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26/05/2018 - 19:00
O Palmeiras perdeu para o Sport por 3 a 2 no Allianz Parque e desperdiçou uma excelente chance de assumir a liderança do Brasileirão – mesmo que por algumas horas. O time fez uma partida interessante, criou muito mais que o Sport, mas falhou nos momentos decisivos – exatamente o oposto do que fez o visitante, que foi muito preciso nos lances capitais e mereceu a vitória.
PRIMEIRO TEMPO
Foi a vez de Willian Bigode descansar, diante do ritmo intenso de partidas. Sem Borja, Roger Machado poderia ter insistido em Deyverson, mas preferiu resguardar o camisa 16 e escalou Guerra como “falso 9”.
O jogo começou quente. Num escanteio, com menos de dois minutos, Neto Moura apareceu livre na frente de Jailson, mas escorou mal e nosso goleiro defendeu – o bandeirinha apontava impedimento. O Verdão respondeu rápido, com Lucas Lima enfiando boa bola para Keno, que ganhou do zagueiro na velocidade – Magrão dividiu e afastou o perigo.
Aos 13, Dudu insistiu após uma jogada de escanteio e meteu uma bomba cruzada para dentro da pequena área, mas ninguém conseguiu colocar o pé para escorar para dentro. O posicionamento ofensivo do Verdão era muito interessante, mas a recomposição defensiva era ruim e o Sport rompia nossa primeira linha com extrema facilidade quando recuperava a bola – cabia à nossa dupla de volantes, sobretudo Felipe Melo, inspirado, proteger a segunda linha.
Aos 18, Marcos Rocha roubou a bola na defesa e ligou rápido com Guerra, que esticou para Dudu; Ernando dividiu com o camisa 7, a bola bateu em seu quadril e sobrou limpa na meia-lua – Dudu bateu rasteiro, buscando o canto esquerdo de Magrão, mas a bola saiu por pouco.
Aos 26, Lucas Lima cobrou falta da direita; Antônio Carlos veio de trás e testou com muita força, obrigando Magrão a fazer uma defesa espetacular. Aos 31, bela triangulação entre Keno, Bruno Henrique e Marcos Rocha; o camisa 11 girou dentro da área e bateu cruzado, visando a gaveta, mas a bola saiu por pouco.
No minuto seguinte, no entanto, a triangulação saiu do outro lado e funcionou: Diogo Barbosa triangulou com Lucas Lima e Dudu; o lateral invadiu a área e tocou para Keno, como um centroavante, tocar para as redes, abrindo o placar.
Com o gol, o Sport tentou reagir e proporcionou mais espaços ao Palmeiras; o jogo ficou mais aberto e agradável, mas nenhuma das duas equipes chegou com perigo ao gol adversário – Keno até emendou um belo voleio de dentro da área, exigindo uma enorme defesa de Magrão, mas estava muito impedido. Com a vantagem mínima para o Verdão, o primeiro tempo chegou ao fim. Nosso quarteto ofensivo, conforme esperado, se movimentou bastante, trocou de posições e confundiu a defesa visitante. Bruno Henrique avançou bastante, ajudando a ligação. Mas estava fácil romper nossa primeira linha – ainda bem que era só o Sport.
SEGUNDO TEMPO
Claudinei Oliveira, insatisfeito como resultado, mexeu no intervalo: desmanchou o 4-1-4-1 e voltou com o esquema ofensivo com dois atacantes, tirando Neto Moura e mandando Rogério a campo. O Sport tomou a iniciativa do jogo, e o Palmeiras tinha muito campo para aproveitar. Aos 4, Guerra tabelou com Keno, que cruzou bem; a bola passou por Lucas Lima e chegou a Dudu no segundo pau; o novo cruzamento veio forte, mas Raul Prata protegeu e a bola ficou com Magrão.
Aos seis, o Sport empatou: no escanteio batido da direita, Anselmo cabeceou entre Bruno Henrique e Felipe Melo; a bola foi no travessão, voltou no pinball e caiu de novo para Anselmo, que bateu rápido; Jailson se esticou mas não conseguiu defender. Lei do Ex.
O Palmeiras seguiu tentando, mas se ressentia de um centroavante para fazer as finalizações. Roger fez duas trocas aos 18: Guerra deu lugar a Papagaio; alguns segundos depois, Lucas Lima recebeu uma vaia de grau 7 na escala Wesley,para a entrada de Hyoran, que ficou por dentro.
Aos 21, boa troca de passes entre Bruno Henrique, Dudu e Hyoran, que emendou um bonito chute da meia-lua – Magrão ficou olhando, mas a bola foi fora. Aos 24, Diogo Barbosa fez ótima jogada e cruzou; Ernando cortou antes que Papagaio mergulhasse na bola; Marcos Rocha pegou a sobra no bico da área e suspendeu de novo; a bola pingou no travessão.
Era pouco provável, mas aconteceu: aos 27, em mais uma bola parada, o Sport chegou ao segundo gol: após escanteio curto, Marlone rolou para Anselmo, que passou entre Bruno Henrique e Keno como quis, invadiu e tocou no canto de Jailson.
O Palmeiras sentiu o gol, mas se lançou à frente em busca do empate, de forma valente. Aos 31, Dudu foi ao fundo e cruzou; a bola passou pela pequena área e ninguém chegou para fazer o gol. A falta que faz um centroavante.
O Verdão chegou ao empate aos 36: Bruno Henrique acionou Hyoran, que girou em cima do zagueiro e mandou uma sapatada de fora da área, na gaveta direita de Magrão, que ainda resvalou na bola. O Allianz Parque pulsou e o Verdão partiu com tudo em busca da virada.
Só que aos 41 Rafael Marques fez um gol igual a vários que marcou a nosso favor: no escanteio pela esquerda; no segundo pau, ele aproveitou a borboletada de Jailson, ganhou na altura de Diogo Barbosa junto à trave esquerda e mandou pra dentro. Na comemoração, respeitou muito o Palmeiras e foi contido.
No mesmo momento, Felipe Melo deu lugar a Deyverson. O Verdão fazia de tudo por mais um empate. Aos 43, Keno errou uma cabeçada dentro da pequena área. Aos 47, Dudu recebeu um cruzamento da direita de Keno; surpreendentemente sem marcação, ele aparou no peito, deixou a bola pingar e, da risca da pequena área, mandou um foguete por cima do travessão. Um gol feito, desperdiçado infantilmente.
Aos 50, no último lance do jogo, Marcos Rocha levantou de três dedos, de qualquer jeito, muito mal; Papagaio tirou uma casquinha e conseguiu corrigir, jogando na área para Dudu, que escapou em direção ao gol e foi seguro por Raul Prata, que ainda levou o cartão vermelho. Keno foi para a batida e Magrão pegou fácil no canto direito. Hyoran ainda tentou fazer o gol no rebote e foi abalroado – outro pênalti indiscutível, mas Dewson Freitas correu para acabar o jogo. Numa boa, nem dá pra reclamar.
FIM DE JOGO
Desta vez ninguém pode reclamar de apatia. O time foi valente, lutou literalmente até o último minuto, e não saiu de campo com um resultado melhor por erros de execução – tanto nas bolas paradas do adversário, quanto nas nossas finalizações.
O esquema com quatro meias/atacantes móveis pode ser uma ótima alternativa para determinadas situações de campo, mas ainda precisa de ajustes – as duas linhas ficaram muito distantes e a recomposição defensiva teve alguns problemas no primeiro tempo. Mas tende a dar frutos.
Já foi possível enxergar algumas variações ofensivas e triangulações pelas beiradas, com os apoios dos laterais. Na verdade, foi um jogo muito agradável e produtivo, cujo único defeito foi o placar – por méritos absolutos da precisão do visitante. Quando é assim, a gente até vai dormir de cabeça quente, mas nem tanto.
Na projeção de pontos, estamos 3 abaixo, desafiando a Lei de Guardiola. Resta agora tentar “recuperar” os pontos contra o Cruzeiro, no Mineirão. VAMOS PALMEIRAS!