O ano de 2011 na História do Palmeiras
Como de costume, a campanha na fase preliminar do estadual foi tranquila e o time fechou a classificação, após três meses de disputa, em segundo lugar. Nesse período, o confronto contra o Comercial-PI revelou para o mundo o atacante Adriano Michael Jackson, que marcou quatro gols na goleada por 5 a 1, no Pacaembu. Em seguida, passamos pelo Uberaba e pelo Santo André, chegando às oitavas-de-final.
Após superar o Mirassol nas quartas-de-final do estadual, o time chegou à semi contra o SCCP e foi operado por Paulo César de Oliveira, que expulsou Danilo injustamente após uma dividida com Liédson. Mesmo com um a menos, o time conseguiu sustentar um empate e levou a decisão para os pênaltis, quando acabou derrotado após erro de João Vítor.
Uma eliminação num Derby quase sempre traz consequências devastadoras para o vencido. No nosso caso, o time foi ao Couto Pereira tentar avançar na Copa do Brasil e sofreu uma goleada inexplicável por 6 a 0, praticamente determinando mais uma eliminação. No jogo da volta, uma valente vitória por 2 a 0 ajudou a recompor o ânimo para o início do Brasileirão.
Ao final da rodada 13, a equipe se mantinha no G4 com 25 pontos, a quatro do líder. A saída de Danilo, vendido para a Udinese-ITA, foi reposta com a volta de Henrique, zagueiro campeão paulista em 2008. Mas o time não respondeu bem e teve uma má sequência, incluindo uma derrota por 2 a 0 para o Vasco, pela Sul-Americana. O time ia devolvendo o placar no jogo da volta no Pacaembu, mas um gol de Jumar, num improvável chute do meio da rua, venceu Marcos e o gol qualificado obrigava o Palmeiras a marcar mais dois gols para se classificar – marcou só mais um e foi eliminado. A implacável Lei do Ex.
A vitória no Derby em Prudente, de virada, ainda alimentou as esperanças de recuperação na última competição do ano. O time fechou o turno com 32 pontos, a cinco do líder. Mas a situação era ilusória, ainda mais depois de mais uma lesão de Valdivia, que o tiraria do time por mais meio turno.
O ambiente da Academia de Futebol era nocivo. O acesso de conselheiros ao centro de treinamentos era tema de intrigas. Os jornalistas, sempre hostis a Felipão, o pilhavam ainda mais. Nosso comandante não confiava em ninguém e isso refletia na liderança sobre o elenco. Suas declarações de desapontamento com a qualidade dos jogadores naturalmente não eram bem recebidas no vestiário.
O volante se dirigiu à Academia de Futebol ainda com as marcas de agressão e o caos se instalou. As rachaduras no elenco vieram à tona e o comando de Felipão ruiu quando Kleber se insurgiu, aproveitando mais declarações ruins do comandante a respeito do caso João Vítor.
Kleber foi afastado do elenco e nas nove partidas seguintes o Palmeiras só venceu duas, totalizando míseras três vitórias no segundo turno. Na última rodada, sem qualquer chance sequer de se classificar para a Libertadores, o time precisava vencer o Derby para que o Vasco tivesse chance de tirar o título do SCCP. Apenas empatou e o SCCP foi campeão brasileiro, determinando mais um fim de ano melancólico.
Para completar o quadro, São Marcos anunciou que, depois de quase 20 anos no clube e uma carreira gloriosa, deixaria o futebol. Ficamos órfãos de nosso santo.