Palmeiras defende Abel e rebate justificativa do juiz na súmula: “Falta com a verdade”

Abel Ferreira em jogo do Palmeiras contra o Fortaleza, durante segunda partida válida pelas oitavas de final volta da Copa do Brasil 2023, no Castelão.
Cesar Greco/Palmeiras/by Canon

Palmeiras emitiu uma nota nas redes sociais e pediu para que a CBF não tenha discriminação com Abel

Nesta quinta-feira, após a classificação às oitavas de final da Copa do Brasil, o Palmeiras foi às redes sociais para defender o técnico Abel Ferreira e contestar a declaração na súmula do juiz Sávio Pereira Sampaio, que mostrou o cartão vermelho ao comandante no duelo contra o Fortaleza sob justificativa que foi xingado pelo treinador.

“Por protestar contra a decisão da arbitragem de forma grosseira e ofensiva com gestos ao arremessar um copo de água no chão, socar o ar e proferir as seguintes palavras: ‘foi falta filho da puta’”, escreveu o juiz.

Em nota publicada, o Verdão rebate a versão do árbitro, diz que vai contestar o documento e também cita que há “atitudes persecutórias” contra Abel Ferreira, além de pedir o “mesmo tratamento” ao treinador, assim como com os colegas de profissão.

Confira a nota publicada pelo Palmeiras:

“Sempre disposta a contribuir com a melhora do futebol nacional, a Sociedade Esportiva Palmeiras vem a público reivindicar junto à CBF que providências sejam tomadas no sentido de assegurar ao técnico Abel Ferreira o mesmo tratamento concedido aos seus colegas de profissão por parte das equipes de arbitragem escaladas para os jogos do clube.

Não podemos aceitar atitudes persecutórias contra um profissional competente e vitorioso que, ao longo de mais de dois anos de trabalho à frente do Verdão, vem valorizando o futebol brasileiro de forma inconteste.

A explicação contida na súmula para a expulsão do nosso técnico, ontem, contra o Fortaleza, falta com a verdade e será contestada pelo clube nas esferas competentes.”

Sávio Pereira Sampaio apita Fortaleza x Palmeiras pela Copa do Brasil

Savio Pereira Sampaio em jogo do Palmeiras contra o Red Bull Bragantino, durante partida válida pela sexta rodada do Brasileirão 2023, no Allianz Parque.
Cesar Greco/Palmeiras/by Canon

Árbitro de 37 anos, Sávio Pereira Sampaio esteve envolvido em polêmica no último jogo em que apitou do Palmeiras

Depois de abrir a vantagem de 3 a 0 com a vitória no Allianz Parque, o Palmeiras volta a enfrentar o Fortaleza pela Copa do Brasil na noite desta quarta-feira, em jogo que será disputado no Castelão, às 19h. Tetracampeão da competição, o Verdão busca avançar para as quartas de final após duas temporadas.

Para o confronto, a CBF designou Sávio Pereira Sampaio, de 37 anos, como árbitro principal. O juiz terá como auxiliares Bruno Raphael Pires (assistente 1) e Eduardo Gonçalves da Cruz (assistente 2), além de Luiz Cesar de Oliveira Magalhães, o quarto árbitro. No VAR, o responsável será Wagner Reway.

O último jogo apitado por Sávio do Palmeiras foi empate em 1 a 1 com o Red Bull Bragantino, pelo Brasileirão. Na ocasião, os palmeirenses saíram do confronto reclamando do juiz por conta de um pênalti de Cleiton em Endrick. No lance, o juiz apitou que o atacante palmeirense havia colocado o braço na bola no início da jogada – porém, nas imagens é possível ver que quem toca na bola é o goleiro adversário.

Retrospecto de Sávio Pereira Sampaio em jogos do Palmeiras

Árbitro do quadro da Fifa, Sávio Pereira Sampaio tem nove jogos apitados do Palmeiras no currículo. O retrospecto do Verdão com ele à frente das partidas é de 63%: cinco vitórias, dois empates e duas derrotas. Clique aqui e confira o histórico.

Wagner Reway, o VAR, já comandou a tecnologia em 16 partidas do Verdão em sua carreira, sendo a última vez no clássico contra o Santos pelo Brasileirão deste ano, que terminou empatado em 0 a 0. Veja aqui também todos os jogos do Palmeiras com ele na arbitragem de vídeo.

Abel lamenta erros no ataque e analisa confronto com o Bragantino: “São sempre difíceis”

Abel Ferreira em jogo do Palmeiras contra o Red Bull Bragantino, durante partida válida pela sexta rodada do Brasileirão 2023, no Allianz Parque.
Cesar Greco/Palmeiras/by Canon

Após empate em 1 a 1, Abel também falou sobre se sentir perseguido pela arbitragem

Para o técnico Abel Ferreira, um dos fatores importantes que fizeram com que o Palmeiras empatasse em 1 a 1 com o Red Bull Bragantino, no Allianz Parque, foi a pouca inspiração palmeirense no ataque. Em entrevista coletiva após o jogo, o treinador falou do volume criado pela equipe e os erros que não resultaram em gol.

“Acredito que pecamos muito. Além das oportunidades no ataque posicional, tivemos muitas transições que não conseguimos finalizar. Mas são jogos difíceis. Sofremos mais um gol de fora da área. Contra o Grêmio, mágico, contra o Tombense, mágico, hoje de novo. Mas ainda tivemos mais oportunidades, uma com o Breno que podia ter acreditado um pouco. Fisicamente, acho que hoje estivemos bem. Mas em termos de decisões, não tivemos tão claros no último terço”, disse Abel.

“Sempre tem sido assim. Desde que eu cheguei aqui, os jogos contra o Bragantino são sempre difíceis. Eu gostaria que eles mantivessem esse ritmo quando jogarem contra outros times. Mas volto a dizer: metemos 22 bolas na zona do gol, em chutes, em cruzamentos e duas bolas na trave”, completou.

Abel também explicou as primeiras alterações no time no segundo tempo, que foram as saídas de Rony e Dudu para as entradas de Breno Lopes e Endrick.

“Nós queremos inspiração e rendimento dos jogadores, em todos os jogos. Às vezes, fazemos substituições porque achamos que não estão tão inspirados ou para refrescar a equipe. Com jogos em dois em dois dias, a exigência é alta. Você começa a perceber que o passe não sai, o cruzamento vai fora, aí tem que mudar. É difícil manter o nível com tantos jogos. Mas falha o primeiro, falha o segundo, falha o terceiro, está cansado, temos que substituir”, explicou.

Abel se sente perseguido pela arbitragem?

Abel Ferreira em jogo do Palmeiras contra o Red Bull Bragantino, durante partida válida pela sexta rodada do Brasileirão 2023, no Allianz Parque.
Cesar Greco/Palmeiras/by Canon

A arbitragem de Sávio Pereira Sampaio também foi assunto na coletiva, principalmente pelo pênalti não marcado em cima de Endrick no segundo tempo, no qual Abel Ferreira reclamou e levou o cartão amarelo – o treinador está suspenso e não estará no banco de reservas contra o Santos.

O treinador pediu para que as causas que o levam a tomar cartões sejam mais discutidas na imprensa e não apenas o fato de ele ser amarelado.

“São fatos. Vocês têm televisões, câmeras. Falem das causas, não fala do acontecido. Ah, dei um pontapé no microfone. Faltava um minuto para acabar o jogo. Viram alguém falando do escândalo do escanteio não marcado ao nosso favor? Ninguém falou. Só falaram que eu matei o microfone, dei facada, que eu tinha que ser extraditado. Viu alguém falando do escanteio? Foi escandaloso”, reclamou.

“Só falam da minha ação. Mas alguém vai falar da causa? Não, só falam do comportamento, não do que gerou. Alguém disse que o árbitro fez “mão do Endrick”? Não foi mão do Endrick. Depois vai dizer para o meu diretor que marcou uma falta antes. Eu perguntei para o Endrick, ele disse que marcou mão, mas para o meu diretor disse uma coisa completamente diferente”, complementou.

Veja o lance:

Confira outros trechos da coletiva

– Sentimento pelo empate

“Hoje fico com o sentimento de perder dois pontos. Mas no fim que eu vou ver se perdi ou ganhei. É um campeonato de regularidade, de ir ganhando pontos. Esse ano tem o Grêmio, o Cruzeiro, que vai ser uma luta jogar na casa deles. Embora queiram falar quem vai ser campeão, eu não penso assim. A temporada é longa, há jogadores que se lesionam, muitas competições, e isso é muito longo. Ainda estamos no início”.

– Abel palmeirense

“Eu sou um deles. Eu sou um palmeirense. Sou mesmo. Dificilmente treinaria outro clube aqui sem ser o Palmeiras. Os meus jogadores e o Palmeiras, isso que me prende aqui. Eu sou feliz dentro do CT. O resto que se passa, eu não controlo. Isso é o que me prende aqui, a satisfação de estar em um lugar onde querem que eu esteja, em um lugar que eu sinto que os jogadores querem melhorar e melhoram”.