Multiverso, realidades paralelas e a falácia do gol do Thiago Ribeiro – parte 2

Multiverso

No texto anterior, desmontamos a tese de que o Palmeiras foi salvo do rebaixamento pelo gol do Thiago Ribeiro, do Santos, contra o Vitória. Mas o detalhe não impede de imaginar que, em caso de gol do Vitória, o Verdão seria, de fato, rebaixado e que, dentro do conceito tão na moda como o do multiverso, a trajetória do Palmeiras seria diferente.

O Palmeiras, por sua grandeza, sempre superou os horrendos rebaixamentos. E pela terceira vez, o time seria capaz de se reerguer e trilhar o caminho das vitórias. Por qualquer caminho, chegaria onde chegou nos dias atuais, protagonizando o futebol brasileiro, como na realidade que conhecemos.

Uma eventual queda atrasaria a sequência dos fatos. Mas Paulo Nobre já estava reeleito e a linha-mestra traçada seria a mesma; o Allianz Parque, uma arena de eventos moderníssima e localizada no maior centro financeiro do continente, já estava finalizado. Assim, mesmo na Série B, o Palmeiras passaria a ser mais atraente aos olhos do mercado – algo que se consolidaria no ano seguinte, com o retorno à Série A. Os elementos da reconstrução estavam todos ali.

Teria sido um tombo extremamente dolorido. Mas a tendência, diante do gigantismo da camisa e do potencial do projeto, era que as coisas se encaminhassem para serem exatamente como são hoje, como na timeline que segue abaixo.

2014

– Paulo Nobre é reeleito presidente do Palmeiras
– Palmeiras empata com o Atlético-PR e é rebaixado para a Série B após o Santos entregar o jogo em Salvador para o Vitória
– Paulo Nobre tenta contratar Alexandre Mattos, mas não tem sucesso
– Prevent Senior é o novo patrocinador máster do Palmeiras

2015

– Palmeiras fecha com Tiago Scuro para ser o diretor de futebol
– Dorival Junior acerta com o clube para dirigir o time na Série B
– Dudu, do Grêmio, acerta com o SCCP
– Scuro comanda uma troca em quase todo o elenco e traz nomes como Vitor Hugo, do América; Robinho, do Coritiba; Léo Moura, que estava no futebol de Vanuatu; e Walter, do Atlético-PR.
– Mesmo um pouco acima do peso, Walter se transforma num líder do elenco e comanda uma preleção histórica documentada pela TV Palmeiras
– O time embala na Série B; o Avanti dispara
– A torcida está num caso de amor com o Allianz Parque e as rendas superam as de todos os times da Série A
– Sensação da base, Gabriel Jesus é promovido ao time principal
– Na Copa do Brasil, o time avança após vitórias sobre o Ceará e Vasco
– Após alguns tropeços na Série B, Dorival é demitido e Alberto Valentim assume o comando
– O Palmeiras vence a Série B após uma goleada por 8 a 1 sobre o Bahia no Allianz Parque lotado
– O Palmeiras passa pelo Santos por 3 a 2 na semifinal da Copa do Brasil, gols de Rafael Marques, Felipe Menezes e Andrei Girotto; e dois de Nilson para o Santos
– O Palmeiras vence o Fluminense e é campeão da Copa do Brasil nos pênaltis, com gol decisivo de Matheus Sales, que colocou Gustavo Scarpa no bolso durante o jogo.
– Com o Allianz Parque e o Avanti consolidados, Palmeiras estabelece um modelo financeiro estável e forte

2016

– A Prevent Senior quebra
– Dudu é vendido pelo SCCP para o Pyramids do Egito
– A Crefisa, agora que o Palmeiras está de volta à Série A, se aproxima e torna-se a nova patrocinadora do clube, por valor recorde
– Thiago Scuro não renova seu contrato; o executivo do Cruzeiro, Alexandre Mattos, é contratado e traz na bagagem o técnico Marcelo Oliveira
– O Flamengo contrata Raphael Veiga, revelação do Coritiba
– O Fluminense contrata Willian Bigode, que conhece Gustavo Scarpa
– Alexandre Mattos contrata Gerson, do Fluminense, além de Réver, Moisés, Róger Guedes e Tchê Tchê
– No estadual, o Palmeiras perde por 4 a 1 do Juventus na rua Javari e o jornalista Roberto Avallone tem um áudio vazado onde expõe toda sua revolta
– O Palmeiras é eliminado da Libertadores na fase de grupos após derrota para o Melgar
– Eliminação no estadual nas quartas-de-final para o Linense derruba Marcelo Oliveira
– Perseguido pela #flapress, Raphael Veiga é vendido pelo Flamengo para o Shandong Taishan

– Oswaldo de Oliveira é contratado e coloca Gabriel Jesus no banco
– A torcida xinga muito
– Oswaldo de Oliveira é demitido após três semanas de trabalho
– Jorginho se oferece ao Palmeiras; proposta é recebida às gargalhadas
– Cuca é o novo técnico do Palmeiras
– O Palmeiras é eliminado da Copa do Brasil pelo Atlético-GO e Cuca diz que tem certeza que o time vai ser campeão brasileiro
– Após uma arrancada sensacional, o Palmeiras deixa o Flamengo no cheiro e vence o Brasileirão pela nona vez
– Gabriel Jesus é vendido para o Paris Saint Germain, que desiste de Neymar

2017

– Mauricio Galiotte assume a presidência do Palmeiras
– O Palmeiras troca Róger Guedes por Raphael Veiga com o Shandong Taishan
– Sem freios, Alexandre Mattos contrata Felipe Melo, Keno, Borja e Guerra, com ajuda da Crefisa
– Borja faz incríveis 23 gols no estadual e o Palmeiras é campeão invicto
– Neymar é visto vagando pelas ruas de São Vicente, aparentemente desorientado
– Após derrota nos pênaltis para o Deportivo Cáli, o Palmeiras é eliminado da Libertadores
– Cuca pede afastamento para cuidar de sua sogra, que ficou doente
– Palmeiras contrata Mano Menezes
– Como reforços para o Brasileirão, Mattos traz o atacante Deyverson, o zagueiro Luan e o ponta Everton Cebolinha
– O Palmeiras vai muito mal no Brasileirão e Mano Menezes é demitido
– Alberto Valentim assume de novo e o Palmeiras termina o campeonato em 14° lugar

2018

– O Palmeiras contrata Luiz Felipe Scolari
– Everton Cebolinha é vendido para a Atalanta; Keno é trocado por Dudu, com o Pyramids
– Os outros reforços para o ano são Weverton, Marcos Rocha, Gustavo Scarpa e o veterano Darío Conca, antigo sonho da torcida
– Palmeiras e SCCP disputam a final do estadual no Allianz Parque. Entra em campo um VAR clandestino e o SCCP ganha o título mais vergonhoso da História do Futebol
– Felipe Melo, furioso, espanca o árbitro e o diretor de arbitragem da FPF. Na confusão, Deyverson fica caído no chão
– O STJD resolve banir Felipe Melo do futebol
– O Palmeiras contrata o desconhecido zagueiro paraguaio Gustavo Gómez, que estava no Melbourne Victory, da Austrália. A torcida não aceita e pede a cabeça de Alexandre Mattos
– Por cobertura, Egídio faz o gol do título em partida contra o SPFC no Morumbi e o Palmeiras é decacampeão brasileiro
– Gerson é vendido para o Atlético de Madrid e Conca encerra a carreira

2019

– Felipão recebe os reforços de Pedro Geromel, Lucas Lima e Zé Rafael
– Borja perde o pênalti decisivo contra o SCCP e o Palmeiras é vice-campeão paulista
– Mattos vende o colombiano e traz Luiz Adriano para seu lugar
– Gustavo Scarpa faz um golaço em Porto Alegre e o Palmeiras tem vantagem contra o Grêmio nas quartas da Libertadores
– Na volta, o Palmeiras abre o placar, mas toma a virada e é eliminado.
– Felipão é demitido e para seu lugar o Palmeiras contratou Abel… Braga.
– Mauricio Galiotte decide transformar os reforços bancados pela Crefisa em dívidas, para ajudar a patrocinadora com seus problemas com a Receita Federal.
– Irregular, o Palmeiras termina o Brasileirão em terceiro lugar
– Geromel, Egídio e Guerra são dispensados
– Abel Braga é demitido
– Alexandre Mattos é demitido

2020

– O Palmeiras contrata Anderson Barros para a direção de futebol e Vanderlei Luxemburgo como novo técnico
– Com as finanças asfixiadas, as contratações são modestas: Rony, do Athletico-PR, e Viña, do Nacional-URU
– A base passa a ser explorada: os meninos Gabriel Veron, Gabriel Menino, Wesley, Patrick de Paula e Danilo sobem para o elenco principal
– Epidemia de COVID-19 paralisa o futebol mundial em março
– Atividades retornam em agosto e o Palmeiras é líder da chave na Libertadores
– Com um gol decisivo de Patrick de Paula, o time vence o SCCP e conquista o estadual
– O Palmeiras patina em todas as competições e Luxemburgo é demitido
– Miguel Ángel Ramírez é procurado, mas recusa a oferta do Palmeiras
– Gabriel Heinze não aceita a proposta palmeirense
– Sebastián Beccacece declina do projeto do Verdão
– Quarta opção, o desconhecido português Abel Ferreira, do PAOK da Grécia, aceita dirigir o Palmeiras
– Daí para a frente, vocês já sabem. Podem imaginar a timeline que quiserem: no final, sempre vai dar em títulos do Palmeiras.


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Multiverso, realidades paralelas e a falácia do gol do Thiago Ribeiro – parte 1

O cinema vem provocando o público há algumas décadas, desde a trilogia De Volta Para o Futuro, passando por filmes como Efeito Borboleta, o universo Marvel, o excepcional A Origem, e o recente laureado pela Academia Tudo em Todo Lugar Ao Mesmo Tempo, entre tantas outras produções, com os conceitos de multiverso e realidades paralelas.

O recente sucesso do Palmeiras criou uma espécie de meme recorrente em outras torcidas a respeito de como seria o mundo do futebol se o Verdão tivesse sido rebaixado em 2014 – algo que não aconteceu por muito pouco – e descrevem seus universos imaginários caso a tragédia tivesse se concretizado pela terceira vez.

A cada troféu conquistado pelo Palmeiras, torcedores rivais, páginas de sátira, jornalistas mal-informados e/ou mal-intencionados e até palmeirenses com senso de humor duvidoso ironizam nas redes sociais que tudo isso só está acontecendo “graças ao gol do Thiago Ribeiro”.

Contexto do multiverso dos rivais

Frizzo e Tirone

O ano de 2014 foi o último em que o Palmeiras mandou seus jogos como nômade, devido à construção do Allianz Parque. O Verdão vinha de uma década tétrica no futebol, registrando o primeiro rebaixamento de um time grande paulista e vivia de um único título, o estadual conquistado em 2008.

A construção do Allianz Parque coincidiu com a pior gestão de todos os tempos no clube. Sob a gestão de Arnaldo Tirone e seus fiéis escudeiros Roberto Frizzo e Piraci de Oliveira, o Palmeiras não conseguia montar um time competitivo e foi rebaixado pela segunda vez em 2012, no mesmo ano em que, por um milagre felipônico, havia conquistado a Copa do Brasil (quando a competição não contava com os times que jogavam a Libertadores, diga-se).

A primeira gestão de Paulo Nobre começou em 2013 com o Palmeiras voltando com facilidade à elite do futebol, mesmo mandando seus jogos no Pacaembu. O ano de 2014 parecia promissor e a presença do presidente no futebol passou a ser cada vez maior, culminando numa sequência de erros que conduzia o time a uma trajetória que desgraçadamente parecia cada vez mais familiar à torcida do Verdão: a de mais um rebaixamento no Brasileirão.

O Allianz Parque foi finalizado na reta final da temporada e o Palmeiras dependia apenas de seus resultados para, ao menos, se manter na Série A. A inauguração do estádio foi apressada para que, na 35ª rodada, o Palmeiras vencesse o Sport numa grande apoteose e se aproximasse dos pontos necessários.

Como sabemos, o Verdão acabou derrotado, o que se repetiu nas duas rodadas seguintes em confrontos fora de casa contra Coritiba e Inter. O Palmeiras chegou à rodada final precisando ganhar do Atlético-PR, ou que o Vitória, que vinha um ponto atrás com uma vitória a menos, não vencesse o Santos.

Em seu segundo jogo no Allianz Parque, o Palmeiras saiu atrás, empatou com um gol de pênalti de Henrique Ceifador, mas não conseguiu a virada. O jogo foi encerrado perto das 19h, enquanto o Vitória ainda tentava o gol salvador num jogo com o placar em branco. O Brasil parou para assistir mais uma agonia palmeirense, torcendo por um gol do time baiano, que se lançou desesperadamente à frente. Num contra-ataque, aproveitando essa desorganização, o Santos marcou com Thiago Ribeiro o gol solitário da partida, concretizando o que o placar sem gols já determinaria: Vitória rebaixado e Palmeiras na Série A.

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Assim, mesmo com todo o drama, não dá para dizer que o Palmeiras foi salvo “pelo gol do Thiago Ribeiro”. O empate já seria suficiente para o Verdão; o universo paralelo dos sonhos de nossos rivais só aconteceria em caso de derrota santista. Seria necessária uma entregada histórica para perder aquele jogo diante de um Vitória que mereceu ser rebaixado, mais que o Palmeiras.

Desde então, o Palmeiras retomou a trajetória vitoriosa que caracteriza a maior parte da História do clube, conquistando mais dois estaduais, duas Copas do Brasil, três Brasileiros, duas Libertadores, uma Recopa Sul-Americana e uma Supercopa do Brasil.

Mas e se essa entregada tivesse acontecido? O Palmeiras teria mesmo se transformado numa espécie de Botafogo?

Na parte 2 deste texto, vocês verão como poderia ter sido a trajetória do Verdão nos últimos oito anos sob uma perspectiva que considera todo o cenário com mais propriedade, de forma bem mais realista que os devaneios de nossos rivais, que recorrem à imaginação para aplacar um pouco a dor de cotovelo que os consome a cada título conquistado pelo Primeiro Campeão Mundial. Fiquem atentos!


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Rompimento entre Crefisa e Mustafá Contursi redesenha o panorama político do Palmeiras

Lamacchia, Mustafá e Leila PereiraLeila Pereira, presidente da Crefisa, patrocinadora e conselheira do Palmeiras, declarou em entrevista publicada hoje na Folha de S.Paulo algo que já circulava à boca pequena pelas alamedas: rompeu relações com Mustafá Contursi após o episódio de revenda de ingressos que veio à tona há algumas semanas.

A empresária, segundo o acordo de patrocínio, tem direito a uma cota de ingressos a cada jogo do Palmeiras no Allianz Parque, e repassava 70 deles a Mustafá como cortesia, num gesto político para que ele distribuísse entre sua base política. Mustafá foi o responsável pela manobra que deu a Leila a condição estatutária para poder concorrer ao cargo de conselheira.

Segundo acusações de uma intermediária, no entanto, os ingressos dados a Mustafá eram revendidos, caracterizando cambismo numa operação que pode ter movimentado mais de R$ 500 mil numa temporada – a revelação teria desapontado demais a conselheira, que assim decidiu por se afastar de seu criador político.

O movimento redesenha o cenário político do clube. Mustafá tinha em Leila um grande ponto de apoio para revitalizar suas bases políticas, cada vez mais carcomidas pelos minutos de silêncio. Foi por causa do apoio de Leila que o velho cacique conseguiu atrair novos apoiadores – entre eles um grupo que historicamente sempre foi seu inimigo: desde o ano passado, a UVB passou a rezar pela cartilha do homem que amaldiçoou por mais de uma década. Com esta reviravolta, o grupo tende a acompanhar o poder financeiro de Leila Pereira e abandonar Mustafá.

Mauricio Galliote e Leila PereiraMaurício Galiotte, que estava isolado politicamente, ganhou uma sobrevida importante com o episódio. Os dois passaram a disputar um cabo-de-guerra para ter Leila como aliada após Mustafá romper com o atual presidente por não atender a suas pressões para demitir Alexandre Mattos – com todas as vantagens para Mustafá.

O episódio dos ingressos, no entanto, virou o jogo. Maurício, até outro dia cercado apenas por alguns poucos e leais conselheiros, volta a ter força política, já que a Crefisa trará consigo uma série de bajuladores que finalmente veem alguém por quem vale a pena abandonar Mustafá.

Leila Pereira vai conseguindo se embrenhar na política do clube apoiada por seu poderio financeiro. Na mesma entrevista, deixou claríssimas suas intenções de concorrer à presidência do clube na eleição de novembro de 2022 – isso se os vários episódios desgastantes que ainda estão por vir não a demoverem dessa ambição. A cada imbróglio Leila tem condições de provar um pouco mais do que existe de pior na natureza humana. A política do Palmeiras não é para iniciantes.

Rascunho da eleição do ano que vem

Paulo Nobre e Mauricio GaliotteEm novembro de 2018 teremos novas eleições para a presidência do clube e Maurício Galiotte, com o suporte da Crefisa, voltou a ser um nome forte para concorrer à reeleição. Mustafá Contursi, acuado, volta a conviver com o mesmo problema que já o incomoda há alguns anos: seu grupo de apoiadores é formado apenas por puxa-sacos, cada vez mais ultrapassados e incapazes de gerir sequer uma banca de jornal – foi isso que o fez apelar para Arnaldo Tirone em 2011. E foi isso que o fez topar uma aliança com Paulo Nobre em 2013.

Maurício Galiotte tem o apoio de Leila Pereira, que nutre ódio mortal por Paulo Nobre, o que é recíproco. Os resultados esportivos de 2018 terão um peso importante. Se o Palmeiras voltar a conquistar troféus, a reeleição é quase certa e talvez Nobre nem saia de seu bunker político e continue a correr rally pelo mundo. Em caso de mais turbulência, a disputa pode ocorrer, e deve ser acirrada.

Tudo o que esperamos é que essas pessoas pratiquem Política, com “P” maiúsculo, de Palmeiras. Podem continuar se odiando, ou podem se reconciliar, isso realmente não importa – desde que a disputa seja leal, o profissionalismo continue prevalecendo e o time siga com o protagonismo que já exerce há três temporadas. Com Maurício, Leila, ou Paulo, seja quem estiver à frente do clube.


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