Roberto Gomes Pedroza 1969

O Campeonato Brasileiro de 1969, chamado também de Torneio Roberto Gomes Pedroza, foi disputado por 17 clubes entre setembro e dezembro. Divididos em dois grupos para efeito de classificação, todos jogaram contra todos em turno único, classificando-se os dois melhores de cada para o quadrangular final.

Sentindo demais a saída do craque argentino Artime, o Palmeiras começou de forma assustadora a fase de classificação, conquistando apenas um ponto em cinco rodadas. Mas o técnico Rubens Minelli aos poucos foi encaixando o ataque.

De Edu, Jaime, César e Serginho, a formação ofensiva passou para César, Jaime, Cardoso e Edu, até chegar na vencedora: Edu, Jaime, César e Pio - este último, recém-contratado junto à Ferroviária. Nessa passagem, o time conquistou 9 vitórias e sofreu apenas duas derrotas e se classificou em primeiro lugar de seu grupo.

No quadrangular final, disputado em turno único, os adversários foram o SCCP, o Cruzeiro e o Botafogo. Na primeira partida, empate sem gols no Derby – mas como Botafogo e Cruzeiro também empataram no Maracanã, o ponto perdido não pesou tanto.

No segundo jogo, no Mineirão, César deixou o Palmeiras na frente, mas Palhinha empatou no segundo tempo. Com o 1 a 1 no placar e a vitória do SCCP sobre o Botafogo, o Palmeiras passou a precisar de uma vitória sobre os cariocas somada a um empate entre SCCP e Cruzeiro, ou vitória mineira – neste caso, o Palmeiras precisaria fazer mais saldo de gols.

Na partida final o Verdão atropelou o Botafogo, que já estava eliminado; no primeiro tempo o placar já apontava 3 a 0 (dois gols de Ademir e um de César). Ferretti ainda diminuiu no segundo tempo, mas o Palmeiras acabou vencendo por 3 a 1. Após o apito final, não houve festa, porque o jogo no Mineirão entre Cruzeiro e SCCP havia começado mais tarde.

Houve várias concentrações de palmeirenses em torno dos aparelhos de rádio nos arredores do Morumbi. Ainda havia cerca de 30 minutos para o jogo acabar e o SCCP, que saiu atrás, havia acabado de empatar com Rivelino. Para piorar, o zagueiro cruzeirense Darci Menezes foi expulso. Mais um gol e o troféu iria para o outro Parque, interrompendo um jejum que já chegava a 15 anos.

O SCCP já jogava melhor, mas surpreendentemente, Dirceu Lopes acabou marcando o segundo gol cruzeirense. A agonia palmeirense continuava, já que se os mineiros fizessem mais dois gols, seria os campeões. O SCCP partiu com tudo para o ataque e perdeu uma sequência enorme de gols, até bola na trave mandou. E Palhinha, num contragolpe mortal, quase fez o terceiro dos mineiros.

Felizmente o placar em Minas ficou em 2 a 1 para o Cruzeiro e nossa torcida pôde comemorar o quarto título nacional. O vestiário do Palmeiras permanecia aberto e os torcedores o invadiram, em festa. Quando os todos os jogadores subiram no ônibus, formou-se uma enorme carreata em direção à rua Turiaçu, onde milhares de palmeirenses esperavam pelos campeões. A comemoração seguiu noite adentro aos gritos de “Um, dois, três, o C*rintians é freguês!” e “Um, dois, três, já vai pra dezesseis!”.

Lista e estatística dos jogadores

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