Oposição do Palmeiras se une visando eleição de novembro

Palmeiras

A oposição do Palmeiras, a oito meses da eleição, dá os primeiros sinais públicos de que está se organizando. Na política do clube, o timing é um elemento fundamental; o fato das informações estarem vindo à tona agora não significa que as coisas começaram a ser feitas há pouco tempo.

As relações políticas nas alamedas abrigam uma enorme variedade de motivações. Mas há, basicamente, dois grandes grupos: os que estão ali, antes de mais nada, pelo amor ao escudo com o “P”, e os que enxergam no clube um caminho para conseguirem prestígio para alimentar seus egos famintos – ou mesmo os que almejam algum outro tipo de vantagem.

Na política do clube, não se mede a palestrinidade pelo lado político atual. O fato de um conselheiro ser situação ou oposição é função de uma infinidade de variáveis. Pode não parecer, mas há grandes palmeirenses na situação; assim como há vários abutres na oposição, e vice-versa.

O anúncio de uma união de grupos oposicionistas é muito positivo para o clube. Mesmo unificado, pode não ser um grupo numericamente forte para bater com a situação nas votações do Conselho, mas pode ser suficiente para constituir uma força eleitoral em novembro, quando os sócios é que escolherão entre a continuidade de Leila Pereira ou uma mudança.

Uma oposição forte é o que pode haver de mais saudável num clube associativo – desde que estejam todos de fato remando na mesma direção, cobrando e fiscalizando a situação incansavelmente. As gestões de Maurício Galiotte e Leila Pereira usaram todo o aparato à disposição para esmagar os movimentos oposicionistas. E uma oposição fragmentada coloca a diretoria numa zona de extremo conforto – e, exatamente por isso, muito mais sujeita a erros.

A dinâmica da política palmeirense já jogou conselheiros de um lado para outro incontáveis vezes. A dança das cadeiras é tão frenética que é não é muito exagerado afirmar que todos os conselheiros já estiveram do mesmo lado que um determinado colega em um momento, e em lados opostos em outro. Todos já foram aliados e adversários.

E essas idas e vindas muitas vezes deixam cicatrizes.

Esta nova tentativa de união da oposição só vai florescer se os conselheiros que a compõem souberem trabalhar aspectos humanos dificílimos de serem equacionados.

Se eu fosse conselheiro do Palmeiras, membro desta nova oposição unificada, denominada “Palmeiras Avante”, faria a seguinte check list todos os dias antes de rodar a catraca do clube:

  • estou a serviço da Sociedade Esportiva Palmeiras, meus interesses próprios não existem;
  • farei Política com “P” maiúsculo, cobrando meus pares de maneira positiva, discutindo situações que necessitem de ajustes e propondo soluções pelo bem do Palmeiras. Combaterei fortemente qualquer colega que preferir o caminho de instaurar o caos.
  • não sou inimigo de ninguém; não deixarei minhas emoções interferirem nas minhas tomadas de decisão, que devem colocar o Palmeiras acima de tudo;
  • minhas decepções passadas jamais interferirão nas alianças que precisam ser formadas pelo bem do clube; sou absolutamente capaz de passar por cima de qualquer eventual mágoa anterior; sento-me à mesma mesa que qualquer colega para discutir ações positivas para o Palmeiras;
  • não vou fingir apreço por pessoas que não aprecio, nem esperarei o mesmo de pessoas que não me apreciem; o que deve prevalecer é a cordialidade e o respeito em nome de um bem maior – o Palmeiras;
  • me colocarei à disposição do clube para exercer um cargo somente se estiver devidamente preparado; caso as dinâmicas das relações políticas me colocarem em tal posição, servirei ao Palmeiras com muito orgulho; caso contrário, ficarei feliz e igualmente orgulhoso por participar numericamente de votações importantes;

Notem que os pontos acima valem também para qualquer conselheiro da situação.

É claro que, no mundo real, é bem pouco provável que tenhamos 300 palmeirenses com galhardia suficiente para praticarem todos os pontos acima. Feliz do clube cujos conselheiros sustentem tais valores dia após dia. Mas apontar nesta direção e tentar plantar uma sementinha não custa nada.

Conselheiros, pratiquem. Associados, cobrem.

A roleta eleitoral começou a rodar. BOA SORTE, PALMEIRAS!


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“Não nos curvaremos”: Conselheiros da oposição divulgam carta após coletiva de Leila

“Não nos curvaremos”: Conselheiros da oposição divulgam carta após coletiva de Leila.
Fabio Menotti

Grupo de 26 conselheiros, que foram retaliados pela presidente, publicaram o comunicado à torcida do Palmeiras

Após a entrevista de Leila Pereira, na última quarta-feira, um grupo composto por 26 conselheiros da oposição, criticados pela presidente que os chamou de “destruição”, divulgou uma carta contra as falas da mandatária.

As críticas de Leila ao grupo ocorreram porque, no final de julho, os conselheiros questionaram a empresária, por meio de um documento protocolado, sobre o contrato de patrocínio da Crefisa e FAM com o Palmeiras e também sobre a relação do clube com a Placar Linhas Aéreas, empresa comandada pela atual mandatária, que vem sendo utilizada para transportar a delegação palmeirense.

Na carta aberta desta sexta-feira, o grupo afirma que não se curvará “aos caprichos, vontades e ofensas daquela que tem o dever de prestar contas”. Vale lembrar que os ex-presidentes do Palmeiras, Paulo Nobre e Luiz Gonzaga Belluzzo, também criticaram a entrevista concedida por Leila.

Confira na íntegra o documento assinado pelos 26 conselheiros:

Aos Associados, Sócios Torcedores e Torcedores da Sociedade Esportiva Palmeiras

Nós, os 26 CONSELHEIROS DA SOCIEDADE ESPORTIVA PALMEIRAS, “retaliados”, tolhidos de exercer com autonomia o mandato para representar o associado, defendendo os interesses da instituição, vimos, por meio desta, nos manifestar:

O simples ato de questionar é um direito inalienável do cidadão. Quando este exerce mandato outorgado por uma coletividade, esse direito se transforma em dever.

No cumprimento desse direito/dever, nós, CONSELHEIROS DA SOCIEDADE ESPORTIVA PALMEIRAS, fizemos indagações à PRESIDÊNCIA EXECUTIVA sobre os contratos de patrocínio da Crefisa/FAM e o transporte aéreo da Placar Linhas Aéreas, haja vista, fato excepcional e relevante, onde a presidente da INSTITUIÇÃO figura como representante da contratante e sócia-proprietária das contratadas.

Ainda que os questionamentos tenham sido colocados de maneira respeitosa, a presidente nos respondeu de maneira INTIMIDATÓRIA, nos SEGREGANDO dos demais membros do CONSELHO DELIBERATIVO, tangenciando as questões.

Essa mesma intimidação se escalonou com a entrevista coletiva convocada pela própria mandatária, na qual deveria esclarecer o funcionamento da relação contratual entre as empresas nas quais possui participação societária e a Sociedade Esportiva que preside.

Quando perguntada sobre o tema, se apressou em responder que não havia qualquer conflito de interesses e, de maneira grosseira, chamou os Conselheiros que ousaram questioná-la de “DESTRUIDORES”.

Esse episódio, assim como os anteriores, demonstram uma dificuldade no entendimento das atribuições estatutárias por parte de quem exerce a presidência, que administra, por tempo determinado, uma SOCIEDADE que não lhe pertence. Devendo, portanto, acrescentar em seu vocabulário termos como: CONTRADITÓRIO, RESPEITO e TRANSPARÊNCIA.

Reafirmamos o compromisso com aqueles que confiaram a nós o mandato de CONSELHEIROS e, representaremos também a todos que amam a Sociedade Esportiva Palmeiras.

Por fim, não nos curvaremos aos caprichos, vontades, ameaças e ofensas daquela que tem o dever de prestar contas.

Contem conosco!

  • Adriano Tadeu Lívani Reale,
  • Emerson da Rosa,
  • Felipe Giocondo Cristovão,
  • Francisco Vituzzo Neto,
  • Genaro Marino Neto,
  • Gerson Clemente Guarino,
  • Guilherme Gomes Pereira,
  • Guilherme Romero,
  • João Carlos Minello,
  • José Antonio Aparecido Junior,
  • José Carlos Tomaselli,
  • José Corsini Filho,
  • Juan Manuel Berrospi Carreno,
  • Luis Henrique Monteiro Fronterotta,
  • Luciana Santilli,
  • Luiz Fernando Marrey Moncau,
  • Luiz Roberto Cassab Mousinho,
  • Marcos Antonio Gama,
  • Mauricio Pegoraro,
  • Mauricio Vituzzo,
  • Pedro José Vilar Godoy Horta,
  • Ricardo Alberto Galassi,
  • Ricardo Spinelli Poppi,
  • Valdomiro Otero Sordili Filho,
  • Victor Fruges,
  • Vinicius Feres Zucca.

Conselho de Orientação e Fiscalização é solicitado a debater a relação entre Palmeiras e Placar Linhas Aéreas

Conselho de Orientação e Fiscalização debate a relação entre Palmeiras e Placar Linhas Aéreas. Diretoria, comissão técnica, atletas e staff do Palmeiras, durante viagem para o Rio de Janeiro (RJ).
Cesar Greco/Palmeiras/by Canon

Após o elenco do clube sofrer com problemas na aeronave no retorno da Colômbia, membros do Conselho Deliberativo solicitaram debate sobre a parceria

Na noite desta segunda-feira (28), o Conselho de Orientação e Fiscalização do Palmeiras faz mais uma reunião ordinária. Um grupo de membros do Conselho Deliberativo, através de carta ao presidente do órgão, solicitou que fosse debatida a natureza da relação entre o Palmeiras e a Placar Linhas Aéreas. Os conselheiros pontuaram a necessidade de formalização dessa relação por meio de contrato, deixando claros os termos da relação e também mencionaram a necessidade da definição de uma política com processos e regras adequadas e transparentes para lidar com situações de conflitos de interesse na gestão.

O principal evento que motivou a discussão foi o problema com a aeronave oferecida ao clube, que adiou o retorno do elenco a São Paulo após a partida contra o Deportivo Pereira, pela Libertadores. A viagem, que deveria ocorrer na quinta-feira, foi adiada para sábado, fazendo com que o Verdão treinasse apenas uma vez antes da partida contra o Vasco pelo Brasileirão.

Membros do Conselho já solicitaram transparência à presidente

Um pedido enviado em 27 de julho a Leila, solicitando a divulgação de informações financeiras e de governança do clube, não teve resposta até hoje. A mensagem pedia, além do acesso a documentos relativos a esses temas, como demonstrativos financeiros e atas de reuniões, uma formalização de um plano de abertura de concorrência para patrocínio do Palmeiras.

O pedido é que o processo de concorrência seja conduzido por uma empresa independente e experiente, que seja objetivo e todos os membros do Conselho tenham acesso a ele. Como nenhum dos pedidos foi acatado e o tema segue sem discussão, os conselheiros lembraram que os temas permanecem em aberto e demandando um posicionamento da Diretoria Executiva.

Membros do Conselho do Palmeiras fazem dura cobrança a Leila Pereira

Entre muitos tópicos, presidente é cobrada sobre valores do patrocínio, marketing e transparência junto ao Conselho.

Leila Pereira durante coletiva de imprensa do Palmeiras na Academia de Futebol.
Cesar Greco

Neste sábado, um grupo com 27 membros do Conselho Deliberativo do Palmeiras protocolou documento fazendo cobranças a Leila Pereira sobre o processo de concorrência para o patrocínio máster e também sobre a falta de transparência da atual gestão.

Com relação ao patrocínio, os conselheiros pedem que seja instaurado imediatamente o processo de concorrência, e não só em dezembro de 2024, data em que se encerra o contrato da Crefisa com o Palmeiras. Além disso, solicitam que o Conselho Deliberativo do clube tenha total acesso aos detalhes das negociações e que uma empresa independente conduza o processo.

Outro pedido é que, na próxima reunião ordinária do Conselho Deliberativo, marcada para outubro, sejam apresentadas com detalhes todas as dívidas do Palmeiras com empresas que tenham ligação com qualquer membro da diretoria; que um diagnóstico sobre o momento atual do patrocínio esportivo em outros times seja realizado; e também que o departamento de marketing apresente projetos para captação para novas receitas.

A falta de transparência e a defasagem tecnológica nos processos também são mencionadas no documento, que aponta conflito de interesses de Leila Pereira, por ser a mandatária do clube e também a presidente da Crefisa e da FAM. De acordo com os signatários, é preciso que haja “deliberação remota de assuntos de interesse coletivo e que a divulgação de informações financeiras e de governança seja feita de uma forma mais ampla e pública”.

Confira os membros do Conselho que protocolaram o documento:

  • Adriano Reale
  • Emerson da Rosa
  • Felipe Giocondo
  • Francisco Vituzzo Neto
  • Genaro Marino Neto
  • Gerson Guarino
  • Guilherme Gomes Pereira
  • Guilherme Romero
  • João Carlos Minello
  • José Apparecido Jr
  • José Carlos Tomaselli
  • José Corsini
  • Juan Manuel Carreno
  • Luís Fronterotta
  • Luciana Santilli
  • Luiz Fernando Marrey Moncau
  • Luiz Mousinho
  • Marcos Gama
  • Maurício Pegoraro
  • Maurício Vituzzo
  • Pedro Horta
  • Ricardo Galassi
  • Ricardo de Simone Neto
  • Ricardo Spinelli
  • Valdomiro Sordili
  • Victor Fruges
  • Vinicius Zucca

Baixe aqui o documento protocolado na Secretaria do clube.

O Verdazzo dará o mesmo espaço para a publicação de eventuais respostas da diretoria do Palmeiras.

Conselho do Palmeiras aprova redução no número de vitalícios

Conselho do Palmeiras aprova redução no número de vitalícios.
Reprodução

Após passar pela votação no conselho do Palmeiras, nova emenda precisará da ratificação dos sócios

Na noite de segunda-feira, na sede social do Palmeiras, o Conselho Deliberativo (CD) aprovou a redução do quadro de conselheiros vitalícios do clube. Compareceram à reunião 215 conselheiros, sendo que 199 votaram a favor da redução, enquanto 10 foram contra e 6 se abstiveram.

A proposta aceita foi a de reduzir o número de cadeiras vitalícias de 148 para 130 de imediato e, daqui a dois anos, cortar esse número para 120, com o aumento de 152 para 180 o número de conselheiros eleitos pelos associados.

Para que entre em vigor, a emenda precisará ser ratificada por mais de 50% dos sócios em Assembleia Geral, prevista para acontecer no dia 1 de outubro. Atualmente, 148 cadeiras de um total de 300 conselheiros são destinadas aos vitalícios (124 estão sendo ocupadas no momento).

A proposta aceita pelos conselheiros foi elaborada pela presidente Leila Pereira, Seraphim Del Grande, presidente do CD, e por Tommaso Mancini, presidente do Conselho de Orientação e Fiscalização (COF).

Cerca de 30 conselheiros da oposição, formado por diversos políticos do Palmeiras, enviaram a Del Grande, na semana passada, outras emendas para serem votadas: a de diminuição imediata para 100 e outra para 120. Ao avaliar o pedido, o presidente do CD, contudo, encaminhou três propostas para a votação – a que foi aprovada e as de desejo dos opositores.

Antes da reunião começar, no entanto, a oposição decidiu por retirar as duas propostas apresentadas. Em seu perfil no Twitter, o conselheiro Luiz Moncau explicou a decisão.

“No espírito de alcançarmos uma redução, [o grupo de conselheiros] retirou as duas propostas apresentadas pela oposição para que o conselho possa se unir em torno de uma proposta que não consideramos satisfatória, mas que pode ser votada com maior consenso”, escreveu.

Redução de conselheiros vitalícios é debatida há anos no Palmeiras

Conselheiros do Palmeiras enviam proposta e cobram redução do número de vitalícios.
Fabio Menotti

A redução no quadro de vitalícios é algo que já vem sendo discutido nos bastidores do clube há pelo menos 20 anos, mas tais cadeiras permanecem sendo uma importante moeda de troca no jogo político do clube.

É na eleição de vitalícios que o toma-lá-dá-cá entre os grupos políticos se renova; os grupos majoritários mantêm o domínio sobre os menores, cujos membros acabam se rendendo aos maiores em troca de mais conforto político.

Em 2019, o Conselho Deliberativo recusou duas propostas de diminuição de vagas vitalícias (uma para 120 e outra para 100).