Queremos o VAR da Copa

Gol irregular de Rodrigo Lindoso
Reprodução

Os erros cometidos pelas arbitragens no Campeonato Brasileiro reacenderam as discussões acerca do sistema VAR – Video Assistant Referee. Erros grosseiros foram referendados pelos árbitros, mesmo consultando o vídeo por minutos a fio.

Na rodada de ontem, Flamengo e Internacional foram vergonhosamente beneficiados pelos árbitros. Coincidentemente, são dois clubes que podem ameaçar a disparada do Palmeiras na tabela.

No Beira-Rio, Rodrigo Lindoso abriu o placar na partida contra o Bahia ao receber a bola em impedimento claro. Claríssimo, sem sombra de dúvida. Depois de mais de cinco minutos de paralisação para consulta no VAR, o árbitro validou o gol.

Em Brasília, quando o jogo ainda estava 0 a 0, a bola disparada contra o gol de Diego Alves foi desviada pelo braço aberto de Willian Arão. Não há dúvidas ou discussão, o lance é claro. O árbitro consultou o vídeo e reiniciou a partida seis minutos depois, sem marcar o pênalti.

O problema não é o VAR

Pênalti de Arão não marcado
Reprodução

Esses erros retomam a discussão acerca do uso do VAR. Enquanto novidade, o sistema ainda gera discussões acaloradas, já que interfere significativamente na dinâmica das partidas.

Um dos argumentos contrários ao uso do sistema é que ele estaria “legitimando o erro” dos árbitros. Nada mais equivocado.

O VAR é um instrumento da arbitragem, assim como o apito, os cartões e as bandeirinhas. Quando um árbitro usa bem seus instrumentos, a arbitragem é perfeita. Os erros não foram cometidos por causa do VAR, e sim porque as pessoas que utilizaram o sistema o fizeram de forma grosseira.

Se os erros estivessem sendo “legitimados”, ninguém os estaria discutindo neste momento. O uso do VAR apenas torna mais escancarada a absoluta incompetência do corpo de arbitragem da CBF.

Tocar fogo no sofá

Na Copa do Mundo o sistema de vídeo funcionou de forma perfeita. Os árbitros não apenas corrigiram marcações equivocadas, fazendo justiça aos atletas e ao esporte, como o fizeram rapidamente, sem interferir demais na dinâmica do jogo. A ferramenta é, indiscutivelmente, um sucesso.

O VAR-jabuticaba da CBF não funciona corretamente por culpa das pessoas que o operam e não porque o sistema não presta.

O que precisa ser discutido não é a continuação do VAR, e sim a forma como é operado. Usar os erros dos árbitros para argumentar pelo fim do uso do VAR é exatamente igual a tocar fogo no sofá.

Os erros não ficam mais ou menos escancarados com o sistema. O que fica mais evidente é que há algo muito errado nas arbitragens. Antes, havia a desculpa de que os lances eram rápidos e que o olho humano pode cometer falhas. Agora os juízes erram mesmo podendo consultar o replay. Isso nos leva a duas hipóteses: ruindade extrema, ou má intenção. Ou as duas coisas.

O Palmeiras sempre foi um clube extremamente prejudicado pelas arbitragens e um sistema de vídeo só pode ser muito bem-vindo por nossa torcida. Resta agora pressionar em cima dos erros dos juízes mesmo utilizando a ferramenta.

Qual a desculpa agora? Por que os juízes erram tanto, mesmo vendo o replay dezenas de vezes? E por que demoram tanto para decidir? E por que não dão os devidos acréscimos ao final dos 45 minutos? O que faz afinal a Comissão de Arbitragens da CBF?

Se o VAR funcionou perfeitamente na Copa do Mundo, também pode funcionar aqui no Brasil. Interromper o uso do VAR é tudo o que os clubes usualmente favorecidos pelas arbitragens querem.

Queremos o VAR da Copa. Honesto, preciso e rápido. Pela bala que os clubes pagam para implantar o sistema, não é pedir muito.


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