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Mais três na conta. Com muita facilidade, o Verdão aproveitou o estádio com mais de 27 mil palmeirenses e segue na caminhada rumo ao nono título brasileiro. O jogo foi marcado por uma enorme apatia do América e pela excessiva auto-confiança do Palmeiras, que construiu a vantagem mínima com dois minutos de jogo e não se preocupou em aumentar o placar para matar o jogo – o segundo gol veio apenas no final.

PRIMEIRO TEMPO

Com Erik escalado no comando do ataque, o Palmeiras entrou com a formação que é a regra de Cuca em jogos “em casa”: Moisés e Tchê Tchê como volantes, com bastante movimentação e subidas ao ataque, e um quarteto ofensivo com um centroavante leve. E num estádio lotadíssimo de palmeirenses, o Verdão foi para o abafa logo no começo.

A primeira chance de gol foi com um minuto: Roger Guedes aparou cruzamento de Dudu pela esquerda, dominou no meio de quatro defensores, girou e bateu colocado, visando o canto direito de João Ricardo que se esticou para mandar a escanteio. Na cobrança, saiu o gol: a bola foi afastada do bolo, mas Tchê Tchê aproveitou o rebote e bateu firme da frente da área, no canto esquerdo de João Ricardo que desta vez nada pôde fazer.

Com a vantagem logo cedo, o jogo ficou mais ainda à mercê do Palmeiras, que dominava todas as ações. É difícil saber se foi o gol que abateu o time mineiro, ou se ver o estádio apinhado de palmeirenses em jogo de seu próprio mando não acabou provocando o desânimo – provavelmente as duas coisas. Aos 13, a terceira chance real de gol, com Erik, que tabelou com Dudu e, da marca do pênalti, finalizou à direita do gol, perdendo uma oportunidade de ouro.

Parecia um jogo entre profissionais e um time sub-20, tamanha a disparidade técnica. O time do América estava visivelmente desmotivado e o Verdão era absoluto em campo. Aos 23, Erik sofreu um empurrão de Pablo na área, mas o juiz preferiu mandar seguir – lance interpretativo, não marcou porque não quis; se ele assinalasse o pênalti ninguém poderia cravar que houve erro.

Diante da facilidade do jogo, o Palmeiras naturalmente diminuiu o ritmo. Aos 26, a última boa jogada do primeiro tempo, num lateral que Moisés cobrou na área; a zaga rebateu em sua direção e ele mesmo cruzou, por baixo, na linha da pequena área – a bola passou na frente de Roger Guedes, Dudu e Erik mas nenhum deles colocou o pé para marcar o segundo.

O América conseguiu sua única finalização aos 33, num chute de fora de Gilson, após tentativa errada de drible de Moisés – Jailson defendeu fácil. O Palmeiras aceitou o ritmo baixo de jogo proposto pelo time mineiro e ficou só com 1 a 0 no primeiro tempo.

SEGUNDO TEMPO

O panorama permaneceu o mesmo após a volta do vestiário. Em banho-maria, o time controlava o jogo como queria e só descia na boa. Aos oito, boa tabela pelo lado direito entre Moisés e Roger Guedes; o camisa 28 emendou um chute forte, mas a bola saiu pelo alto.

Conforme o tempo passava, as duas equipes iam ficando cada vez mais relaxadas. O Palmeiras ameaçou construir uma boa jogada aos 12, logo após a entrada de Alecsandro no lugar de Erik – Moisés cruzou da direita procurando o camisa 29, mas João Ricardo se antecipou bem.

O Verdão aceitava a passividade do América e desprezava a chance de um erro individual, de uma bola parada ou mesmo de um cruzamento na mão de nosso jogador virar um pênalti. Era muita confiança. A tentativa seguinte de Cuca de mudar o jogo foi colocando Cleiton Xavier no lugar de Moisés; e logo na primeira jogada Alecsandro fez boa jogada na área e tocou para o camisa 10, que dividiu a bola com Ernando; na sobra, Roger Guedes tentou a conclusão mas foi travado.

Rafael Marques também ganhou sua chance, ao entrar no lugar de Dudu a 10 minutos do fim. Depois de um cruzamento da direita, ele fez um belo corta-luz para Tchê Tchê, que pegou a defesa de costas e cruzou para excelente cabeçada de Rafael Marques – a bola entraria, mas resvalou em Messias e subiu.

Aos 42, Alecsandro foi lançado por Zé Roberto, ganhou na velocidade (!) de Messias e bateu prensado, mas o suficiente para vencer João Ricardo e marcar um gol depois de ser sacaneado pelo TJD-SP que o suspendeu por dois anos sem ter a menor qualificação para julgar seu caso. E se o jogo já estava morto com 1 a 0 no placar, com 2 a 0 foi só esperar o apito final.

FIM DE JOGO

O placar final pode dar razão aos jogadores, que podem alegar que o time não correu risco em nenhum momento e por isso conduziram o jogo em baixa rotação. De fato, o próprio América não demonstrava pegada alguma para buscar o empate e ninguém melhor que os próprios jogadores para sentirem isso dentro do campo. Mas sempre pode existir o imponderável.

O que importa mesmo são mais três pontos e mais um passo importante. Temos uma rodada de margem para o Flamengo e faltam nove rodadas. Não teremos mais nenhum jogo fácil como este. Que os jogadores tenham aproveitado bem esta molezinha e não repitam esta postura até o fim do ano em hipótese alguma. Foco no Cruzeiro. VAMOS PALMEIRAS!

Ficha Técnica

Escalação

América-MG

João Ricardo
Pablo
Roger
Messias
Éder Lima
Gílson
Leandro Guerreiro
Ernandes
Danilo Barcelos
Juninho
Tony
Matheusinho
Osman
Michael
Enderson Moreira
TÉCNICO









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