O ano de 1983 na História do Palmeiras

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Campeonato Brasileiro 1983Para o ano de 1983, a diretoria do Palmeiras manteve a base com João Marcos, Luís Pereira, Rocha, Jorginho, Carlos Alberto Borges e Enéas, e trouxe uma baciada de reforços, vários com passagens pela Seleção Brasileira, enchendo a torcida de esperanças.

Para a defesa, vieram Perivaldo (Botafogo), Márcio (Londrina), Vágner Bacharel (Joinville), Nenê Santana (Ponte Preta) e Carlão (Inter de Limeira). Para o meio e ataque, vieram Cléo, do Inter (o “novo Falcão”), mais o rápido Carlos Henrique, do Londrina. Carlos Alberto Seixas voltou de empréstimo e aparentemente fechou o pacote. Mas uma surpresa ainda estava por chegar.

O Verdão iniciou a disputa do Brasileirão a todo vapor, passando pela primeira fase em oito jogos, sem sustos e com algumas goleadas. E depois de uma longa negociação, o Palmeiras acertou com o volante Batista, do Inter, que ficaria no Palmeiras somente para a disputa do Brasileiro e partiria para a Lazio.

Batista foi muito bem no Palmeiras, mas desfalcou o time em alguns jogos, por convocações para a Seleção Brasileira. Mesmo assim, o time avançou bem na segunda fase – a vitória por 3 a 1 sobre o Flamengo no Morumbi lotado foi memorável.

Na terceira fase, ainda invicto, o Palmeiras caiu num grupo com Vasco, Santos e Náutico. Suspeitas de favorecimento ao time carioca pipocavam de todos os lados, principalmente depois de uma classificação com um gol muito suspeito. Foi cunhado o termo “vascanagem” pela imprensa paulista.

O Palmeiras largou bem, mas acabou perdendo um jogo no Recife onde reclamou muito da arbitragem, aumentando os rumores de favorecimento ao time carioca. O grupo foi equilibrado até o fim e, num Morumbi lotado, o Palmeiras precisava vencer o Vasco para chegar ao mata-mata. Desfalcado de Batista, servindo à Seleção, o Verdão parou na forte defesa armada por Antônio Lopes e ficou pelo caminho.

Para o Paulistão, Rubens Minelli foi mantido e a diretoria contratou o volante Fausto, do Vila Nova, para o lugar de Batista. Com Luís Pereira e Vágner formando miolo de zaga muito sólido, tendo Perivaldo e Carlão em boas fases, Rocha sendo um grande cão de guarda e ainda com Nenê Santana e Márcio entrando muito bem sempre que solicitados, a defesa não era problema.

Havia um consenso de que o ponto fraco do Palmeiras era o setor ofensivo, onde Jorginho vivia sendo convocado por Carlos Alberto Parreira; Enéas, Carlos Alberto Seixas e Aragonés eram muito irregulares e Cléo queria ser titular no grito. Reservas como Esquerdinha, Zé Carlos Paulista e Barbosa acabavam jogando muito mais do que se esperava.

Até por isso, das 38 rodadas do Paulistão, o Palmeiras perdeu apenas 5, mas também não ganhou muito, empatando nada menos que 21 jogos. A campanha foi suficiente para chegar aos quadrangulares da segunda fase. Como reforços para o ataque, a diretoria trouxe o ponta Capitão e trouxe de volta Baltazar, emprestado ao Flamengo.

O jogo memorável deste período foi aquele em que o Palmeiras empatou com o Santos por 2 a 2, marcando o segundo gol aos 46 do segundo tempo numa bola chutada por Jorginho que bateu nas pernas do juiz José de Assis Aragão antes de entrar no gol de Marolla.

No quadrangular, depois de largar bem e administrar os pontos, o Verdão chegou à última rodada precisando ainda de um empate com a Portuguesa no Palestra, e conseguiu segurar o resultado de 1 a 1, chegando às semifinais.

Os dois jogos contra o SCCP foram disputadíssimos. Na primeira partida, Rubens Minelli mandou Márcio colar em Sócrates em cada espaço do gramado. O Verdão saiu na frente com um golaço de peixinho de Baltazar, mas sofreu o empate de pênalti, numa jogada em que João Marcos socou a bola para o meio da área e acabou sendo muito cobrado pela torcida – com razão.

Na segunda partida, o Verdão jogou muito melhor e massacrou a defesa do adversário. Mas na única jogada em que Sócrates conseguiu se desvencilhar de Márcio, o SCCP fez o gol e a enorme pressão do Verdão, mais uma vez, não deu resultado.

A temporada terminou com mais uma frustração e a fila já chegava a sete anos. Mas 1983 foi um dos poucos anos desse período em que a torcida teve um time no qual acreditar. Faltaram os detalhes.


Jogadores no ano de 1983


Jogos no ano de 1983