Abel faz forte pronunciamento contra discriminação: “Vai além do futebol, é questão de humanidade”

Abel Ferreira em partida do Palmeiras contra a Ponte Preta, válida pelas quartas de final do Campeonato Paulista, na Arena Barueri, em Barueri-SP.
Fabio Menotti/Palmeiras/by Canon

No último Choque-Rei, Abel foi xingado de “português de m…” por diretor do SPFC, que fez acordo com TJD e não foi julgado

Antes de falar da grande vitória do Palmeiras sobre a Ponte Preta, por 5 a 1, o técnico Abel Ferreira fez um breve pronunciamento, no qual repudiou qualquer tipo de discriminação. Em seguida, o treinador ficou em silêncio.

“Gostaria de abrir minha entrevista para dizer que repudio todo e qualquer ato de discriminação, seja de gênero, cor de pele ou nacionalidade, ou qualquer tipo de violência. Isso vai para além da esfera do futebol. É questão de humanidade. Repito, repudio todo e qualquer ato de discriminação. Essa é a mensagem que quero deixar, e publicamente não falo mais sobre esse assunto”, disse o treinador.

Abel foi xingado pelo diretor do SPFC, no último Choque-Rei, que o chamou de “português de m..”. E o desabafo se dá, também, por conta do acordo feito pelo SPFC com o TJD, que converteu possíveis punições em multas.

Veja o vídeo:

O que Abel achou do desempenho do Palmeiras

Sobre o jogo, Abel Ferreira destacou o início do Palmeiras, que abriu o placar logo aos 2 minutos, elogiou o jogo coletivo e as dinâmicas.

“A imagem deste time é entrar forte nos jogos. Em alguns outros jogos em casa a gente criou também para fazer quatro ou cinco gols, mas não fomos eficientes. A eficiência é muito importante. Hoje, de fato, os gols aconteceram, como não havia ocorrido em outras partidas. Entramos muito forte no jogo e essa era a nossa intenção, mostrar dentro de campo a nossa superioridade”, disse.

Hoje o time funcionou por causa das dinâmicas. A minha responsabilidade na equipe é tática, as decisões individuais não são minhas, são dos jogadores. Se vão chutar, cruzar, driblar ou passar, quem escolhe são eles. Eles são os protagonistas. Tivemos uma semana para descansar e treinar, aprimorar as dinâmicas do time. Resolvemos esse jogo de forma coletiva, algo que me deixa, como treinador, orgulhoso. Foi uma vitória contundente”, concluiu.

Abel comenta ataques sofridos de diretor do SPFC e deixa aberta possibilidade de processá-lo: “Há limites”

Abel Ferreira em partida pelo Palmeiras contra o Botafogo-SP, válida pela décima segunda rodada do Paulistã 2024, na Arena Barueri, em Barueri-SP.
Fabio Menotti/Palmeiras/by Canon

Abel deu longa resposta sobre o ocorrido no Morumbi

O Palmeiras venceu o Botafogo por 1 a 0 e garantiu a melhor campanha da fase de grupos do Paulistão. Entretanto, como era esperado, o assunto que dominou a coletiva de Abel Ferreira não foi a vitória sobre a equipe de Ribeirão Preto, e sim o ataque sofrido pelo treinador por Carlos Belmonte, diretor do SPFC, que o chamou de ‘português de m…’.

Passada quase uma semana do episódio, Abel não sabe se irá processá-lo. “Não sei. Há limites para tudo e na altura certa vocês saberão”, disse o treinador.

Na continuação da resposta, o treinador fez questão de relembrar que foi punido todas as vezes que passou do limite, afirmou que não apita jogo (resposta à frase de Julio Casares) e afirmou: “Acho que não vale combater ódio com ódio”.

“Não vou dizer muito mais, porque o futebol brasileiro e os clubes brasileiros são muito maiores do que cada um de nós, são muito maiores do que nosso ego. O Palmeiras vai fazer 110 anos de história e muitos já fizeram história nesse clube. O clube vai continuar. o Palmeiras só tem dois elementos insubstituíveis: o periquito e o porco. Assim que vejo o futebol. Em 90 minutos eu sou intenso, quero que minha equipe ganhe, mas fora isso eu peço desculpa. Meu coração é igual coração de mãe, perdoa tudo e cabe sempre mais um. Mas há limites”, disse.

“Não gosto de mostrar minha vida pessoal. Os meus defeitos vocês encontram. Mas procuro dar o melhor que sei. O resto deixo para vocês, todas essas falas, comentários. Quero viver minha vida com lado positivo, com intensidade, com as pessoas que eu gosto. Não apito jogo, nem nos treinos eu apito, deixo para o João [Martins]. Sou grato ao futebol brasileiro. Se instituições do futebol brasileiro fizeram comunicados contra mim, não sou eu que controlo. Dentro de campo, sou muito competitivo, mas todas as coisas que fiz mal fui punido”, continuou.

“Eu não conheço esse senhor [Belmonte], nunca falei com ele, se calhar é uma boa pessoa. Entendo o calor do jogo, porque quando chutei o microfone ninguém quis saber os motivos. Fui punido, castigado e cumpri por isso. Eu entendo essas emoções. Mas, quando infrinjo as regras, o STJD comigo tem sido muito rigoroso. Espero que as entidades que castigaram a mim por determinados comportamentos, sejam iguais com outros comportamentos semelhantes ou piores. Não quero nada para mim. Quero as coisas justas. Sou democrático”, concluiu.

E o jogo, Abel?

Sobre a vitória do Palmeiras contra o Botafogo, Abel destacou a organização do adversário e viu um Palmeiras lento em campo.

“Foi uma primeira parte lenta, ainda vou estudar porque isso aconteceu. Dou os parabéns ao time adversário, ao seu treinador. Eles são organizados e nos criaram muitas dificuldades, mesmo com um a mais. Nossa circulação de bola estava muito lenta e eles se fecharam bem com linha de cinco. Dos 12 jogos que fizemos nesta primeira fase, em 10 jogamos contra uma linha de cinco. Isso é sinal de respeito e que todos querem nos dificultar”, disse o treinador.

Sentiu? Abel não concede entrevista coletiva no Morumbi por veto do rival

Sentiu? Abel não concede entrevista coletiva no Morumbi por veto do rival.
Marcos Ribolli

Irritados com a arbitragem, SPFC não cedeu a sala de imprensa a Abel

O técnico Abel Ferreira saiu do Morumbi, após o empate do Palmeiras em 1 a 1 com o SPFC, sem falar com a imprensa. O motivo? A diretoria do rival não cedeu a sala de imprensa ao comandante palmeirense.

Irritados com a arbitragem após o jogo, o rival justificou, de acordo com reportagem do GE, que não liberou o local para a entrevista porque no Allianz Parque não há estrutura suficiente para os adversários.

Com o empate em 1 a 1, o Palmeiras manteve a liderança geral do Paulistão, com 25 pontos. Na última rodada da primeira fase, a equipe enfrenta o Botafogo-SP, em Barueri.

Não fala Abel, não fala ninguém

Com Abel vetado de falar e comentar a partida, a comissão técnica do Palmeiras decidiu por não liberar nenhum jogador para a zona mista. Assim, o Verdão deixou o estádio do rival sem falar com a imprensa.

Palmeiras se pronuncia

Abel Ferreira analisa vitória e revela desafio proposto a Weverton: “Se ele errar, é minha responsabilidade”

Abel Ferreira em partida pelo Palmeiras contra a Portuguesa, em partida válida pela quinta rodada do Paulistão 2024, no Canindé, em São Paulo-SP.
Fabio Menotti/Palmeiras/by Canon

O Palmeiras venceu a Portuguesa por 2 a 0 e Abel Ferreira ressaltou que o resultado foi justo

O Palmeiras venceu a Portuguesa por 2 a 0 e manteve a invencibilidade no Paulistão, além de assumir a liderança da tabela geral. Após um primeiro tempo em que encontrou dificuldades para criar, o Verdão aproveitou a expulsão do jogador adversário para conseguir criar vantagens e marcar os gols.

Abel Ferreira analisou a partida em entrevista coletiva e viu o resultado final como justo.

“Enfrentamos uma equipe organizada defensivamente, com uma linha de cinco bem definida. Foi difícil. Era um jogo de paciência, de continuar insistindo. É verdade que em alguns momentos fomos passivos, tivemos o controle da bola sem sermos objetivos, verticais. No fim, porém, acabou sendo uma vitória justa. Somos um time melhor, fizemos um trabalho sério, produzimos mais”, disse Abel.

Abel Ferreira analisa vitória e revela desafio proposto a Weverton: “Se ele errar, é minha responsabilidade”.
Marcos Ribolli

O treinador também comentou sobre a fase do goleiro Weverton, que durante a partida teve algumas saídas erradas em bolas aéreas, e revelou o desafio que fez ao arqueiro.

“O culpado sou eu [pelos erros nas saídas], porque lhe peço para sair em todos os cruzamentos e que se ele errar a responsabilidade é minha. Quando tentamos inovar a nossa forma de jogar, há sempre um processo de aprendizagem. Ele fez exatamente o que lhe pedi”, disse.

“Acertou algumas saídas, errou outras, mas o que eu quero é que ele utilize toda a envergadura que tem. Ele é o único que pode jogar com as mãos dentro da área e nós temos que usar essa vantagem, porque os times sempre jogam a bola na área a qualquer falta no campo de ataque. Estou a desafiá-lo a arriscar, se ele errar, a responsabilidade é minha”, declarou.

Após a vitória sobre a Portuguesa, o Palmeiras volta a campo no domingo para encarar o SPFC, no Morumbi, às 19h. Se vencer o rival, o Verdão garante a primeira colocação da tabela geral.

Confira outras respostas de Abel Ferreira

Endrick

“Esperamos que ele continue assim. Umas semanas atrás eu disse que ainda precisava ver como ele voltaria da seleção e acho que ele entendeu o recado que dei publicamente. Antes de treinar já veio falar comigo. Queremos ele feliz dentro de campo, com audácia. Além de fazer aquilo que são os nossos comportamentos coletivos, nos emprestar toda a sua qualidade. Ficamos muito contentes”.

Lazáro

“Temos 32 jogadores e a Fifa só deixa escalar 11 e entrar mais cinco. A pergunta que eu faço é: para colocar o Lázaro eu tiro quem? Se eu pudesse, da forma que eles treinam, entravam todos. É por isso. Não faço milagres. Escolho a partir daquilo que os jogadores estão mostrando, nem sempre acerto, mas eu sou o treinador e sou o responsável. Que a torcida tenha a certeza absoluta que tudo que eu faço é para o melhor do nosso time”.

“Por fim, temos gostado muito do Lázaro. Foi contratado porque tem qualidade que nós gostamos”.

– Choque-Rei

“Não é um jogo qualquer. Eles foram mais competentes nos pênaltis e ganharam, mas faz parte do passado. Eles jogam sempre na máxima força contra nós, eu particularmente não tenho tido tanta sorte contra eles. É um clássico, mas sim valem os mesmos três pontos de hoje. Sei que para a torcida vale mais do que isso, mas não vamos mudar nossa preparação, vamos fazer o que sempre fazemos. Buscaremos um jogo consistente e esperamos que no final a gente ganhe”.

Abel é didático ao explicar formação do Palmeiras e faz alerta defensivo: “Nos expusemos demais defensivamente”

Abel é didático ao explicar formação do Palmeiras e faz alerta defensivo: “Nos expusemos demais defensivamente”.
Reprodução

Abel escalou o Palmeiras em campo com quatro meio-campistas e dois atacantes, com quatro defensores atrás

Sem Gustavo Gómez, machucado, Abel Ferreira optou por voltar com a linha de quatro jogadores na defesa. O treinador, no entanto, escolheu acrescentar um atleta no meio-campo ao invés de mais um atacante.

Com Aníbal Moreno, Richard Ríos, Zé Rafael no meio, e Endrick e Flaco López no ataque, o Palmeiras saiu atrás do marcador contra o Mirassol, mas virou a partida e venceu por 3 a 1. Na coletiva após a partida, Abel explicou os porquês das mudanças.

“Sou um treinador que começo a construir as coisas com solidez e, depois de um tempo no clube, acrescento situações novas até para surpreender os adversários. A escalação de hoje nos dá mais uma rota de ataque, que é verticalizar por dentro. Temos o Veiga na meia direita, o Zé na meia esquerda, com o Ríos e o Aníbal ajudando na construção vindo de trás”, iniciou o treinador.

“Também nos dá bastante apoio do Marcos Rocha, que faz o Endrick flutuar por dentro. Nos dá uma variabilidade diferente para a nossa construção para que os adversários não saibam aquilo que nós fazemos. Temos que criar situações diferentes”, continuou Abel, que também citou as características dos jogadores.

“Não temos pontas com muita experiência, perdemos [por lesão] o Dudu e o Bruno Rodrigues. O Estêvão e o Luis Guilherme estão chegando. Temos que ajustar de acordo com as peças que temos. Então são essas duas coisas: trazer novas situações à equipe e jogar de acordo com os atletas que temos atualmente à disposição”, explicou.

A formação trouxe uma variabilidade maior ao Palmeiras, mas não deixou o treinador satisfeito na parte defensiva.

“Acredito que nos expusemos demais defensivamente, foi bem evidente. E o adversário nos criou dificuldades. Vou analisar melhor o jogo para ver os aspectos que devemos melhorar. Tínhamos que encurtar mais os espaços, estávamos marcando longe, com pouca pressão; agora, com bola, sempre que passávamos das linhas do adversário, criamos e finalizamos”, disse.

“Sensação que fico no final do jogo é de que o Mirassol foi a equipe, no Paulistão, que mais nos criou dificuldades. Deixo os parabéns a eles. Foi um bom jogo, aberto”, complementou.

O Palmeiras, já classificado para as quartas de final, volta a campo na quarta-feira para enfrentar a Portuguesa.

Confira outras respostas de Abel Ferreira:

– Posicionamento de Zé Rafael

“O Zé tinha uma função: fechar [defender] por fora e atacar por dentro. Fez isso melhor ainda na segunda parte do que na primeira. Fizemos alguns ajustes”.

Weverton

“Ele é humano, às vezes parece que jogadores de futebol não erram, assim como treinadores. Felizmente temos um goleiro que faz defesas de títulos e que nos dá pontos, como foi hoje. Não disse nada a ele essa semana e, hoje, quando fez as grandes defesas, ou quando agarrou o pênalti do Tiquinho Soares, ano passado, também não lhe disse nada. Ele sabe que nós confiamos nele e que o futebol é feito de erros. O mais importante é saber como lidamos com os erros. As críticas acontecem em todos os lugares e também precisamos saber lidar com isso”.

– Primeiro gol do Palmeiras na partida

“O primeiro gol é uma situação de jogo, foi um belo cruzamento, vindo de uma segunda bola de um escanteio. O Luan fez o que tinha de fazer e o Aníbal fez o movimento nas costas da defesa, um belíssimo gol”.

– Fortaleza

“Manifesto a minha solidariedade ao Fortaleza e a todos do clube. Fiquei assustado quando vi as imagens. Este episódio mancham as coisas boas que o futebol brasileiro tem. A única coisa que peço é que as entidades responsáveis façam algo, sejam exemplares. O futebol brasileiro merece que elas comecem a tomar medidas exemplares”.