O Atlético-MG passou pelo mediano time do River Plate na Libertadores e está classificado para a grande final, que deve ser contra o Botafogo do Rio. O time mineiro garantiu o avanço ao segurar o empate em 0 a 0 na Argentina, depois de ter feito 3 a 0 na partida de ida, em Belo Horizonte.
O que chamou a atenção no confronto, muito mais que o futebol, foram as performances de Deyverson (com e sem a bola) e o recebimento das torcidas. A Arena MRV e o Monumental de Nuñez viraram autênticos caldeirões por ocasião das entradas dos times no gramado, proporcionando festas sensacionais para quem estava nos estádios e para quem assistia pela televisão.
O uso dos fogos de artifício na entrada dos jogadores traz uma sensação única, como se fosse uma substância estimulante. O futebol enriquece demais quando as torcidas usam este expediente para dar um gás extra a seus jogadores.
A mera elaboração de mosaicos, embora bela visualmente, não tem o mesmo poder. Eventualmente, uma composição de mosaico com fogos de artifício pode atingir o objetivo de forma plena, se a mensagem for vibrante e o desenho, bem feito. Temos alguma dificuldade no Allianz Parque; nossos mosaicos ainda lembram videogames de 8 bits e estão num nível bem abaixo do que vemos, por exemplo, nas torcidas cearenses e na do Botafogo. Nada que não possa ser melhorado. Mas o essencial mesmo são os fogos, a luz, a fumaça, o calor e os cantos a plenos pulmões.
UN RECIBMIENTO HISTÓRICO Y MONUMENTAL 🤍❤️🤍 pic.twitter.com/nMzMrv0syc
— River Plate (@RiverPlate) October 30, 2024
Obstáculos para o recebimento precisam ser superados
Para que o caldeirão verde seja visto é preciso passar por algumas barreiras. A expertise das torcidas organizadas, neste caso, é indispensável. E a multa imposta pelas entidades organizadoras deve ser vista como investimento pela diretoria do Palmeiras.
Atlético e River ignoraram as sanções da Conmebol e proporcionaram cenas inesquecíveis para o mundo. Pagaram as multas, sem pensar muito. O Galo transformou a atmosfera do jogo de ida num inferno e nocauteou o River, que parece até ter sido pego um tanto de surpresa.
Parabéns pela festa, mas não chega nem perto dessa
— 𝐃𝐘𝐍𝐇𝐎 𝐌𝐈𝐋𝐈𝐓𝐎 ᑕᗩᗰ (@iamdynhoo) October 24, 2024
Galo x River Plate, na Arena MRV pic.twitter.com/r31MWd5ofC
Com relação às organizadas, é necessária uma reaproximação entre as partes. Cabe às lideranças, tanto do clube quanto das entidades, costurarem um entendimento, nem que seja uma trégua para colocar apenas este tema sobre a mesa. São líderes, são políticos; esse é o papel deles, pelo bem do Palmeiras.
Em confrontos equilibrados, principalmente em mata-matas, uma grande festa pode ser a diferença. Um clima matador pode elevar o moral de nossos jogadores a níveis muito altos e pode intimidar os jogadores menos experientes do adversário, ou as duas coisas, o que pode resultar num começo de jogo avassalador, abrindo uma vantagem de gols importante.
É claro que apenas um bom recebimento não garante nada; é preciso também que o time corresponda minimamente – algo que o fraco elenco portenho não teve capacidade. Mas nosso time, sabemos, é bem mais forte e tem muto mais capacidade de tirar vantagem deste recurso.
A moderna administração do Palmeiras tem como uma de suas características aproveitar ao máximo todos os potenciais que levem o time às vitórias. Os recebimentos, no entanto, vêm sendo uma exceção à regra. Que os exemplos recentes vindos de outros times levem nossa diretoria a rever esta inércia para que, nos jogos mais importantes, nos grandões mesmo, esta arma passe a ser usada.