Comemore, palmeirense! O Verdão venceu a Chapecoense por 1 a 0 no Allianz Parque e conquistou o nono campeonato brasileiro da História. Um campeonato impecável do Verdão, coroado com uma tarde quase burocrática dentro de campo, mas com muita euforia e alegria em todo o estádio.
Com mais de 40 mil palmeirenses que estabeleceram o novo recorde de público do Palestra, seja o novo ou o velho, o Verdão dominou completamente o adversário e chegou à conquista de forma bastante tranquila. Pra falar a verdade, não deu nem pro cheiro.
PRIMEIRO TEMPO
A escalação da Chapecoense aumentou ainda mais a já enorme confiança da torcida na conquista. Com um time repleto de reservas, Caio Junior deixou claro que estava pensando mesmo é na Sul-Americana. Já o Palmeiras veio com uma formação alternativa: Fabiano na lateral, com Jean no meio e Tchê Tchê e Moisés mais avançados. Além do reforço surpresa, o Verdão veio para o jogo com as sagradas e infalíveis meias brancas. Não tinha mesmo como dar errado.
Nos primeiros movimentos, o Palmeiras enfrentou alguma dificuldade com a marcação da Chape. Clima festivo sempre mexe com os brios do adversário, em qualquer situação. Mas a notícia do primeiro gol do Flamengo sobre o Santos aumentou ainda mais a tranquilidade da torcida e do time em campo. O que não era tranquilo era o clima do lado de fora do estádio, com o barulho das bombas da PM estourando na rua Palestra ecoando no Allianz Parque.
Mesmo com a Chape equilibrando o volume de posse de bola, o Verdão mandava no jogo. Foram pelo menos quatro finalizações até o gol do título, marcado aos 25 minutos após jogada ensaiada: falta pela direita, a bola foi rolada para Zé Roberto que acionou Moisés de frente para a área; ele tocou de letra para o miolo e Fabiano, com oportunismo, aproveitou para tocar com o lado de fora do pé no ângulo esquerdo de Danilo, batido. O Allianz Parque ficou mais louco que o Mauro Naves na lancha.
Logo depois, quase o segundo: Gabriel Jesus foi lançado em velocidade por Moisés, partindo do campo de defesa; ele disputou com Gimenez, fez o breque, girou e bateu de chapa, buscando o canto direito de Danilo, mas a bola beijou a rede do lado de fora. Dois minutos depois, Fabiano tentou um lançamento de longe, pelo alto, mas Danilo se adiantou e afastou parcialmente; Dudu pegou a sobra e tentou encobrir o goleiro da Chape, mas errou o alvo por pouco.
O massacre palmeirense e o clima ensandecido no estádio tirou de vez qualquer ânimo da Chape, que se limitou a tentar cercar nossos jogadores. O Verdão avançou e criou mais e mais chances, mas o primeiro tempo ficou mesmo no 1 a 0.
SEGUNDO TEMPO
O segundo tempo foi jogo de um time só. O Verdão prensou a Chapecoense em seu campo e continuava criando chances, uma após a outra. Sentindo a proximidade do título, os jogadores mostravam um certo individualismo, tentando resolver os lances e se consagrarem ao mesmo tempo.
Quem roubava mesmo a cena era Zé Roberto. O veterano, um animal, correu como se tivesse 19 anos. Fez um grande trabalho defensivo e apoiou com muita categoria, inflamando ainda mais o estádio.
Nossa dupla de meias, que também são volantes, foram um capítulo à parte. Tchê Tchê e Moisés nasceram para jogar lado a lado. Seja quando atuam como volantes, ou quando atuam mais avançados, como hoje, o time fica muito encorpado. Isso explica a campanha tão sólida do time em todo o campeonato.
Foram muitas finalizações. O Verdão praticamente passeava em campo contra o mistão da Chape. Conforme o relógio passava, a euforia aumentava. Foi quando começaram as substituições.
Fabiano deu lugar a Gabriel; Tchê Tchê foi substituído por Thiago Santos. Os dois volantes mais marcadores do elenco também podem ser considerados titulares da campanha, pois participaram de muitos jogos. Mas a grande sacada de Cuca foi a troca de Jailson por Fernando Prass, a poucos minutos do fim. O camisa 49 foi ovacionado de forma efusiva pelo estádio; uma belíssima homenagem. E entrada o herói da Copa do Brasil foi a fagulha definitiva para o carnaval começar.
FIM DE JOGO
O título não veio num jogo difícil – e nem precisa ser. O nono campeonato brasileiro do Palmeiras veio num jogo sólido, o retrato do que o time foi em boa parte do campeonato, depois de abrir vantagem na tabela jogando um futebol muito bonito. Cuca foi o artífice de uma trajetória perfeita, dando várias facetas ao time e fazendo o que precisava ser feito a cada jogo. Uma conquista muito madura.
Com o título, o Verdão enterra 2009 de uma vez por todas. O “ano que vem” finalmente chegou. A torcida recuperou de vez a auto-estima, algo que deveria ser tão natural na personalidade do palmeirense, mas que lamentavelmente andou em baixa por muitos anos. O horizonte do futebol brasileiro parece muito verde; um novo ciclo de vitórias está oficialmente em andamento na zona oeste da capital paulista.
Parabéns, Verdão! Parabéns, torcida do Palmeiras. É um orgulho muito grande ter feito parte desta caminhada junto a todos vocês. VAMOS PALMEIRAS!