube.

  6. Durante anos o obvio estava na cara de todo mundo e praticamente ninguém viu! A força dos bambis estava no Morumbi. Muita gente pode falar que sabia, que todos os clássicos eram la…que os shows eram lá e tals… A verdade é que nunca foram exemplos de nada, o que tinham era o dobro de dinheiro do que os outros. E, incrivel é que um analfabeto de pai e mae – que foi aquele lixo do Andrés Sanches- é que destruiu o Sao Paulo. Aquele imbecil atirou no que viu e acertou no que nao viu. A derrocada do Sao Paulo comecou antes das Arenas. Foi quando os gambás passaram a jogar no Pacaembu e os outros grandes, nós inclusive, passamos a jogar lá só no mando dos bambis. Aquilo ruiu como a Torre de Babel. Se tem um time que merece penar é esse time nojento…

  7. Pra que falar mal do Ceni? Daqui a pouco eles o mandam embora… O Ceni é bom! O Ceni é mito! O Ceni é a cara do Glorioso!!!!! Fica, Ceni!!!! Você é nosso terror!!!! Ceni eterno!!!!!!!!!!!

  8. Verdão à toda em seu planejamento, remodelando o elenco. Luan e Juninho já chegaram, outros virão, torço pelo Everton Ribeiro, além de bom jogador, daríamos um lindo chapéu no flamerda!

  9. E a ComenBosta hein!?!?

    Sinceramente as vezes dá NOJO de pertencer a mesma espécie de certos cretinos. Dá vergonha até de habitar o mesmo planeta que esses vermes!! Quem dirá ser do mesmo continente!!! Ridículo é pouco!!!

    1. O Verdão vai recorrer e eles vão baixar pra três jogos. Se tivessem mantido três, iam ser obrigados a baixar no recurso, pq na ridícula “justiça desportiva”, todos os recursos são sempre acolhidos.

      1. Tomara viu, seguiria a lógica de quase todos os ‘julgamentos’ atuais. Mas agente fica ressabiado, pois sabemos que contra nós podem sempre inventar de ter “a primeira vez” (e geralmente a última) de se bobear até aumentarem…

        Quem foi o único time NO MUNDO até hoje a perder pontos por Doping de jogador?

  10. Confesso que tirando as alegrias inerentes que o nosso Verdão nos proporciona, o que mais tem me divertido no futebol é a situação calamitosa dos nossos inimigos. Toda desgraça é pouca para aquela gente! SãopaulinhoFC!

  11. Uma pena terem ganho 3 brasileiros seguidos. Se eles eram modelo, não sei, mas aqueles anos foram péssimos de futebol. Os bambis venceram por falta de concorrente.

    O Palmeiras nunca teve e nunca terá essa moleza. Sempre dão um jeito de nos prejudicar e segurar o Hulk.

  12. Textazzo de novo… !!

    e obrigado por levar o Wesley também …. tá com cheirinho de série b – b de bambi!!!

  13. Pinesei que Verdazzo era un blog del Palmeiras y nón para hablar sobre eses Bambis(Eles qui si explodam)

  14. Tenho raiva do Liverpool por ter deixado esta b0st@ de time vencer com gol do mineiro em 2005…raiva do Chelsea e do Fernando Torres por causa de 2012 e além do Manchester United em 99.

  15. O melhor foi a entrevista do “Cueva” esta semana falando que escolheu as tricoletes por ser um time grande e pra conquistar “títulos”…kkkkkkkkkkkk…coitado!

  16. Viúvas do Telê Santana, Raí e Muricy Ramalho. E agora serão eternas viúvas do “M1T0”.

  17. A minha definição dos bambis é a seguinte: Um time pequeno com alguns títulos importantes.

    O que traz de volta um time da segundona é a paixão da sua torcida. E isso eles não tem. Pelos lados da Vl. Sonia, há somente simpatizantes e modinhas.

    1. Boa, eu tenho amigo bambi que enche a boca para dizer q só vai em jogo grande, se o time estiver bem. Aliás vi vários bambis falando isso, que o que importa é Libertadores. Fora o tanto que diz que torce para os homo afetivos mas não está nem ai e ainda acha que o técnico frangueiro joga no gol!

  18. Enquanto isso, o Verdão imponente segue seu planejamento e contratou Juninho (zagueiro do coxa). Mina deve ficar no máximo até o fim do ano!

  19. Quero muito que o São Paulo da Floresta venha amargar o rebaixamento em 2017, pois sua Diretoria é arrogante por isso tem um técnico com a cara do clube, Arrogante e prepotente espero muito que caiam pois vivem se vangloriando que time grande não cai , e quando cair não sobe logo de cara, e isso vai acontecer com o inter esse ano, não vão subir logo no primeiro ano.

    1. cairam em 90 no paulista e houve mutreta para o ano seguinte o spfc não disputar A2 em 91 alias… quem foi campeao paulista em 1991?

  20. Rogério Ceni
    6-3-3
    6 Meses
    3 Competições
    3 Eliminações

    #FicaM1to hahahahahahhahahahahahaah

  21. É um clube em franca decadência. Estádio obsoleto, cultura interna obsoleta e time de que vive de glórias passadas.

    1. Exato durante anos e anos, eles lucraram horrores graças a “obrigação” de praticamente todos os clássicos estaduais, e as vezes até clássicos interestaduais envolvendo Palmeiras e Gamba ser disputado ali. Além do Aluguel, isso também gerava uma renda extraordinária de Publicidade no estádio. (Sem falar nas benézes esportivas de jogar os jogos mais difíceis sempre ‘em casa’.)

  22. Seria lindo ver o Michel Bastos quebrar o tabu no Morumbi… Uma pena que provavelmente só 4 mil pagantes estarão lá.

  23. ”O Sao Paulo e gigante, soberano e aqui e tri mundial”. Essa falacia ja esta ficando sem sentido nenhum e que ja esta desenhando uma serie B historica no horizonte. Sem falar que os 2 titulos que seria mundial e apenas toyota cup.

    1. digo mais, se fosse o bambi no lugar do Inter, com esse timeco, tenho certeza que não subiriam!!!

  24. q post massa… eu concordo que o SPFC será a chacota do ano, e sao sim candidatos a cair… clube escroto, toda a desgraça é pouco

  25. Eles se acham os reis da cocada rosa; super arrogantes, prepotentes e mesquinhos. Toda a bosta que está acontecendo é o reflexo do que eles plantaram ao longo dos anos. Deram sorte de que os outros times todos atravessaram períodos tenebrosos nos anos em que eles se auto proclamaram soberanos e paparam três brasileiros. Hoje, só estão voltando ao que sempre foram. O Palmeiras deve permanecer humilde, jogando bola e enfileirando títulos. Sem colocar os pés pelas mãos, seguindo firme na lida diária contra os protegidos e contra os protetores (sabemos bem quem são). O caminho nosso é claro, iluminado, brilhante, limpo… O deles, sujo e obscuro.

  26. AHAHAHAHAHAHHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHHAHAHAHAHHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHHAHAHAHAHHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHHAHAHAHAHHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHHAHAHAHAHHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHHAHAHAHAHHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHHAHAHAHAHHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAH!

    Deixe sua risada para o SPFC aqui também!

  27. Particularmente, para mim, este time arrogante da Vila Sônia e sua torcida é a que tenho mais repulsa no futebol.

    Enquanto com o nosso principal rival (SCCP) a disputa fica no âmbito esportivo e de certa forma com respeito mútuo entre as partes, já com estes presunçosos da Vila Sônia esta relação é de guerra, pois eles sempre quiseram tomar o que é nosso e nos destruir.

    1. no livro “Palestra vai à Guerra” — que já foi objeto de ampla discussão há alguns anos aqui no Verdazzo — há uma citação literal, nas páginas finais, onde parece ter sido cunhada a expressão: “SCCP é rival e SPFC é inimigo”. O fato sucedeu manifestações escritas de sccpistas apoiando o Palestra/Palmeiras após sua acachapante vitória onde os jardimleonorzistas fugiram de campo.

      O livro é simplesmente emocionante. Várias vezes, tentei ler em voz alta pra alguns fratelli palestini mais chegados e a voz não chega até o fim, se é o que o fratello me entende. Abrazzi.

  28. Q sirva de lição. O futebol brasileiro tem apresentado esses ciclos de times q parecem q estão no caminho certo, dominam o cenário e depois caem na vala comum. Vamos ver se escapamos dessa sina, mas confesso q a eterna sombra do musgambá me deixa bem preocupado.

    1. É meu único medo real. A torcida e o clube tinham que se unir para arrancar aquele demônio de lá.

      1. O grande problema é que o mumu é um belo fogo amigo. Se cbf e FPF pedirem ele prejudica o próprio time. Pois nas alamedas destes grupos sujos do nosso futebol ele é bem aceito; ele faz acordos que nos prejudicam: mundial de 2000. Na final contra o boca em 2000 ao invés de incentivar o time fixava dando declarações de que o boca precisava ser respeitado. Achei muito estranho.

  29. Toda desgraça é pouca pra eles. Meus amigos que torcem pelo Leonor acharam excelente o RC como técnico. Eu disse que JAMAIS gostaria de ver o Marcos como técnico. Nunca! Deixar um ídolo como técnico é arriscar uma história que se confunde com a história do seu clube. Uma coisa é o Marcos falhar no chute contra o Vitória e tomar de 7 (faz parte da função), outra é colocar um “porém” em sua história com o clube porque foi um fiasco como técnico. Minha opinião! E o que está acontecendo lá é isso. E eu acho SENSACIONAL! Quero mais é que ele fique no Brasileiro e, se possível, caia pra Série B. Ou pelo menos, seja demitido. Será gratificante vê-lo sair do clube que foi praticamente dono.

  30. E vem coisa pior ai, sem liberta, CB e Sula, acho que ate o fim do ano as coisas pro lado da vila sonia vai ficar bem pior, ja passou da hora deles amargarem uma seria B, merecem,

  31. Nos últimos anos de carreira(e foram muitos), fui um ferrenho defensor de Ceni no gol do sp; estava péssimo e ninguém tinha coragem de tirá-lo de lá, nem mesmo contratar um goleiro nota 5 conseguiram fazer, seu ego causou grande prejuízo ao clube que já estava em decadência.
    Agora, como técnico, a história se repete, o presidente que mexer na donzela tem vida curta no morumbi. CENI POR MAIS 10 ANOS no comando.

  32. Há pouco mais de 10 anos, os bambis eram mesmo exemplo a ser seguido. Mas, felizmente, Juvenal começou com o processo de desmonte de tudo o que funcionava. Espero que os dirigentes do Palmeiras aprendam com o inimigo e percebam o quanto as estruturas administrativas dos clubes brasileiros são frágeis, ultrapassadas, prejudiciais, contraproducentes. Tudo, em princípio, depende de pessoas virtuosas que, apesar de tudo, conseguem entregar um bom resultado.
    Temo, na verdade entendo, que seja precisamente o nosso caso. Tivemos a conjunção de um presidente milionário (fator que inegavelmente catalisou a nossa ascensão) e fanático com a contratação de bons profissionais, Cícero e Matos. Um já saiu, e os outros mais dia ou menos também tomarão outros rumos.
    Em tempo: CHUPA BAMBI.

    1. Pois é. Nenhum outro campeonato do mundo tem tantos times grandes e com torcidas tão grandes quanto o Brasileiro. Não são 3 ou 4 times dominando o país, como na maioria dos países europeus, mas os 12 se revesando – todos têm torcidas suficientemente grandes pra apoiá-los num bom momento, e todos têm dirigentes suficientemente burros e amadores pra destruir os bons trabalhos por picuinha, orgulho ou politicagem.

      Hoje somos nós e o Flamengo (este, pese-se, sendo guindado pela imprensa), com Santos e Galo comendo pelas beiradas. Há poucos anos eram Cruzeiro, Galo e gambás, antes disso bambis, Santos e Fluminense.

      Daqui um ou dois anos, serão outros, e nosso time também vai engatar perrengues, times mal montados e administrações ruins – será preciso bastante maturidade da torcida pra entender que o futebol brasileiro tem esse aspecto cíclico. A única forma de quebrar isso é com administrações verdadeiramente profissionais e sérias, cortando conceitos absolutamente arcaicos como “conselhos” e outras estruturas que funcional *mal* num clube simplesmente social, e pior ainda quando tem futebol profissional no meio.

      Vimos que os alicerces do Palmeiras profissional montado pelo Nobre eram mais frágeis do que pareciam, bastando o sapo gordo botar a cara nojenta dele no mundo que as coisas entraram num certo rebuliço. Sem esse rompimento estatutário, jamais seremos o time a dominar o futebol do país perpetuamente, apenas aquele que ocupa o topo da roda por algum tempo.

      1. Tenho o mesmo medo. Porque sem profissionais, nós nunca conseguimos ficar estáveis desde a era moderna do futebol (leia-se, anos 90). Isso era algo que eles tinham. Conseguiam ser campeões com seus próprios dirigentes. Mas também estão se afundando por conta deles. O meu medo é quando a estrutura administrativa que o Palmeiras montou se desfazer. É normal que funcionários saiam, mas se você mantém uma estrutura minimamente funcional, os que estão entrando conseguem suprir a mudança. Meu medo é QUEM fará essa mudança daqui uns anos. Espero que a nova geração eleita nos últimos anos consiga comandar isso. Se depender dos velhos cardeais, estamos na roça.

        1. O Juvenal teve seus méritos lá. Conseguiu neutralizar até certo ponto as picuinhas internas. Eu falava na época em que eles ganharam os Brasileiros: “os times daqui têm seus dirigentes querendo destruir uns aos outros, os dirigentes deles querem destruir os adversários”.

          Daí o próprio cometeu o erro que todo dirigente brasileiro em algum momento comete: se acha infalível, e que pode mudar 90% do que está sendo feito que a coisa continuará bem. Chutou Muricy, não reforçou o time direito e aumentou seus poderes. Deu no que deu. Cruzeiro fez igual ao demitir o Mattos, e nós já pecamos nisso ao contratar o EB – não que fosse mau técnico, mas acharam que ganhariam de todo mundo mudando completamente o estilo de jogo, e que a adaptação seria instantânea.

          Por isso acho que não basta que a estrutura política seja composta de gente bem intencionada, tem que se romper totalmente com esse formato. Gente que responda administrativamente, e se preciso do próprio bolso, pelos erros cometidos. Estruturar isso provavelmente seria um pesadelo jurídico, mas é necessário. Senão ficamos amarrados a sapos, Piracis vazando coisa pra imprensa, patrocinador que promete romper contrato por chilique e outras coisas que simplesmente não combinam com a idéia de gestão profissional.

          1. Concordo, mas não estamos maduros suficientes para engatar essa punição jurídica. Haja visto que Mustafá é o dono da política do Palmeiras e por conta de dele e de um aliado, fomos 2 vezes para a Série B. Sem contar que a mudança estatutária não foi feita, mesmo na gestão do PN que era profissional. A mudança não era obrigação apenas dele, mas também não deu nenhum empurrão. Como presidente ele poderia ter pressionado para que isso acontecesse.. Mas enfim, é necessária a alteração no estatuto, mas mesmo batendo na tecla há anos (era um dos carros-chefe do Fanfulla, por exemplo), isso não ocorreu. Espero que algum dia saia.

      2. Discordo apenas do primeiro parágrafo. Penso que, hoje, vivemos um processo similar ao o que ocorreu na Inglaterra nos anos 1990. Não haverá, aliás acho que já não existem, 12 grandes clubes. Não consigo, por exemplo, ver o Botafogo disputando título brasileiro e/ou libertadores, só se acontecer algo imponderável como o surgimento de vários bons jogadores na base ao mesmo tempo. Sobrarão no máximo 5 grandes.

        1. Em 2014 você diria que o Palmeiras ganharia o Brasileiro de 2016?

          O padrão do clube até então era: antecipação de receitas da Globo, dívidas bancárias obscenas, salários enormes e contratos infinitos para jogadores ruins e comissões a rodo pra um monte de empresários.
          Nobre só foi capaz de romper esse ciclo por conta da injeção de capital externo. Não foi mecenato, porque essa injeção foi bem organizada e em caráter de empréstimo (ao contrário, por exemplo, dos despejos de dinheiro que o Marcelo Teixeira fez no Santos), mas foi uma mudança das circunstâncias. Também foi capaz de identificar uma estratégia de monetização através do torcedor, ao invés de depender da venda de jogadores, como 99% dos times daqui – talvez até a fama de não-revelador tenha ajudado a adotar essa proposta.

          Não digo que ter um presidente podre de rico seja a única maneira de quebrar esse ciclo financeiramente ruim, mas no nosso caso ajudou. O tal do Profut, ainda que não seja vantajoso no nosso caso, pode ajudar na reestruturação de vários times. Até concordo que alguns grandes vão virar médios ou até sumir, mas o que quis dizer não foi nem quanto ao número específico, mas sim às particularidades do campeonato local.

          A Inglaterra consolidou alguns poucos times como grandes nos anos 90, e o que vemos hoje? O City, que era mais antigo e de maior torcida que o United, tinha praticamente desaparecido, mas circunstâncias novas o catapultaram à condição de protagonista. O Liverpool penou com péssimas administrações por anos a fio, mesmo sendo um grande, e hoje está patinando – não faltou dinheiro lá, mas sim dirigentes sérios. O Arsenal insistiu com o mesmo técnico além do ponto ideal, e os troféus minguaram. O tal Leicester, que todo mundo compara a um time pequeno daqui, é na verdade financiado por algum magnata asiático, e tem orçamento absurdamente maior que qualquer time brasileiro. O equilíbrio de forças de lá há 10 anos não é o mesmo de hoje.

          Enfim, pra resumir: não descarto que alguns times tradicionais daqui vão minguar, e até que alguns pequenos bem arrumados, como Atlético-PR e Chapecoense, tomem sua importância.
          Mas como nenhuma gestão aqui é profissional e séria de verdade no Brasil, o equilíbrio de forças se preserva, e quem está por baixo hoje pode dar uma crescida amanhã. Por incrível que pareça, seguir o modelo da Chapecoense não seria mal negócio pra um Botafogo ou Vasco: monta um time pra se manter na primeira divisão. No ano que vem, arrisca um pouquinho mais, e assim sucessivamente.

          1. Bem, você concordou comigo, apenas usou outras palavras. O City foi comprado e recebe injeções vultuosas de dinheiro, com suas próprias forças, não estaria nessa posição. Idem para o Leicester. Essa situações se encaixam no que eu enquadrei como “imponderável”. Obviamente que tudo o que eu disse se aplica a CNTP, se um bilionário compra um clube e despeja grana lá a coisa muda totalmente de figura. Isso, por aqui, raramente ocorre.
            Não, não esperava o Palmeiras ter uma ascensão tão meteórica e penso que poucos tinham tal expectativa. Como eu disse, o Nobre catalisou o processo, que, caso contrário, levaria muito mais tempo, só não sei quanto.
            Por fim, obviamente que boas administrações pesam bastante, dinheiro só não basta, não apenas no futebol, mas em qualquer área de atuação. Contudo, evidentemente, uma gestão competente tem limites, porque nada impede que outros com mais grana também façam o mesmo.
            Por mais bem tocado que o futebol da Chapecoense seja, ou de outro mediano qualquer, pelo menos em um horizonte visível, não conseguirá competir vis-à-vis
            conosco, bambis, gambás e urubus, até porque em clubes médios também deve haver ratazanas que destruíram um bom trabalho.
            Reafirmando: esse rearranjo de grandes é um processo, o qual está longe de ser concluído, mas que já mostra efeitos concretos. Basta ver os campeões brasileiros desde 2003, apenas o Cruzeiro de fora do eixo RJ-SP consegui conquistá-lo. Nos anos 1980, por exemplo, Grêmio, Bahia e Coritiba venceram o brasileirão.
            Referi-me especificamente ao Botafogo porque é onde esse processo é mais visível, outrora, nos anos 1950-1970, era um clube que sempre tinha times muito fortes, que possuía capacidade de comprar destaques de seus adversários, como fez quando comprou Didi e Zagalo.

          2. Ah sim, só discordei quanto a cravar que o número de times grandes necessariamente diminuirá – nossas administrações são amadoras demais para preservar os bons momentos, e o tal imponderável ao qual cada clube está sujeito – e que o coloca no topo ou abaixo da roda – varia de clube para clube… mesmo o Vasco, que está numa draga horrível, era um dos times mais fortes do Brasil em 2012 (pipocaram pros gambás, mas aí já é outra questão), e antes do Eurico “desprofissionalizar” o departamento de futebol trocando diretor remunerado por seu filho, o time ia razoavelmente bem no ano passado, dentro de suas limitações.

            Não é necessariamente a injeção de grande volume de capital que vai levantar um time, é preciso administrar essa grana (vide Liverpool, ou mesmo os gambás torrando tudo que tinham em caixa no Pato). Adquirir capital através do torcedor é um passo que todos os times precisariam aprender a dar – e o Palmeiras, mesmo bem, ainda engatinha nesse sentido.

            Ainda acho que um campeonato brasileiro com mais times fortes é atraente enquanto produto, e que os clubes deveriam se mobilizar nesse sentido, a polarização é uma porcaria no longo prazo.

            O Bayern de Munique salvou o Dortmund da falência porque entendeu isso (tudo bem que eles dominam amplamente o campeonato porque tem muito mais dinheiro que todos os outros, mas entendem que precisam de pelo menos um adversário forte pra bater, senão perderiam o apelo do campeonato).

            A equalização das cotas de TV seria um ótimo passo nessa direção, mas os clubes como um todo também precisam se organizar melhor internamente a fim de fazer valer esse equilíbrio. Nesse ponto, nós, Flamengo e Galo estão na frente, com o Cruzeiro (ainda sujeito a dirigentes metidos) e Santos (fluxo de caixa bagunçado, atrasa salários) um pouco atrás. O Internacional parecia que seria o primeiro time efetivamente profissional daqui, mas seus dirigentes passaram a se achar e estragaram tudo. Enfim, tudo indica que nenhum time, nem mesmo nós, ainda tem estrutura suficiente pra manter a consistência por uns 6 anos seguidos.

      3. O problema de nosso futebol é que não querem que um time de futebol fique muito a frente de seus concorrentes com exceção se estes times forem sccp e o fla.. A quebra do clube dos 13 pelo eixo do mal – sccp e flamenga – tinha nitidamente este objetivo: polarizar os torneios nestes dois clubes. O Palmeiras tem atualmente condições de lutar com suas próprias pernas para quebrar isto mantendo-se no topo. Vai depender de controlar os egos nas Alamedas nada verdes, mas obscuras..

  33. Conrado mito!! Texto sensacional. Pra guardar, ler de novo, rir das meninas e se divertir com o ciclo da História. Quando eu olho pro clube do Jd Leonor, me dá um baita orgulho ser palmeirense!!

  34. Como fiquei puto nesse dia que o Nobre deixou o Kardec pular o muro. Uma das piores pataquadas da nossa história.

  35. Certamente, desde o gol anulado do Leivinha em 1971, do gol do Chulapa no estertores do segundo tempo da prorrogação na semifinal do paulista 78 — jogada em 79– e daquela primeira final da era Parmalat — vi os dois jogos no Panetone — eu aguardava esses tempos presentes.

    #JardimLeonorApequenou

  36. Ainda vou ver esses bambis na segundona. Quero ver qual vai ser a frase ensaiada, pq vivem dizendo que time grande não cai. Mas o mesmo time “grande” precisou de jogo beneficente entre rivais para se livrar da falência. E só vão no estádio quando ingresso está valendo igual pinga ou em Libertadores. Torcida modinha!

      1. Esses dias amigo meu foi comprar pão, e como não tinha troco na padaria o caixa lhe ofereceu dois ingressos pro jogo das bibas… kkkkk

        1. hauahuahauhauahuahauahuaa, a diretoria deveria trocas as moedas dos ingressos no metrô. estão precisando!

  37. Logo vamos ter que fazer um novo jogo pra salvá-los da falência novamente, iria ser hilário.

    1. De novo???
      Nem F…dendo!!!
      Chega de salva-los, se chegar a esse ponto tem que deixa-los acabar e sumir de vez.

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