Podcast: Periscazzo (01/05/2017)

Mais um Periscazzo foi ao ar. Tudo sobre a semana do Palmeiras no Uruguai e o que vem pela frente na Bolívia.

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Sem apoio da CBF, Palmeiras vê Conmebol carregar contra si nos relatórios

Portão do estádio Campeón Del Siglo
Reprodução Fox Sports

A Conmebol suspendeu preventivamente Felipe Melo, além dos jogadores do Peñarol Nández, Mier e Lucas Hernandez, por três jogos, como consequência dos episódios pós jogo na última quarta-feira. Esta é a pena mínima prevista para situações como a que se viu no estádio Campeón Del Siglo. Os jogadores ainda serão julgados formalmente pelo tribunal disciplinar da Conmebol, de onde sairá a pena definitiva.

Nosso departamento jurídico já preparou a defesa e Leonardo Holanda, advogado do Palmeiras, entregou pessoalmente a documentação na Conmebol na manhã de ontem. Mas pelo visto a tarefa será dificílima: os documentos emitidos pelo árbitro e principalmente pelo delegado do jogo fazem relatos patéticos do que realmente aconteceu e que estão registrados nas câmeras, praticamente canonizando os jogadores do Peñarol e imputando a Felipe Melo a culpa do ocorrido. Diz o relatório do juiz:

“Ao final do jogo, o senhor Felipe Melo, com a camisa 30 do Palmeiras, faz um gesto supostamente de saudação ao céu, gerando reação tanto de jogadores titulares como de reservas do Peñarol, na qual pode se individualizar o senhor Matías Mier, camisa 10 da equipe do Peñarol, que, em atitude provocativa, perseguiu o senhor Felipe Melo. Em um dado momento, ocorre uma agressão mútua entre ambos os jogadores com golpes de punho, o que motiva a reação de outros jogadores de ambas as equipes. Foi difícil identificar quem estava envolvido”

Os pontos destacados apontam que
1) foi a comemoração de Felipe Melo, que pelos vídeos não apontam nenhuma provocação, que geraram reação dos uruguaios; e
2) que o soco desferido por Felipe Melo por estar sendo perseguido por Mier motivou a confusão geral, quando está claro que o pau já estava quebrando – Fernando Prass foi agredido por três uruguaios ao mesmo tempo antes do soco de Felipe Melo.

Para piorar, o relatório do delegado do jogo Mario Campos destaca que Felipe Melo fez o gesto se dirigindo ao banco do Peñarol – o que é claramente uma mentira. Já o relatório do oficial de segurança relata ter mandado fechar os portões de acesso ao vestiário colocando a culpa em quatro seguranças do Palmeiras que invadiram o campo para proteger nossos jogadores.

Ainda nesse relatório, o funcionário da Conmebol diz que os santos jogadores do Peñarol tentavam acalmar seus torcedores, que estavam envolvidos em outro conflito com nossa torcida – depois de atirarem bombas e objetos o tempo todo. Não é mencionada a agressão sofrida por Willian dentro da área nos segundos finais da partida, ainda com a bola em jogo, nem o cerco de Nandez e Quintana sobre Felipe Melo assim que o juiz deu o apito final, nem a agressão tripla sofrida por Fernando Prass.

A Conmebol historicamente defende os clubes de língua espanhola contra os brasileiros. Os relatórios fazem o possível para abrandar a responsabilidade do Peñarol – jogadores e clube – e carregam contra tudo que estava vestindo verde.

Em meio a tudo isto, é estarrecedor o posicionamento de parte da imprensa brasileira, que reverbera a versão de que Felipe Melo foi o causador da confusão, embora exista uma porção importante que isente o jogador e o Palmeiras de qualquer responsabilidade.

Cadê a CBF?

Pior do que a já esperada perseguição da ala clubista da imprensa é o silêncio absoluto da CBF, entidade cuja existência está apoiada na defesa dos interesses dos clubes brasileiros interna e externamente. Não houve nenhuma menção, muito menos repúdio aos ocorridos no site oficial ou nas redes sociais da entidade. Diante desta omissão, o Palmeiras fica completamente à mercê da vontade do tribunal da Conmebol, dependendo apenas de sua própria capacidade de defesa.

Sem apoio da CBF, sendo atacado pelos clubistas da imprensa, o Palmeiras segue seu caminho rumo a conquista da Libertadores, um campeonato que tem tudo para ser o mais legal do planeta, mas que segue capengando pela falta de profissionalismo dos dirigentes da Conmebol, incapazes de garantir seriedade compatível com a quantia de dinheiro que movimentam. Na várzea é muito mais organizado.

Esperem para ver as arbitragens de nossos próximos jogos.

Uruguai: um futebol de fracos e covardes

Felipe Melo
REUTERS/Andres Stapff

Quando Enrique Cáceres apitou o fim do jogo de ontem entre Peñarol e Palmeiras, qualquer torcedor mais experiente começou a desejar que a câmera abrisse porque sabia que o pau ia começar. É tradicional, histórico: jogadores do Uruguai não sabem perder, sobretudo para brasileiros, e quando estão em casa sempre apelam.

O que já é natural ficou mais exaltado ainda diante da forma como o jogo entre as duas equipes tinha acabado duas semanas antes; a imprensa uruguaia tratou de colocar pilha e a diretoria do Palmeiras, já prevendo problemas, se precaveu muito bem, destacando um efetivo reforçado de seguranças.

Começou a treta


Quando a confusão começou, o alvo preferido foi Felipe Melo – certamente reflexo de sua declaração na entrevista de apresentação, quando disse que, se precisasse, daria tapa na cara de uruguaio, mas com responsabilidade. Acuado, Felipe deu uma muquetaça em Mier, o reserva de colete que não teve peito para fazer o que ameaçava, enquanto ia sendo encurralado por três uruguaios – um deles, Junior Arias, chegou a pegar a bandeirinha de escanteio de forma ameaçadora.

Outro que só agitou foi o zagueiro Quintana, que ficou apontando dedo à meia distância o tempo todo, mas quando teve a chance de ir pra cima, guardou o espaço e ficou só apontando o dedo mesmo.

Portão foi aberto na marra para que os jogadores do Palmeiras deixassem o gramado
Reprodução – FOX Sports

Em condições de treta absoluta, nosso time se conduziu à passagem que dá acesso aos vestiários, quando foi surpreendido: o portão havia sido fechado pelos covardes funcionários do estádio, para que nossos jogadores ficassem encurralados. Foi então que nosso corpo de seguranças agiu rápido e abriu o portão na marra, liberando nossos jogadores.

Alguns mostraram sinais de agressões, como Willian Bigode e Fernando Prass, mas nada sério. Ao final, nossos jogadores puderam comemorar a lindíssima vitória conquistada na bola, com o orgulho de terem se defendido com muita honradez da covardia uruguaia.

Histórico

O Uruguai já foi um país importante no futebol; ganharam a Copa de 1950 jogando bola num Maracanã lotado e conquistaram o respeito da comunidade futebolística mundial – respeito que foi caindo ano a ano a partir da década de 60, quando os times uruguaios passaram a apelar constantemente em seus jogos. Quando o Nacional veio jogar contra o Palmeiras em 1971, no Pacaembu, os relatos dos mais velhos dão conta que eles não desceram para o vestiário para descansar – ao contrário, pareciam tão dopados que não conseguiam parar de dar piques mesmo no intervalo.

Foi essa postura que fez com que os times europeus desprezassem a Copa Intercontinental por vários anos na década de 70; ninguém queria expor seus jogadores a terem as canelas partidas por uruguaios (ou argentinos, que mesmo em menor escala, faziam o mesmo jogo).

Com o avanço tecnológico, câmeras de replay e exames antidoping se proliferaram, e com isso o jogo uruguaio minguou – ao contrário dos argentinos, que permaneceram fortes, porque ao menos sabem jogar bola. O Uruguai, no futebol, é hoje um país pequeno, pequeno, pequeno, pequeno, como diria o Mattos. Basta verificar a evolução das conquistas do futebol do país com o passar dos anos.

Quando estão ganhando, não jogam; covardemente evitam que a bola corra para o relógio andar mais rápido. Quando estão perdendo, por serem fracos, não tem a menor capacidade de se impor na bola para buscar o resultado. E quando o jogo acaba e eles não gostam do resultado, mostram mais covardia ainda armando emboscadas e tentando aliviar as frustrações saindo na mão.

Desta vez deu ruim pra eles: pegaram pela frente o Palmeiras. Apanharam na bola, e viram que na mão também não dava, mesmo em casa e com artimanhas torpes. O Peñarol merece estar passando por tudo isto, e o Uruguai merece ter um timinho como o Peñarol como seu maior representante. Chupem, malditos.

HEROIS – Corpo de seguranças que protegeu nossos atletas e comissão técnica em Montevideo