WTorre tira o Palmeiras de casa nas decisões para lucrar mais e doura a pílula

Máquinas retiram o gramado do Allianz Parque (25/3/17)
Reprodução: Twitter @wbortolotti

Já classificado como líder geral, o Palmeiras encerrará o mês de março e a fase de classificação do Paulistão nesta quarta-feira, em Campinas, contra a Ponte Preta. Desde o fim de janeiro, o Verdão vem usando o estadual para fazer acertos no time, adaptando o elenco, modificado em relação ao que encerrou o ano passado como campeão brasileiro, ao estilo de jogo idealizado pelo novo treinador, Eduardo Baptista.

Depois de dois amistosos, 11 jogos pelo estadual (contando três clássicos bem movimentados) e mais dois jogos pela Libertadores, o time parece ter encorpado. Os resultados apareceram e o time encerrará esta fase do ano como líder nas duas competições que participa. O elenco mostra ter abraçado a proposta do técnico e os treinos e viagens acontecem em harmonia. Tudo o que é necessário para chegar forte nas fases decisivas e conseguir bons resultados. Ou quase tudo, como veremos mais à frente…

A partir do final de semana, o ano começa realmente a pegar no breu, com as partidas que definirão a classificação para a fase eliminatória da Libertadores e a abertura do mata-mata do campeonato estadual. Nosso adversário e o local de jogo já estão definidos: enfrentaremos o Novorizontino, fora de casa, no próximo final de semana, para recebê-los uma semana depois. Não no Allianz Parque, mas no Pacaembu .

Calendário

A WTorre marcou três shows bastante próximos para os próximos dias: Justin Bieber, dias 1 e 2 de abril, e Elton John, no dia 6. A construtora conseguirá aproveitar a montagem do palco para os três shows, o que diminuirá seus custos e aumentará substancialmente sua margem de lucro. Mas o que aconteceria com o gramado, coberto por cerca de dez dias e castigado por três eventos? Certamente se deterioraria, tornando impraticáveis as disputas das quartas e das semifinais do Paulista e do jogo da Libertadores contra o Peñarol.

A construtora então recorreu a um método alternativo, caro, mas que pode ser custeado pelo assombroso lucro que deve auferir com o show triplo: programou a retirada e a recolocação do gramado. E dourou a pílula, colocando um vídeo em sua página no Facebook mostrando um processo semelhante adotado na Arena Amsterdam, há alguns anos. E todos nós sabemos: para brasileiro trouxa comprar uma ideia, é só falar que na Europa é assim, que os olhinhos brilham de deslumbre. E nem acha ruim que precisaremos jogar a partida de volta contra o Novorizontino no Pacaembu.

Esse processo não é economicamente viável num show simples, como será o de Sting, no dia 6 de maio. O evento será realizado com a configuração anfiteatro, em que o palco fica virado para a ferradura e ocupa apenas uma parte da grande área do Gol Norte. Mesmo com essa estrutura reduzida, não há tempo hábil para a desmontagem; caso o Palmeiras avance à final do Paulistão com a vantagem do mando, como todos esperamos, a finalíssima precisará ser jogada também no Pacaembu – algo confirmado ontem à noite pelo presidente Maurício Galliote no programa Mesa Redonda, da TV Gazeta.

A excelente campanha do Palmeiras na fase de classificação, que deu ao time o direito de mandar os jogos decisivos em casa, não poderá ser desfrutada. A WTorre, que quer, precisa e tem direito de lucrar com a estrutura multiuso do estádio, usa sua prerrogativa tirando time e a torcida de nossa casa justo em momentos decisivos por algo que parece ser um misto de descaso e incompetência em conciliar as agendas de espetáculos com a do futebol.

Atuando no Allianz Parque, o Palmeiras consegue vantagens esportivas e financeiras extraordinárias. Desde a inauguração, em novembro de 2014, o Palmeiras já mandou 7 partidas no Pacaembu e venceu 4, empatou 1 e perdeu 2 – um aproveitamento de 61%, inferior aos 72% de nossa nova casa, onde já levantamos dois títulos. Os mais de 30 mil pagantes em média proporcionam, a cada partida, mais de R$ 2 milhões ao Palmeiras, ao passo que no Pacaembu o valor arrecadado cai dramaticamente.

Mansidão

O Palmeiras e a WTorre precisam desenvolver em conjunto uma unidade de inteligência que consiga trabalhar nos bastidores junto a promotoras de eventos e entidades organizadoras do futebol (FPF, CBF e Conmebol) um mecanismo para conciliar datas e preservar os interesses do clube e da torcida.

A WTorre, tratada como parceira, não age como tal. A atual diretoria do Palmeiras decidiu traçar uma política de bom relacionamento com o incômodo inquilino, mas na prática verificamos uma postura subserviente diante do absurdo de nos vermos alijados de usar nosso estádio em duas das três partidas decisivas, incluindo uma final de campeonato.

Entendemos que tudo isso é resultado de um contrato patético, que rende processos de arbitragem que ainda estão em andamento. Mas enquanto as regras não são todas estabelecidas, será que não podemos jogar um pouco mais duro? Será que uma mensagem de boa sorte no telão do estádio conseguiu essa mansidão toda de nosso presidente?

O que significa a renovação do contrato entre Palmeiras e Crefisa

Mauricio Galliote e Leila Pereira
César Greco / Ag. Palmeiras / Divulgação

Palmeiras e Crefisa anunciaram no início desta tarde a renovação do contrato de patrocínio na camisa do clube por mais duas temporadas. O valor do investimento passa dos atuais R$ 66 milhões para R$ 72 milhões em 2017 e R$ 78 milhões em 2018, mais as despesas relativas a Barrios, que entre luvas e salários chegam perto de R$ 1 milhão por mês, enquanto o atleta permanecer vinculado ao Palmeiras.

No anúncio, feito em conjunto pelo presidente do clube Maurício Galiotte e pela presidente da Crefisa, Leila Pereira, foi mencionado ainda que haverá bônus pagos ao clube pela patrocinadora em caso de conquista em qualquer campeonato que o time profissional do Palmeiras entrar em 2017 e 2018, e deixou em aberto a possibilidade de ajudas pontuais em oportunidades de mercado – algo semelhante ao que foi feito nas contratações de Guerra e na aquisição de 100% dos direitos econômicos de Dudu, por exemplo – tudo em troca de propriedades de marketing que proporcionam enorme retorno institucional para as empresas, como pontuou Leila em seu discurso, na contramão de quem maldosamente caracteriza a relação com um mecenato. A empresária também aproveitou para fazer campanha para o Conselho Deliberativo do clube. As eleições acontecem no próximo sábado. Veja abaixo o vídeo completo com a coletiva.

Os recursos da Crefisa são muito importantes para o Palmeiras. Os valores anunciados podem representar até 20% do orçamento do clube. Peças fundamentais do elenco puderam ser adquiridas com o auxílio da empresa, e não há nada de errado ou imoral nisso.

O futebol é profissional desde 1933 e desde então monta times mais fortes quem tem mais dinheiro; o Palmeiras tem se destacado em todas as frentes de captação de recursos: além do patrocínio da Crefisa na camisa e em outras propriedades, a arrecadação com o plano de sócio-torcedor, com a venda de ingressos,com a venda de camisas e artigos do clube e a negociação com o Esporte Interativo renderam ao Palmeiras valores que nenhum outro clube alcançou, nem os queridinhos da mídia. Tudo isto atrelado a um planejamento e a uma gestão financeira impecável fazem do Palmeiras a grande potência econômica do país. O resto é choro de maus jornalistas e das outras torcidas.

O aporte feito pela Crefisa, no entanto, não pode servir de passaporte para a política do clube. Qualquer palmeirense pode se aventurar na trilha à presidência: primeiro é necessário ficar sócio, depois de oito anos pode se candidatar ao Conselho, e se vencer pode então fazer seu primeiro mandato, ao final do qual terá condições de ser candidato à presidência.

Leila afirmou não ter tempo para ser presidente do Palmeiras no anúncio de hoje, mas não disse que não quer. Na eleição de novembro de 2022 (na de 2020 ela não terá completado o primeiro mandato) Leila pode perfeitamente ter arrumado tempo e mudar de ideia em relação ao que disse hoje. E não há quem circule pelo clube hoje que diga que ela não alimenta esse sonho; a fama e popularidade que atrelar seu nome ao do Palmeiras lhe parece ser muito prazerosa – ela mesma menciona esse fenômeno numa de suas falas.

Quem está aparentemente pavimentando o caminho de Leila é Mustafá Contursi, de olho exclusivamente nos votos que a patrocinadora trará para sua chapa. Em dezembro, ela mencionou que seu marido, José Roberto Lamacchia, não seria candidato. Mustafá, ao perceber que a candidatura de sua Tiririca corria risco de impugnação, recomendou que o marido fosse também candidato, uma manobra de quem conhece os meandros da política do clube como a palma de sua mão – ou até melhor. Coisa de quem só está pensando em ampliar seu poder, abalado com a ascensão de Paulo Nobre depois de uma gestão tão vitoriosa.

Quem dorme com cobra amanhece picado. Leila está sendo usada por Mustafá e parece não se importar com isso. Quando menos esperar, em meio à sua escalada no clube, será contrariada. E se não tiver desenvolvido uma musculatura política que lhe dê força para contra-atacar – algo bem pouco provável em tão pouco tempo, a não ser que literalmente compre esse apoio – terá seu tapete puxado. Mustafá já fez isso várias vezes e muito, muito provavelmente fará de novo.

E quando isso acontecer, nada indica que ela não reagirá de forma igual ou pior que no ano passado, quando simplesmente deixou de pagar as parcelas do patrocínio quando se sentiu contrariada por Paulo Nobre nos affairs que os dois tiveram no decorrer da relação, a despeito do que o contrato determinava. Os valores atrasados foram pagos a posteriori, depois que as arestas foram aparadas. Mas não é nada recomendável correr esse tipo de risco. E é nesse buraco que o Palmeiras está se enfiando ao dar corda para a caminhada de Leila na política do clube.

Se a participação da Crefisa se limitasse meramente ao apoio financeiro em troca das exposições que as propriedades de marketing do clube lhe darão, seria o melhor dos mundos, tudo o que esperamos de um patrocinador – e foi isso que Leila apregoou em seu discurso. Mas a realidade aponta para outra direção, infelizmente. Leila não tem estofo na política do Palmeiras, que definitivamente não é para iniciantes.

O presidente Mauricio Galiotte passou por cima do estatuto para agradar a Mustafá e ao patrocinador. Garantiu para seu mandato governabilidade política e fôlego financeiro, bastante fôlego. Mas para isso abriu um precedente que pode ter consequências muito sérias e vai ter que carregá-lo pelo resto de sua vida.

No curto prazo, tudo aponta para dois anos bastante auspiciosos no plano esportivo. O Palmeiras montou um timaço e nem os comentaristas mais azedos se atrevem mais a questionar a qualidade de nosso elenco. As conquistas tendem a vir, basta confirmar o favoritismo dentro de campo – algo sempre mais palpável no Brasileirão, que é um torneio de pontos corridos de tiro longo. No mata-mata chegaremos fortes e seremos o time a ser batido, mas sabemos das contingências do futebol e de como os torneios eliminatórios aprontam surpresas. Mesmo assim, com seis torneios de mata-mata por disputar nos próximos dois anos, a chance de beliscar alguns é enorme.

Parte desse favoritismo pode ser creditado a nosso patrocinador, mas não só a ele. Que sua contribuição continue tendo sua contrapartida na exposição da marca das empresas. Que esse aporte não se transforme numa obrigação política, principalmente com uma pessoa que já deu fartas demonstrações de que não gosta de ser contrariada. No Palmeiras, essa é uma tarefa que nem o Eike Batista com peruca conseguiria.

Eleição

Se você acha que Leila Pereira, pelo que vem fazendo pelo clube, merece ser eleita, uma informação: ela JÁ ESTÁ ELEITA, pois precisa de mais ou menos 28 a 30 votos, algo que facilmente vai atingir ainda nas primeiras horas de votação. A agressividade de sua campanha deve lhe dar um retorno de 180 a 200 votos.

Isso significa que o Conselho terá, na aba de Leila, cerca de seis a sete candidatos do Mustafá, velhos associados que não querem nem saber dos jogos de futebol e que têm como única função obedecer ao chefe nas votações do Conselho. Mesmo que o leitor do Verdazzo ache que ela merece, Leila não precisa desse voto. Jamais, em hipótese alguma, deem seus preciosos votos a qualquer candidato dessa chapa cujos números começam com 1.

O Verdazzo recomenda a todos os associados do Palmeiras com direito a voto que exercitem sua cidadania palmeirense apoiando os candidatos do grupo Fanfulla. Palmeirenses que não perdem um jogo, cuja única preocupação ao fazer política no clube é fortalecer mais e mais o futebol. Conheça melhor os candidatos neste link.

Leila Pereira, Frank Underwood e o Palmeiras

Frank UnderwoodUm dos assuntos que têm preocupado nossa torcida neste início de temporada é a volta da efervescência política nas alamedas do clube. O presidente Maurício Galiotte vem enfrentando, logo de saída, problemas sérios para conter as tensões que precedem as eleições para o Conselho Deliberativo, que acontecem no próximo dia 11. As primeiras decisões de Galiotte desagradaram a Paulo Nobre e os dois já não estão em harmonia como nos últimos quatro anos.

Do ponto de vista de governabilidade, o afastamento entre os dois não deve influenciar a gestão de Galiotte. Apesar de ser um comportamento recorrente na política do Palmeiras, Paulo Nobre não faz o tipo que sabota seus adversários políticos, se é que as diferenças os levaram a esse patamar. Se Nobre não vai ajudar, muito menos vai atrapalhar. A tendência é que, com o tempo, os dois se reaproximem; o tom apocalíptico da imprensa acerca do tema se deve à falta de pauta típica do mês de janeiro.

Houve dois episódios que conduziram a este cenário: a votação para punição de Arnaldo Tirone, esvaziada por partidários de Mustafá Contursi e seus novos aliados, a União Verde e Branca; e a impugnação da candidatura de Leila Pereira ao Conselho, último ato de Nobre enquanto presidente.

O pedido deu-se porque Leila não tem condições estatutárias para concorrer ao cargo. Numa manobra de Mustafá Contursi, foi-lhe dada essa condição baseada num título emérito supostamente concedido em 1996, nunca propriamente documentado.

Mustafá, mesmo ainda com muita força nos CD e no COF, resultado de mais de 40 anos de atuação política no clube, vem perdendo conselheiros a cada eleição. Sua influência política junto aos sócios está em queda livre e sua bancada só não míngua de vez porque tem a reserva dos vitalícios que lhe são fieis – outra de suas manobras que visa estender ao máximo sua influência.

O sistema eleitoral do Palmeiras é semelhante ao da Câmara dos Deputados em Brasília; os partidos – ou chapas – elegem tantos deputados – ou conselheiros – quanto a proporcionalidade do total de votos recebidos determina. Isto permite que candidatos muito populares, com votações expressivas, puxem outros candidatos com votações pífias, como acontece com Tiririca em Brasília. Leila goza de extrema popularidade pelo fato de ser uma das donas da Crefisa e Mustafá visa usar essa condição para puxar mais quatro ou cinco conselheiros para sua chapa na eleição.

Leila está sendo usada e parece não se importar. Teve a promessa de que o título seria concedido de forma retroativa, mas não esperava a intervenção de Nobre, o que também enfureceu Mustafá. A solução foi pressionar Galiotte dos dois lados em busca de uma canetada que legitime o documento: Mustafá o ameaça com a ingovernabilidade e Leila com a retirada do patrocínio. Com a faca no pescoço, Galiotte prometeu atender ao pedido. Obviamente muito insatisfeito com a situação em que Paulo Nobre o meteu, daí o afastamento.

Paulo Nobre está de volta a sua vida normal, depois de quatro anos, curtindo um descanso, resignado. Leila terá seu mandato de conselheira, o que lhe abre as portas para uma candidatura a presidência num futuro próximo, sua grande aspiração. Mustafá consegue mais poder e uma aliada de peso, enquanto lhe for útil. E Maurício tem caminho livre para governar, com recursos financeiros garantidos. Aparentemente todos estão felizes.

Ao contrário do que partidários de Paulo Nobre apregoam, a Crefisa não é inimiga do Palmeiras. É um grande parceiro e patrocinador, e manter um bom relacionamento com a empresa que valorizou sobremaneira a visibilidade de nossa camisa e permite que o clube tenha grandes vantagens competitivas em relação aos rivais é muito importante. Mas a forma como tudo se desenrolou é que preocupa.

No curto prazo, não se sabe até que ponto Galiotte garantiu o prosseguimento dos valores fundamentais da gestão anterior, que não mediu esforços financeiros para que o clube tivesse toda a estrutura para atingir os resultados esportivos. Mustafá é adepto do corte de despesas, e já vimos este mês o afastamento das equipes de comunicação, médica e de fisioterapia, e não se sabe se a medida foi estratégica, administrativa ou financeira. Os diretores do último biênio continuam trabalhando, à espera do anúncio da nova diretoria para 2017/18, a ser feito após o dia 11. Se Maurício trocar os principais diretores, colocando em suas posições nomes indicados por Mustafá, o castelo de profissionalismo que começou a ser construído nos últimos quatro anos terá sérios abalos em suas fundações.

No longo prazo, a canetada abre precedentes seriíssimos. Leila Pereira conquistou todos os bens materiais que um ser humano pode desejar e os novos desafios de sua vida talvez se relacionem com poder. Ser a patrocinadora de uma camisa tão poderosa como a do Palmeiras parece ter-lhe aberto novos horizontes, e ela enxergou no clube uma maneira de percorrer esse desafio. Ela tem todo o direito de aspirar à presidência do clube para satisfazer a esse desejo, mas precisa percorrer o mesmo caminho de qualquer associado: oito anos como associada, e mais oito anos como conselheira, sem atalhos conseguidos na base do prestígio, que por sua vez advém de sua condição financeira.

Uma ascensão baseada simplesmente no poder econômico transforma o Palmeiras num clube vendido, semelhante ao que aconteceu com grandes clubes europeus como PSG, Manchester City e Chelsea, ou, melhor comparando em nosso próprio mercado, com o SCCP/MSI ou o Fluminense/Unimed. Isto não é motivo de orgulho para ninguém, o Palmeiras tem que manter o respeito a suas regras intocado. Além disso, uma ascensão acelerada torna a administração desprotegida, dependente de uma relação com alguém frágilmente alheio aos meandros das alamedas. Por isso é necessário percorrer toda a estrada política; o poder precisa estar nas mãos de alguém com raízes fortes no solo do clube, algo que só o tempo confere. Dinheiro nenhum compra isto.

O casal Crefisa é muito bem sucedido em seu ramo de atividade, onde o estilo agressivo costuma dar resultados consistentes. Mas num clube de futebol essa postura não é a mais indicada, sobretudo num ambiente em que a palavra não vale muita coisa. Na política do Palmeiras, quem odeia hoje, ama amanhã. A bandeira da UVB nos últimos 20 anos foi de ódio a Mustafá Contursi, o discurso sempre foi pessoal e virulento– não estamos falando apenas de oposição política. Na primeira oportunidade de lucro político, tudo caiu por terra e os conselheiros da UVB obedeceram à manobra de Mustafá para inocentar Tirone.

Leila Pereira não tem o menor traquejo, por enquanto, para se meter no meio dessas cobras criadas e sustentar seu prestígio da única forma que conhece. Se não aprender a fazer política, se optar por percorrer o caminho mais curto, será miseravelmente traída por quem hoje acha que a protege.

Quotes

Algumas citações de Frank Underwood, legendário personagem da espetacular série House of Cards, da Netflix, podem inspirar Leila nesta caminhada:

“Money is the Mc-mansion in Sarasota that starts falling apart after 10 years. Power is the old stone building that stands for centuries. I cannot respect someone who doesn’t see the difference.”

“Power is a lot like real estate. It’s all about location, location, location. The closer you are to the source, the higher your property value.”

“The road to power is paved with hypocrisy, and casualties.”

E para terminar, a maior das pérolas:

“Democracy is so overrated.”