Reformulação 2020 – parte II

A análise do elenco de 2019 visando a reformulação – dispensas e contratações – iniciada ontem com o setor defensivo, tem sequência hoje com o meio do campo.

Atletas que ocupam a faixa central do campo de jogo, hoje, não podem mais ser classificados simplesmente como “volantes” ou “meias”, embora essa ainda seja a forma mais popular de identificar as funções. Essa maneira até funciona – e usamos aqui mesmo no Verdazzo, na página do elenco – quando se quer ter uma visão macro, que não necessita de aprofundamento. Mas quando a ideia é analisar o elenco para efeito de planejamento, cada uma dessas posições precisa ser ser desmembrada em pelo menos dois cortes. Nada muito complexo.

Os volantes, meio-campistas mais defensivos, podem ser divididos entre aqueles que são especialistas em defender (MD: fazer os desarmes e cobrir espaços) e os que “saem mais para o jogo” (MDO: avança ao ataque, mas a prioridade do posicionamento é baseado na possibilidade de perda da bola e na composição da linha defensiva).

Já os meias têm como função primordial a criação, mas também podem compor a linha defensiva na perda da bola – alguns têm mais facilidade para essa recomposição (MOD); outros, seja pelo porte físico, seja pela velocidade, renderão melhor se não tiverem a obrigação imediata de se reposicionar, limitando-se ao primeiro combate (MO).

Meiocampistas defensivos (MD)

Thiago Santos e Felipe Melo
Cesar Greco/Ag.Palmeiras

Neste momento temos apenas Felipe Melo e Thiago Santos com essa característica no elenco; Patrick de Paula, grande destaque do Sub-20, já está confirmado no período de testes.

Thiago Santos, no Palmeiras desde 2015, mantém um ótimo relacionamento com o grupo e corresponde muito bem sempre que solicitado. Encara bem o papel de segunda opção e é confiável. Não existe o menor motivo para liberá-lo.

A falta de velocidade de Felipe Melo, que tem contrato até 2021, bem como seu potencial em atrair problemas sempre incomodam a uma parte da torcida, a despeito de sua técnica inegável e carisma latente. Não sabemos o quanto esse desconforto passa também por quem está estudando a formação do elenco. Caso ele seja emprestado, será necessária a contratação de mais um atleta.

Meiocampistas defensivos-ofensivos (MDO)

Ramires e Bruno Henrique
Cesar Greco/Ag.Palmeiras

Jean, neste momento, está muito mais para a terceira opção de lateral direito do que como alternativa para o meio do campo. Nesta faixa, temos Bruno Henrique absoluto e inquestionável, e Ramires, com um contrato longo pela frente, já como reforço “antecipado”.

Mas ainda cabe mais um atleta neste ponto da grade, e Gabriel Menino surge como mais uma esperança da base, embora o elenco atual conte ainda com Matheus Fernandes. Tudo indica que estes dois atletas lutarão, no período de testes, por uma vaga para toda a temporada. Quem for preterido deve ser emprestado.

Meiocampistas ofensivos-defensivos (MOD)

Cesar Greco/Ag.Palmeiras

Zé Rafael, Lucas Lima e Raphael Veiga estão, respectivamente, há um, dois e três anos vinculados ao Palmeiras e não conseguiram, a despeito de seus reconhecidos talentos, empolgar a torcida e as comissões técnicas com que trabalharam.

Os três são atletas que teriam espaço facilmente em 90% dos clubes da Série A e provavelmente ficariam muito incomodados se fossem relegados a segundo plano no elenco por mais um ano.

Essa é uma decisão que envolve o projeto tático que o treinador vai implementar. Ele deve decidir, baseado em mapas de análise de desempenho, com quais deles quer contar para 2020. Um ou dois desses três deve ser emprestado – e aí será necessário ir ao mercado, para reposição.

Não adianta segurar nenhum dos três para que eles entrem em apenas 20% dos jogos. Ou existe uma perspectiva real de protagonismo por parte dos que permanecerem, ou é melhor liberá-los e remontar o setor com perfis adequados.

Meiocampistas ofensivos (MO)

Gustavo Scarpa e Hyoran
Cesar Greco/Ag.Palmeiras

Gustavo Scarpa e Hyoran podem jogar por dentro ou pelos flancos e têm como ponto forte as ações ofensivas, com pouco poder de recomposição e combate, até pelo porte físico. Ambos são muito talentosos e têm personalidade forte.

No entanto Gustavo Scarpa, artilheiro do time na temporada, alcançou uma posição no elenco na qual não pode ser considerado dispensável, ao contrário de Hyoran – até pelo número de chances recebidas.

A permanência de Hyoran não seria mal vista pela torcida, mas depende da avaliação da comissão técnica. Em caso de dispensa, obviamente o mercado precisaria ser acionado.

É muito difícil entender quais teriam sido os critérios que barraram a promoção de Alan, do Sub-20, para ser a terceira opção nesta função. Destaque desde o Sub-17, articulador da seleção brasileira da categoria, Alan não foi citado por Alexandre Mattos por ocasião da revelação de que a base seria aproveitada em 2020.

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Amanhã seguiremos a análise da reformulação com o ataque. Acompanhe!


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3 comentários em “Reformulação 2020 – parte II

  1. Setor que mais necessita de reformulação.

    Enfim…resumindo….contrataria O Enzo Pérez (River) e o Renato Augusto.

    E não perderia o B.Henrique

  2. Dos meios campistas, manteria Mateus Fernandes, Raphael Veiga, Zé Rafael, Thiago Santos, Gustavo Scarpa.

    Os demais emprestaria e venderia…

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