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03/03/2017 - 21:05
Com o campo muito molhado, o Verdão venceu o Red Bull com certa facilidade em Campinas e ficou muito perto de assegurar a vaga na próxima fase do campeonato com antecedência. Eduardo Baptista fez o último ensaio oficial antes do embarque para a Argentina – e se tínhamos motivos para otimismo após a ótima exibição contra a Ferroviária; desta vez o treinador sinalizou que pode desmanchar tudo, sabe-se lá por qual maldita razão. Mesmo assim, o resultado desta noite jamais esteve ameaçado.
Primeiro tempo
De início, Eduardo Baptista manteve o 4-2-3-1, como era de se esperar. Ainda sem Tchê Tchê, o treinador seguiu com Zé Roberto como volante, mas desta vez ao lado de Felipe Melo, de volta ao time. Borja foi poupado, bem como Michel Bastos – a linha de três foi formada por Keno, Guerra e Dudu.
E mesmo com tantos desfalques, o time conseguiu imprimir um bom nível, apesar do estado do gramado, encharcado devido às chuvas que castigaram Campinas durante todo o dia. Logo aos 4 minutos, Willian Bigode bateu escanteio da esquerda e Vitor Hugo escorou, mas a bola saiu por pouco.
Aos 7, o Verdão abriu o placar: após falta cobrada por Egídio do lado esquerdo, Saulo rebateu para o meio e Dudu tentou emendar; a bola saiu travada mas sobrou para Willian, que não teve trabalho para colocar no canto esquerdo de Saulo, que deu sua parcela de colaboração.
O Verdão dominou completamente os 15 primeiros minutos, ocupando o campo do Red Bull; nossos laterais estavam completamente soltos e as triangulações aconteciam a todo momento; a dupla de volantes estava bem postada e o Verdão não corria risco algum.
Aí Zé Roberto resolveu virar atacante e saiu mais para o jogo, se aproximando da área adversária como elemento surpresa por pelo menos duas vezes. Alberto Valentim percebeu rápido e pediu para seu time sair de trás, e o time da casa aliviou o sufoco que vinha passando – chegou até a criar uma boa chance, num chute de longe de Elvis – a bola pegou muito efeito e exigiu uma ótima defesa de Fernando Prass.
Ação e reação: com o Red Bull mais avançado, quem passou a achar mais espaços foi o Palmeiras, mas já sem tanto apoio dos laterais, que precisaram ficar mais postados. Mesmo assim, nosso time criou mais algumas boas chances. Aos 25, Keno fez o lançamento por cima, Willian se preparava para marcar mas foi desarmado dentro da área; na sobra, Guerra tentou achar o canto esquerdo mas desta vez Saulo estava atento.
Aos 29, Zé Roberto foi lançado pela direita, podia ter ido em direção à área mas percebeu que não conseguiria pegar velocidade devido ao terreno e preferiu inverter para Keno, que fechava pela esquerda. O ponta demorou para concluir e acabou desarmado.
Aos 38, a última chance do primeiro tempo: após mais um escanteio pela direita, a zaga afastou e Jean pegou o rebote; de fora, o lateral tentou chutar para gol, mas a bola acabou sendo interceptada por Edu Dracena, que ficou livre para marcar, mas também demorou e acabou travado. O gramado, que voltou a ser castigado pela chuva, atrapalhava demais os atletas.
Segundo tempo
Eduardo voltou com Borja no lugar de Willian e Michel Bastos no lugar de Guerra – o time que ele espera escalar na Argentina, na quarta-feira. E logo com 30 segundos, após furada de Magrão, Borja aproveitou a sobra pelo lado esquerdo e deu um bom passe para o meio da área, mas a zaga cortou antes que a bola chegasse em Michel Bastos.
Aos 6, Borja puxou o contra-ataque e tocou para Michel Bastos na direita; Dudu infiltrou na área pelo lado esquerdo foi lançado por elevação, mas na hora de emendar a paulada, furou – a bola bateu em sua perna de apoio e ficou fácil para Saulo.
Conforme o tempo passou, foi possível perceber que Zé Roberto avançou de vez, se alinhando aos outros três meias e reconfigurando o maledetto 4-1-4-1, que não funcionou com nosso elenco até agora e provavelmente nunca vai funcionar. Os laterais voltaram a ficar presos, os espaços entre as linhas cresceram, o time perdeu totalmente a saída de bola e o Red Bull passou a mandar no jogo, se aproximando de nossa área e dando trabalho para nossa dupla de zaga e para Fernando Prass.
O campo seguia muito molhado e o jogo estava travado. Eduardo então queimou a terceira alteração, colocando Roger Guedes no Keno. Cheio de gás, o alemão abriu o jogo, que ficou um pouco mais dinâmico. Aos 27, o Red Bull teve sua melhor chance até então: Bruno Alves recebeu na meia lua e girou rápido, mandando a bola à esquerda do gol de Prass, com muito perigo. Um minuto depois, Dudu lançou Roger Guedes em velocidade; ele dividiu com o goleiro, que levou a melhor, mas a bola rebatida espirrou em Thalysson e sobrou para Roger Guedes, que tentou encobrir Saulo; a bola pingou no travessão antes de sair de campo.
Com Borja segurando os zagueiros, sobrava espaço para Roger Guedes, e ele fez o segundo gol aos 34: Zé Roberto fez um lançamento primoroso; o camisa 23 recebeu do lado direito, nas costas de Thalysson, e tocou na saída de Saulo, mandando a bola no cantinho esquerdo – ela ainda bateu na trave antes de entrar.
O jogo estava resolvido, mas o Red Bull ainda tentou ameaçar o placar ao diminuir, aos 42: após escanteio, a bola foi rebatida pela zaga para a intermediária; a bola voltou para nossa área e, depois de um rápido pinball, Evandro aproveitou a sobra e conseguiu fazer o seu.
Alberto Valentim chegou a sonhar com o empate, mas acabou mesmo vendo seu time levar o terceiro: aos 48, Borja mostrou que é uma máquina mortífera ao vencer Luan Peres após passe de Michel Bastos; com um rápido giro, ele ficou livre na frente de Saulo e mesmo com pouco ângulo achou o tempo certo para bater por baixo do goleiro e fazer seu segundo gol com a camisa do Verdão. E mal houve tempo para a saída de bola: Vinicius Furlan encerrou a partida.
Fim de jogo
A primeira parte do primeiro tempo foi muito boa. Conforme Zé Roberto foi avançando, o time foi piorando e o treinador não fez nada. É necessário sempre dar um desconto por causa do péssimo estado do gramado, mas de qualquer forma isso não justifica a insistência num esquema que claramente não está dando liga com nosso elenco. Vamos a Tucumán com aquela pulguinha atrás da orelha. Abre o olho aí, professor. VAMOS PALMEIRAS!
Voltando e lendo novamente tanto o pós-jogo como a sessão de notas vemos como o time ainda se encontra em evolução. Na minha opinião o maior problema é a fragilidade mental que o time possui, pois com um gol da Ferroviária tudo poderia ter sido diferente. Acredito que o time precise de mais confiança para aguentar placares negativos, derbys e reviravoltas….e nem precisamos falar sobre Libertadores (hoje nem time, nem treinador e nem torcida estão preparados mentalmente para situações adversas).
Nossa força esta nos nomes que individualmente são muito fortes (temos o melhor plantel do Brasil, fácil) mas que no coletivo ainda não se achou, e muito devido a demora do Eduardo em achar o esquema correto para começar a maturar o elenco. Espero muito que ele considere manter o mesmo esquema para o jogo contra o RBB na sexta para ver se o time responde positivamente de novo como foi contra a Ferroviária.
Michel Bastos, Keno e Thiago Santos (quem diria) estão tentando mostrar serviço…..devido a concorrência forte por parte de uns ou por entenderem que é “a chance da vida” para outros. Independente no motivo espero que continuem surpreendendo positivamente. Com a volta do Tche Tche ganhamos uma opção muito boa para o meio….resta saber o que o Eduardo vai fazer tanto com o esquema como com quem sai do meio para ele entrar (Guerra, Felipe Melo e Tche Tche são quase essenciais, ao mesmo tempo que Thiago Santos e Michel estão jogando muito bem….alguém vai ter que comer banco).
Torcedo muito que Borja marque novamente e se mostre aquele cara que vai resolver os problemas com a camisa 9 (Willian é esforçado e criativo, mas claramente não é um 9)….Basicamente essa é a função que perdemos sem o Gabriel Jesus e uma peça que foi o grande diferencial do time ano passado.
Muito bom.