Com treino tático, Palmeiras encerra preparação para duelo com o Botafogo; Abel e comissão técnica são homenageados

Mayke e Gustavo Gómez durante treinamento do Palmeiras na Academia de Futebol.
Cesar Greco/Palmeiras/by Canon

Palmeiras enfrenta o líder do Campeonato Brasileiro podendo diminuir a distância

Na manhã desta terça-feira, o Palmeiras realizou a última sessão de treinamentos em preparação para o confronto diante do Botafogo, que acontece no estádio Nilton Santos, às 21h30 desta quarta-feira.

Em campo, Abel Ferreira e seus auxiliares técnicos comandaram um trabalho tático posicional, com foco na construção de jogo. O elenco participou também de um treino recreativo. A delegação almoça no Centro de Excelência e viaja à capital carioca no período da tarde.

“Importante voltarmos a ganhar no campeonato. Viemos de uma sequência não tão boa, não estamos acostumados. E hoje estamos no lugar que devemos sempre estar”, disse Raphael Veiga depois do treino. Nos últimos três anos, jogamos muitos jogos importantes. Isso fez com que nós amadurecêssemos. Estamos experientes em relação a isso. Amanhã será um jogo importante, mas sabemos que o campeonato tem alguns jogos ainda”, complementou.

Após cumprir suspensão no jogo passado, Zé Rafael volta ao time no Rio de Janeiro. Assim, o Palmeiras deve ir a campo com a mesma escalação que goleou o SPFC por 5 a 0, no Allianz Parque.

Abel e auxiliares são homenageados pelo Palmeiras

Ao final das atividades, o técnico Abel Ferreira e seus auxiliares foram homenageados pelo clube. Na segunda-feira, a comissão técnica completou três anos de Palmeiras. Funcionários da Academia de Futebol, a presidente Leila Pereira, o vice-presidente Paulo Buosi e Maurício Galiotte, ex-mandatário, estiveram presentes no CT e parabenizaram os profissionais. Além deles, familiares dos portugueses também participaram da celebração.

Abel Ferreira completa 3 anos de Palmeiras, recebe homenagens e comemora marca

Abel Ferreira em seu jogo de estreia a frente do Palmeiras, contra a equipe do Red Bull Bragantino, durante segunda partida válida pelas oitavas de final da Copa do Brasil, no Allianz Parque.
Cesar Greco

Abel Ferreira e seus auxiliares contabilizam 245 jogos à frente do Verdão, com 140 vitórias, 59 empates e 46 derrotas

Há exatos três anos, o técnico Abel Ferreira era anunciado como novo técnico do Palmeiras. Substituindo Vanderlei Luxemburgo, o português chegou ao Verdão ao lado de quatro auxiliares e mudou a História do clube.

São 245 jogos à frente do Palmeiras, com 140 vitórias, 59 empates e 46 derrotas, além do principal: oito títulos. Com Abel no comando, o Verdão conquistou duas Libertadores (2020 e 2021), um Campeonato Brasileiro (2022), uma Copa do Brasil (2020), dois Campeonatos Paulista (2022 e 2023), uma Recopa Sul-Americana (2022) e uma Supercopa do Brasil (2023).

O treinador e os assistentes técnicos foram homenageados por alguns jogadores nesta segunda-feira, que os parabenizaram e deixaram mensagens de agradecimento.

Em seu perfil no Instagram, Abel comemorou a marca.

Abel Ferreira relembra momentos no Palmeiras:

Comandada por Abel Ferreira, comissão técnica chega a 100 vitórias pelo Palmeiras

Palmeiras vence 3 categorias em premiação da CONAFUT.
Cesar Greco

Abel Ferreira e auxiliares completarão dois anos à frente do Palmeiras no mês que vem

O Palmeiras goleou o Coritiba na noite de quinta-feira, abriu 12 pontos de vantagem na liderança e se aproximou ainda mais da conquista do título Brasileiro, o 11º da História do clube.

Além da importância para o coletivo, os 4 a 0 sobre o adversário fizeram também com que a comissão técnica, capitaneada por Abel Ferreira, alcançasse um feito importante: cem vitórias à frente do clube, em 172 partidas.

“Chegamos a 100 vitórias, não sabia disso. Importante, mas é manter os pés no chão e continuar o trabalho sem nos iludir. Essa é nossa filosofia. Hoje [quinta-feira] mesmo treinamos de manhã, somos um pouco chatos nisso, mas é só com trabalho que vamos ter sucesso”, destacou João Martins, que substituiu Abel no banco de reservas.

Das 100 vitórias alcançadas pela comissão técnica, 88 foram com Abel à beira do gramado e outras 12 com João Martins. A passagem dos portugueses pelo Palmeiras é marcada principalmente, além dos triunfos, pelos títulos. Foram cinco conquistados até o momento.

“A única coisa que fazemos é trabalhar todos os dias e dar o nosso melhor. Completar dois anos de clube é um bom sinal, significa que tivemos sucesso e que somos bem vistos”, acrescentou Martins. A marca de dois anos da estreia pelo clube acontece no dia 5 do mês que vem.

Abel Ferreira, João Martins e Vitor Castanheira: confira os números à frente do Verdão

Abel Ferreira e sua comissão técnica: o auxiliar técnico Vitor Castanheira, o analista de desempenho Tiago Costa, o preparador físico João Martins e o auxiliar técnico Carlos Martinho, do Palmeiras, durante treinamento, na Academia de Futebol.
Cesar Greco

Palmeiras se pronuncia e repudia fala de Jorginho contra Abel Ferreira

Abel Ferreira em jogo do Palmeiras contra o Atlético-GO, durante partida válida pela décima segunda rodada do Brasileirão 2022, no Allianz Parque.
Cesar Greco

Em nota publicada nas redes sociais, o Palmeiras condenou as manifestações de “cunho xenófoba e endereçadas à comissão técnica”

No começo da tarde desta sexta-feira, o Palmeiras, por meio das redes sociais, emitiu uma nota de repúdio diante das declarações de Jorginho, técnico do Atlético-GO, contra Abel Ferreira.

Após a vitória do Verdão por 4 a 2, o comandante da equipe goiana reclamou das ações do palmeirense à beira do gramado e declarou que Abel desrespeitou “nosso país e nossos árbitros”.

“Quando você bate palma para o árbitro está querendo literalmente sacanear o juiz. Então, é uma coisa que me revolta como treinador, como brasileiro, porque vem no nosso país e está desrespeitando nosso país, nossos árbitros, dizendo que ele é cego, xingando de tudo quanto é nome e nada aconteceu. Nós pedimos punição”, disse o brasileiro em entrevista coletiva.

O Palmeiras condenou a manifestação, classificou-a como “de cunho xenófobo” e afirmou que têm sido constantes os ataques endereçados à comissão técnica.

Confira na íntegra a nota publicada pelo Palmeiras

“A Sociedade Esportiva Palmeiras repudia com veemência as manifestações de cunho xenófobo que têm sido constantemente endereçadas à nossa comissão técnica.

Nascemos pelas mãos de imigrantes que não somente fundaram um dos clubes mais vitoriosos do mundo, como também contribuíram com a formação da sociedade brasileira e da identidade nacional.

A nossa história de 107 anos foi construída por jogadores, profissionais e torcedores de diferentes nacionalidades e etnias, sem distinção. Portanto, não toleramos declarações preconceituosas que incitem a aversão a estrangeiros.

Nossos gramados não são feudos reservados a pessoas de um só país. Pelo contrário, neles há espaço para todos que tenham vontade e capacidade de melhorar o futebol brasileiro“.

Tiago Costa, auxiliar de Abel, explica a função de analista e comenta sobre o futebol brasileiro

Tiago Costa, auxiliar de Abel, explica trabalho como analista e comenta sobre o futebol brasileiro.
Reprodução

Integrante da comissão técnica de Abel Ferreira desde 2019, Tiago Costa falou também das duas conquistas de Libertadores

No dia 2 de novembro de 2020, Abel Ferreira desembarcou no Brasil, ao lado de seus auxiliares João Martins, Vitor Castanheira, Carlos Martinho e Tiago Costa, para comandar o Palmeiras.

Pouco mais de um ano depois, a comissão técnica de portugueses já conquistou uma Copa do Brasil e duas Libertadores (consecutivas: 2020 e 2021) com o Verdão, algo raro entre os times brasileiros.

“Os brasileiros perguntam com frequência se a gente tem noção dessa conquista. E nós, apesar de termos noção da importância do feito, não o sentimos nem o entendemos como um brasileiro sente esses títulos. Talvez daqui a muitos anos tenhamos consciência da real dimensão das conquistas”, relatou Tiago Costa em entrevista ao site da Universidade do Porto.

Analista de desempenho, Tiago trabalha com Abel Ferreira desde 2015, mas foi em 2019 que o observador técnico se fixou na equipe. Profissional cuja função é exercida fora do campo, o assistente explica como funciona seu trabalho.

“O Abel desenvolveu uma equipe de trabalho com tarefas muito bem definidas, como se fossemos uma empresa dentro de um clube de futebol. Cada um de nós tem a sua responsabilidade muito bem definida e isso ajuda muito”, iniciou.

“De forma resumida, a minha responsabilidade na comissão técnica do Mister Abel Ferreira é observar e analisar os adversários e, a partir dessa análise, propor uma estratégia inicial para o jogo que é discutida em reunião entre nós. Como todos os jogos e adversários são diferentes, cada jogo tem uma abordagem diferente e tem uma história única”, acrescentou.

Apesar da função crucial de analisar os oponentes, o auxiliar aponta outra particularidade que é considerada tão importante quanto a observação. “O exercício da minha profissão requer um equilíbrio muito grande entre aquilo que é a importância dada aos comportamentos do nosso próprio time e aos comportamentos do adversário”, revela.

“Os comportamentos do adversário não devem ‘pesar mais’ do que os comportamentos da nossa equipe. É uma filosofia nossa que a componente estratégica, que deve existir porque não jogamos sozinhos, não deve ser mais influente que os comportamentos do nosso time nem deve colocar em causa a nossa identidade de processos”, completa.

Tiago Costa comenta as adversidades impostas pelo calendário brasileiro

Abel Ferreira e sua comissão técnica: o auxiliar técnico Vitor Castanheira, o analista de desempenho Tiago Costa, o preparador físico João Martins e o auxiliar técnico Carlos Martinho, do Palmeiras, durante treinamento, na Academia de Futebol.
Cesar Greco

Questionado sobre as diferenças entre o futebol praticado no Brasil em comparação com o da Europa, Tiago destacou a enorme quantidade de jogos disputados para argumentar a dificuldade de se ter um jogo mais intenso no país. Além disso, comentou como esse problema afeta diretamente o seu trabalho.

“Não pode haver um jogo mais rápido enquanto os gramados não melhorarem ou enquanto os jogadores atuarem com recuperações incompletas, acentuando o risco de lesão. Além disso, o próprio estilo de jogo do futebol brasileiro é mais pausado, porque aqui a maioria dos atletas são educados a jogar com a bola no pé. Fazem poucos movimentos sem bola e de ataque ao espaço”, destacou.

“A minha área de atividade é bastante afetada por este contexto. Por exemplo, na Grécia ou em Portugal nós tínhamos [com frequência] microciclos de trabalho de 6 ou 3 dias para analisar um adversário. No Brasil, tenho 2 dias e às vezes um dia para analisar o oponente. Ou seja, tenho menos tempo para executar o mesmo trabalho. Como é possível? Por causa dos profissionais do Palmeiras, já recebo um filtro de informação grande sobre os nossos adversários. Depois tenho que ser muito mais preciso, seja na informação que procuramos do oponente, do que passo ao treinador e o que passamos aos atletas”, completou.