‘1999 – A Conquista da América’ resgata a emoção para os palmeirenses que não vivenciaram o título

“The Last Dance”, série lançada pela Netflix, em 2020, que conta os bastidores do último ano de Michael Jordan no Chicago Bulls e remonta à história da franquia desde a escolha do lendário camisa 23 no draft, tem como entre outros objetivos fazer com que os mais jovens saibam quem foi Michael Jordan e porque ele é considerado o maior jogador de basquete de todos os tempos.

Guardando as devidas proporções, ‘1999 – A Conquista da América’ – documentário sobre a História do Palmeiras na Libertadores e também sobre a primeira conquista do clube – apresenta uma mensagem parecida: fazer com que os palmeirenses mais jovens, que, vivenciaram a conquista do bi e do tricampeonato, também consigam sentir a emoção em torno do que envolveu o primeiro título.

Assim, o ritmo inicial ao filme traz o peso de cada grande frustração do clube na Libertadores: os vice-campeonatos nos anos 60; o erro de Armando Marques em 1973 e os desfalques devido às convocações pela seleção brasileira em 1974; além dos indigestos reveses de 1994 e 1995 para SPFC e Grêmio.

Dona Cidinha, uma das protagonistas do longa, narrava os fatos como se estivesse em uma máquina do tempo, assim como Roberto Avallone (1947-2019), que não deixou seus bordões de lado.

Vivenciar a sensação de ser transportado aos últimos anos do século XX, quando derrotas por 1 a 0 fora de casa significavam quase uma ‘vitória’ para quem era treinado por Felipão e os lendários Derbies paralisavam o país, se dá também pelos depoimentos de cada jogador que participou da trajetória, junto aos relatos dos torcedores que estavam tão nervosos quanto Zinho na última cobrança de pênalti contra o SCCP, nas quartas-de-final de 1999.

Ainda que História da Libertadores de 1999 já tenha sido contada em outro documentário, o filme dirigido por Marcela Coelho, Ricardo Aidar e Mauro Beting e distribuído pela Elo Company, difere-se nos detalhes ao apresentar todo contexto: da desconfiança da torcida com Felipão num primeiro momento, o motivo da efusiva comemoração de Roque Jr. na cobrança de pênalti contra o Deportivo Cali, passando pelas dificuldades do calendário à época, até os questionamentos internos sobre Alex e Marcos, jogadores fundamentais para a conquista.

Tudo isso foi documentado numa obra cinematográfica com montagem coesa, realizada por Fernando Teshainer, que em alguns momentos parece ter seus personagens conversando entre si. O filme é muito mais que a taça de 1999. É sobre como ser Palmeiras.

1999 – A Conquista da América

1999 – A Conquista da América’ é uma conclusão da trilogia de documentários sobre a História do Palmeiras, produzidos pela Canal Azul – as primeiras obras foram ’12 de Junho de 1993 – O dia da paixão palmeirense’ e ‘Palmeiras – O Campeão do Século’.

Com 99 minutos de duração, o documentário entrará em cartaz no Espaço Itaú de Cinema Pompéia, no Shopping Bourbon, na zona oeste de São Paulo, no próximo dia 31, com sessões às 16h30 e 20h30.

Alex, Paulo Nunes, Oséas, César Sampaio, Ademir da Guia, Dudu, entre outros ex-jogadores participam do documentário, assim como os jornalistas Roberto Avallone e Claudio Carsughi e outros palmeirenses ilustres.